junho 28, 2024

A RESISTENCIA CULTURAL DE EPICURO AO PARTIGIANO - Ivan Froldi Marzolo




Uma premissa se faz necessário antes de emergirmos neste ensaio, a definição de educação sob o viés Educação como Gênero onde temos duas espécies Escolarização como parte da educação e adquirida junto a  cátedra escolar como discente  e a espécie Educação cuja é resultante da criação e transmissão valores, princípios, usos e costumes que vem de berço. A vanguarda de nossos dias confunde e terceiriza a responsabilização deste gênero e mitiga o mister daquele gênero cujo é o único de responsabilidade do catedrático. 

 Liberdade só vem com a capacidade crítico reflexiva 

A doutrina de Epicuro surgiu em um momento de insatisfação com a condição das Cidades-Estados gregas após a derrota da Batalha de Queroneia. Primeiro por Felipe e depois do Alexandre da Macedônia.  A vida social na Pólis era leviana e marcada pela injustiça social. O poder se concentrava nas mãos de poucos: a aristocracia urbana. Não havia felicidade entres os homens no contexto social, no qual as pessoas se interessavam estritamente pelas riquezas e pelo poder; no contexto religioso, no qual predominava a superstição, a religião tornou-se servil, cercada de mitos e ritos sem significação e também crescia a procura por oráculos e a crença em adivinhações. As pessoas gozavam dos prazeres mais supérfulos advindos das riquezas e, assim, eram relativamente felizes, pois estavam se esquecendo do que realmente proporciona a felicidade. Foi a partir disso que Epicuro criou sua doutrina contra a superstição e os bens materiais, voltada para uma reflexão interior e busca da verdadeira felicidade.

Essa doutrina é dividida em canônica, física e ética. Porém, as duas primeiras partes são esclarecimentos para a fundamentação da ética, visto que as ciências naturais só são importantes na medida em que servem de auxílio à moral. Nenhuma teoria é válida se não possuir um objetivo moral, o qual não possa ser aplicado na vida prática. A finalidade de sua ética consiste em propiciar a felicidade aos homens, de modo que essa possa libertá-los das mazelas que os atormentam, quer advenham de circunstâncias políticas e sociais, quer sejam causadas por motivos religiosos.

A Felicidade é alcançada por meio do controle dos medos e dos desejos, de maneira que seja possível chegar à ataraxia, a qual representa um estado de prazer estável e equilíbrio e, consequentemente, a um estado de tranquilidade e a ausência de perturbações, pois, conforme Epicuro, há prazeres maus e violentos, decorrentes do vício e que são passageiros, provocando somente insatisfação e dor. Mas também há prazeres decorrentes da busca moderada da Felicidade.

Segundo Epicuro, a posse de poucos bens materiais e a não obtenção de cargos públicos proporcionam uma vida feliz e repleta de tranquilidade interior, visto que essas coisas trazem variadas perturbações. Por isso, as condições necessárias para a boa saúde da alma estão na humildade. E para alcançar a felicidade, Epicuro cria 4 “remédios”:

1. Não se deve temer os deuses;

2. Não se deve temer a morte;

3. O Bem não é difícil de se alcançar;

4. Os males não são difíceis de suportar.

De acordo com essas recomendações, é possível cultivar pensamentos positivos os quais capacitam a pessoa a ter uma vida filosófica baseada em uma ética. A felicidade se alcança através de poucas coisas materiais em detrimento da busca do prazer voluptuoso. O homem ao buscar o prazer procura a felicidade natural. No entanto é necessário saber escolher de modo que se evite os prazeres que causam maiores dores; quando o homem não sabe escolher, surge a dor e a infelicidade.

O sábio deve saber suportar a dor, visto que logo essa acabará ou até mesmo as que duram por um tempo maior são suportáveis. A conquista do prazer e a supressão da dor se dão pela sabedoria que encontra um estado de satisfação interna. A virtude subordinada ao prazer só pode ser alcançada pelos seguintes itens:

Inteligência – a prudência, o ponderamento que busca o verdadeiro prazer e evita a dor;

Raciocínio – reflete sobre os ponderamentos levantados para conhecer qual prazer é mais vantajoso, qual deve ser suportado, qual pode atribuir um prazer maior, etc. O prazer como forma de suprimir a dor é um bem absoluto, pois não pode ser acrescentado a ele nenhum maior ou novo prazer.

Autodomínio – evita o que é supérfluo, como bens materiais, cultura sofisticada e participação política;

Justiça – deve ser buscada pelos frutos que produz, pois foi estipulada para que não haja prejuízo entre os homens.

Enfim, todo empenho de Epicuro tinha como meta a felicidade dos homens. Nos jardins (comunidade dos discípulos de Epicuro) reinava a alegria e a vida simples. A amizade era o melhor dos sentimentos, pois proporcionava a correção das faltas uns dos outros, permitindo as suas correções. Com isso, a moral epicurista é baseada na propagação de suas ações, pois ele não se restringiu apenas ao sentimento e ao prazer como normas de moralidade, mas foi muito além de sua própria teoria, sendo o exemplo vivo da doutrina que proferia. Voltar ao jardim interno, o templo interior onde se constroe o prazer, os bons sentimentos,o amor por nossos semelhantes, se retira a má água e se flui o saber divinal .

As cidades Estados se tornaram parte do Grande Império da Macedônia e a forma do prazer interno e o culto intelectual era uma forma de sobrevivência, naquele tempo não se podia ascender materialmente pela grande disputa que se tornou pela riqueza a qualquer preço isso ocorreu à cerca de 336 a.c, outra premissa:

Os partigianos são os partisans da Itália, grupos organizados de resistência contra o fascismo na Europa. Mas a origem é mais antiga: vem das guerrilhas que existiam desde as guerras napoleônicas. Já o termo partisans surgiu na Espanha durante o regime de Franco nos anos 30. No entanto, eles ficaram mais conhecidos no Leste Europeu durante a Segunda Guerra.

Entre as características desse movimento, estão emboscadas, sabotagens e interceptações de mensagens, além do uso de armas brancas para ataques e execuções. São, portanto, a resistência armada contra governos autoritários formada, de modo geral, por soldados desertores e todos os tipos de civis, de todo tipo de ideologia política. Mulheres, religiosos, comerciantes, anarquistas, socialistas e até monarquistas foram partigianos.

Em comum, eles tinham a vontade de libertar o país do fascismo. Mesmo que lhes custasse a morte.

Assim como os partisans da Espanha surgiram durante o governo de Franco, os partigianos na Itália já existiam desde a ascensão do fascismo nos anos 20 de Mussolini. No entanto, eles ficaram mais organizados durante a II Guerra Mundial, quando a Alemanha invadiu a Itália após o Armistício de Cassibile.

Não foi propriamente um cessar-fogo, mas uma rendição da Itália. Assim, as tropas alemãs avançaram por toda a península, causando uma desestabilização forte do governo e desarmando e aprisionando o exército. A resistência veio dos partigianos, com a criação do Comitê de Liberação Nacional, e há uma estimativa de que mais de 300 mil pessoas tenham feito parte do movimento.

Aliás, a resistência popular foi notória nessa época: em Nápoles, após quatro dias de batalha, foi a população que expulsou os invasores alemães.

Os partigianos atuaram até o fim da Guerra, em 1945, com a rendição da Alemanha. Pode-se até dizer que eles deram origem à República Italiana, já que, após a dissolução da Resistência, a Assembleia Constituinte que redigiu a Constituição Italiana foi formada principalmente por membros do CNL. Além disso, ela foi calcada na democracia e no antifascismo. Outro resultado da influência dos partigianos foi o fim da monarquia italiana em 1948.

Considerações finais 

O contexto histórico da resistência foi um tempo que se fazia necessário este enfretamento,  hoje vivemos em uma sociedade Cosmopolita que assim como as cidades estados quando perderam sua identidade ao firmar-se como parte do Grande Império da Macedônia.  A resistência hoje se dá pelo saber, pelo amor a cultura e o conhecimento não se pode abater a inteligência pela ignorância. O dever diário do adepto do Jardim de Epicuro é trabalhar com ambição querendo e produzindo frutos de sua realização e ascenção social para cada vez mais exercer a capacidade do ser político que pode ser exercida no Oikos ou na Polis , mas não com o contrario da ambição que é a ganância que sucumbe e faz a pessoa a qualquer preço chegar ao resultado desejado sem uma luta honrosa e moral. Sob outro viés,  a atual resistência Partidiana é uma cruzada pelo empirismo, pelo combate ao senso comum, pela elevação do staff cultural dos que nos cercam buscando agregar sabedoria e gerir troca de conhecimento entre as pessoas, trazer a capacidade bélica da cultura minando as odes da ignorancia, levantemos pelo amor a sabedoria,  buscando respostas justapostas e confrontadas pela notícia, pela realidade e pelo contexto social reproduzindo o que tem suas fontes definidas e previamente checadas. Consignando na boca de todos os homens o saber ético verdadeiro . Essa é a resistência essa é a armata essa é a verdadeira revolução. O medo da origem ao mal, o homem coletivo sente a necessidade de lutar, são demônios os que destroem o poder bravio da humanidade. Orgulho, arrogância e glória enxem a imaginação de domínio.  Levantesse há um líder dentro de você,  encontre, conserve-ô , faça-ô falar .  

A Resistência Cultural Epicurista Partigiana lhe espera....aliste-se!!!



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