outubro 19, 2024

S. JOÃO EVANGELISTA - Almir Sant’Anna Cruz


 A ABERTURA DO LIVRO DA LEI EM JOÃO 1:1-5 E JOÃO 1:6-9

João, o Evangelista, foi um dos 12  Apóstolos, filho de Zebedeu e irmão do Apóstolo Tiago. Sua mãe Salomé era uma das “santas mulheres” que seguiam Jesus. A família seguia Jesus e o assistiam com seus bens. Seu pai era pescador no mar da Galiléia e seus dois filhos, João e Tiago, ajudavam-no no seu trabalho.

João foi discípulo de João Batista e foi, provavelmente, um dos dois discípulos que João Batista apontou Jesus como sendo o “Cordeiro de Deus”, o que muito serviu para fazê-lo conhecer Jesus e preparar-lhe o ânimo para a vocação definitiva às margens do mar da Galiléia onde, com seu irmão Tiago, foi chamado, no mesmo dia em que o foram Pedro e André.

As populações ribeirinhas do mar da Galiléia se distinguiam dos demais palestinenses por sua natureza vigorosa e bom-humor juvenil. Esta impetuosidade e veemência natural dos dois irmãos provocou o epípeto que Jesus lhes deu de “Filhos do Trovão”,

João aparece entre os Doze, como Apóstolo de primeira importância, e como o “discípulo que Jesus amava”, título máximo que indica que sua alma generosa e límpida o orientava para a luz e a verdade, fazendo-o conhecer prontamente o Messias.

Pertencia ao grupo dos três que Jesus costumava chamar para ocasiões de especial importância, como a ressurreição da filha de Jairo, a Transfiguração e a agonia no Jardim das Oliveiras. Na última ceia, ocupou o lugar próximo ao de Jesus. 

Acompanhou de perto os sofrimentos, paixão e morte de Jesus que, em seus últimos momentos, lhe confiou os cuidados de sua mãe.

Foi João o primeiro a reconhecer Jesus ressuscitado na Galiléia.

Depois do Pentecostes, João passou a ser companheiro de Pedro nas pregações e estava em Jerusalém na ocasião da visita de Paulo àquela cidade, após sua primeira viagem missionária, por volta do ano 50 d.C.

A tradição diz que se transferiu para Éfeso de onde continuou a supervisionar as comunidades da Ásia Menor e que nos últimos anos sua pregação foi se simplificando e intensificando quanto à doutrina do amor cristão.

Diz também a tradição que saiu milagrosamente ileso ao ser atirado em um tacho de óleo fervente, na perseguição de Domiciano (89-96), tendo sido então exilado para a ilha de Patmos.

De Patmos retornou a Éfeso, tendo sido o último Apóstolo a morrer, segundo os escritos da Igreja primitiva, sob o reinado de Trajano, no final do primeiro século.

JOÃO 1:1-5 E JOÃO 1:6-9

Em alguns Ritos maçônicos, não há abertura nem leitura de trechos do Livro da Lei, no caso a Bíblia: Ritos Moderno e Schröder.

Em outros abre-se aleatoriamente, sem leitura: Ritos de York e de Emulação (York-GOB). 

A abertura mais conhecida é a do Salmo 133, usada no Grau de Aprendiz pelo Rito mais praticado no Brasil, o Rito Escocês Antigo e Aceito e também pelo Rito Brasileiro.

Mas algumas Obediências brasileiras e estrangeiras que funcionam no Rito Escocês Antigo e Aceito e no Rito Escocês Retificado fazem a abertura no Grau de Aprendiz no Evangelho de João 1:1-5 e o Rito Adonhiramita no Evangelho de João 1:6-9. 

Em João 1:1-5 consta:

1 – No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.

2 – Ele estava no princípio com Deus.

3 – Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.

4 – Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.

5 – E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.

Essa abertura do Livro da Lei é criticada por muitos autores maçônicos, por ser considerada de viéis cristão, o que ofenderia a universalidade maçônica em que não há uma orientação específica para uma determinada religião.

Outros autores defendem a utilização dessa escritura interpretando-a como uma forma de demonstrar o triunfo da Luz sobre as Trevas.

No Ritual do Rito Adonhiramita, forma-se um pálio sobre o Orador – que estará em frente ao Altar dos Juramentos e ajoelhado em esquadria (com a perna esquerda) – por dois Irmãos cruzando suas espadas em X e com o Mestre de Cerimônias por trás do Orador e sustentando com sua espada as outras.

Em seguida, o Orador abre o Livro da Lei em João e recita alto e em bom som João 1:6-9:

6 – Houve um homem enviado por Deus que se chamava João;

7 – Este veio por testemunha, para dar testemunho da Luz, a fim de que todos cressem por meio dele;

8 – Ele não era a Luz, mas veio para que desse testemunho da Luz;

9 – Era a Luz verdadeira, que alumia a todo homem, que vem a este mundo.

O João referido nos versículos é claramente S. João Batista e a Luz é Jesus Cristo, a Luz do Mundo, o “verbo que estava com Deus e o Verbo era Deus” (João 1:1).

Excertos do livro Personagens Bíblicos da Maçonaria Simbólica.

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