julho 26, 2024

SAGRAÇÃO DO TEMPLO MAÇÔNICO - Newton Agrella


É bem verdade que há uma corrente de autores maçônicos que preferem  imprimir um aspecto divinal, religioso e especialmente cristão à cerimônia de Sagração de um Templo Maçônico.

Há contudo, um outro segmento de caráter mais antropocêntrico, filosófico e pragmático que entende que a Cerimônia de Sagração do Templo, constitui-se a rigor, em basicamente , conferir ao local, a dignidade de Templo Maçônico, sem no entanto implicar em qualquer sentido de “santificação”, ou algo semelhante.

Cabe aí inclusive, um eloquente parêntesis, vez que semânticamente, a terminologia mais adequada e inerente a este tipo de Cerimônia seria Consagração ao invés de Sagração.

Como alguns maçons acreditavam que a Oficina de trabalho maçônico fosse um ambiente santificado, num  crasso equívoco confundindo e misturando Maçonaria com Religião, é que a expressão  “sagração” acabou ganhando força e suscitando inclusive, nome para rituais como os de “Sagração de Templo”.

Assim, entre a palavra “sagração” e “consagração”,  aquela que melhor se aplica na inauguração do espaço dedicado aos trabalhos maçônicos deveria ser “consagração”, isto é, com dignidade conferida ao local.

O verbo "consagrar" no ambiente vernacular maçônico significa. : separar, ou dedicar  um lugar específico para a solene prática de um trabalho  filosófico, iniciático ou semelhante.

"Sagrar", por sua vez, encontra um sinônimo mais condizente que é o verbo "sacralizar" - cujo significado é o de conferir um aspecto eminentemente religioso, divinal e de santificação e veneração a Deus.

Fato é que inobstante as discussões, ainda que por vezes estéreis, isto possa provocar, o que deve ficar cristalinamente claro é que Maçonaria não é religião. 

Ela é sim, uma instituição filosófica, humanista, filantrópica, progressista e evolucionista que busca o aprimoramento da consciência, através de um processo permanentemente especulativo.



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