Era uma tarde típica, com o céu tingido de um azul sereno, quando uma notícia impactante varreu o país: o STF havia decidido liberar o uso de drogas ilícitas, deste jeito que a notícia corre e na pratica é quase isso. A decisão, cercada de polêmicas e debates acalorados, deixava um vazio inquietante. O que mais me perturbava, contudo, não era apenas a resolução em si, mas *o silêncio ensurdecedor da Maçonaria diante de tal acontecimento.* Lembrei-me de quando fui iniciado na Ordem DeMolay, nos idos de 1988. Participei de uma campanha promovida pela loja Maçônica patrocinadora, onde distribuímos 18 mil panfletos conscientizando acerca dos malefícios das drogas na cidade. *O venerável, tio Pinheiro, foi ameaçado de morte por traficantes locais, mas não desistiu,* como conterrâneo da heroína baiana Maria Quitéria ele foi até o final, e vencemos. *Acho que faltam tios Pinheiros como Grão Mestres nas potências... com coragem, de, ao menos, dizer algo contra esta decisão transloucada do STF,* nem precisaria arriscar a vida.
A Maçonaria, conhecida por seus princípios de moralidade e virtude, *sempre fora uma luz guia em tempos de escuridão*. E, no entanto, ali estava ela, calada e inerte, enquanto um *novo tipo de liberdade, revestido de permissividade, ameaçava corromper os pilares da sociedade.*
Refleti sobre o papel do verdadeiro maçom em um cenário onde os *vícios eram não apenas tolerados, mas liberados e quase incentivados*. O verdadeiro maçom, aprendi desde cedo, deve ser um guardião de sua própria moralidade, um exemplo de integridade e força. Mas como manter essa postura diante de uma sociedade que parecia capitular aos seus desejos mais baixos?
*O silêncio da Maçonaria não podia ser um consentimento tácito*. Era uma *omissão perigosa*. Porque, quando uma instituição que preza pela virtude e pela retidão não se posiciona contra o avanço dos vícios, ela falha em sua missão primordial de guiar e proteger.
Os vícios, especialmente os relacionados às drogas ilícitas, não são apenas fraquezas individuais. *São flagelos sociais que destroem famílias, corrompem mentes jovens e enfraquecem o tecido moral de uma nação*. O uso de drogas não é uma questão de liberdade individual, mas de *escravidão coletiva.*
Pensei nos antigos ensinamentos maçônicos, que nos exortam a ser vigilantes, a resistir às tentações e a combater os vícios com todas as nossas forças. Esses ensinamentos, que deveriam ecoar mais alto do que nunca, estavam agora soterrados sob o peso de uma sociedade que confundia liberdade com permissividade.
A verdadeira liberdade, como bem sabemos, não está na indulgência dos desejos, mas na capacidade de dizer "não" a eles. Ser livre é ser mestre de si mesmo, não escravo das próprias paixões. *E é essa lição que a Maçonaria deveria estar proclamando, não apenas dentro de suas lojas, mas para todo o mundo ouvir.*
O silêncio da Maçonaria, portanto, não era apenas um silêncio. Era *uma abdicação de responsabilidade.* Porque em tempos de crise moral, o silêncio é uma forma de conivência. E cada maçom, ao não se levantar contra essa decisão, estava, de certa forma, permitindo que os vícios se instalassem.
Compreendi, então, que a *Maçonaria precisa despertar de seu silêncio*. Cada verdadeiro maçom deve *ser um farol de virtude*, lutando contra a maré de permissividade que ameaça afogar os valores fundamentais da sociedade. Devemos erguer nossas vozes, não em oposição cega, mas em defesa da verdadeira liberdade, que se encontra na disciplina e na resistência aos vícios.
E assim, enquanto o país debatía a decisão do STF, eu decidi que não poderia ficar calado. *A Maçonaria não pode ser um observador passivo*. Devemos ser os arquitetos da moralidade, os guardiões da virtude e os exemplos vivos de que a verdadeira liberdade é a conquista de uma vida livre de vícios.
Que cada maçom, portanto, tome essa reflexão como um chamado à ação. Porque, em tempos de permissividade, ser virtuoso é um ato de coragem. E a Maçonaria, mais do que nunca, precisa ser a voz da razão e da retidão em um mundo cada vez mais perdido em seus próprios desejos.
E que assim seja!
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