setembro 27, 2024

ANIMISMO MAÇÔNICO - Sérgio Quirino




Sob a ótica acadêmica, o animismo é o estudo que apregoa que, em todos os reinos (animal, mineral, vegetal) e nos fenômenos meteorológicos (chuva, raios, tempestades), há uma entidade espiritual.

Os Irmãos, de forma automática, devem ter montado a imagem mental dos cerimoniais xamânicos, nos quais o todo é único. Essa concepção está bem em moda nos tempos atuais e em choque com o pensamento do Dualismo Cartesiano ou Dualismo de Substância de René Descartes, que afirmava a existência de apenas dois tipos de fundamento no homem: o mental e o corporal.

Nem tanto ao céu nem tanto à terra, como Maçons sabemos que, na antropologia da religião, o ser primitivo pressentiu que não podia ter sido uma simples ocorrência da natureza, que algo deveria tê-lo criado. Não só a si, mas tudo ao seu redor. Assim, rende tosco, mas sincero, culto a esse Ser supremo que arquitetou todo o universo, sentindo que havia em tudo a essência criadora, o que está ligado ao termo latino animus, a ALMA.

Não como uma entidade, mas o SOPRO, um PRINCÍPIO vital, aquilo que ANIMA.

Nossa Ordem é um composto de duas “substâncias”: o Maçom, a “coisa especuladora” (res cogitans), e a Maçonaria, a “coisa extensa” (res extensa). Essa extensão não é uma medida material de comprimento ou largura, mas de sua intelectualidade vasta e filosofia ampla, ou seja, a “coisa para especular”.

Apenas a interação Maçom/Maçonaria resultará na Vida Maçônica. Todavia, por configurar duas “unidades” de estruturas diferentes, como alcançar esse propósito pessoal e cumprir a missão institucional?

É nesse ponto que entra o Animismo Maçônico.

QUE VENTOS, SOPROS LEVARAM VOCÊ À MAÇONARIA?

QUAL PRINCÍPIO MAÇÔNICO VOCÊ ASPIRA A SER? O QUE O ANIMA A IR AO ENCONTRO DOS MAÇONS?

Nosso animismo não é uma crença, ou uma alegoria, ou mesmo uma representação simbólica de ligação. É o modo de descrever todo o conteúdo da Maçonaria, associado às práticas do Maçom.

É DESCOBRIR, CONHECER E PRATICAR A ALMA MAÇÔNICA.

O evento da pandemia de covid-19 foi um divisor de águas na Maçonaria. O lockdown, que seria apenas um confinamento da matéria, acabou expondo aqueles que não haviam entendido que o espírito se distribui justamente nas crises.

A relação entre os Maçons e a Maçonaria passou por uma mudança, na qual os que iam por costume, desacostumaram-se. Os que iam por interesse, desinteressaram-se, e os que iam sem saber o porquê chegaram à conclusão de que não sabiam o para quê.

Aqueles, porém, que, de fato, colocavam-se maçonicamente na vida, foram insuflados pelo sopro da equidade, reconhecendo que, não sendo todos iguais, promovem ajustes para que ocorra a Igualdade.

A Irmandade não advém de uma cerimônia; é o Princípio da ação de Fraternidade ontem, hoje e amanhã.

Embora podendo invocar a Liberdade de escolha, não o fazem, visto que o que o Anima, é vencem suas paixões em prol de novos progressos na Maçonaria.

OS VERDADEIROS MAÇONS SÃO A ALMA DA MAÇONARIA.

 


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