É dado e sabido que o ser humano é um animal gregário e que convive socialmente, até mesmo para sua evolução, física, mental, espiritual e intelectual.
Inobstante este aspecto, cabe lembrar que "dar um tempo a sí mesmo", invariavelmente se revela uma necessidade pessoal.
Nascemos, atamo-nos a vínculos naturais, circunstantes à própria vida e somos parte de uma complexa engrenagem universal.
Apesar de tantas andanças e experiências que acumulamos, lá no fundo, somos indivíduos.
Convivemos e compartilhamos.
Porém, a cada dia desta nossa aventura chamada vida, dividimos e multiplicamos, somamos e subtraímos numa complexa ciranda aritimética que nos acompanha ao longo de toda nossa existência.
Apesar de tudo, ainda assim, dispomos de uma propriedade única e intransferível que é a nossa individuação.
Pois é, esta individuação, se traduz como um processo pelo qual uma parte do todo vai se revelando gradativamente uma característica cada vez mais distinta e independente no nosso interior mais recôndito como combustível de nossa personalidade.
Nesse processo comportamental, há que se registrar uma explícita diferença entre "afastamento" e "isolamento".
No primeiro caso, o afastamento reside na necessidade voluntária ou involuntária de - em caráter transitório - buscar abrigo num território onde podemos refletir, repensar e fazer um balanço de certo modo mais profundo e equilibrado sobre nossas açõe e reações.
Para que isso se materialize é preciso que esse tempo possa nos reanimar e nos fazer sentir mais firmes e confiantes na retomada do caminho para o nosso aprimoramento da consciência.
Por outro lado, o isolamento, remete-nos a um estado de abstenção do convívio com outros indivíduos ou com a sociedade de forma muito mais preocupante.
Sua característica, via de regra, reveste-se de razões mais agudas de ordem emocional, tais como: depressão, sentimento de não identificação ou de não pertencimento e até mesmo de insatisfação consigo mesmo ou com outros grupos sociais.
Neste caso uma ajuda terapêutica é de indiscutível valor.
O que vale no final das contas é a percepção para descobrir que estrada estamos percorrendo e com que habilidade conseguimos transitar sem sofrer maiores percalços.
Portanto, "dar um tempo pra sí mesmo" não faz mal a ninguém.
Pelo contrário, é uma oportunidade sem igual, para que possamos reencontrar nosso próprio eixo e justificar nosso lugar no mundo.
Caro Mestre Agrella, sempre preciso !...
ResponderExcluirPelas letras, um " Rivotril " cultural