março 01, 2024

O MESTRE HOSPITALEIRO - Aldy Carvalho




                                    

Confiança e amizade requerem tempo.

                                                                                               


A Maçonaria é

Centro vivo de união

Onde o espírito fraterno

Fermentado na Razão

Cresce em Beleza e Justiça 

Para erguer uma nação 


Veja, a hospitalidade,

Virtude que é santa e bela

É a marca registrada

Daquele que se revela

De vida justa e cristã

E no mau não se enovela


Diz o Novo Testamento

O Livro Santo Cristão

Que o irmão hospitaleiro

É o que tem bom coração.

Altruísta em sentimento

Sempre bom anfitrião.


Lá no Novo Testamento

Tem a hospitalidade

Como marca registrada

De uma nobre atividade

Na vida do bom cristão

É amor, fraternidade.


Numa Loja há muitos cargos

Todos eles respeitáveis

É a Hospitalaria

Um dos postos veneráveis

Que fazem brilhar a Loja

Dentre os mais consideráveis.


Eu já fui hospitaleiro

Quando fui solicitado

Apresentei-me de pronto

E neste posto instalado

Fui cumprir nobre missão

No que fui considerado


Na hora certa, aprazada

E conforme o ritual

Vai então o Hospitaleiro

Postar-se no seu local

Para cumprir a missão

Da qual tem bom cabedal


Ao Segundo Vigilante

Faz notar sua presença

Ao postar-se entre colunas

Solicitando licença

Para circular na Loja

A bolsa de beneficença.


A bolsa, saco ou “bornal”

É o que lhe caracteriza

As doações dos Irmãos

Vão servir-lhe de baliza

Para as ações beneméritas

Que o Mestre agiliza.


Com ela cumpre seu giro

Determinado, ciente

Sabedor que seu ofício

Deve ser eficiente

Dentro ou fora da Loja

No labor beneficente


Cada irmão contribui

No que toca o coração

Ciente que o seu óbolo

Confortará outro irmão

Que estando longe ou perto

Necessite de atenção.


Segue então o Hospitaleiro

A fazer o seu trabalho

Como lhe fora ordenado

Sem conversa, sem empalho

Estando ativo, atento

Pra não fazer ato falho.


Vai primeiro ao Oriente

Segue a orientação

De cada irmão uma avença

Que mandar o coração

Aquele que não puder

Simplesmente estende a mão


O hospitaleiro é

Um plantonista de faro

Detecta entre os irmãos

O que precisa de amparo

O socorrista eficaz

Nisto tem muito preparo.


Suas qualidades vão

Muito além do ser bondoso

Tolerante, solidário

Por isso tão prestimoso

Atende sempre um chamado

No seu dever é zeloso.


Esse irmão, Grande Esmoler

Na sua ação social

Ajunta esforços de todos

Com um auxilio real

Seja este financeiro

Ou no conforto moral. 


Também ampara ao estranho 

Que vem à porta bater

Ainda, se alguém encontra

Infeliz a padecer

Acorre em seu socorro

Ciente do seu dever.


Viva o Mestre Hospitaleiro!

E sua altiva atitude

Viva a Hospitalaria!

Essa bendita virtude

E que a nobreza da alma

Se reflita em amplitude.



“Hospitalidade é dar espaço para as pessoas que têm necessidades”.

“A hospitalidade pode preencher o vazio de um coração solitário”.

A palavra “hospitalidade” no grego significa “amor pelos estranhos”. Quando Paulo fala em “Romanos 12:13”, sobre “praticai a hospitalidade” ele está nos convocando a buscar relacionamentos com pessoas que estão em necessidade, e esta não é uma tarefa fácil.

O escritor Henri Nouwen compara estas palavras à maneira de alcançarmos aqueles que encontramos em nossa caminhada pela vida — que possam estar afastados de sua cultura, país, amigos, família, ou até mesmo de Deus. Diz o escritor: “Hospitalidade, portanto, significa primeiramente a criação de um espaço livre onde o estranho possa entrar e tornar-se um amigo, em vez de inimigo. Hospitalidade não é para mudar pessoas, mas para oferecer-lhes espaço onde mudanças possam acontecer.

Para Rui Bandeira, em artigo publicado no Blog “A Partir Pedra”: “O Hospitaleiro é o elemento da Loja que tem o ofício, a tarefa, de detectar as situações de necessidade e de prover o alívio dessas situações, quer agindo pessoalmente, quer convocando o auxílio de outros maçons ou, mesmo, de toda a Loja, quer, se a situação o justificar ou impuser, solicitando, por meio da Grande Loja e do Grande Oficial com esse específico encargo, o Grande Hospitaleiro ou Grande Esmoler, a ajuda das demais Lojas e dos respectivos membros.

Um dos traços distintivos da Maçonaria, uma das características que constituem a sua essência de Fraternidade, é a existência, o cultivo e a prática de uma profunda e sentida solidariedade entre os seus membros. Solidariedade que não significa cumplicidade em ações ilícitas ou imorais, ou encobrimento de quem as pratica, ainda que Irmão, ou auxílio ou facilitação à impunidade de quem viole as leis do Estado ou as regras da Moral. O maçom deve ser sempre um homem livre e de bons costumes.

A solidariedade dos maçons existe e pratica–se e sente-se em relação às situações de necessidade, aos infortúnios de que qualquer um pode ser acometido.

        Sempre que surgir ou for detectada uma situação de necessidade de auxílio, de conforto moral ou de simples presença amiga, os maçons acorrem e unem-se em torno daquele que, nesse momento, precisa do calor de seus IIr.. Esse auxílio, conforto, são coordenados pelo Hospitaleiro. O Hospitaleiro não é o Oficial que efetua as ações de solidariedade, desobrigando os demais elementos da Loja dessas ações. O Hospitaleiro é aquele com a função de organizar, dirigir, tornar eficientes, úteis, os esforços de TODOS em prol daquele que necessita.

A escolha, a combinação, o acionamento das formas de solidariedade aconselháveis em cada caso cabe ao Hospitaleiro. 

A solidariedade é algo que não se esgota em circuito fechado. Para o maçom, a beneficência é um simples cumprimento de um dever. As ações de solidariedade ou beneficência a quem necessita – maçom ou profano – e em auxílio das organizações ou ações que benevolamente ajudam quem precisa são, em relação à Loja, coordenadas pelo Hospitaleiro.

O símbolo do Hospitaleiro é uma bolsa ou um saco, ou ainda uma mão segurando um saco. Bolsa em que o Hospitaleiro deve guardar os meios de auxílio. Bolsa que deve figurativamente sempre carregar consigo, pois nunca sabe quando necessitará de prestar auxílio, material ou moral. Saco como aquele em que, em cada sessão, se recolhe os donativos que cada maçom dá para o Tronco da Viúva”. 


QUE O G.:  A.:  D.:  U.: A TODOS NÓS, ILUMINE IGUAL


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