dezembro 06, 2023

O FIO DO CINZEL - Roberto Ribeiro Reis


A dedicação incansável ao   trabalho deve ser,   precipuamente, um dos   objetivos do Maçom. Não é exclusividade dos aprendizes, por serem incipientes na Arte Real, mas deve ser atributo de todo Pedreiro, cujo desiderato maior é o de ver a Obra Justa e Perfeita.

Que nossa labuta seja –literalmente- “maçante”, não no sentido de ser exaustiva, mas que   traduza, simbolicamente,   que em todo nosso labor   houve o emprego da determinação e vontade típicas do que representa o maço.

Que essa vontade se dê de maneira firme, constante e resoluta; que em nossas Oficinas todos os Obreiros promovam a edificação de acordo com o que reza a Gloriosa Cartilha do Grande Arquiteto.

Que não nos tornemos   insipientes a ponto de   macularmos a Excelsa   Ordem, menoscabando o Grande Projeto que o Criador tem nos revelado, e em cujas diretrizes devemos todos confiar.

Não nos alienemos a tal ponto de embrutecermos –ainda mais – nossos sentidos. Que possamos   cinzelar as asperezas e   imperfeições que nos   envolvem o coração empedernido e, especialmente, a alma.

Observaremos em nossas vidas uma mudança gradativa, lenta, porém de vital importância: uma discreta, pequena, no entanto visível fagulha de luz, produzida pelo fio do cinzel.

Para os imediatistas, um esforço hercúleo para  quase nada. Todavia, para   nós que sabemos que a edificação do templo íntimo ideal demanda dedicação de tempo e muita prática, essa faísca luminosa é uma conquista formidável e de um valor incomensurável.

Ninguém experimenta a faculdade, sem antes ter passado pelo ensino médio. Para nós Maçons, considerados essencialmente progressistas, a evolução interior é um processo paulatino, que deve ser exercido com o preparo necessário.

O fio de luz que há no cinzel é o resultado da aplicação disciplinada, sistêmica e que envolve o estudo aprofundado e individualizado dos Obreiros, na busca incessante e incansável por seu autoconhecimento.

Só teremos acesso à Luz Infinita no momento que em nosso recipiente (ou templo interior) esteja apto a recebê-la. E só estaremos aptos a tal benesse quando nos conhecermos e nos libertarmos através da Verdade.

Por tais motivos, é que o trabalho exercido com o Maço e o Cinzel não é exclusividade dos   Aprendizes, mas de todos   nós Maçons, que   buscamos a luz da   verdade e do conhecimento.

Todas as ferramentas presentes em Oficina estão  dispostas em nosso favor. A única diferença existente é que, à medida que ascendemos pelo estudo, temos a oportunidade de   manusearmos todos   Instrumentos Reais, deles   absorvendo a instrução necessária para a nossa marcha evolutiva.




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