Somos hoje chamados a refletir sobre os inícios e recomeços que marcam não apenas o nosso caminho maçônico, mas também os ciclos da natureza e da vida. O mês de outubro traz consigo uma convergência de símbolos poderosos: estamos no início da primavera, que celebra o renascimento da vida e a renovação da criação; vivenciamos hoje um eclipse solar, evento cósmico que nos convida a introspecção e ao realinhamento das nossas intenções; e iniciamos, no pôr-do-sol de hoje mesmo, o ano de 5785 da Verdadeira Luz, marcado por Rosh Hashaná, um momento de profunda renovação espiritual.
Assim como a primavera nos ensina que a vida sempre renasce após o inverno, somos constantemente lembrados de que o fim de um ciclo não é o término definitivo, mas o prelúdio de um novo começo. Essa mesma lição se reflete no eclipse solar, que, embora traga escuridão temporária, logo cede espaço à luz renovada. No campo espiritual, o ano de 5785, com suas tradições de introspecção e reflexão, reforça a necessidade de nos reavaliarmos e renovarmos nossos propósitos, deixando para trás aquilo que já não nos serve.
Nessa linha de pensamento, gostaria de trazer à nossa reflexão a figura simbólica do Ouroboros, a serpente que morde a própria cauda, representando o ciclo eterno de morte e renascimento. O Ouroboros nos lembra que o fim e o começo são partes inseparáveis de um todo contínuo. Assim como o aprendiz que constantemente se aprimora e se reconstrói, nossa jornada como Maçons exige essa renovação perpétua. Cada ciclo nos aproxima mais da sabedoria, da luz e da verdade que buscamos. A cada novo início, não importa o quão pequeno ou imperceptível, encontramos uma nova chance de moldar nossa pedra bruta.
Hoje, assim como o equinócio de primavera e o eclipse, simbolizamos a união entre a escuridão e a luz, entre o término de um ciclo e o início de outro. Que este novo ano lunissolar, 5785, traga-nos a sabedoria para enxergar os momentos de recomeço como oportunidades de crescimento espiritual e moral, assim como a primavera traz o florescimento após o rigor do inverno.
Que a figura do Ouroboros nos lembre de que, mesmo nos momentos de escuridão, devemos estar prontos para o renascimento, para a reconstrução de nossos templos internos, e para recomeçar sempre, com humildade e dedicação.
Sigamos, meus Irmãos, conscientes de que cada novo início nos aproxima mais da plenitude do nosso trabalho e da realização dos princípios que a Maçonaria nos ensina.
E é assim, rogando ao Grande Arquiteto do Universo que nossa Loja e seus Obreiros continuem buscando morrer para o mundo profano e renascer para uma vida purificada e consagrada, declaro nada verificar que impeça o encerramento de nossos trabalhos, se e quando assim desejar Vossa Sabedoria e Prudência.
Obrigado pelo carinho e pelo prestígio da publicação! Espero que nos sirva de reflexão.
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