O "Complexo de Messias" tem sido uma ferramenta recorrente de que se valem inúmeros maçons, especialmente aqui no Brasil, quando escrevem algum texto a respeito da Sublime Ordem.
As exageradas e frequentes referências a Jesus Cristo, a Apóstolos, a citações bíblicas e por aí afora, acabam por revelar algo que a própria Maçonaria rechaça, ou seja; o "proselitismo religioso", que significa um postulado, uma apologia ou uma clara preferência por determinada religião, credo ou doutrina.
Cabe deixar manifestado que este espírito messiânico em nada contribui para o desenvolvimento intelectual do maçom, especialmente em se tratando de uma Instituição Iniciática que trouxe consigo inúmeras influências históricas, lendárias, místicas e religiosas, especialmente do cristianismo e do judaísmo em menor escala, mas que desde o advento do Iluminismo, seu perfil e sua exegese ganharam um caráter notadamente "Especulativo".
Isso lhe confere portanto, a missão inequívoca da busca do Conhecimento e do Aprimoramento humano através da Investigação e do Estudo, sem se pautar pela insistente explicação das coisas sob um prisma sobrenatural, divinal, transcendental e metafísico.
Não raro, deparamo-nos com Trabalhos, Palestras, Artigos e Textos em que a veneração e o culto às divindades não passam despercebidos.
Pelo contrário, parecem peças religiosas.
Cabe salientar e deixar cristalinamente claro, que o fato de na maioria dos rituais maçônicos encontrarmos ainda fragmentos de orações e até mesmo de salmos e citações bíblicas, isso não lhe confere um aspecto religioso, senão histórico e ritualístico, fruto da Tradição, e em razão da significativa influência da Igreja no passado - mormente durante a Idade Média - quando a Ordem tinha um caráter Operativo e sua base era composta pelas Corporações de Ofício, guildas e operários, cujo embasamento cultural se traduzia fundamentalmente através do pensamento religioso.
O Iluminismo, foi um divisor de águas na história da Maçonaria, que com os Maçons Aceitos, elencado por figuras exponenciais da cultura, dentre Filósofos, Escritores, Artistas, e Intelectuais, dotaram a Ordem de uma característica muito mais profunda e dialética que se constitui no trabalho do aprimoramento interior do Homem, sob a chancela antropocêntrica e hominal, sem no entanto abdicar de um senso comum que é a crença num "Princípio Criador e Incriado do Universo" a que os Maçons designam como "G.'.A.'.D.'.U.'."
Parabéns, Mestre Agrella! O irmão toca - com a maestria de sempre - num ponto nevrálgico da Sublime Ordem! Aproveito o ensejo, para desejá-lo um feliz natal e um próspero 2024!
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