outubro 04, 2024

MESTRE DE BANQUETE - Almir Sant’Anna Cruz


Joia - Cornucópia

Do latim cornu copiae, que significa chifre da abundância.

Seu significado remonta a mitologia greco-romana, em que a cabra Amalteia amamentou, quando criança, Zeus (Júpiter).

Representada por um vaso em forma de chifre, com abundância de frutas e flores dele transbordando, simboliza a fertilidade, a riqueza, a fartura e a abundância.

Investidura e Posse

Com a seguinte fala do Venerável Mestre eleito:

Irmão Mestre de Banquete, entregando a Joia de vosso cargo, a Cornucópia, invisto-vos da responsabilidade das ceias oferecidas pela Loja.

Que os ágapes fraternais por vós organizados sirvam para unir ainda mais a Família Maçônica.

Avental

O Avental dos Mestres difere em função da Potência e já foi descrito na página 36.

Alfaias - Avental de Mestre e Colar com a joia do cargo.

*Instrumentos de trabalho* Não há.

*Correspondência na Abobada Celeste* Não há.

Atributos do cargo

Compete ao Mestre de Banquete a organização das refeições, ágapes e banquetes ritualísticas que ocorrem sobretudo nos solstícios de verão e de inverno.

A Loja de Mesa

A Loja de Mesa ou Banquete Ritualístico é uma Sessão Maçônica Especial no Grau de Aprendiz, com seu Ritual próprio e, portanto, todos devem estar devidamente paramentados e o local a coberto das vistas e indiscrições profanas.

Realiza-se em uma grande mesa em forma de ferradura, cuja volta corresponde ao Oriente e as extremidades ao Ocidente.

As Dignidades e Oficiais sentam-se na parte externa da mesa, conforme suas posições em Loja, como exemplificado abaixo.

(...) 

Cada Potência Maçônica possui o seu Ritual e eles diferem uns dos outros.

Terminologia Especial

Bebidas

Servir a bebida nos copos = carregar

Alinhar os copos = alinhar

Beber à saúde = fazer fogo

Água = pólvora fraca

Café = pólvora preta

Cerveja = pólvora amarela

Destilados = pólvora forte

Licores = pólvora forte

Vinho branco = pólvora branca

Vinho rose = Pólvora rosa 

Vinho tinto = pólvora vermelha

*Comidas*

Comer = demolir os materiais

Doces = betume

Iguarias = materiais

Pão = pedra bruta

Pimenta = areia amarela

Sal = areia branca

Materiais

Cadeira = mocho

Colher = trolha

Copo = arma ou canhão

Faca = espada ou alfange

Garfo = picareta ou alvião

Garrafa = barrica

Guardanapo = bandeira pequena

Luzes = estrelas

Mesa = bandeja grande ou oficina

Prato = telha

Toalha = bandeira grande ou véu

Travessa = bandeja

Um Banquete Ritualístico no Século XVIII

Em 1742 ocorreu o segundo processo instaurado contra a Maçonaria pela Inquisição em Portugal, onde fomos buscar como se processavam os banquetes ritualísticos, nos depoimentos do Venerável Mestre Irmão John Coustos, suíço naturalizado  inglês e do 2º Vigilante, o Irmão francês Alexandre Jacques Mouton:

John Coustos: “... por ordem do Mestre vão todos para a mesa que se acha separada de iguarias e bebidas, à custa do que entra de novo, e sentados todos por sua ordem entram a comer até que o Mestre dá três pancadas na mesa com um martelinho pequeno, que é o sinal estabelecido entre eles, para se haverem de levantar todos; o que com efeito fazem, e pegando cada um deles em seu copo, ao mesmo tempo que o Mestre, o levantam ao ar com a mesma igualdade, e dali a chegam à boca para beber, observando nessas ocasiões a mesma formalidade que os soldados costumam praticar no manejo de suas espingardas; bebendo todos à saúde d’El Rei e da congregação, tornam a ficar com os copos no ar, e dali chegam três vezes à cara, e ultimamente os tornam a assentar na mesa, e depois continuam a comer”.

Alexandre Mouton “... começaram a comer, e quando quiseram beber fez o Mestre sinal para isto, pegando com a mão direita no seu copo, dizendo: peguem nas armas, e levando ao ar, e dizendo: armas  à cara e chegando-o à boca  disse: fogo e bebeu, e em tudo o imitaram, e ao mesmo tempo todos os Companheiros e o primeiro brinde foi à saúde  de El Rei, o segundo à do Grão-Mestre e a terceira a dos novamente recebidos naquela companhia, e sem sinal do Mestre nenhum podia beber”. 

(Arquivo Nacional da Torre do Tombo – Inquisição de Lisboa – Processos 10.115 e 257).

Do livro Manual dos Cargos em Loja do REAA - Interessados no livro contatar o Irm.’. Almir o WhatsApp (21) 99568-1350

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