Desde os primórdios da criação, quis o Eterno que o homem experenciasse a liberdade de escolha ou livre-arbítrio. Não por acaso, no jardim do Éden, advertiu a Adão e à Eva que poderiam provar dos frutos ali existentes, à exceção daquele contido na árvore do conhecimento do bem e do mal.
Caso o Criador de Todas as Coisas fosse um déspota ou ditador, poderia sim ter interferido no processo de decisão de seus filhos; todavia, acredita-se piamente que, naquele momento, fora oportunizado ao homem talvez aquilo que seja considerado o seu maior patrimônio: o poder de decidir a sua vida, a liberdade para que se enveredasse ou não por determinado caminho.
Isso é o que nos diferencia dos demais seres criados, os quais são submetidos às leis da natureza e criados por Deus, cumprindo, assim, Sua Vontade. Essa liberdade é a que nos capacita ascender aos mais elevados planos espirituais, mas que, de igual sorte, pode nos levar aos mais profundos abismos do fracasso individual e coletivo.
A finalidade precípua – e divina- da Criação foi conceber um ser que reconhecesse a existência de Deus enquanto Senhor do Universo, permitindo a essa criatura a possibilidade de se aproximar de seu Criador, obedecendo Sua Vontade, ou de afastar-se dEle. A espinha dorsal disso tudo é o que conhecemos por livre-arbítrio ou liberdade de escolha.
A magnificência do Arquiteto Maior, quando de nossa “concepção”, possibilitou-nos a condição de seres livres para vivenciarmos o caminho ao Seu Lado, desfrutando todo o resplendor e glória naquele estado (plano) de consciência chamado Jardim do Éden.
Lado outro, o casal primordial não hesitou uma vez sequer, e tão logo submetidos ao primeiro –e fatal- desafio, sucumbiram, feito nós temos sucumbido há várias gerações. O casal, no passado, feito nós, no presente, não resistiu à astúcia e à sedução da serpente, que os persuadiu e os concitou à desobediência, sob o argumento de que poderiam se tornar feito Deus.
Desde a nossa queda, narrada no livro de gênesis, temos buscado o nosso reencontro com o Eterno; sabemos que o mal e a mortalidade foram em nós introjetados, e para que novamente ascendamos, teremos de travar uma constante luta conosco mesmos. Esse processo demanda tempo e a imolação de um sem número de paixões e vícios, os nossos maiores algozes.
Enquanto descendentes do primeiro homem, nosso objetivo é alcançarmos a glória da imortalidade, a fim de que, redimidos e aperfeiçoados, sejamos merecedores de provarmos o fruto (não proibido) da árvore da vida. A liberdade de escolha continua sendo nossa...
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