I
Quanta saudade que dá,
Dos ranchos e marchinhas,
Dos grandes bailes nos clubes,
Animadas por bandinhas,
Multidão atrás das banda,
Famílias com criancinhas.
II
O teu cabelo não nega,
Me dá um dinheiro aí,
Cabeleira do Zezé,
Saca-rolha com taí,
Cidade maravilhosa,
Essa música eu pra ti.
III
Allah-lá-ô com Aurora.
Ô balancê, balancê,
A jardineira está triste
Quero dançar com você
Venha cá linda morena
Anavatu, anarriê.
IV
Está chegando a hora,
Muitas águas vão rolar,
Pedindo mamãe eu quero,
Abre alas que vou passar,
Vou amar as pastorinhas,
Se canoa que não virar.
V
Da folia, daqui não saio,
Acorda Maria bonita,
Oba, ali tem só cachaça,
Bem alegre alguém grita,
Pierrô apaixonado,
Com o seu traje de chita
VI
Quanta saudade me dá,
Desse tempo de outrora,
Dos carnavais de clubes,
Não existem mais agora,
Da paz e tranquilidade,
De brincar a qualquer hora,
VII
Hoje o velho carnaval,
Faliu está tão doente,
É vandalismo na rua,
Cada qual o mais valente,
Muita droga, morte e furto,
Que domina essa gente.
VIII
Não existe marcha e rancho,
Só axé onde estiver,
A mulher já virou homem,
Homem já virou mulher,
Inventaram abadá,
E só compra quem puder.
IX
A massa dominadora,
Que faz parte da folia,
Não se arruma pra brincar,
Investe em sexo e orgia,
Pensa apenas no dinheiro,
Esqueceram da alegria.
X
Hoje o carnaval apenas,
É bagunça e confusão,
Pierrô e colombina,
Se afastaram do salão,
Deixaram muita saudade,
Dentro do meu coração.
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