CONSTRUTORES SOCIAIS - Roberto Ribeiro Reis



O recrudescimento do desamor é algo que tem assustado a todos nós. A superficialidade tem trazido estrago à vida das pessoas, quais as pragas nas lavouras, que a tudo consomem, num apetite célere e voraz.

Homens e mulheres têm vivido relacionamentos tóxicos, calcados em promessas vãs e na falta total de diálogo. Ir a um salão de beleza ou a uma partida de futebol é algo aprazível a cada um deles; no entanto, tirar uma hora por dia para fazerem o inventário do casal ou até para buscarem um auxílio de um analista, parece-lhes algo entediante.

Os influenciadores digitais têm se preocupado em oferecer um (pseudo) manual de felicidade, cujo escopo maior é a busca da riqueza sem esforços, ou esforços demasiados para se atingir a plenitude material. Com o devido respeito, quanta balela e ludibriação!

A exceção das exceções, a nosso sentir, é a Maçonaria. Uma instituição que preza pelo indivíduo, mas igualmente pelo casamento e pela família. O respeito às pessoas que se amam é regra irrevogável para a Matrimonial Ordem!

Os nossos trabalhos visam ao burilamento espiritual dos irmãos; e tudo aquilo que vá de encontro ao casamento é por nós rechaçado, veementemente. Lado outro, tudo o que vá ao encontro do amor fraternal, da reciprocidade, do respeito e da empatia é celebrado por nossa augusta ordem.

Enquanto construtores sociais, temos o dever de buscarmos transformar a realidade na qual vivemos. Se, nesse momento, padecemos de um mundo tóxico, nossa tarefa é a de propiciar meios de desintoxicar os que se encontram ao nosso lado. Ninguém consegue mudar o outro, isso é fato! Mas é possível educar as pessoas muito mais através do bom exemplo, do que somente através das palavras.

A Maçonaria poderia e deveria utilizar seus recursos financeiros não para custear a suntuosidade de palácios – nos quais a maioria da realeza é paladina da soberba e da bazófia aguda – mas para financiar projetos sociais, de formação de jovens e capacitação dos que não têm oportunidade; outrossim, poderia ajudar a combater a fome tão latente nos rincões de nosso país.

Somos livres para pensar, deveríamos ser muito mais fraternos em nosso agir, tornando, por conseguinte, o mundo muito mais igualitário. Não adianta ter a divisa do ideário iluminista somente na teoria. É preciso que a liberdade, a igualdade e a fraternidade sejam expostas como bases sólidas em nossa sociedade, e que, na prática, manifestem-se em planos reais de concreção e materialização, para além do que figurarem somente em um texto constitucional, sem eficácia qualquer.

Aos desavisados de plantão – e que seguem a filosofia das miríades de miríades de incautos – adiantamos que tais medidas não visam ao estabelecimento do comunismo no Brasil ou no mundo (isso já virou até modinha). O desiderato maior do verdadeiro Maçom não é que sol brilhe exclusivamente para si. Não é para isso que ele foi iniciado. O sonho maior de todo Pedreiro Livre é ver seus irmãos progredirem, materialmente e, acima de tudo, espiritualmente. Daí o porquê de sermos chamados de construtores sociais.

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