Há determinados momentos em que o mais plausível é pedir trégua a nós mesmos.
Os questionamentos vão se tornando irrepresáveis, a intolerância vai ganhando contornos intraduzíveis, e a vontade de acertar começa a se tornar um fardo...
Nunca foi tão desagradável ter que recorrer com tamanha frequência ao Dicionário para tentar entender o significado das coisas.
Especialmente para as quais julgávamos ter uma plena compreensão a respeito.
A política do óbvio deve ter ganho novas interpretações, posto que nem tudo o que vemos a olho nu, necessariamente enxergamos.
Verbos ganham novos significados, substantivos ostentam novos gêneros, adjetivos há muito que tem se pautado pela circunstância dos acontecimentos e o pensamento de algum modo vai deixando de ser o guardião da razão.
O hoje, o ontem e o amanhã já não são literalmente reféns do tempo.
Afinal de contas, o tempo é uma mera expressão das horas, cujos ponteiros seguem o movimento de nossos desejos...
Sim, devemos dar uma trégua a nós mesmos.
Precisamos rever conceitos e perceber pouco a pouco que quem precisa mudar somos nós.
Dar murro em ponta de faca dói muito e nos mantém estáticos.
A beleza da vida está nos movimentos, na Arte de ponderar e de conviver com as adversidades.
Ninguém rigorosamente é senhor de si.
Somos apenas uma micro-partícula do Universo, parte de um todo e de um nada, cujo maior bem de que dispomos é o da nossa transitória capacidade de discernir.
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