O mestrado maçônico, teoricamente, é o auge do simbolismo, mas será que todo aquele que atinge o grau de Mestre Maçom se encontra preparado para o importantíssimo papel que a maçonaria lhe reserva?
A palavra “mestre”, tão importante para nós, maçons, deriva do latim magister, que traduz como professor, ou seja, aquele que professa algo, que se dedica à arte de ensinar.
Ser um verdadeiro Mestre Maçom é sonhar o sonho de cada Aprendiz, de cada Companheiro, e se tornar um exemplo vivo de dedicação, respeito, doação, ética, tolerância, humildade, paciência, justiça, amor ao próximo e dignidade.
O Mestre Maçom deve seguir quase de forma imperceptível, transmitindo aos Aprendizes e Companheiros não apenas a sua sabedoria e os seus conhecimentos teóricos, mas também um pouco de sua fé e muito do seu amor por nossa Sublime Instituição.
Dentro das nossas lojas, identificamos diversos tipos de mestres: há os que falam bastante e de forma prolixa, mas ninguém os ouve; muitos fazem longos e inflamados discursos, esbanjam verborragia, mas suas falas são vazias, raramente os sentimos em nosso amago; Outros, de maneira ríspida, nos golpeiam com suas línguas ferinas, porém não geram cicatrizes.
Os mestres desse tipo consideram-se os donos da verdade, únicos conhecedores dos nossos “segredos” e da nossa ritualística, mas por outro lado disputam os primeiros lugares no ranking da animosidade.
O papel de um Mestre é tão importante que a sua postura pode tanto estimular quanto desestimular o nosso obreiro.
O Mestre Maçom mais esclarecido, estudioso e comprometido, auxiliará Aprendizes e Companheiros a superar suas limitações, conduzindo-os de forma equilibrada para angariarem forças e triunfarem sobre as dificuldades que certamente surgirão.
A diferença entre o Mestre preparado e um mestre comum é, em todos os aspectos, incalculável.
Ressalve-se que ainda há em nosso meio aquele que permanecerá na instituição anos e anos, muitas vezes até a sua morte física, todavia sem compreender a dimensão dela.
Isto não é um privilégio da Maçonaria, existe em todos os ambientes e em todas as sociedades organizadas.
Em nossa Ordem, costumo denomina-los de maçons festivos ou maçom protocolar.
Frequentam nossas lojas, mas no fundo não sabem por que o fazem.
Muitas vezes, através de manobras politicas, estimulados pela vaidade, alcançam o Veneralato, conduzindo sua loja rapidamente ao caos.
O progresso dos neófitos será proporcional aos ensinamentos e orientações recebidas dos mais experientes.
Muito pior do que não aprender é aprender de forma errada.
Quando o neófito assimila uma postura errada, continuará propagando erros e equívocos no decorrer de toda sua jornada maçônica.
Como cobrar de um Aprendiz ou Companheiro para que ele se conserve em sua coluna, com o devido respeito, disciplina e ordem, quando observa mestres mais antigos sentarem-se ou comportam-se de forma descuidada?
Balandrau com colarinho aberto, pernas cruzadas ou distendidas lateralmente, entre outras negligencias de posturas.
O que será que passa pela cabeça de um Aprendiz ou Companheiro quando observam um Mestre cochilando, bocejando ou espreguiçando- se no Oriente?
Que interpretações terão nossos neófitos, ao verem seus mestres Instalados, conversando, e às vezes até rindo, consultando as mensagens do seu celular, totalmente alheios á ritualística e ao cerimonial em si?
Somente com um solido programa de aperfeiçoamento litúrgico, nossas lojas se distanciarão daquela Maçonaria protocolar, viciosa e inútil.
É fundamental caminhar na direção de uma ordem mais coerente, efetiva e espiritualizada.
O neófito será sempre o reflexo das atitudes de seus mestres e aqui é imperativo que se entenda por Mestre, não os mais sábios e experientes, mas os Mestres verdadeiramente dedicados e comprometidos com a nossa Instituição.
O Mestre Maçom cheio de conceitos equivocados, de hábitos, de pontos de vista dogmáticos, estará distante de captar o sentido real da Maçonaria, que se expressa justamente através da simplicidade e da humildade do verdadeiro e sincero maçom, através do exemplo dos bons e dos dedicados mestres é que a Maçonaria caminha e evolui.
Tudo na Ordem ocorre em razão da caminhada correta dos verdadeiros Metres Maçons.
O neófito pode encontrar e trazer valores com ele, mediante os quais e a cada dia, ele chegará mais próximo da perfeição, ninguém desenvolverá valores os quais não possua dentro de si.
Felizmente, para nós e para a Maçonaria, existem aqueles mestres que nos marcam profundamente com a sua sabedoria e com suas significativas atitudes.
Na presença de tais irmãos, nós sentimos mais alegres, há uma leveza e uma aura de felicidade no ar.
São esses mestres que nos transmitem a segurança e a tranquilidade para seguirmos em frente, sem eles não haveria a Maçonaria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário