março 05, 2024

A SOLIDARIEDADE MAÇÔNICA



A Solidariedade Maçônica não consiste, como creem o vulgo e o profano, no amparo incondicional de um Ir.’. ao outro.

Os laços da Fraternidade, quanto ao amparo moral ou material (individual ou coletivo), são oferecidos àqueles que, apesar de praticarem o Bem, sofrem os revezes das vida.

Para os que, trabalhando lícita e honradamente, correm o risco de soçobrar; ou mesmo para os que, tendo fortunas, sentem infelicidade em seu interior e amargas suas almas.

Para estes IIr.’. a Solidariedade Maçônica deverá  e será colocada em prática, pois aí haverá uma causa justa e nobre.

Em nossa iniciação, juramos amar o Próximo como a nós mesmos,  cuja máxima representava o compasso sobre o nosso peito, na justa medida para a construção do mundo de Fraternidade Universal.

Juramos ainda defender e socorrer nossos IIr.’. ; todavia, quando um Ir.’. se desvia da Moral que nos fortifica, ele simplesmente rompe a Solidariedade que nos une.

Estará então em condições notórias de deixar de ser um Ir.’., perdendo todos os direitos ao nosso auxílio material e, principalmente, ao nosso amparo moral.

Há quem defenda que Irmão será sempre Irmão, contudo a própria legislação que rege a Ordem declara sua suspensão desse Direito, sob determinadas circunstâncias. 

Logo, essa Solidariedade não dá guarida à ignorância e ao preconceito.

Em igualdade de circunstâncias, devemos preferir um Ir.’. a um profano; mas nunca devemos fazê-lo se assim cometermos uma injustiça - a cada um, o que é de seu mérito.

Ela não existe para ferir nossa consciência.

Seus ensinamentos nos conduzem a proteger um Ir.’. no que for justo e honesto, mas sem boas e justas razões não devemos favorecê-lo pelo simples fato de ser Ir.’..

Ademais, tal Princípio nos ensina tanto a dar quanto a não pedir sem a justa necessidade.

A Ordem, idealmente, só admite entre os seus membros aqueles que são probos, de caráter ilibado, que tenham a faculdade chamada inteligência e que sejam livres e de bons costumes.

Assim é natural que MM.’. cheguem a posições sociais elevadas, visto se destacarem por suas qualidades pessoais.

Se alguém pretende obter o mesmo, utilizando-se unicamente de um sistema de favorecimento, proteção e acobertamento fazem mal em entrar para o seu seio.

Sua admissão padece de vício insanável, de erro essencial quanto à pessoa.

Para estes casos, nossa Ação Moral, nossos Princípios e Leis hão de serem instrumentos seguros para separarmos o joio do trigo - e ficarmos com o trigo.

A Solidariedade, aliás, não está adstrita aos Ir.’., estende-se a todos os Homens e se materializa não apenas no amparo imediato, mas na educação.

O exercício da Solidariedade, assim, deve pautar-se em duas palavras - tolerância e humildade.

A predominância da Humildade se faz necessária em todas as ações que empreendermos e desenvolvermos, para que o auxílio não se transforme em esmola e enodoe a alma do necessitado.

A Tolerância para com os nossos semelhantes, quer em suas opiniões, quer em suas crenças, impõe-se para garantir a Liberdade e a Justiça.

É pensamento muito bem traduzido por Voltaire: “Discordo de tudo quanto dizes, mas defendo até a morte o direito de dizê-lo.”

Ambas serão, portanto, utilizadas para Educar os que necessitam e, pelo processo dual, nos educarmos.

Ensinar aquilo que realmente sabemos e com isto nos instruir também.

Corrigir e alertar para os erros que atentem quanto à ética e compromissos inerentes à sociedade.

Cabe aqui encerrar com La Fontaine, em trecho do prefácio de “FÁBULAS DE ESOPO”:

...“Antes de sermos obrigados a corrigir nossos maus hábitos, é necessário que nos esforcemos para torná-los bons”...

(Fonte: https://focoartereal.blogspot.com.br)

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