Confiança e amizade requerem tempo.
A Maçonaria é
Centro vivo de união
Onde o espírito fraterno
Fermentado na Razão
Cresce em Beleza e Justiça
Para erguer uma nação
Veja, a hospitalidade,
Virtude que é santa e bela
É a marca registrada
Daquele que se revela
De vida justa e cristã
E no mau não se enovela
Diz o Novo Testamento
O Livro Santo Cristão
Que o irmão hospitaleiro
É o que tem bom coração.
Altruísta em sentimento
Sempre bom anfitrião.
Lá no Novo Testamento
Tem a hospitalidade
Como marca registrada
De uma nobre atividade
Na vida do bom cristão
É amor, fraternidade.
Numa Loja há muitos cargos
Todos eles respeitáveis
É a Hospitalaria
Um dos postos veneráveis
Que fazem brilhar a Loja
Dentre os mais consideráveis.
Eu já fui hospitaleiro
Quando fui solicitado
Apresentei-me de pronto
E neste posto instalado
Fui cumprir nobre missão
No que fui considerado
Na hora certa, aprazada
E conforme o ritual
Vai então o Hospitaleiro
Postar-se no seu local
Para cumprir a missão
Da qual tem bom cabedal
Ao Segundo Vigilante
Faz notar sua presença
Ao postar-se entre colunas
Solicitando licença
Para circular na Loja
A bolsa de beneficença.
A bolsa, saco ou “bornal”
É o que lhe caracteriza
As doações dos Irmãos
Vão servir-lhe de baliza
Para as ações beneméritas
Que o Mestre agiliza.
Com ela cumpre seu giro
Determinado, ciente
Sabedor que seu ofício
Deve ser eficiente
Dentro ou fora da Loja
No labor beneficente
Cada irmão contribui
No que toca o coração
Ciente que o seu óbolo
Confortará outro irmão
Que estando longe ou perto
Necessite de atenção.
Segue então o Hospitaleiro
A fazer o seu trabalho
Como lhe fora ordenado
Sem conversa, sem empalho
Estando ativo, atento
Pra não fazer ato falho.
Vai primeiro ao Oriente
Segue a orientação
De cada irmão uma avença
Que mandar o coração
Aquele que não puder
Simplesmente estende a mão
O hospitaleiro é
Um plantonista de faro
Detecta entre os irmãos
O que precisa de amparo
O socorrista eficaz
Nisto tem muito preparo.
Suas qualidades vão
Muito além do ser bondoso
Tolerante, solidário
Por isso tão prestimoso
Atende sempre um chamado
No seu dever é zeloso.
Esse irmão, Grande Esmoler
Na sua ação social
Ajunta esforços de todos
Com um auxilio real
Seja este financeiro
Ou no conforto moral.
Também ampara ao estranho
Que vem à porta bater
Ainda, se alguém encontra
Infeliz a padecer
Acorre em seu socorro
Ciente do seu dever.
Viva o Mestre Hospitaleiro!
E sua altiva atitude
Viva a Hospitalaria!
Essa bendita virtude
E que a nobreza da alma
Se reflita em amplitude.
“Hospitalidade é dar espaço para as pessoas que têm necessidades”.
“A hospitalidade pode preencher o vazio de um coração solitário”.
A palavra “hospitalidade” no grego significa “amor pelos estranhos”. Quando Paulo fala em “Romanos 12:13”, sobre “praticai a hospitalidade” ele está nos convocando a buscar relacionamentos com pessoas que estão em necessidade, e esta não é uma tarefa fácil.
O escritor Henri Nouwen compara estas palavras à maneira de alcançarmos aqueles que encontramos em nossa caminhada pela vida — que possam estar afastados de sua cultura, país, amigos, família, ou até mesmo de Deus. Diz o escritor: “Hospitalidade, portanto, significa primeiramente a criação de um espaço livre onde o estranho possa entrar e tornar-se um amigo, em vez de inimigo. Hospitalidade não é para mudar pessoas, mas para oferecer-lhes espaço onde mudanças possam acontecer.
Para Rui Bandeira, em artigo publicado no Blog “A Partir Pedra”: “O Hospitaleiro é o elemento da Loja que tem o ofício, a tarefa, de detectar as situações de necessidade e de prover o alívio dessas situações, quer agindo pessoalmente, quer convocando o auxílio de outros maçons ou, mesmo, de toda a Loja, quer, se a situação o justificar ou impuser, solicitando, por meio da Grande Loja e do Grande Oficial com esse específico encargo, o Grande Hospitaleiro ou Grande Esmoler, a ajuda das demais Lojas e dos respectivos membros.
Um dos traços distintivos da Maçonaria, uma das características que constituem a sua essência de Fraternidade, é a existência, o cultivo e a prática de uma profunda e sentida solidariedade entre os seus membros. Solidariedade que não significa cumplicidade em ações ilícitas ou imorais, ou encobrimento de quem as pratica, ainda que Irmão, ou auxílio ou facilitação à impunidade de quem viole as leis do Estado ou as regras da Moral. O maçom deve ser sempre um homem livre e de bons costumes.
A solidariedade dos maçons existe e pratica–se e sente-se em relação às situações de necessidade, aos infortúnios de que qualquer um pode ser acometido.
Sempre que surgir ou for detectada uma situação de necessidade de auxílio, de conforto moral ou de simples presença amiga, os maçons acorrem e unem-se em torno daquele que, nesse momento, precisa do calor de seus IIr.. Esse auxílio, conforto, são coordenados pelo Hospitaleiro. O Hospitaleiro não é o Oficial que efetua as ações de solidariedade, desobrigando os demais elementos da Loja dessas ações. O Hospitaleiro é aquele com a função de organizar, dirigir, tornar eficientes, úteis, os esforços de TODOS em prol daquele que necessita.
A escolha, a combinação, o acionamento das formas de solidariedade aconselháveis em cada caso cabe ao Hospitaleiro.
A solidariedade é algo que não se esgota em circuito fechado. Para o maçom, a beneficência é um simples cumprimento de um dever. As ações de solidariedade ou beneficência a quem necessita – maçom ou profano – e em auxílio das organizações ou ações que benevolamente ajudam quem precisa são, em relação à Loja, coordenadas pelo Hospitaleiro.
O símbolo do Hospitaleiro é uma bolsa ou um saco, ou ainda uma mão segurando um saco. Bolsa em que o Hospitaleiro deve guardar os meios de auxílio. Bolsa que deve figurativamente sempre carregar consigo, pois nunca sabe quando necessitará de prestar auxílio, material ou moral. Saco como aquele em que, em cada sessão, se recolhe os donativos que cada maçom dá para o Tronco da Viúva”.
QUE O G.: A.: D.: U.: A TODOS NÓS, ILUMINE IGUAL
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