Vejam a seguir alguns dos inacreditáveis e dramáticos relatos dum dos discursos que antecederam as cruzadas, o qual foi proferido em 26 de novembro do ano de 1095, no Concílio de Clermont, sendo atribuída a sua autoria ao Papa Urbano II. Nos bons tempos, Sua Santidade Urbano II, progrediu por terrenos incertos, auxiliado por cardeais e bispos. Nos bons tempos, sua santidade, Urbano II, progrediu por terrenos incertos, assessorado e auxiliado por cardeais e bispos que se não eram fanáticos criminosos, no melhor das hipóteses, eram omissos, corruptos e irresponsáveis.
Vejamos mais alguns extratos do discurso proferido no Concílio de Nicéia pelo fanático e irresponsável Papa. Ali, naquela data fatídica, ele abençoou-se e louvou-se com o sinal da Cruz. Ergueu suas mãos em sinal de silêncio. A multidão em reverência calou-se. Então falou com doçura e eloquente persuasão.
“Ó Francos, de quantas maneiras Nosso Senhor os abençoou? Vejam quão férteis são suas terras. Quão verdadeira é sua fé. Quão indisputável é sua coragem. A vocês, abençoados homens de Deus, dirijo essas palavras. E que não sejam levadas levianamente, pois são expressas pela Santa Igreja, que, pelo sagrado pacto com Nosso Senhor, é Sua santíssima voz na terra. Vós que sois justos e bons, vós que brilhais em santa fé escutai. Que saibam de justa e grave causa que nos reúne hoje aqui, sob o mesmo teto, na piedade de Nosso Senhor. Relataremos fatos horríveis. Ouvimos sobre uma raça de homens saídos de presença profana e falta de fé. Turcos, Persas, Árabes, amaldiçoados, estranhos a nosso Deus, que devastam por fogo ou espada as muralhas de Constantinopla, o Braço de São Jorge. Até hoje, por misericórdia do Supremo, Constantinopla foi nossa pedra, nosso bastião de fé em território infiel. Agora essa sagrada cidade encontra-se desfigurada, ameaçada. Quantas igrejas esses inimigos de Deus poluíram e destruíram? Ouvimos de altares e relíquias sendo dessecrados por sujeira produzida por corpos Turcos. Ouvimos sobre verdadeiros crentes sendo circuncidados e o sangue desse ato sendo vertido em pias batismais. O que podemos dizer a vocês? Turcos transformam solo sagrado em estábulo e chiqueiro, expelem o conteúdo de seus fétidos e putrefatos corpos em vestimentas dos emissários da palavra de Nosso Senhor. Os descrentes forçam Cristãos a ajoelhar sobre essas roupas imundas, curvar as cabeças e esperar o golpe da espada. Essas vestes, que através da imundície e sangue são testemunhas de aberrações na falta da verdadeira fé, são exibidas junto com corpos dos mártires. O que mais devemos lhes dizer, ó fieis? Turcos abusam de mulheres Cristãs. Turcos abusam de crianças Cristãs. Pensem nos peregrinos da fé que cruzam o mar, obrigados a pagar passagem em todos os portões e igrejas de todas as cidades. Quão freqüente esses irmãos no sangue do Cristo passam por humilhações e falsas acusações? Aqueles que crêem em pobreza, como são recebidos nesses lugares de nenhuma fé? São vasculhados em busca de moedas escondidas. As calosidades em seus joelhos, causadas pelo ato de fé ao Nosso Senhor, são abertas por lâminas. Aos fiéis são dadas bebidas de natureza vomitória para que sejam vasculhadas suas emissões estomacais. Após isso são ainda obrigados a sorver excremento liquefeito de bodes e cabras de forma a esvaziar suas entranhas. Se nada for encontrado que satisfaça essas crias infernais, ó fieis, escutem. Turcos abrem com lâmina da espada as barrigas dos verdadeiros seguidores, em busca de peças de ouro ingeridas e assim escondidas. Espalham e retalham entranhas mostrando assim o que a natureza manteria secreta. Tudo a procura de riquezas ou por prazer insano. Turcos perfuram os umbigos dos fiéis, amarram suas tripas a estacas e afastam os Cristãos, prendendo-os com cordas a outro poste, de forma a que vejam suas próprias entranhas endurecendo ao sol, apodrecendo e sendo consumidas por corvos e vermes. Os Turcos perfuram irmãos na fé com setas, fazem dos mais velhos alvos móveis para seus malditos arcos. Queimam os braços e pernas dos mártires até o negro e soltam cães famintos para os devorar, ainda vivos. Ó Francos, o que dizer? O que mais deve ser dito? A quem, pois, deve ser dirigida a tarefa de vingança tão santa quanto a espada de São Miguel? A quem Nosso Senhor poderia confiar tal tarefa senão aos seus mais abençoados e fiéis filhos? Ó Francos, vocês não são habilidosos cavaleiros? Poderosos guerreiros na palavra de Deus? Próximos a São Miguel na habilidade de expurgar o mal pela espada? Dêem um passo a frente! Não mais levantarão as espadas entre si, ceifando vidas e pecando contra A palavra. Aproximem-se guerreiros abençoados. Os que dentre vocês roubaram tornem-se agora soldados, pois a causa é suprema. Aqueles que cultivam mágoas juntem-se aos seus causadores, pois a irmandade é essencial ao objetivo. Aproximem-se os que desejam vida eterna, aproximem-se os que desejam absolvição no sagrado. Saibam que Nosso Senhor espera seus filhos em lugar abençoado. Na palavra do Santíssimo seguirão e combaterão, não deixem que obstáculos os parem, creiam Na palavra e nada os deterá. Deixem todas as controvérsias para trás! Unam-se e acreditem! Não permitam que posses ou família os detenham. Lembrem-se das palavras de Nosso Salvador, “Aquele que abandonar sua morada, família, riqueza, títulos, pai ou mãe pelo meu nome, receberá mil vezes mais e herdará a vida eterna”. Se os Macabeus dos tempos de outrora conquistaram glória pela sua luta de fé, da mesma forma a chance é ofertada a vocês. Resgatem a Cruz, o Sangue e a Tumba. Resgatem o Gólgota e santifiquem o local. No passado vocês não lutaram em perdição? Não levantaram aço contra iguais? Orgulho, avareza e ganância não foram suas diretivas? Por isso vocês merecem a danação, o fogo e a morte perpétua. Nosso Senhor em sua infinita sabedoria e bondade oferece aos seus bravos, porém desvirtuados filhos, a chance de redenção. A recompensa do sagrado martírio. Ó Francos,ouçam! Deixem a chama sagrada queimar em seus corações! Levem justiça em nome do Supremo! Francos! A Palestina é lugar de leite e mel fluindo, território precioso aos olhos de Deus. Um lugar a ser conquistado e mantido apenas pela fé. Pois chamamos por suas espadas! Lutem contra a amaldiçoada raça que avilta a terra sagrada, Jerusalém, fértil acima de todas outras. Glorifiquem suas peregrinações para o centro do mundo, consagrem-se em Sua paixão! Alcancem a redenção pela Sua morte! Glorificado pelo Seu túmulo! O caminho será longo, a fé no Onipotente tornar-lhe-á possível e frutífera. Não temam Francos! Não temam tortura, pois nela reside a glória do martírio! Não temam a morte, pois nela reside a vida eterna! Não temam dor, pois serão resignados! Os anjos apresentarão suas almas a Deus, o Santíssimo será glorificado pelos atos de seus filhos! Vejam a sua frente aquele que é voz de Nosso Senhor! Sigam Sua presença e palavras eternas! Marchem certos da expiação de seus pecados, na certeza da glória imortal. Deixem as hordas do Cristo Rei se atracar com o inimigo! Os anjos cantarão suas vitórias! Que os conhecedores Da palavra entrem em Jerusalém portando o estandarte de Nosso Senhor e salvador! Que o símbolo da fé seja mostrado em vermelho sobre o imaculado branco, pureza e sofrimento expressados! E que Sua palavra se faça ouvida como retumbante trovão, trazendo medo e luz para os infiéis! Que agora o exército do Deus único grite em glória sobre os Seus inimigos!”. “Louvado seja o Senhor meu Deus!” Gritaram as centenas de cavaleiros Francos reunidos no campo de Clermont. E as Cruzadas tiveram início…
Acompanhem este outro interessante relato.
Segundo Foucher de Chartres (Cronista Cristão no tempo da primeira Cruzada), em 26 de novembro do ano de 1095, no Concílio de Clermont, Urbano II Proferiu o seu famoso discurso nos termos infracitados, dando início à primeira cruzada.
Veja, a seguir, o histórico discurso que circula na Internet.
Meus queridos irmãos, ungido pela necessidade, eu, Urbano, com a permissão de Deus o bispo chefe e prelado de todo o mundo, vim até esse lugar na qualidade de embaixador, trazendo uma mensagem divina a todos os servos de Deus.
Vim aqui com a esperança de os encontrar no serviço do Senhor, fiéis e zelosos, como é de se esperar. Porém, se há alguma deformidade ou fraqueza contrariando a lei divina, invocamos sua ajuda e faremos o mais que pudermos para erradicar isso. Porque o Senhor os tem posto como criados em sua família. Felizes sereis se encontrares fileiras a vosso ministério.
Somos chamados pastores, esmeramos em atuar como pastores, porém, sedes bons pastores. Sempre levando o povo em suas mãos. Não durma, apenas guardes todo o tempo o rebanho que assim o tem chamado. Porque se por vossa negligência vem um lobo e arrebata uma só ovelha, então, não sereis dignos da recompensa que Deus havia reservado para vós. E depois de haverem sido flagelados impiedosamente por vossas faltas, sereis oprimidos com as penas do inferno, a residência da morte. Sabeis-vos que foram chamados no evangelho de sal da terra (Mateus 5:13), porém, se faltarem a vossos deveres, como, se perguntaram todos, se poderá salgar a terra? Oh, que tão grande é a necessidade de sal!!!
Em todo o caso, é necessário que vos se corrijam, dando o sal da sabedoria a todos aqueles ignorantes que estão entregues aos prazeres do mundo. Não vêem que o Senhor, quando quer dirigir-se a eles, os encontra putrefatos em meio aos seus pecados necessitados em se curar. Pois, se Deus encontra dentro deles vermes, a se saber, pecados, porque vossa negligência os deixou doentes. Os declarará com imprestáveis, merecedores unicamente de ser jogados no abismo onde se joga as coisas ruins. E já que vós, não podeis evitar ao Senhor estas graves perdas, seguramente, Ele os condenará e os afastará de sua doce presença. Pois aquele que administra o sal deve ser prudente, sábio, modesto, instruído, pacífico, observador, piedoso, justo, equilibrado e puro.
Porque como pode o ignorante ensinar aos outros? Como pode o licencioso ser modesto aos outros? Como pode o impuro ser puro aos outros? Como pode alguém que odeia a paz acalmar os ânimos dos outros? E como pode alguém que esta manchado em sua mãos com a vilania limpar as impurezas dos outros? E bem disse as Escrituras que se os cegos guiam os outros cegos, todos iram a sarjeta (Mateus 15:14). Primeiro corrijas a vós para que assim, livres de toda a culpa, poderem limpar aqueles que vivem abaixo de vossas jurisdições.
Se quiserem ser amigos de Deus, o façam de boa vontade para Ele e para seu lugar. Em particular, deveis deixar que todos os assuntos da igreja se guiem pela lei da igreja. E tens cuidado em que a simonia (Tráfico criminoso de objetos sagrados, venda ilícita de coisas santas ou espirituais) não aches raízes em vós, não sejam como aqueles que compram e como aqueles que vendem (Investiduras) eles serão golpeados pelos açoites do Senhor entre ruas estreitas e serão logo levados para o lugar da destruição e da confusão. Mantendo a Igreja e o clero, em todos os seus agrados, completamente livres da influência do poder secular. Verifiquem que à parte da produção de terra que corresponde a Deus seja paga por todos; que esta não seja vendida e retida. Se alguém captura e retém um bispo, é permitido que o trate como um bandido. Se alguém seqüestra e rouba um monge, clérigos, monjas, seus serventes, peregrinos, mercadores, permitam que os considerem a anátema (Excomunhão). Deixai que os ladrões e os incendiários sejam excomungados junto com todos os seus cúmplices. Se um homem não é capaz de dar nunca uma parte de seus bens em donativo é castigado com as punições do inferno, como não vai ser castigado aquele que remove os bens dos outros? Por isso foi castigado o homem rico que fala o evangelho (Lucas 16:19) Não por ter removido os bens dos outros, senão por não haver empenhado corretamente os próprios. Vós sabeis e tem visto a grande desordem que estes crimes estão produzindo no mundo. És tão grande em algumas províncias, eu escutei, e tão débil é vossa administração de justiça, que dificilmente pode viajar de dia ou de noite sem ser atacado por ladrões, e sei que se estando em casa ou longe dela, sempre existe o perigo de ser despojado de seus bens ou por força ou por fraude. Por tanto, é necessário voltar a por em prática a trégua, como se conhece comumente, a qual foi instaurada fazem vários anos por nossos santos padres. Os exorto e exijo que cada qual se esforce para que se cumpra a trégua em suas respectivas dioceses. E se alguém for levado por sua arrogância a romper essa trégua, pela autoridade de Deus e com a aprovação dessa assembléia deve ser então declarado a anátema. Embora, oh filhos de Deus, vos sabeis, prometeram mais firmemente que nunca manter a paz entre vocês e manter os decretos da Igreja, ainda existe um importante trabalho que devem realizar. Ungidos pela correção divina, devem aplicar a força de vossa retidão a um assunto que interessa a Deus. Posto que vossos irmãos que vivem no Oriente, requerem urgentemente as vossas ajudas, e vós deveis esmerar para prestar-lhes a assistência que a eles vem sendo prometida faz tanto tempo. Aí que, como sabeis todos, os Turcos e os árabes, os tens atacado e estão conquistando vastos territórios da terra de România (Império Bizantino), tanto no oeste como na costa do Mediterrâneo e em Helesponto, que é chamado o braço de São Jorge. Estão ocupando cada vez mais e mais os territórios cristãos, e já venceram sete batalhas. Estão matando e capturando muitos, e destruindo as igrejas e devastando o império. Se vós, impuramente, permitires que isso continue acontecendo, os fieis de Deus seguiram sendo atacados, cada vez mais com dureza. Em vista disso, eu, e não bastante, Deus, os designa como herdeiros de Cristo para anunciar em todas as partes e para convencer as pessoas de todas as gamas, os infantes e cavaleiros, para socorrer prontamente aqueles cristãos e destruir a essa raça vil que ocupa as terras de nossos irmãos. Digo isto para os presentes, mas também se aplica àqueles ausentes. Mais ainda, Cristo mesmo os ordena. Todos aqueles que morrerem pelo caminho, seja por mar ou por terra, em batalha contra os pagãos, serão absolvidos de todos seus pecados. Isso lhe é garantido por meio do poder com que Deus me investiu. Oh terrível desgraça se uma raça tão cruel e baixa, que adora demônios, conquistar a um povo que possui a fé de Deus onipotente e tem sido glorificado em nome de Cristo! Com quantas reprovações nos oprimiria o Senhor se não ajudarmos a aqueles, que como nós, professam a fé de Cristo! Façamos que aqueles que estão promovendo a guerra entre fieis marchem agora a combater contra os infiéis e conclua em vitória uma guerra que deveria ter se iniciado há muito tempo. Que aqueles que por muito tempo tem sido foragidos, que agora sejam cavaleiros. Que aqueles que estão pelejando com seus irmãos e parentes, que agora lutem de maneira apropriada contra os bárbaros. Que aqueles que estão servindo de mercenários por pequena quantia, ganhem agora a recompensa eterna. Que aqueles que hoje se malograram em corpo tanto como em alma, se dispunham a lutar por uma honra em dobro. Vejam! Neste lado estarão os que lamentam e os pobres, e neste outro, os ricos; neste lado, os inimigos do Senhor, e em outro, seus amigos. Que aqueles que decidam ir não adiem a viajem senão que produzam em suas terras e reúnam dinheiro para os gastos; e que, uma vez concluído o inverno e chegada à primavera, se ponham em marcha com Deus como guia”. Durante a proposta de alistamento, consta que Pedro, o Eremita, teria gritado Deus vult, o que todos repetiram em uma só voz: “Deus vult! Deus vult!” (Deus quer!). Os cristãos ficaram convencidos da justiça de sua causa e decidiram pela guerra. A partida foi então programada para 15 de agosto de 1096. Para distinguir o exército católico de qualquer outro movimento, o Papa determinou que os seus homens usassem uma cruz vermelha costurada a roupa. Diz Urbano II “…a conselho do espírito santo.”
Memo, excelsocon.org/old/literaturas/sintese_historica/historia_geral/as_cruzadas. Extraído da “Gesta Francorum” adaptado e traduzido por Cato.
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