A LENDA DO CORAÇÃO DE PEDRA


Há muito tempo, quando as pedras ainda sussurravam segredos e o mundo era moldado pelas mãos dos mestres maçons, surgiu uma ferramenta que nunca havia sido vista antes. Ela não era feita de metal, nem de madeira, mas de um material que apenas os corações mais puros poderiam forjar: o Amor.

Reza a lenda que um jovem aprendiz, chamado Arion, possuía uma habilidade extraordinária. Seu coração estava repleto de bondade e compaixão, e suas mãos nunca falhavam. Cada pedra que ele tocava parecia se encaixar perfeitamente, como se respondesse ao toque delicado de seu amor. Seus companheiros observavam com admiração, mas Arion sempre dizia que o verdadeiro segredo não estava em suas mãos, mas no que carregava dentro de seu peito.

Certa vez, o grande Mestre do templo se aproximou de Arion, ansioso para descobrir o mistério por trás de sua habilidade. O jovem aprendiz, com humildade, revelou: "Mestre, o que orienta minhas mãos é o Amor. É a ferramenta que uso para esculpir a pedra e erguer os alicerces do templo." O Mestre, intrigado, pediu-lhe que lhe mostrasse essa ferramenta. Arion então pegou uma pedra comum, e ao segurá-la com todo o carinho e devoção que sentia, a pedra começou a irradiar uma luz suave e calorosa.

O Mestre compreendeu, então, que o Amor era a ferramenta mais poderosa de todas, capaz de moldar até o material mais sólido não com força, mas com paciência, gentileza e propósito. Ele convocou todos os maçons do templo e anunciou que, a partir daquele momento, o Amor seria reconhecido como a pedra fundamental da Maçonaria Operativa. Seria a força invisível que une as pedras, transforma os corações e dá vida verdadeira às obras dos mestres.

Assim, na tradição maçônica, acreditou-se que qualquer templo erguido sem o Amor como base estaria destinado a desmoronar, enquanto aquele construído com Amor resistiria aos ventos do tempo e às tempestades da vida. O Amor, então, foi elevado ao status de "Coração de Pedra", uma relíquia preciosa que apenas os maçons mais dignos poderiam encontrar dentro de si mesmos.

Dizem que, até hoje, os templos que permanecem firmes e íntegros são aqueles onde o Amor foi delicadamente talhado em cada pedra, tornando-o a ferramenta mais valiosa na construção de um mundo mais justo e harmonioso.


Autor desconhecido

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