Em um mundo tomado pelos julgamentos e preconceitos, há um juiz, cuja capacidade de lidar com os problemas –dos mais comezinhos aos complexos- é algo que nos impressiona, pela tranquilidade e espírito de lucidez com a qual se porta este Venerando Magistrado.
Um Juiz de Fora. Fora desse mundo caótico e apocalíptico que temos vivenciado e assistido; um juiz fora da percepção do senso comum, inalcançável em capacidade de tirocínio até mesmo pelos magistrados da vida profana, dado que ele não se imiscui em política ou coisas afins.
Um juiz cuja lavra de decisões se destacam não pelo arrazoado de jurisprudências e doutrinas, mas singularmente pelo bom senso, pelo viés humanitário e pelo grande espírito de pacificação social.
Um Magistrado Celestial, sem subsídios ou quaisquer privilégios decorrentes da função exercida; a bem da Ordem, tudo o que ele faz é por pura doação: doação de tempo –embora onde ele assista não exista nem espaço e medida de tempo- oferta incondicional de amor e a aplicação insofismável da lei de caridade e de justiça.
Amados Irmãos! Este Soberano Julgador bate à nossa porta, pedindo (e jamais impondo) tão-somente que possamos lhe dar alguns momentos de atenção, numa audiência solene de paz, fraternidade e extrema amabilidade. Ele só deseja que deixemos o nosso templo apto à sua visita, preferentemente promovendo uma faxina interior bem caprichada, alijando dele todos os maus sentimentos e pensamentos vulgares.
Pode ser considerado um Juiz de fora das insanidades profanas, mas que consegue adentrar o nosso vazio existencial, dando-lhe graça, luz e esplendor, vivificando-nos com seu Sopro Divino, num exercício de mais profunda indulgência para conosco.
Por outro lado, é um Juiz de dentro, do interior de nossa alma, que não julga nossas imperfeições e (curiosamente) nos oferece o livre-arbítrio, a despeito ou não de sermos inveterados reincidentes no mal. Sua Sabedoria nisto consiste: mostrar-nos o caminho a ser trilhado, mas deixando ao nosso alvedrio a escolha da rota final.
Um Preboste Universal, cuja retidão se materializa em feitos jamais realizados pelo homem mais culto na face da terra; seu magistério é pautado na mais lídima justiça, não fazendo quaisquer tipos de distinções entre os homens, mas nivelando a todos, indistintamente, num compasso da mais notória equidade.
Um Julgador Complacente e Misericordioso que poderia nos prolatar a mais cruel das sentenças (em movimentação processual recorde), mas que ainda insiste no caráter pedagógico e educador da pena, proporcionando- nos a corrigenda, seja pelo amor – seu grande sonho em relação aos seus filhos– ou também através da dor, caminho geralmente escolhido pela maioria de nós, livremente.
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