Permita o Grande Arquiteto que saibamos usar o nosso tempo - este precioso e exíguo tempo que ainda nos resta - para buscarmos alguma mudança interior, por menor que ela nos possa parecer. Nunca é tarde para fazermos nossa visitação íntima, perscrutando o nosso centro da árvore da vida, onde reside o equilíbrio e a beleza manifesta da criação. É importante que façamos essa introspecção, diariamente, pois ela há de nos possibilitar uma ascensão, ainda que paulatina, a outros estados de consciência.
Temos empregado nosso tempo e quase todos os nossos esforços em prol da vida material, do conforto que ela pode nos proporcionar, preterindo, infelizmente, as coisas do espírito, deixando para nossa verdadeira essência somente as migalhas. Ou seja, o tempo para nos conectarmos às coisas de Deus tem sido pífio, irrisório e insuficiente para promovermos a nossa evolução, enquanto seres em busca da verdade e da palavra perdida.
Temos nos preocupado, desesperadamente, com o aumento de nosso patrimônio financeiro, numa disputa frívola e desmesurada com o próximo, a fim de saber quem tem mais do que o outro. Deixamos de contemplar as maravilhas gratuitas do mundo, porque nosso maior objetivo é o de salvaguardar o bem-estar de nossa próxima geração.
Assim, o tempo tem passado em velocidade veroz e, dia após dia, temos perdido nobres oportunidades de sermos pessoas melhores, e de entregarmos à humanidade um legado espiritual verdadeiramente rico e digno de posses sublimes.
Se considerássemos que somos apenas depositários fiéis dos bens que se encontram á nossa disposição, certamente saberíamos ter o equilíbrio e a paz necessários para galgarmos os degraus de estados de consciência superiores. Dedicar-nos-íamos mais ao estudo daquilo que realmente importa, que nos conecta com o sagrado e, consequentemente, deixaríamos para os nossos um testamento diferente: o Testamento Real.
O Testamento Real diz respeito àquilo que de bom construímos em vida: as boas obras, as belas ações, o ativismo social em benefício dos que nada têm; o fomento de atividades coletivas que espiritualizassem as pessoas, enfim, um sem número de ações de cunho eminentemente altruísta.
Um testamento cujas disposições de vontade não teriam nada a ver com o testamento profano, pois este último, via de regra, só gera cobiça, discórdia e uma ambição inexaurível. Lado outro, o Testamento Real só preconizaria as belezas que nos foram ensinadas pelo Excelso Criador, coisas essas advindas de um Plano Sutil, de quintessência.
Enquanto esse dia não chega, supliquemos a Misericórdia Divina para com nossa ignorância sem limites, a qual continua a ultrapassar os abismos da bestialidade, mantendo-nos presos aos grilhões da escuridão e do vazio primordial.
Amados Irmãos, façamos um minucioso e destemido inventário moral de nossas vidas! Esqueçamo-nos de bisbilhotar as mazelas que têm acometido o próximo; foquemos, de fato, nos fantasmas por nós criados - e que têm nos subjugado - e busquemos na Sublime Ordem uma maneira de afugentá-los! Que o Eterno assim o permita!
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