O influente e notável escritor e poeta irlandês Oscar Wilde escreveu :
"...Viver é a coisa mais rara do mundo.
A maioria das pessoas apenas existe..."
Se nos ativermos ao plano da essência filosófica e não meramente formal, perceberemos que há uma significativa e sensível diferença entre existir e viver.
"Existir" traduz-nos a ideia e a noção de presença, seja ela material ou abstrata, breve ou longa, inteira ou parcial.
Porém, na sua acepção vocabular, seu significado está atrelado a um conceito de inércia e de permanência.
A existência, por si só, revela um estado que não comporta movimento ou transformação.
Simplesmente é ou está.
Essa passividade é o que caracteriza sua configuração no tempo e no espaço.
E que fique claro que não há absolutamente qualquer indício de demérito nisso.
Pelo contrário, a existência é o que provoca a capacidade de se tornar referência a tudo o que gravita, transpõe, transita e até o que se distancia ou se afasta de seu eixo.
Por outro lado, se nos abstivermos de um olhar incisivamente cartesiano, perceberemos que "viver" revela a dimensão de um significado pleno de desafios, posto que sua essência, enseja a
capacidade de transformar, modificar, de ser ativo, e de que o ser humano está propenso a se adaptar às mais diversas circunstâncias, uma vez que a vida é a experiência mais densa e profunda pela qual se pode transitar.
Ao historiador grego Plutarco, é atribuída a frase:
"...É preciso viver, não apenas existir..."
Sem qualquer intenção de se inspirar em frases, mas é inequívoco que o exercício do pensamento se vale de referências, até mesmo porque viver impõe essa ação contínua para que a nossa existência se justifique e faça sentido.
Cada um de nós, vive sua história na intensidade que lhe é permitida.
E essa prerrogativa existe como um registro particular e pertinente a tudo o que cada um de nós produz ou produziu.
O desejo latente que cada pessoa leva consigo é o de viver e não apenas o de existir.
Dispomos do dom da escolha de viver bem, de viver feliz, e não de deixarmo-nos ser "levados pela vida".
A vida é o maior bem que o ser humano possui.
Isto significa que em principio, "viver" é antes de mais nada um genuíno ato de sabedoria, ao passo que "existir" constitui-se numa relação cronológica, que se estabelece entre o ser humano e o Universo, que obedece um critério de duração e de conformidade com as experiências acumuladas.
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