Embora na 1ª Ata do Livro de Ouro do GOB tenha constado “foi nomeado por aclamação o Irmão José Bonifácio de Andrada” existe uma improfícua, discussão nos meios maçônicos de José Bonifácio ter sido iniciado na Maçonaria antes da fundação do Grande Oriente do Brasil, pois não haveria nenhum ato, documento ou registro que indicasse onde e quando ele fora iniciado antes de se tornar Grão-Mestre.
Ora, a grande maioria dos Maçons daquela época foram iniciados na Europa, sobretudo em Portugal e muitos deles não apresentaram documentos comprobatórios de sua iniciação ou grau, como veremos nas Atas transcritas mais adiante..
Muitos se perguntarão, como pode uma instituição como é a Maçonaria, que segue rigorosamente uma escala hierárquica, estabelecendo para esse fim uma série de Graus que marcam os conhecimentos e a responsabilidade de seus membros, aclamar José Bonifácio ao mais alto cargo de Grão-Mestre não sendo ele um Maçom? Como Gonçalves Ledo pode concordar com essa situação se sempre foi extremamente rigoroso em aceitar Irmãos para as Lojas que não pudessem comprovar seus diplomas dos graus? É claro que José Bonifácio já era Maçom antes de ser aclamado Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil e tinha o nome histórico de Pythagoras, como se pode verificar na relação de obreiros da Loja 3 constante da 2ª Ata já reproduzida.
Se foi ou não iniciado antes de ter sido Grão Mestre, não teria a menor importância, pois a nomeação de José Bonifácio, foi a forma encontrada pelo Povo Maçônico, capitaneado por Gonçalves Ledo, de estabelecer uma ligação mais próxima com D. Pedro, através de seu mais importante Ministro. É natural que Ledo também soubesse que o melhor meio de atrair o Príncipe Regente para a Maçonaria era fazer de seu Ministro o chefe da Instituição, o que de fato ocorreu.
Supondo que ele não era Maçom antes de ser aclamado Grão Mestre, tal ação teria sido algo inédito no âmbito da Maçonaria Universal? Não!
A grande maioria dos Grão Mestres da Grande Loja Unida da Inglaterra foram escolhidos entre não Maçons que possuíam títulos nobiliárquicos.
Em 1773, quando se tornou necessário realizar uma reforma de base, transformando a Grande Loja de França em Grande Oriente de França, procurou-se um homem forte que, com sua coragem e prestígio, fosse capaz de executar o que se pretendia, tendo sido proclamado, como Grão Mestre, um não iniciado, Louis Philippe Joseph d’Orleans, o Duque de Chartres, que passou para a história como sendo Felipe Igualdade. Ao aceitar o cargo, lhe foi concedido o Grau de Mestre.
Do livro A História que a História não conta: A Maçonaria na Independência do Brasil Interessados contatar o Irm.’. Almir no WhatsApp (21) 99568-1350
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