Falar que o homem não pode viver sem poesia, não significa dizer que sejamos poetas, ou que tenhamos que manter sempre um livro de poesias aberto nas mãos.
Não ter poesia é não ver significado na vida.
É não enaltecer a beleza expressa nas coisas que nos cercam desprezando a história dos nossos antepassados.
Felizes (bem-aventurados) os simples, os pequenos, os misericordiosos. Bem-aventurados os que deram a vida por nós!
Bem-aventurados os gaúchos que têm o coração voltado para suas crenças cultivando sentimentos de liberdade, igualdade e humanidade, princípios estes que nos fizeram fortes perante o mundo e a humanidade.
Preocupa-me o pragmatismo e a carência de uma visão mais ampla em alguns patrícios do Rio Grande do Sul, estribados na aridez de uma razão fria, que desejam apagar dos corações o fogo de uma tradição.
Na semana da Revolução Farroupilha comemora-se não uma guerra, não uma vitória, mas um sentimento de amor e significado.
Um ideal a ser perseguido, um respeito a um pacto social e político tão esquecido.
Nestes dias, buscamos exaltar o espírito de um povo descontente com centralização do poder, no mando desigual no trato da repartição do bolo arrecadado com estados e municípios.
O homem/a mulher,necessitam de um motivo para viver.
O povo gaúcho tem motivos de sobra.
Tentar apagar esta chama é como desejar esfriar o sangue que corre nas veias de homens e mulheres do nosso chão a golpes dos ventos gélidos do vento minuano, parceiro nas horas do chimarrão e música nas dobras do capim Santa Fé.
A Revolução Farroupilha é uma verdade, um direito, um costume, um rito e tem seu simbolismo impregnado na alma e no sangue do nosso povo.
Dê-nos, ao menos, esse direito.
Os gaúchos têm a história marcada por sua coragem.
Foi este povo, o gaúcho, que seguindo ideais próprios e ou de outros homens, que marcou nossas fronteiras a duros golpes de lança, adaga, laço e boleadeiras a pé ou no lombo de seu maior parceiro, o cavalo.
Este homem, que um dia pretendeu ser livre do jugo imperial e das cobranças arbitrárias, que continue livre, ao menos, para continuar sonhando com dias melhores!
Às mulheres gaúchas:
Concluiremos, lembrando, por justiça, os reflexos que a Revolução Farroupilha nos entregou e que estão bem presentes no exemplo de Anita Garibaldi.
Não fosse ela uma mulher de pensamentos fortes e decisões marcantes, hoje poderíamos não ter, no seu exemplo, a força e a coragem nas lutas das mulheres atuais. Lembramos que, naquele momento histórico, às mulheres lhes eram negados direitos iguais aos dos homens. Assim, ela deixou-nos um exemplo a ser seguido e perseguido.
Anita vai em busca e toma as rédeas do seu destino e parte ao encontro, não só de uma paixão, mas de uma ideal bem republicano, a liberdade e a humanidade.
Uma heroína de dois mundos, pois na Itália também sua memória é homenageada, honrada e respeitada.
Homens livres, mulheres livres.
Liberdade, Igualdade e Humanidade.
(Liberdade, Igualdade e Fraternidade)
Que vivamos nossos ideais, hoje e sempre!!!
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