A questão que foi colocada é simples!
Como é que uma loja deve formar um I∴ para que seja um excelente Maçom no futuro?
A simplicidade da pergunta, denota alguma ingenuidade, mas obriga a uma resposta nada fácil. Certamente outros estudiosos da nossa sublime instituição, encontrariam aqui matéria para uma grande dissertação filosófica.
Mas eu confesso que fiquei atrapalhado! Assim surgiu-me uma ideia. Tudo começa no princípio, e o princípio é a escolha, quando abordamos alguém para ser futuramente nosso I∴, que critérios usamos?
Sabemos que a maçonaria lapida o carácter, mas não a personalidade humana, pois esta é imutável. Assim a matéria prima, o futuro I∴ tem que ser muito bem escolhido, muito bem investigado, muito bem inquirido, e o seu escrutínio deve ser realmente sem favorecimentos.
Não deverá ser só porque é meu chefe, meu colega, muito influente ou outras segundas escolhas que não a mais importante, que segundo eu deverá ser: Se tem bom Carácter se é livre e de bons costumes. Nem todos os que lidam diariamente conosco deverão servir para ser nossos irmãos, digo eu!
E se fizermos realmente esta pergunta, antes de indicarmos alguém para ser iniciado, com Certeza estaremos a construir o futuro da Maçonaria que é dependente da formação de bons maçons.
Não se forma bom carácter de quem não tem personalidade e coração sensível ao Bem, de quem não é livre e de bons costumes. Assim mais uma vez reforço que o futuro para se ser um bom Maçom começa pelas escolhas.
Quem realmente pode ser digno de ser nosso I∴ e não haver interesses pessoais ou até mais escusos, como se vê em muitas lojas, que só almejam impor vaidades aos seus membros, como forma cabal e néscia de demonstração de poder, de uma enfermidade que chega às raias do ridículo das vaidades pessoais e até mesmo de um grupo de pseudo maçons.
Agora se fizermos uma boa escolha resposta fica mais fácil de ser esplanada. O verdadeiro I∴ já nasce Maçom, já o demonstrou nas sua atitudes no mundo profano, no seu relacionamento profissional, na família, enfim! Na sua vida. Este sim, está pronto para ser lapidado. Uma pedra bruta que o maço e o cinzel, irão tornar numa escultura de beleza impar, capaz de sentir o verdadeiro amor fraternal.
A verdadeira maçonaria é esculpida no interior da subjetividade, legando a cada um o ónus de se inscrever no livro de presenças da grande Loja do Oriente Eterno.
Não se pode confundir o reconhecimento de direito com o reconhecimento de fato.
Ter carteira e estar em dia com a loja, é condição para ser reconhecido como regular. Mas ser honrado e praticar os ensinamentos maçónicos e vivenciar a verdadeira essência maçónica, é ofício a ser burilado e aplanado pelo mestre interior, e pelos vigilantes da própria consciência e da vida.
O Maçom precisa de ser um construtor de templos à virtude, pois assim são os ditames da fraternidade.
A loja é a escola da sua formação.
Para esse mister, a ela os maçons comparecem com assiduidade, para, com os seus irmãos se instruírem reciprocamente nas práticas da virtude.
O Maçom mesmo esculpindo-se, adapta-se ao espaço que lhe foi reservado no levantamento do edifício social, construindo o seu templo interior.
Mas precisa estar advertido de que na construção do templo, de permeio, no material, encontram-se vários obstáculos, entre eles, a ignorância, os preconceitos, a perfídia e o erro.
Escuso-me aqui de enumerar o significado de cada obstáculo, pois são bem conhecidos por todos nós.
Aqui volto ao início das nossas ponderações: “A Nossa Escolha” quem serão os nossos futuros irmãos? Será sempre Ratificadora, daquilo que almejamos para a nossa ordem”.
Podemos pressupor que todos os verdadeiros maçons têm o domínio sobre o saber necessário para se comportar de forma digna em todos os momentos.
Outro paradigma importante.
A maçonaria é uma escola de formação de líderes e lideranças.
Liderar é influenciar positivamente as pessoas para que elas atinjam resultados que atendam as necessidades tanto individuais quanto coletivas, e ainda, responsabilizar-se pelo desenvolvimento de novos líderes.
Para que tal aconteça, devemos desenvolver entre outras, a capacidade de perseverança, é esta qualidade que nos permite levar por diante o nosso objetivo, com firmeza na construção mais apreciada. Concluo que o Maçom é livre e de bons costumes e sensível ao bem e que, pelos seus ensinamentos da maçonaria busca o seu engrandecimento como ser humano atuante e culto, combatendo a ignorância. A ignorância é o vício que mais aproxima o homem do irracional.
Assim sendo e por ser Maçom, deve conduzir-se com absoluta isenção e a máxima honestidade de propósitos, coerentes com os princípios maçónicos, e para ser um obreiro útil a serviço da nossa ordem e da humanidade.
Não se aprende tudo de uma só vez. O saber é o acumular de experiências e de conhecimentos a que se vai tendo acesso. E esta experiencia continuada e construtiva da maçonaria exerce-se em loja, nos trabalhos e no convívio social, conduzindo o homem aos caminhos da justiça e da tolerância.
Não nos esqueçamos como começamos esta dissertação: O mais importante é a matéria-prima, nas nossas escolhas está o futuro da Ordem. O verdadeiro Maçom já nasce, a iniciação é apenas a formalização de qualidade de direito, pois de fato ele já o é desde o seu nascimento.
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