É bem verdade que há uma corrente de autores maçônicos que preferem imprimir um aspecto divinal, religioso e especialmente cristão à cerimônia de Sagração de um Templo Maçônico.
Há contudo, um outro segmento de caráter mais antropocêntrico, filosófico e pragmático que entende que a Cerimônia de Sagração do Templo, constitui-se a rigor, em basicamente , conferir ao local, a dignidade de Templo Maçônico, sem no entanto implicar em qualquer sentido de “santificação”, ou algo semelhante.
Cabe aí inclusive, um eloquente parêntesis, vez que semânticamente, a terminologia mais adequada e inerente a este tipo de Cerimônia seria Consagração ao invés de Sagração.
Como alguns maçons acreditavam que a Oficina de trabalho maçônico fosse um ambiente santificado, num crasso equívoco confundindo e misturando Maçonaria com Religião, é que a expressão “sagração” acabou ganhando força e suscitando inclusive, nome para rituais como os de “Sagração de Templo”.
Assim, entre a palavra “sagração” e “consagração”, aquela que melhor se aplica na inauguração do espaço dedicado aos trabalhos maçônicos deveria ser “consagração”, isto é, com dignidade conferida ao local.
O verbo "consagrar" no ambiente vernacular maçônico significa. : separar, ou dedicar um lugar específico para a solene prática de um trabalho filosófico, iniciático ou semelhante.
"Sagrar", por sua vez, encontra um sinônimo mais condizente que é o verbo "sacralizar" - cujo significado é o de conferir um aspecto eminentemente religioso, divinal e de santificação e veneração a Deus.
Fato é que inobstante as discussões, ainda que por vezes estéreis, isto possa provocar, o que deve ficar cristalinamente claro é que Maçonaria não é religião.
Ela é sim, uma instituição filosófica, humanista, filantrópica, progressista e evolucionista que busca o aprimoramento da consciência, através de um processo permanentemente especulativo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário