O progresso dos meios de comunicações, o aumento considerável de edições de livros, revistas e boletins maçônicos, ao exemplo do que fazem os grupos virtuais, contribuem para o crescimento da oferta de informação. Por este caminho é que procuramos colaborar com esta mensagem de alerta no sentido de banir de nossas alocuções o uso indevido de expressões não condizentes com o conhecimento que o Maçom praticante deve ter e preservar.
Na retórica do cotidiano da Loja, encontramos palavras que deveriam ter desaparecido, há tempos, da terminologia maçônica. Alguns Maçons teimam em defender o uso dessas expressões dizendo-as consagradas pelos “Usos e Costumes”, apresentando definições equivocadas, quando não, inventadas, e que só fazem macular a imagem do Maçom e da Maçonaria no que diz respeito à etimologia e ao idioma vernáculo.
Pela coleção e constatação de fatos, e em função do resultado de nossas pesquisas, apresentamos os comentários a seguir sobre algumas dessas expressões as quais consideramos as mais equivocadamente utilizadas.
FILOSOFISMO
Filosofismo possui designações claramente definidas e grafia correta, entretanto, se usado na Maçonaria com menção aos chamados, Graus Filosóficos é pejorativo e depreciativo.
“... a péssima qualidade dos Manuais Escolares que, entre tantas outras aberrações, confundem a Filosofia com Filosofismo. ...Uma das características centrais do Filosofismo é a estereotipar o saber filosófico” – (Roberto Bazanini - Bacharel em Filosofia, Mestre em Comunicação (UMESP-S.B.C.) Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC –SP)”
Filosofismo [De filósofo + -ismo.] S. m. Mania de Filosofar. Falsa filosofia. Mania [Do gr. manía, 'loucura'.] S. f. Excentricidade, extravagância, esquisitice. Mau costume; hábito prejudicial; vício. (Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa).
Filosofismo. S. m. (derivado de filosofia), é um termo depreciativo, que significa falsa filosofia, mania de filosofar. Por uma pretendida analogia com o termo simbolismo, usado para designar a Maçonaria Simbólica, muitos Maçons usam o vocábulo filosofismo para designar o terreno dos Altos Graus, também chamados Graus Filosóficos. Esse uso é indevido, impertinente e incorreto. (José Castellani)
TRONO (DE SALOMÃO)
Muitos Obreiros costumam confundir Trono com mesa, Altar ou área do Altar – chamam de Trono tudo o que se encontra sob o dossel –, o que é um erro. Trono é a cadeira onde tem assento o Ven:. Mestre. Atrelado ao equivoco segue o mais peculiar que é o do Venerável Mestre convidar algum Irmão para ocupar “um dos lugares no Trono”, quando o correto seria “no plano do Trono”, ou, “um dos lugares a seu lado”. O Venerável Mestre senta-se “no” Trono e não “ao” Trono. Torna-se óbvio, então, que a referência é à cadeira, pois, sabemos que mesa não é assento. Vale lembrar que embora consagrado pelo uso, o correto é denominar-se simplesmente como “a cadeira do Venerável Mestre” ou apenas “Trono”. Nunca Trono de Salomão, já que este só existe na Cerimônia de Instalação. A arquitetura, bem como a decoração do Templo Maçônico não é por réplica ao Templo ou Palácio de Salomão. Os primeiros Templos Maçônicos foram construídos na Inglaterra, no século XVIII por projetos inspirados nas grandes edificações da época, principalmente, dos Templos Anglicanos e o do Parlamento Britânico. Destes se originam o Átrio, o Mosaico, as disposição dos lugares, etc., Inclusive a Sala dos Passos Perdidos copiada do Parlamento que até os dias de hoje existe e assim é denominada. Os Templos maçônicos atuais representam a terra e o universo. No REAA isso é claramente visível: a Abóbada Celeste, as Colunas Zodiacais, o Norte, o Sul, o Oriente, o Ocidente, o Zênite e o Nadir. Diga-se de passagem, Templo é denominação mais comum aos países latinos. Nos demais países prevalece o uso da expressão Sala ou simplesmente Loja.
VENERANÇA
Esta palavra não figura em nenhum dos dicionários dos países de língua portuguesa. “Venerança” é uma corruptela, ou seja, uma palavra corrompida, o vocábulo verdadeiro é VENERALATO, induz, ainda, a erros mais grosseiros, como, “Venerância” ou se pior fosse possível, “Veneralança”. Sufixo nominal é aquele responsável pela formação de nome (substantivos ou adjetivos) que compõem as palavras alusivas a ocupação de cargo, ofício ou dignidade – Barão = Baronato, Tabelião = Tabelionato, Cardial= Cardinalato, Oficial= Oficialato, Venerável= Veneralato. Um termo só é compreendido quando se sabe os significados que ele pode ter e em que contexto ele é aplicado. Veneralato é o período do cargo de Venerável Mestre de uma Loja e não qualidade ou sinônimo do título.
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