A renovação das lideranças maçônicas - Arlindo B. Chapetta


A NECESSÁRIA RENOVAÇÃO DAS LIDERANÇAS DA ORDEM MAÇÔNICA E CORRETA APLICAÇÃO DA EXPERIÊNCIA

Notadamente, a Maçonaria é uma instituição secular que tem a tradição e a evolução como base em seus princípios. Costumeiramente, vemos em nossas sessões de iniciação, irmãos experientes discorrendo ao neófito que ele é uma liderança, que foi pinçada na sociedade e agora fará um desbaste em sua essência para desenvolver questões em sua vida material e espiritual, que farão dele um ser humano ainda melhor. No meu entendimento, essa é uma das verdades mais intrínsecas em nossa caminhada maçônica. É importante ainda enaltecer que esses neófitos, depois de alguns anos e muitos conhecimentos, ao amadurecerem essa liderança, percebem que podem ajudar a sociedade e a própria Maçonaria a ser desenvolver. 

Falando em ajudar a Maçonaria a se desenvolver, percebemos nestas novas lideranças a vontade em fazer algo diferente ou até melhorar os fluxos em andamento. Em algum momento da carreira destes Irmãos, já preparados para assunção de novos postos, são eles a novidade e a própria evolução que pregamos lá nos princípios da nossa instituição. 

E é nessa corrente de novas possibilidades e de novas oportunidades, com o surgimento destas novas lideranças, que nossa tradicional instituição maçônica vive uma experiência promissora para o seu futuro. Enfatizo que novas lideranças não tem relação com a idade e sim com a oportunidade concreta de colocar seu conhecimento naquela específica função, ainda não trabalhada. 

Neste mister, infelizmente vemos na nossa sociedade maçônica de tempos em tempos, alguns Irmãos que já ocuparam todas as posições em nossos quadros, querendo voltar a ocupar tais espaços, trazendo discursos de que é necessária sua experiência para colocar aquela área na qual ele quer ocupar no eixo ou até muitas vezes, permeio desta, ele pessoalmente acredita que pode resolver a instituição Maçonaria como um todo.

Neste momento, aquele discurso inicial ao nosso neófito perde todo o seu valor, pois uma instituição com tantos valores e experiências não precisa de Irmãos entronados no poder pela eternidade e sim Irmãos que pela sua experiência possam ser conselheiros de outros que estão também trabalhando para a instituição e querem fazer algo a mais por esta. O verdadeiro sangue jovem, mais uma vez, enfatizo que essa juventude não está associada com a idade e sim com a oportunidade de servir, pois temos mentes joviais de 70, 75 e 80 (e mais) anos em nossa instituição. 

Vejo que devemos estar sempre em reflexão sobre o que podemos fazer para ajudar a sociedade e as instituições, sem a perpetuação do poder. Isto é, usarmos a nossa experiência e conhecimento na busca de novas lideranças e novas oportunidades, sermos conselheiros e não o próprio poder vitalício.

Essa é uma reflexão que temos que ter todos os dias ao acordar, questionando se realmente estamos ajudando ou só buscando amaciar o nosso próprio ego, ao querer permanecer no poder  com a velha máxima de que somos a "única opção" de salvação, em total desrespeito à trajetória dos outros nossos Irmãos e amigos, mas principalmente em desrespeito à nossa própria trajetória, que em algum momento, também dissemos que a instituição e a sociedade precisavam de sangue novo.

Seguimos com consciência e respeito ao nosso próximo; aos que já tiveram sua oportunidade, que usem sua experiência para ajudar, orientar e aconselhar. Vamos dar espaço aos que também buscam pela oportunidade de servir à nossa Ordem e sociedade. 





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