Em maldita hora,
Alma aflita chora
O grande desperdício;
É o irmão que, agora,
Sai da Loja e, lá fora,
Deixa um mau resquício.
A par do juramento,
Total desregramento
Invade-o, infelizmente;
Esquece-se do telhamento,
Falta-lhe o entendimento
De que a Obra é diferente.
Seu autoexílio é certeiro,
Pois ele sim é o primeiro
A declarar sua decadência;
Pobre e infiel ferreiro
Forjou-se, muito aventureiro,
No caminho da imprudência.
O fogo que ora o acomete
O seu avental derrete,
Desnudando-o, por completo;
Sua idade, inda que sete,
À sabedoria não remete
Para decepção do Arquiteto.
Em que pese toda tristeza,
Tenhamos a certeza
De que árdua é nossa luta;
Nossa grande Fortaleza
É a que nos dá a clareza
Para lapidarmos nossa conduta...
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