novembro 30, 2024

ARLS COLUNA PAULISTA 109


Uma plêiade de aprendizes e companheiros, além de autoridades e delegados maçônicos como os irmãos Silvio Corbari, Armando Annibale, José Antônio Pato e Eduardo Pedroso Jr. estavam presentes na cerimônia de Iniciação realizada nesta Loja na noite de ontem, em seu Templo no Palácio Maçônico da GLESP.

Fui honrado pelo Venerável Mestre Marcelo Finholdt Pereira com o convite para exercer a Segunda Vigilância. Aliás, nesta semana, em três das quatro visitas que fiz, tive o privilégio de ocupar cargos.

O ritual transcorreu de maneira bastante tranquila e competente, com os irmãos se desdobrando para dar maior brilho a cerimônia. Há que se destacar o maravilhoso trabalho do irmão Joe, Mestre de Harmonia, cujo fundo musical pareceu ser o de um filme. Em 43 anos de maçonaria nunca vi algo semelhante.

A iniciação terminou as 23 horas e foi seguida de um ágape no restaurante Pedra Bruta 

VOCE QUER TOMAR UM CAFÉ COMIGO?


Esse blog teve início no dia 20 de setembro de 2011. Aproveitei um blog pessoal que já existia para dar início ao compartilhamento dos trabalhos maçônicos que eu recebia, mas não só de maçonaria, como também ciência, arte, cultura, história, filosofia,  etc., em textos escritos por renomados autores e por talentosos irmãos.

Desde então publiquei mais de 3000 artigos e atingi cerca de 550.000 visualizações, o que transforma este modesto trabalho em um dos blogs mais acessados do país, graças a qualidade de suas publicações.

É um grande prazer fazer este blog, mas representou até agora mais de 2000 horas de trabalho e algumas pequenas despesas. Sempre foi e sempre será gratuito, mas tenho certeza de que alguns leitores gostariam de compartilhar um café comigo.

Assim, não há obrigação nenhuma, mas se você curte a minha companhia, ainda que virtual, talvez queira oferecer um cafezinho. Apenas um café, que tenho certeza, você pagaria com carinho se nos encontrássemos ao vivo.

Então, se desejar, deposite o valor de um café no meu PIX na CEF, Michael Winetzki, chave 061.98199.5133. Não precisa se identificar, não precisa enviar comprovante, não precisa fazer nada. E nem depositar nada se não quiser. Eu sempre terei prazer na sua companhia.

Encaro apenas como cortesia de algum leitor, pela satisfação que lhe proporcionam estas leituras. Um caloroso TFA. Michael

MACONARIA FEMININA NA INGLATERRA



Birkenhead Masonic Hall em Cheshire (centro para atividades maçônicas), celebrou um momento significativo ao receber pela primeira vez a Loja "Amity / Simplicity" da Ordem das Mulheres Maçonas para sua sala de instalação. Mulheres de todo o noroeste do Reino Unido se reuniram para celebrar a instalação de Letitia Rutter como Venerável-Mestra da Loja, em uma cerimônia que segue o mesmo rigor das tradições masculinas.

A ligação do Birkenhead Masonic Hall com a Grande Loja Unida da Inglaterra (GLUI ou UGLE) se dá pelo fato de que ele é um salão maçônico que abriga lojas que operam sob a jurisdição da GLUI.

Mike Collins, diretor do salão, comentou com orgulho sobre o evento e elogiou o espírito de acolhimento. 

Jeff Forshaw, outro diretor do salão, disse: "A Maçonaria masculina e feminina têm um excelente relacionamento de trabalho. Ambas seguem exatamente as mesmas cerimônias e usam as mesmas insígnias, e frequentemente trabalham em estreita colaboração com projetos comunitários e de caridade. Em um movimento histórico, ambas as organizações anunciaram a criação do Conselho para a Maçonaria, abrangendo membros femininos e masculinos na Inglaterra e no País de Gales, o que aumentará ainda mais a colaboração existente e de longa data e promoverá os princípios fundamentais da Maçonaria.

Fonte: Site oficial da Grande Loja Unida da Inglaterra (ugle.org.uk), em 31 de outubro de 2024.*



TEMPO E MAÇONARIA - Newton Agrella

 


Ainda que sob o ponto de vista filosófico, o Tempo encerre em sí um caráter subjetivo, sua complexidade de significados passa por uma extensa gama de teorias, o que torna sua definição padronizada, algo sujeito às nossas diferentes percepções.

Essa percepção é produto da maneira como cada um avalia a relevância da medida do tempo diante das situações e experiências vividas.

Há correntes filosóficas que defendem a ideia de que o curso do tempo consiste numa mera ilusão; e aquilo que se convenciona como passado, presente e futuro têm a mesma realidade. 

Em outras palavras, para este segmento filosófico o tempo é simplesmente  infinito e que a transformação temporal não se constitui numa característica objetiva da realidade.

Outrossim, no que diz respeito particularmente à Maçonaria, o conceito filosófico sobre o tempo está longe de se restringir ou de se pautar pelo critério dos interstícios entre os graus. Este processo é na verdade, uma convenção protocolar e didática que serve como parâmetro para se conferir gradativamente a porção de instruções que se revelam através de seus rituais.

A rigor o conceito de Tempo na Maçonaria está associado ao acúmulo de experiência, de leitura, de compartilhamento de conhecimentos e à própria percepção intelectual e espiritual que o maçom consegue absorver e aquilatar durante toda sua jornada.


O tempo maçônico é aquele em que o maçom ocupa-se de investir em sí mesmo, explorando todo seu potencial especulativo, buscando o entendimento de sua existência e seus propósitos na vida.

O tempo para a Maçonaria não se explica ou se define pela faixa etária do Obreiro, mas sim, pelo conjunto da obra social que ele consegue edificar para sí mesmo e em favor de seus semelhantes.

O Tempo Maçônico está relacionado a uma cronologia hominal e ontológica, ou seja; na investigação teórica do ser.

O Tempo talvez seja a propriedade mais intrínseca que há no Universo, pois ele repousa e se move ao mesmo tempo, parece lento e lépido conforme a circunstância e se manifesta favorável ou contrário conforme a subjetividade de nossas vontades.



novembro 29, 2024

ARLS AMANDARA GUARDIÕES DA AMIZADE 3737 - GOB SP


    O nome estranho: Amandara - é uma palavra no idioma lituano que significa "Casa dos espíritos de luz", e foi assim batizada pelo seu primeiro Venerável Mestre, que tinha aquela nacionalidade. Está no Complexo Oliva, na Rua Barbara Heliodora, local onde funcionam 15 Lojas do Grande Oriente do Brasil.

    Depois de descer uma longa escadaria sou recebido de maneira entusiástica pelo Venerável Mestre Luís Gustavo Domingues Pereira, que declara ser seguidor de minhas palestras e publicações e leitor de meus livros desde que era aprendiz. O abraço é um momento emocionante de reconhecimento e gratidão. Fui honrado ao ser convidado para me sentar ao seu lado, no trono,

    É uma sessão de iniciação, a Loja com 22 irmãos tem 5 aprendizes e 2 companheiros, além de muitos mestres jovens como o próprio Venerável. O bom humor, alegria e expectativa tornam a longa sessão leve e agradável.

    A delicadeza da Loja se estende ao fato de que ao final, o novo aprendiz recebe como lembrança do ato um toalha bordada com o seu nome e a taça que faz parte do ritual. Por volta da meia noite as cunhadas invadem a Loja, felizes, e assistem a um vídeo do novo aprendiz e de sua família como forma de introdução desta nova família, na família maçônica universal. Muito lindo.

    Entrando na madrugada um delicioso ágape. Era tarde, mas ninguém reclamou de cansaço. Um evento para ficar registrado nas mais agradáveis memórias.

    Agradeço especialmente ao irmão Vitor Assunção, que fez o convite.

O ESTANDARTE ASSOMBRADO - E. Figueiredo


Há coisas inexplicáveis na Maçonaria !

Nos anais, da antiga Maçonaria brasileira, há o seguinte registro de algo sobrenatural acontecido: 

Era o ano de mil oitocentos e tantos, num lugarejo denominado Campos de Avanhandava (posteriormente Santa Cruz do Avanhandava), no baixo Rio Tietê, que com o desbravamento viria a ser a cidade de Penápolis, na Noroeste Paulista, nas proximidades do córrego hoje chamado de Maria Chica.  Uma época que ainda viviam índios Coroados na região.  Nesse pedaço de chão havia, numa construção modesta, a Loja Maçônica com a  denominação Loja Remo e Rômulo.  

A Maçonaria, naquele tempo, era uma coisa muito escondida e quem era Maçom não dizia para ninguém, nem para a própria esposa.  Para tudo considerava-se sigilo total e segredo. Os membros dessa Loja eram quase todos oriundi ou imigrantes da Itália.  E os hábitos ainda tinham muita influência da camorra, vendetta, omertá e da cosa nostra, trazidos da “Bota” (Itália).  

Todos os Obreiros se sentiam orgulhosos por terem sangue italiano.  O Irmão Primeiro Vigilante, Gaetano Genovese, se gabava de ser sobrinho do chefão de um dos segmentos da Máfia Siciliana, Giuseppe Bonnano, mais conhecido como Joe Banana, que morava na região de Mezzogiorno, Sicília, dizendo que ele era capo di tutti capi (chefão de todos chefões).  

Os Irmãos da Loja Remo e Rômulo, pouco mais de 20, residiam na própria vila e alguns em aldeias vizinhas, pois era a única Loja Maçônica que existia naquelas paragens.

Salvatore Meneghetti, Irmão Porta-Estandarte e o decano da Loja, o mais idoso do grupo, mas não menos ferrenho Maçom, nunca deixava de dar sua mensagem na Palavra do Bem da Ordem em Geral e do Quadro em Particular.  Suas alocuções eram verdadeiras aulas de Maçonaria. Salvatore Meneghetti faleceu durante uma Sessão, justamente quando explanava sobre a criação do Estandarte da Loja, de quem tinha sido o idealizador.  

Em virtude dos Maçons se reunirem escondidos e secretamente, não sabiam como informar a policia da morte do Obreiro.  Para resolver o problema, por ordem do Venerável Mestre, Enzo Regatoni, enterraram o Irmão no próprio chão do Templo, precedido de Pompas Fúnebres, conduzido pelo Mestre de Cerimônia, Luigi Provenzano.  O Irmão Secretário, Vito Andreazza, foi incumbido de providenciar uma cruz que foi colocada dentro do caixão, enquanto o Mestre de Harmonia, Matteo Zanetti, cantava o hino Maçônico e o Primeiro Diácono, Paolo Andreoli, acenava o incenso aceso sobre o corpo do falecido.  Um dos Obreiros lembrou que ele dizia que, quando morresse, gostaria de ser enterrado com seu avental.  E isso foi feito.  Foi comovente. Muito comovente.

Como homenagem ao Irmão, que fora para o Oriente Eterno, ficou decidido que não se permitiria que nenhum outro Irmão mais empunhasse o estandarte da Loja, durante as sessões, que passaria a ficar, permanentemente, ao lado do Venerável Mestre, durante os trabalhos.  Assim foi dito, assim ficou decidido !  Assim seja !

Na primeira sessão, após o falecimento, no momento que seria a fala do Irmão Salvatore Meneghetti, os Irmãos ficaram olhando entre si e, por alguns instantes, pairou um silêncio sepulcral.  De repente o estandarte se desprendeu do mastro, sobrevoou o templo e caiu na cadeira do Porta Estandarte.  Foi um GADU nos acuda !  O Orador, Benito Ianelli, se assustou, deu um grito e correu para a saída do Templo, tropeçando sobre o Guarda do Templo, Giovanni Riello.  Os demais Obreiros da Loja saíram atrás, correndo pela noite a dentro cada um para caminhos diferentes, sem olhar para trás.  O Irmão Hospitaleiro, Vito Denaro, corria fazendo o sinal da cruz com a mão esquerda.  Soube-se mais tarde que um Aprendiz, Luciano Franchetti, se suicidou.  Nunca mais se soube da Loja Remo e Rômulo.

Dizem que em noite de Lua cheia, os moradores da localidade costumam ver um tipo de pano esvoaçando pelo céu sem ter uma explicação para tal fato. Outros afirmam ver um cadáver se removendo na terra da cova onde o Irmão Meneghetti está sepultado.

Um acontecimento que requer uma pesquisa e estudo profundo.....

Vero o invenzione ? Che ci crediate !

Se non è vero, è bene trovato.....

{Arquivos Implacáveis} Acredite se quiser ! "Ripley's"



A ARVORE DA VIDA E A ORIGEM SIMBÓLICA DOS CSRGOS EM LOJA - Fernando Cezar Careta


Os 10 cargos originais e fundamentais das Lojas maçônicas são idênticos e homólogos às “Sephiroth” da Árvore da Vida, que são formas elementares da emanação divina, visado através de seus ocupantes quando atuarem em Loja, bem como para todos os demais presentes aos trabalhos, tomar mais perceptíveis as verdades que estão encobertas atrás dos véus da iluminação divina (Ain-Ain soph - Ain Soph Aur), e serem abençoados pelas forças astrais invocadas.

Uma perfeita compreensão pelo ocupante destes diversos cargos em Loja, com suas correspondentes “Sephiroth”, ajudará muito a seus titulares no desempenho perfeito de suas funções individuais e coletivas, contribuindo para o sucesso de uma Sessão Maçônica, com a obtenção das influências benéficas das forças astrais que invocamos em nossas reuniões, durante o desenrolar de nossa ritualística nas suas diversas etapas.

Iniciemos no Oriente da Loja que corresponde ao Triângulo Supremo, ocupados pelo Venerável, pelo Secretário e pelo Orador, além dos antigos Mestres Instalados, que conhecem a palavra sagrada do simbolismo:

1. O Venerável corresponde à Sephirah Kether ou à Coroa, numerada com o algarismo "um" equivalendo a origem primordial, procurando simbolicamente a proximidade do som cósmico, ou seja, a do nome de Deus Eheieh - Eu sou o que sou, o Incognoscível, sendo sempre acompanhado do Arcanjo Metatron, o Anjo da Presença, buscando liderar a experiência espiritual da união com Deus, objetivando a realização de sua grande obra, que é, na Maçonaria, a construção do Edifício Social dentro e fora do Templo. Ao Venerável cabe dirigir com prudência e sabedoria as atividades da Loja dentro e fora do Templo.

2. O Secretário corresponde à Sephirah Chokmah, ou à Sabedoria, numerada com o algarismo "dois”, equivalendo à inteligência inspiradora ou ao Segundo Esplendor, simbolizando seu número o início da gênese universal, ou seja, um dos nomes de Deus, Jehovah, o Senhor, sendo sempre acompanhado pelo Arcanjo Taziel, o Arauto da Divindade, além do inicio do Tetragrama Sagrado com a sua letra “Yod”, buscando concentrar toda a sabedoria emanada de Deus. Sua pena deve buscar a inspiração para a máxima fidelidade e sacralidade dos registros, das atividades desenvolvidas em Loja, bem como para as outras comunicações que fizer. De sua função, derivou mais o cargo do Primeiro Diácono, que leva a Palavra Sagrada do Venerável para o Primeiro Vigilante, ao qual corresponde a Sephirah Hot, a Glória. 

3. O Orador corresponde à Sephirah Bínah, ou à Compreensão, ou O Entendimento, numerada com o algarismo “três”, equivalendo à Justiça e ao Ensino da Verdade, simbolizando o seu número a vida formada e criada, ou seja, um dos nomes de Deus, Jehovah Elohin, o Deus dos Deuses, sendo sempre acompanhado do Arcanjo Aralim, o Observador de Deus, além da segunda letra do Tetragrama Sagrado com sua letra “Heh”, a janela da visão aberta à vida. Sua atuação visa as instruções e a aplicação da justiça mais perfeita dentro da Loja, pois é o Guarda da Lei e de sua pureza.

Têm assento também no Oriente os outros Mestres Instalados, que já sentaram no Trono de Salomão, e sua proximidade visa reforçar, com sua energia pessoal, a atuação do Venerável, Secretário e Orador, secundados de seus respectivos anjos. Os cargos de Porta-Espada e Porta-Bandeira são funções honoríficas, porém simbolicamente meramente decorativas, enquanto o Primeiro Diácono é derivado do Secretário, o qual, antigamente, tinha também a função de mensageiro. Deste conjunto emana a Luz da Loja, que inspira e orienta suas atividades. Em Lojas novas, muitas vezes Aprendizes e Companheiros desempenham funções no Oriente, porém isso sempre deve ser a título precário, pois a rigor, no Oriente. devem ter apenas assento os Mestres Maçons.

Continuando-se na fronteira do Oriente com o Ocidente, existe a região denominada Daath, ou o Conhecimento, um abismo na qual ocorre uma mudança da expressão da força para a forma, não sendo este abismo uma percepção objetiva. Nesta região, na realidade, encontra-se o segredo não revelado da Arvore da Vida, e muitas vezes, ao transitarmos por ela, não temos uma percepção de seu verdadeiro significado. Temos três posições ou cargos que fazem a perfeita transição para as Colunas do Norte e Sul, que são o Hospitaleiro, o Tesoureiro e o Mestre de Cerimônias.

4. O Hospitaleiro corresponde à Sephirah Chesed, ou à Misericórdia, numerada com o algarismo “quatro”, equivalendo à Bondade, ao Amor aos semelhantes, simbolizando o seu número a Inteligência Coesiva ou Receptiva advinda dos Poderes Sagrados emanados das virtudes espirituais, ou seja a um dos nomes de Deus, EI, o Deus Todo-Poderoso, sendo sempre seguido do Arcanjo Tzadkkiel, o Anjo do Deus Justo. Sua atuação visa o amparo e assistência aos Irmãos da Loja, lembrar sempre que o amor é uma das forças cósmicas fundamentais e que, necessariamente, este sentimento está associado à misericórdia, a qual sempre tem que estar presente aos trabalhos em Loja.

5. O Tesoureiro corresponde à Sephirah Geburah, ou à Força, numerada com o algarismo “cinco”, equivalendo à Vassoura Cósmica que extingue a desigualdade e elimina o supérfluo, simbolizando seu número a Severidade que emana de Chokmah, a Sabedoria, ou seja, um dos nomes de Deus, Elohin Gebor, o Deus da Severidade, sendo sempre seguido do Arcanjo Khamael, o Anjo da Severidade Divina. O simbolismo do cargo visa a seriedade que tem de haver com o trato dos valores da Loja, tanto na arrecadação como nos dispêndios dos metais, os quais devem servir essencial-mente à Misericórdia com os Irmãos e os Profanos, bem como a manutenção do Templo e nada mais, evitando-se os luxos e as dissipações advindas da vaidade e de outros defeitos da alma humana.

6. O Mestre de Cerimônias corresponde à Sephirah Tipharej, ou à Beleza, numerada com o algarismo “seis”, equivalendo à Luz que se transforma no Amor Radiante, simbolizando o número o equilíbrio que a Beleza confere à Sabedoria e à Força, as quais, isoladas, se antagonizam, mas juntas se completam, ou seja, um dos nomes de Deus, Aloah Va Daath, o Deus Forte do Entendimento, sendo sempre seguido do Arcanjo Rafael, o Anjo do Espírito que está no Sol, localizado na Coluna do Equilíbrio, situada sobre o Altar da Loja. Sua atuação visa essencialmente a perfeição e a beleza dos movimentos em Loja, pois ele é o elo de ligação entre o Ocidente e o Oriente, sendo que sua atuação é vital para a perfeição que deve haver nos trabalhos, resultando na beleza equilibradora.

Os seis cargos iniciais formam geometricamente o Selo de Salomão da Loja, pois são o resultado da intersecção do Triângulo Supremo, formado pelas Sephiroth Kether-Chokmah-Binah, com o Triângulo Ético formado pelas Sephiroth Chesed-Geburah-Tiphareth, o elo entre o Ocidente e o Oriente.

O Ocidente da Loja forma com os dois Vigilantes e o Experto o Triângulo Astral, formado pelas Sephirot Netzachj-Hod-Yesod, formando a ligação de seu vértice inferior com a posição correspondente à Sephirath Yesod, a porta para o Mundo Profano, guardada pelo Cobridor, simbolicamente o Guardião do Tesouro da Ciência Oculta ou dos Segredos da Maçonaria. Os Triângulos Supremo e Ético formam a parte espiritual e latente da Loja, enquanto o Triângulo Astral forma a parte potente e terrena da Loja.

A região compreendida entre o Triângulo Astral e o Mestre de Cerimônias, corresponde simbolicamente à Terra e aos seus correspondentes elementos primordiais, ou seja, o Ar, a Terra, a Água e o Fogo.

7. O Segundo Vigilante corresponde à Sephírah Netzach, ou à Vitória, numerada com o algarismo “sete”. equivalente à Inteligência Oculta, simbolizando o Esplendor refulgente percebido pelos Olhos do Intelecto e pela. Contemplação da Fé, ou seja, um dos nomes de Deus, Jehovah Tzaboath, o Deus dos Exércitos, sendo seguido pelo Arcanjo Uriel, o Anjo Mensageiro da Graça de Deus. Sua atuação em Loja visa preparar os companheiros para a vitória advinda da elevação ao Mestrado, recebendo através do Mestre de Cerimônias as orientações gerais; do Segundo Diácono a Palavra Sagrada advinda do Venerável Mestre, por intermédio do Primeiro Vigilante até sua Coluna.

8. O Primeiro Vigilante corresponde à Sephirah Hod, ou à glória em Esplendor, numerada com o algarismo “oito”, equivalendo à Inteligência Absoluta ou Perfeita, simbolizando a Formação das Hierarquias Celestes, ou seja, no caso o mesmo nome de Deus em Netzach, o Jehovah Tzaboath, o Deus dos Exércitos, secundado, todavia, pelo Arcanjo Rafael, o Anjo Médico Celestial. Sua atuação em Loja consiste em receber os neófitos e assisti-los nas curas de suas enfermidades e defeitos espirituais, preparando-os para a Elevação a Companheiro, recebendo, através do Mestre de Cerimônias, as orientações gerais, do Primeiro Diácono a Palavra Sagrada advinda do Venerável Mestre até sua Coluna, bem como transmiti-la através do Segundo Diácono para sua Coluna.

9. O Experto corresponde à Sephirah Yesod, ou o Fundamento. numerada com o algarismo “nove”, equivalendo à Inteligência Purificada estabelecedora da Unidade, simbolizando o Tabernáculo Sagrado, ou seja, um dos nomes sagrados de Deus, Shadai El Chai, o Deus Vivo Todo-Poderoso, secundado pelo Arcanjo Gabriel, o Chefe das Hostes Celestes. Sua atuação consiste em conduzir as Iniciações no Ocidente, visando com seu trabalho gerar o equilíbrio perfeito com .o Venerável Mestre, que fica no Oriente, devendo sempre este cargo ser ocupado por um Mestre Instalado.

10. O Cobridor Externo corresponde à Sephírah Malkuth, ou o Reino, numerada com o algarismo “dez. equivalendo à Alma da Terra. através de suas múltiplas portas como a da Morte, a das Trevas da Morte. das Lágrimas, da Justiça, da Oração, da Filha dos Poderosos e a do Jardim do Éden, ou seja, um dos nomes sagrados de Deus, Adonai Malekh. ou Adonai Ha Aretz, o Senhor e Rei. secundado pelo Arcanjo Sandalphon, o Anjo Salvador (Messias). Sua atuação consiste em filtrar e impedir as influências do Mundo Profano sobre a Loja. verificar e admitir profanos às Iniciações, bem como manter a ordem interna quando necessário, devendo o cargo, ao contrário do que muitos pensam, ser ocupado por mestres muito experientes e com alto tirocínio político.

Os Vigilantes também têm como função manter os Obreiros em ordem nas suas respectivas Colunas, além de trabalhar para o aperfeiçoamento dos seus correspondentes Aprendizes e Companheiros.

Como Malkut não forma parte do Triângulo Astral, alguns acham erroneamente que o Cobridor não tem função definida, esquecendo-se que o Cobridor sempre tem que opinar em Loja quando houver envolvimentos com o mundo externo, pois sua função simbólica está na base da ÁRVORE DA VIDA, no meio das raízes da terra, dando sustento a toda árvore. Hoje, como nossos Templos estão a salvo de indiscrições profanas, normalmente esta função é desenvolvida pelo Guarda do Templo.

O cargo de Segundo Diácono é um desdobramento do cargo de Primeiro Diácono no Ocidente, pois uma de suas principais funções é levar a Palavra Sagrada do Primeiro Vigilante, que a recebeu do Primeiro Diácono, para o Segundo Vigilante, sendo também o cargo de Chanceler, igualmente, um desdobramento do cargo de Secretário.

As outras funções muito honoríficas como o Arquiteto, que têm que manter o Templo em condições de culto e o Mestre de Banquetes relacionam com aspectos exteriores da Loja e derivaram do Cobridor. O cargo de Mestre de Harmonia é uma função que desdobrou-se do Mestre de Cerimônias, pois tem relação intrínseca com a beleza dos trabalhos, devendo o ocupante deste cargo ter grande sensibilidade musical e mística, para com a execução de músicas adequadas durante os trabalhos, propiciar a harmonia necessária para o desenvolvimento da Egrégora e boa Harmonia da Loja.

Embora hoje em dia não haja muita conscientização do simbolismo dos cargos em Loja, acreditamos que seja necessário um despertar para as realidades primordiais que originaram a razão de ser das Lojas Simbólicas e de seus verdadeiros objetivos, que são através de um trabalho coletivo chegar-se à Verdadeira Luz e cumprir na terra a grande obra do Grande Arquiteto do Universo, que é a construção do Edifício Social, quando atuarmos no mundo profano.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BALLOW, Robert. The Nature of Religion. Basic Book Publisher, New York, 1968.

HOME, Alexander. King’s Salomon

Temple in the Masonic Tradition.

The Aquarian Press. Welligborough a England, 1983.

FOME, Dion. A Cabala Mística. Ed. Pensamento, São Paulo, 1993.

WILLJAMS-HELLER, Ann. Cabala. Ed. Pensamento, São Paulo, 1990.

BONDER, Nilton. A Cabala da Inveja. Ed. Imago, Rio de Janeiro, 1992.

A BÍBLIA SAGRADA. Tradução de João Ricardo de Almeida.

ALCORÃO SAGRADO. Tradução de Mansur El-Hayek. Ed. Tangará, São Paulo, 1979.

BOUCHER, Jules. A Simbólica Maçônica. Ed. Pensamento, São Paulo, 1979.

FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio. Dicionário de Maçonaria. Ed. Pensamento, São Paulo, 1990.

DA CAMINO, Rizzardo. Simbolismo do Primeiro Grau.

RITUAIS DE APRENDIZ E MESTRE

MAÇOM. GLSC, Ed. IOESC, Florianópolis.


novembro 28, 2024

ARLS IMPERATRIZ n. 77 - Palestra de Amilcar Alabarce Mathias



    De quando em quando a maçonaria nos proporciona encontrar preciosos tesouros ocultos em seus ensinamentos. Foi o caso de minha visita ontem à ARLS Imperatriz 77, onde estive pela segunda vez conhecendo seu novo endereço, no 10o andar do edifício anexo ao Hotel Leques, bem próximo da GLESP.

    Sob a direção do VM João Francisco Figueiredo fomos brindados com uma extraordinária palestra do intelectual e escritor maçônico Amilcar Alabarce Mathias um dos fundadores da Academia Maçônica Virtual Brasileira de Letras, e autor de livros que são referência no estudo da Ordem.

    A palestra, intitulado "Um resumo dos graus de Mestre Maçom", durou duas horas, fruto de minuciosas e demoradas pesquisas, e abordou com detalhamento o simbolismo e esoterismo do grau de plenitude maçônica, buscando fontes desde as Escolas de Mistério do Antigo Egito, até a construção da maçonaria especulativa com a filosofia iluminista do século 18.

    Também esteve presente o poeta e cantador Aldy Carvalho, um dos mais talentosos artistas  da rica tradição cultural do Nordeste brasileiro, que já teve suas obras  publicadas neste blog.

    Foi enfim uma noite incomum de aprendizado e confraternização, para ser lembrada perenemente.

   

DEGRAUS DE ACESSO AO ORIENTE - Pedro Juk


De pronto é preciso lembrar que o REAA originalmente no seu primeiro ritual (1804) não trazia Oriente elevado e nem balaustrada separando parte do recinto para o Oriente.

Essa separação e a elevação só viria surgir pelo aparecimento das chamadas Lojas Capitulares, sistema esse criado em 1816 pelo Grande Oriente da França, cuja característica principal seria a administração pelo Grande Oriente a partir do grau de Aprendiz até o 18º Grau conhecido por Príncipe Rosa Cruz. Isso então significava que essa Obediência francesa passava a ter sob a sua tutela os graus 1º até o 18º, ficando os demais, do 19º (Kadosh) até o 33º (Consistório) sob a autoridade do Supremo Conselho da França.

Nesse sistema misto de simbolismo e altos graus, a Loja Capitular era dirigida por um Príncipe Rosa Cruz – em linhas gerais o Athersata era também o Venerável Mestre dos três primeiros graus.

Sobre o primeiro ritual do simbolismo do REAA ainda cabem mais alguns comentários.

Em outubro de 1804, era criado em Paris o Segundo Supremo Conselho do REAA, com a finalidade de difundir o Rito na Europa. É bom que se diga que o REAA fora em princípio concebido originalmente apenas com Altos Graus, isto é, do 4º ao 33º, já que nos EUA, onde se deu o seu nascimento em 1801 (baseado no Rito de Perfeição, ou Heredom), a prática dos três primeiros graus era suprida pelo empréstimo de rituais pertinentes às Lojas Azuis norte-americanas, que correspondem aos graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre praticados na Maçonaria dos EUA.

Com isso, quando o REAA chegou na Europa em 1804, o mesmo não possuía os três primeiros graus.

Cabe destacar que o termo “simbolismo” ainda não era conhecido na França.

Assim, para suprir essa lacuna, o Segundo Supremo Conselho então fundou em Paris, em outubro de 1804, uma Loja Geral Escocesa para organizar e gerir um ritual na França para o simbolismo do REAA – até então inexistente.

Esse ritual, ainda com resquícios de costumes das Lojas Azuis norte-americanas, trazidos por maçons franceses que retornavam dos EUA para a França, acabou temperado pela prática dos autoproclamados “Antigos” da Grande Loja surgida em 1751 na Inglaterra para fazer oposição aos “Modernos” da Primeira Grande Loja londrina que fora fundada em 1717 (vide essa história).

Boa parte desse primeiro ritual do REAA então seria influenciado pela exposure atribuída aos Antigos e conhecida pelo título de The Three Distinct Knocks (As Três Pancadas Distintas). Esse acontecimento mais tarde acabou dando um viés anglo-saxônico para o REAA, que é reconhecidamente um rito filho espiritual da França, portanto, latino.

Devido a essa influência é que o ritual de 1804 do REAA mencionava que o seu espaço de trabalho era tal qual a sala da Loja do Craft, isto é, na totalidade da sua extensão tudo ficava no mesmo nível. Não existia separação por balaustrada do Oriente para o Ocidente.

Nesse mesmo ritual, o que hoje conhecemos como Colunas do Norte e Sul, ambas se estendiam do Oriente até o Ocidente. O Oriente, em linhas gerais, era onde ficavam o Venerável Mestre e as autoridades. Detalhe é que a parede oriental era edificada em semicírculo.

No que concerne ao Oriente elevado em relação ao Ocidente do Templo, este costume somente surgiu pelo advento das Lojas Capitulares, época em que foi, em 1820, construído um outro ritual que se adequasse às então normas capitulares. É dessa época que a terça parte da área de trabalho da Loja foi elevada e separada por uma balaustrada com uma passagem central. Foi desse modo que o Oriente, à moda do Capítulo, acabou separado e elevado do Ocidente nos Templos do REAA.

Com isso, nas Lojas Capitulares, o acesso para o Oriente era feito por quatro degraus. Na verdade, o Oriente elevado fora na época concebido para representar o Santuário do Grau Roza Cruz. Esse espaço, durante os trabalhos da Loja, era ocupado apenas por aqueles colados no Grau 18 ou acima dele.

Mais tarde, com o desaparecimento das Lojas Capitulares, já que o Supremo Conselho do REAA havia reivindicado justamente para si os graus a partir do 4º até o 18º, as modificações produzidas no ritual das Lojas Capitulares pelo Grande Oriente da França em 1820, modificações essas concernentes à divisão e elevação do Oriente, ao invés de serem extirpadas, ao contrário, ficaram incorporadas definitivamente no simbolismo do REAA. Isto é, extinguem-se as Lojas Capitulares, mas o Oriente das Lojas Simbólicas continua dividido e elevado.

A bem da verdade, não é de hoje que o REAA vem sofrendo com enxertos e adaptações com práticas que não lhe dizem respeito.

Com a evolução e o aprimoramento dos rituais do escocesismo a partir do século XIX na França, a performance topográfica do Oriente concernente aos quatro degraus de acesso acabaria se dividindo em um degrau de acesso para o Oriente e três para o sólio.

Contudo, sob o aspecto doutrinário, o simbolismo do REAA requeria a presença de sete degraus no seu Templo, o que seria então somado aos quatro primeiros de acesso ao Oriente e ao sólio, mais dois degraus para a cátedra do 1º Vigilante e um degrau para a do 2º Vigilante.

Ao final, a soma desses desníveis totaliza o número de 7 degraus, cujo valor simbólico é incontestável no arcabouço doutrinário do REAA (o setenário do Mestre).

Quanto aos principais simbolismos desses degraus, esotericamente o número 7 alude ao shabat, ou o dia da criação (influência hebraica). De modo especulativo é a arte de criar um elemento humano que seja capaz de produzir templos à virtude universal (aprimoramento humano). Ainda, por influência anglo-saxônica, o número 7 também simboliza a presença na Loja das Sete Artes e Ciências Liberais estudadas desde a Idade Média. Divididas por Boécio em trivium e quadrivium, a primeira divisão ternária se relaciona com a Gramática, a Retórica e a Lógica (a arte de bem falar), enquanto a segunda divisão quaternária se pauta com a Aritmética, a Geometria, a Música e a Astronomia (a arte de conhecer os arcanos do Universo).

Entretanto, no que diz respeito à disposição correta dos degraus nos templos, sem dúvida ainda existem muitos deles que seguem rituais equivocados, ou seja, permanecem com o Oriente elevado, porém acessado por quatro degraus em vez de um apenas como descrito anteriormente.

Infelizmente essa contradição, dos quatro degraus de acesso, acabou se generalizando porque ao longo dos tempos muitos Templos do escocesismo acabariam sendo construídos com número de degraus à moda capitular ou mesmo copiando outros Ritos. O problema é que corrigir essa disposição equivocada acaba sendo dispendiosa, resultando muitas vezes em reformas caras e economicamente inviáveis para as Lojas. Dado a isso é que muitos, mesmo errados, preferem permanecer como estão.

Ao concluir, reitero que a maneira mais apropriada para a distribuição dos sete degraus consagrados no simbolismo do REAA, desde a extinção das Lojas Capitulares (ainda no século XIX), é a de um degrau para o Oriente, três para o sólio, dois para o 1º Vigilante e um para o 2º Vigilante – total igual a sete.

DESPOJANDO-SE DOS METAIS - Newton Agrella


O ato do despojamento dos metais, empreendido logo no começo da Cerimônia de Iniciação na Maçonaria - e particularmente no Rito Escocês Antigo e Aceito - que é o mais amplamente  praticado no Brasil, encerra em sí, não apenas e tão somente a ideia do desvencilhamento dos bens materiais, dos sinais aparentes de riqueza e opulência, mas sobretudo o simbolismo do desapego às ideias preconcebidas, ou seja; dos preconceitos que trazemos conosco e encontram-se muitas vezes recônditos e arraigados dentro de nós.

A Maçonaria, no seu âmbito acadêmico e filosófico pugna por incitar ao profano que espera tornar-se um Iniciado a elaborar, por si só, a Arte do Pensamento e do exercício Especulativo.

E no seu âmbito dialético, a estimular ao Iniciado que o mesmo, gradativamente, vá se desvinculando de conceitos dogmáticos doutrinários que até então eram os instrumentos mais palatáveis e mais simples de serem digeridos ao longo de sua existência.

Cabe lembrar que a Iniciação Maçônica, simbolicamente, tem o significado de um "nascimento".

Como tal, o simbolismo contido nesta experiência, enseja a ideia de que o Iniciando venha destituído da vaidade, do orgulho, dos dispositivos que concorrem para prejudicar os preparativos de um trabalho longo e exaustivo, cujo propósito final é o de se alcançar os melhores resultados pelo aprimoramento da consciência humana.

Trata-se pois, de uma lavra de cunho antropocêntrico, hominal e intectual, revestido de uma ritualística esotérica e inspirada em valores metafísicos como um modo de reconhecimento da existência de um Princípio Criador e Incriado do Universo, que se constitui num referencial de origem que explica a nossa própria existência.

Simbólicamente, ao despojar-se dos metais, nossa mente se liberta das amarras dos dogmas que inibem o exercício livre de nosso raciocínio.

Indispensável registrar que a Maçonaria tem como propriedade incomparável e estimulante facultar a seus membros o direito pleno de crer e seguir qualquer Credo ou Denominação Religiosa, sem qualquer tipo de censura. O que evidencia seu caráter adogmático.

Contudo, sua mais relevante missão é a de estimular e encorajar que seus membros articulem todos os meios para que se tornem legítimos "Livres Pensadores", desatrelados a proselitismos de qualquer natureza e provendo a inesgotável busca pela *Liberdade* responsável no convívio social, pela *Igualdade* de direitos, obrigações e oportunidades entre as pessoas e especialmente pela *Fraternidade* como a forma mais sadia, densa e consistente no relacionamento de amor, dignidade e respeito entre as pessoas.

Despojar-se dos Metais é somente tudo isto.



novembro 27, 2024

O SEGREDO DA MAÇONARIA - Almir Sant'Anna Cruz


Invariavelmente as antigas instituições filosóficas e religiosas dividiam seus ensinamentos em públicos ou exotéricos (de caráter geral e ético, ministrados sob a forma de contos, alegorias e parábolas) e secretos ou esotéricos (de caráter individual e místico, reservados aos iniciados).

Jesus também assim procedeu. Na Bíblia podemos confirmar que se para o público em geral seus ensinamentos eram limitados e por parábolas, para seus discípulos tudo lhes era revelado:

*Marcos 4:11: E ele disse-lhes: A vós é dado saber os mistérios do reino de Deus, mas aos que estão de fora, todas estas coisas se ensinam por parábolas*

*Marcos 4:34: E sem parábolas nunca lhes falava; porém tudo declarava em particular aos seus discípulos*

No período operativo da Maçonaria, os segredos do ofício e das técnicas de construção utilizadas pelos Maçons era de fundamental importância, pois lhes assegurava a sobrevivência através de uma reserva de mercado. Também os sinais, toques e palavras garantiam trabalho e proteção para aqueles que viajavam de um lugar para outro. 

Em capítulo precedente já vimos a importância que se dava aos segredos dos Maçons operativos no Poema Regius.

Também vimos em outro capítulo, na Lenda Hirâmica, a importância das palavras e sinais secretos:

Alec Mellor in Dicionário da Franco-Maçonaria e dos Franco-Maçons afirma que nunca faltarão concepções fantasiosas e até aberrantes do Segredo maçônico, alimentando tanto os detratores da Maçonaria quanto a credulidade humana.

A essa afirmativa, podemos acrescentar que os próprios Maçons são os responsáveis pelas ideias erroneas sobre o Segredo maçônico. Para muitos Maçons, tudo é segredo e quando são perguntados a respeito de um assunto trivial, respondem com ar professoral com um enigmático “isso é segredo”, seja por uma convicção erronea do que efetivamente é segredo, seja para encobrir seu desconhecimento sobre o assunto que lhe foi perguntado.

Segundo Mellor, o Segredo da Maçonaria corresponde a duas distintas noções:

*- Os Segredos (no plural), que dizem respeito aos sinais, palavras e toques pelos quais os Maçons se reconhecem e se “distinguem dos outros homens* 

*- O Segredo (no singular), que é um conceito totalmente filosófico e de conteúdo variável*

*Para alguns, concebido como o estado de iluminação interior atingido na Iniciação e que a linguagem humana não saberia traduzir e, portanto, trair, visto que as palavras correspondem a conceitos ao passo que o pensamento iniciático eleva-se acima do pensamento conceitual* 

*Para outros, o Segredo não conduz a um conteúdo de ideias, mas é de ordem moral e não passa da ascese simbolizada pelo ritual e destinada a realizar o homem ideal. A concepção cristianizada dessa ascese torna-a um meio privilegiado de salvação*


Jesus Hortal, reitor da PUC-RJ in Maçonaria e Igreja, afirma:

*O segredo maçônico é uma espécie de viagem espiritual que o iniciado faz e que dificilmente poderia exprimir-se com palavras. É algo que o maçom guarda para si. Quanto mais velho, mais volumoso é o seu segredo, composto dos resquícios de suas experiências de vida*

Jean-Jacques Casanova de Seingalt (1725-1798), o célebre aventureiro veneziano do século XVIII, conhecido em nossos dias como o libertino Casanova, teve o seu texto História da Minha Vida deturpado quando de sua publicação no século XIX. Mas em 1960 o texto original foi publicado na França, surgindo então seu verdadeiro pensamento, pleno de psicologia e perspicácia. Conquanto não se possa citá-lo como modelo de virtude nem como exemplo de Maçom, reproduzimos a seguir suas interessantes observações sobre o Segredo da Maçonaria:

*Os homens que se fazem receber Maçons apenas com a intenção de conseguir o conhecimento do segredo da Ordem, correm grande risco de envelhecer sob a colher de pedreiro sem jamais atingir a meta que se propõem*

*Há no entanto um segredo, mas que é tão inviolável por sua própria natureza que nunca foi confiado a ninguém*

*Aqueles que param na superfície das coisas pensam que o segredo consiste em palavras, sinais e toques, ou que finalmente a grande palavra está no último grau*

*Erro. Aquele que adivinha o segredo da Maçonaria, visto que só será conhecido se for adivinhado, só chega a este conhecimento por muito freqüentar as Lojas, por muito refletir, raciocinar, comparar e deduzir*

*Quando chega a ele, evita participar a sua descoberta a quem quer que seja, mesmo a seu melhor amigo Maçom, pois, se o último não teve o talento de penetrá-lo, tampouco terá o de aproveitá-lo depois de conhecê-lo oralmente. Esse segredo será, portanto, sempre um segredo*

*Tudo o que se faz na Loja deve ser secreto, mas aqueles que, por uma indiscrição desonesta, não tiverem escrúpulos de revelar o que nela foi feito, não revelaram o essencial. Como eles poderiam revelar, se nada sabem? Se soubessem, não fala-riam das cerimônias*

Há também os céticos, que afirmam que o grande segredo guardado pelos maçons é que não existe segredo algum. Entre eles encontra-se o filósofo John Locke, que afirma:

*Mesmo que a inexistência de algum segredo seja o grande segredo maçônico, não é uma pequena proeza manter isso em segredo*

Finalmente, destacamos um trecho de nosso livro Simbologia Maçônica dos Painéis: Lojas de Aprendiz, Companheiro e Mestre:

*Quando um Maçom se torna verdadeiramente um Maçom, sua busca terminou* 

*Ele encontrou o Segredo*. 

*Como revelá-lo a quem não se iniciou nos Mistérios da Maçonaria?* 

*Como transmiti-lo a quem entrou para a Maçonaria, mas não conseguiu ainda ser Maçom?* 

*Quem descobre o Segredo não o revela a ninguém. A ninguém em nenhuma circunstância!* 

*O Segredo é intransmissível!*

Do livro "Maçonaria para Maçons, Simpatizantes, Curiosos e Detratores" - Interessados no livro contatar o autor, Irm.’. Almir, no WhatsApp (21) 99568-1350

DA EVOLUÇÃO - Heitor Rodrigues Freire


A  tendência natural do ser humano é a evolução, e ela se manifesta pelo uso do conhecimento, da inteligência e da vontade de realizar.

Assim, ao longo dos milênios, o homem foi descobrindo, criando e aperfeiçoando suas descobertas e invenções. Esses grandes avanços vão desde a descoberta do fogo, passando pela criação da roda e a invenção da escrita, até a decodificação do DNA e a criação da internet.

A lista é muito extensa, afinal o *homo sapiens* já habita a terra há aproximadamente 200 mil anos, segundo os estudos mais recentes. E seria impossível listar todas as descobertas de cada área num só artigo.

O domínio do fogo pelos primeiros hominídeos foi de fundamental importância para a sobrevivência da nossa espécie. Em milhares de anos utilizando o fogo, o homem conseguiu produzir diversos materiais (metálicos, cerâmicos) que impulsionaram o desenvolvimento civilizatório.

Relaciono, a seguir, algumas das invenções e descobertas que mudaram a história da humanidade:

A lei 

A vida em comunidade exigiu um ordenamento que permitisse o relacionamento entre as pessoas e os países. Ur-Nammu, imperador da Suméria no século XXII antes de Cristo, criou o primeiro código que funcionava em termos condicionais, no estilo “Se X acontecer, Y deverá ser aplicado”. Logo depois, na Babilônia, Hamurabi criou o Código de Hamurabi, baseado na lei do Talião, conhecido como “olho por olho, dente por dente”, famoso até hoje.

A roda

Antes da invenção da roda em 3.500 a.C., os trabalhadores não tinham nenhuma ferramenta para o transporte de sua produção, e por isso sua capacidade ficava limitada ao que cada pessoa (ou grupo) podia produzir e carregar. A roda, para sua funcionalidade, precisava de um eixo, que foi criado logo a seguir e foi sendo aperfeiçoado cada vez mais.

O prego

O prego foi inventado cerca de 2.500 anos antes do nascimento de Cristo, conforme a humanidade aprendeu a manipular o metal e mudar a sua forma. O prego foi aperfeiçoado pelo grego Arquimedes no século III a. C, que criou uma variação dessa ferramenta, transformando-a em parafuso.

A bússola

A invenção da bússola pelos chineses ajudou a resolver o problema de orientação para os navegantes, viajantes e desbravadores em geral, tomando como referência o campo magnético do planeta, que sempre aponta para o Norte. Uma invenção simples e revolucionária, que passou por diversos aprimoramentos, como o GPS que usamos hoje o tempo todo. 

A prensa móvel

Ela foi inventada em 1440 por Gutenberg e logo se tornou uma das inovações mais sensacionais da história. Permitiu que livros e textos fossem impressos em larga escala (e deve ter deixado muito monge copista sem emprego) pela primeira vez na história.

O motor

A revolução industrial não teria existido se não tivessem inventado o motor. 

Os algarismos arábicos 

O matemático italiano Leonardo Fibonacci (1170-1240) trocou os complexos algarismos romanos pelos arábicos, bem mais simples e práticos. A facilidade que isso trouxe para os cálculos resultaria no avanço da álgebra e, por consequência, de toda a tecnologia. 

Os óculos

O inglês Roger Bacon (1220-1292) construiu as primeiras lentes de cristal para corrigir distorções da visão. A invenção de Bacon demoraria mais de 100 anos para se tornar prática. Em 1784, o americano Benjamin Franklin inventaria os óculos bifocais.

A caravela

A exploração do mundo deve muito a essa invenção portuguesa. Comparadas com as demais embarcações da época, as caravelas eram rápidas, seguras e resistentes. Elas abriram os caminhos do Velho Mundo em direção ao Novo Mundo.

A pólvora

Inventada por alquimistas chineses, a pólvora é uma das criações mais letais já criadas pelo homem. Inicialmente usada com um atirador de lança voltado a atacar um inimigo distante, durante a Idade Média a pólvora passou a ser usada de modo mais refinado, resultando nas atuais armas de fogo. O homem demonstrou ser especialista em artefatos de destruição da sua própria espécie.

A eletricidade

É graças ao manejo da eletricidade que nós conseguimos acender uma lâmpada, ligar a TV ou colocar o celular para carregar. Como sabemos, eletricidade é um termo geral que se encontra nos fenômenos da natureza.  Porém, nem sempre a eletricidade esteve dominada pelo homem. Tudo mudou depois que um físico inglês chamado Willian Gilbert passou a estudar a eletricidade, ainda no século XVII. A partir dele, outros estudos surgiram e levaram os cientistas a descobrir como reproduzir e controlar o uso da eletricidade.

As descobertas científicas

A ciência tem sido um dos pilares fundamentais do progresso humano, impulsionando inovações, descobertas e avanços tecnológicos que transformaram nossa sociedade. Entre inúmeras, destacam-se:

A Teoria da Relatividade, de Albert Einstein; a descoberta da penicilina, que derivou no uso de antibióticos para o combate de bactérias; a descoberta da estrutura do DNA, que levou ao conhecimento das funcionalidades do corpo dos seres vivos; a criação das vacinas; a descoberta das técnicas de transplante de órgãos humanos; a Missão Apollo 11 e a chegada do homem à Lua; a descoberta dos buracos negros; o sequenciamento do genoma humano; a descoberta das ondas gravitacionais; as fotografias de galáxias distantes, etc. etc.

O que se constata é que o homem sempre foi muito criativo e inteligente com o que observa fora de si, inventando meios e condições que transformaram e melhoraram muito a sua própria vida.

Mas a transformação mais importante decorre de um acontecimento que mudou a história da humanidade: o nascimento de Jesus, que nos ensinou de forma didática e simples – por isso de certa forma desconsiderada – a fórmula para a maior e mais importante transformação que cada um pode fazer, a mudança interior, que se dá por meio do amor a Deus e principalmente ao próximo. Assim como acredito que a humanidade realmente tem jeito, creio também que no decorrer do tempo e do espaço há de haver a grande transformação. E ela já começou.


novembro 26, 2024

CARTA AOS IRMÃOS - Roberto Ribeiro Reis


Amados Irmãos! Se eu pudesse descrever a alegria que sinto em estar entre colunas, vivenciando convosco os sublimes caminhos da Arte Real, não o faria em um simples texto, pois este não seria capaz de contemplar o sentimento de euforia e gratidão por vossa companhia nas batalhas da vida.

Seria necessário um livro, pois nele estariam contidas todas as passagens, as reuniões ritualísticas, os relatos dos que se foram para a Morada Eterna, além de muitos, mas muitos casos pitorescos, que só nossa Honrosa Instituição nos é capaz de proporcionar.

Quanta sabedoria, cultura e conhecimento foram espargidos por todos vós, em forma da mais resplandecente luz; essa luz que traz calmaria e paz ao espírito de todo Obreiro. Quantos tríplices e fraternais abraços troquei convosco, e quantos deles eu recebi nos momentos em que meu coração mais precisava.

Quantas visitas foram realizadas em vossa companhia aos Orientes vizinhos, nos quais fomos recebidos calorosamente, com inigualável afeto; lá, estreitamos laços do mais sincero amor, o amor fraternal que rompe quaisquer barreiras geográficas, solapando todas as diferenças em razão de raça, crença religiosa ou ideologia político-partidária.

Afinal, convosco aprendi que a tolerância e a indulgência são as vigas-mestras que devem ser o sustentáculo de nossa Excelsa Agremiação. Na Maçonaria que vivenciamos, cotidianamente, não há espaço para os retrocessos medievais ou rupturas em razão da desmesurada vaidade profana.

Seja no templo/loja, ou fora dele, o que viceja e se sobressai é um respeito incondicional ao pensamento alheio, de todo Irmão; e convosco também aprendi que jamais poderia impor minhas convicções, vontades ou desejos, pois em nossos trabalhos o que prepondera é o espírito de liberdade, igualdade e fraternidade.

Por vós fui retirado dos abismos inexoráveis da ignorância e do obscurantismo; por vós obtive a inefável e indelével sensação de receber a Luz. Essa Luz que me libertou dos grilhões do egoísmo, do personalismo excessivo e da cegueira espiritual quase irreversível, na qual me encontrava.

Por tudo isso, o que me resta é vos agradecer, penhoradamente, enquanto juntos caminharmos nesse mundo das ilusões materiais. Espero, do fundo de minh’alma, que eu seja merecedor de convosco encontrar no Oriente Eterno, para que continuemos nossa marcha de aprendizado e evolução.

Convosco aprendi que serei um Eterno Aprendiz, a despeito de todas as comendas, graus ou honrarias que me forem concedidas; convosco aprendi que ainda teremos de galgar inúmeros outros graus –verdadeiramente inefáveis- a fim de que possamos receber as instruções do Único e Verdadeiro Grão-Mestre existente: o Soberano Arquiteto Universal!

UMA PONTE NO ORIENTE DE NOSSAS PERCEPÇÕES - Newton Agrella


(R.'.E.'.A.'.A.'.)

Haverá um tempo em que; cada um de nós, simbolicamente vai passar (alguns já passaram) por uma belíssima ponte  localizada na cidade de Gabara (próxima de Damasco na Síria)  no Oriente Médio, cuja importância merece uma detida reflexão no repertório lendário e filosófico maçônico.

Essa travessia envolve inúmeros aspectos associados a alguns graus da Maçonaria.

Tanto no Simbolismo quanto nos chamados graus superiores.

Seja no âmbito da reconstrução moral e social  quanto na transição para o Conhecimento e a Liberdade de Pensar.

Essa travessia inclusive pode ser interpretada  como a simples ideia de "Liberdade de Passar". isto é, a faculdade que é conferida ao maçom de passar por estágios e provas cada vez mais complexos e dotados de significados cada vez mais densos e profundos que possam conduzí-lo a um aprimoramento gradativo da própria consciência.

A ponte é física e mental.  

É esotérica e intelectual.

Uma ponte que incita-nos a revisitar  nossos valores mais íntimos, a reavaliar  nossas tendências de conduzirmos ou de< sermos conduzidos e finalmente de provocar em nossa mente, quão preparados estamos para erigir com solidez, beleza e firmeza o grande Edifício Social.


Lembrando que esta nossa jornada está conectada com o processo de reconstrução do pensamento, atividade básica que o construtor social se esmera em produzir através das ferramentas que a Sublime Ordem coloca à nossa disposição.

O grande desafio nessa escalada é saber onde, quando e como utilizá-las.

Há uma conjunção de elementos históricos, lendários, sociais e antropológicos a serem considerados para que a travessia seja concluída com êxito e segurança.

Posto isso, temos adiante um caminho ainda muito longo a ser percorrido.

Vamos deixar a poeira baixar e prosseguir no nosso inesgotável exercício especulativo.



OS ATUAIS INIMIGOS DA MAÇONARIA - Armando Righetto

 Por Armando Righetto*

Antes, há muito tempo, todos os Maçons se precaviam e se protegiam contra inimigos externos.

O Clero, governos extremistas e outras forças ameaçavam, constantemente, a sobrevivência da Instituição,

perseguindo, prendendo e julgando os maçons como criminosos.

Estes tempos já passaram, o que não quer dizer que não poderão voltar.

A inquisição dorme apenas, daí a necessidade de permanente vigilância.

Se analisarmos, com isenção, o quadro atual, aceitaremos sem reservas que os maiores inimigos da Maçonaria,

hoje, são os próprios Maçons.

Mal selecionados, não convictos e invigilantes, legam perigo constante à nossa Ordem.

A falta de instrução e de estudos maçônicos, portanto, o desconhecimento de nossa Filosofia, dificultam ou até

mesmo impedem, a reforma íntima de cada um, prevalecendo "vícios" como vaidade, orgulho, arrogância e tantos

outros.

A indisciplina tem causado sérios problemas em Loja.

Alguns Irmãos se dão ao luxo de ignorar Leis e Regimentos Internos.

A omissão, a conivência e a tolerância excessiva têm feito da Moral um código adaptável ao momento, às

circunstâncias e às conveniências de cada um.

Há a necessidade de uma conscientização intensa e geral.

Entramos para a Ordem por vontade própria.

Não fomos obrigados a nenhum juramento.

Quando o fizemos não foi sem antes nos oferecerem inúmeras oportunidade de recuo.

Ainda há tempo para uma atitude menos indigna: se nos sentirmos decepcionados, desiludidos ou desapontados

afastemo-nos da Maçonaria com a mesma espontaneidade com que entramos.

Se, decididos a continuar, lembremo-nos de todas as nossas obrigações, especialmente a de cumprir e fazer cumprir

a obrigação jurada.

Convençamo-nos, somos os atuais inimigos da Maçonaria.

Reformemo-nos, eliminando em nós próprios muitos dos inimigos internos da nossa Instituição e, assim,

estaremos combatendo, natural e intensamente, os inimigos externos.

Lembremos e pratiquemos todos os nossos deveres maçônicos.

Afastem-se os derrotistas, os omissos e os acomodados.

“LUTEMOS, TODOS, POR UMA MAÇONARIA DE MAÇONS!”

*Armando Righetto é Maçom e Escritor. Extraído de seu livro "Maçonaria, uma Esperança"

novembro 25, 2024

 Então.


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Gregório Faria
 · 9 de mar.
Como começou a guerra de Israel vs Palestina. Existe lado certo?
Qualquer explicação sobre a questão israelense/palestina que não comece há quase 2.000 anos não vai ser uma boa explicação. Se você é cristão ou ao menos conhece a mitologia deste povo, deve se lembrar que Israel estava sob domínio (isto é, foi conquistada e mantida à força) romano. Em seus últimos dias, Jesus foi levado a uma votação em que a população poderia escolher a ele ou a um rebelde, de nome Barrabás para ser libertado pelos romanos. E escolheu Barrabás. A razão é que a maioria da população queria se ver livre dos invasores romanos e um líder rebelde (ou um rebelde) era mais popular que um líder religioso barbudo que pregava a paz e o amor. E, bom, neste clima a vida em Israel continuou por mais alguns anos até uma imensa revolta dos judeus, que derrotaram os romanos e se libertaram. Digo, foi uma imensa vitória breve e Roma lidou com a revolta da forma habitual, enviou legiões, matou tantos quantos necessários, destruiu templos e fortalezas, levou os rebeldes, suas esposas e filhos como escravos e a terra de Israel foi deixada quase vazia. Este tipo de situação aconteceu centenas de vezes na antiguidade. Povos inteiros foram escravizados e desapareceram nas areias do tempo. Mas os judeus tinham algo admirável. Mesmo escravos, mesmo oprimidos, mantinham sua cultura e costumes. E mantiveram por milhares de anos. Os egípcios? Desapareceram no tempo. Citas? Assírios? Etruscos? Todos eram minorias que, pois serem assimilados em grupos maiores, foram desaparecendo século a século até nada deles restar. Obviamente haverá 1% de genes deles aqui, 5% ali, até mesmo vamos encontrar pessoas com quase todos os genes deles, mas que não tem a língua, cultura, religião ou identidade destes povos. Eu trabalho com um indígena, ele visivelmente é indígena, mas ele se enxerga como branco, casou com uma loira e tem um filho branco… Literalmente é um exemplo de como um povo desaparece. Por os judeus manterem sua religião, parte da língua e costumes, eles também passaram a ser sempre vistos como “os diferentes” e, na era antiga e medieval, o diferente era visto como o mau. Então, vezes sem conta, algum problema acontecia, a culpa era jogada nos judeus, que eram perseguidos, forcados a fugirem ou expulsos. Por exemplo, também se você é cristão, deve ter lido na Bíblia passagens bobas, por exemplo, médico que lidava com um doente ficava impuro até se lavar. Bobagem, claro, pra que seguir regras da Bíblia? Bom, ao serem obrigados a se lavarem e banharem após tratar doentes, os médicos e cuidadores judeus praticavam a assepsia, que hoje sabemos é primordial para um médico não passar uma doença grave de um paciente para outro que só foi ver uma dor de dentes. Já numa Europa medieval, por exemplo, quando os cristãos enfrentavam pestes que - misteriosamente - infectavam todos aqueles tratados por médicos cristãos (que não se lavavam, aliás não se lavavam até um século e pouco atrás) mas não infectavam os judeus (por que será?), concluíram o óbvio: Os judeus tinham um acordo com o Diabo para não ficarem doentes e deveriam ser mortos para acabar com a praga. É, bons tempos, sem essa polarização toda de hoje. Edit: Em alguns casos, na idade média, as leis impediam judeus de terem terras. Imagine, numa época que a terra era a fonte de sustento, judeus não podiam ter terras… Sem poder ter terras, eles se mudaram para as cidades, onde se tornavam artesãos… Sendo um povo que poderia ser expulso a qualquer momento, passaram a guardar suas economias em redes de confiança, que se tornariam bancos. Por isto muitos associam judeus à riqueza e avareza. Não é que judeus sejam geneticamente banqueiros e burgueses, simplesmente após gerações só podendo fazer algumas coisas, a cultura deles se tornou boa naquilo. Aí, olha que chato, medievos pegavam dinheiro emprestado, mas na hora de pagar, conforme combinado, ficavam com raiva. Falavam mal e deixavam os judeus como malvados (imagine, cobrar pelo que emprestaram?)… O que gerou mais ódio, geração a geração eles eram perseguidos e mesmo com a chegada da Era Industrial, ainda eram vítimas de perseguição e preconceito. Até mesmo em nações mais educadas, como França, Inglaterra e Alemanha. E em países mais remotos, como no Leste Europeu e vários países das Américas, eram malvistos e mesmo mortos pelas populações locais! No Brasil e Portugal mesmo, foram expulsos! Para ver como era um sentimento com raízes profundas na cultura de então. Então, muitos judeus pensaram: ”Não somos bem-vindos à estas terras, somos sempre tratados como estrangeiros, mesmo vivendo como eles, servindo em suas guerras, trabalhando em seus governos e ajudando em sua ciência… Se não somos queridos aqui, deveríamos voltar à nossa Terra Natal.”. Então, muitos judeus foram deixando a Europa e Américas e indo morar na Palestina. A Palestina era parte do Império Otomano. E os otomanos não eram gente legal - desculpe qualquer turco que ler esta resposta, sinto muito, mas eles não eram - e oprimia muito o povo da região que, assim como os judeus odiavam os romanos, também odiava os otomanos. Nisto veio a Primeira Guerra Mundial e a Inglaterra precisava de ajuda. Os judeus tinham dinheiro e disseram “Se nos ajudarem a voltar à nossa Terra Natal, ajudamos vocês!” e os ingleses prometeram que, se vencessem os otomanos, ajudariam os judeus a criarem sua nação ali. Oh Oh… O problema é que lá já existiam - como eu disse antes - os moradores locais, os palestinos. A história dos palestinos é um pouco mais simples (simples não quer dizer menos interessante): Eles eram descendentes de árabes e judeus que haviam conseguido escapar e ficar ali depois do expurgo que Roma promoveu ali mais os filisteus, outro povo aparentado. Conquistados pelos otomanos séculos antes, viviam sob uma opressão menor que seus primos árabes, pois era uma região meio marginal do Império. Assim mesmo, eram oprimidos. E quando estourou a Primeira Guerra Mundial, os ingleses precisavam de apoio e alianças. Prometeram aos islâmicos que expulsariam os otomanos dali e os árabes seriam livres para refazer seu antigo Reino das Arábias. E toca os árabes e palestinos pegarem em armas e lutarem contra os otomanos, morrendo às centenas de milhares, mas ajudando imensamente na vitória inglesa. De repente, os ingleses prometeram livrar os islâmicos (árabes e palestinos) dos otomanos e cumpriram sua promessa. Ou quase. Eles cumpriram a metade de que iam libertar os povos do Oriente Médio dos otomanos. Mas esqueceram a parte de dar autodeterminação a eles e tomaram o lugar dos otomanos como donos do lugar. É. Chato, né? Mas, bem, quem acredita em promessas de inglês tem mesmo que tomar na tarraqueta. Naquele mesmo tempo, os ingleses precisavam de dinheiro. Judeus eram muito ligados a bancos, financeiras e indústrias. E os ingleses pediram ajuda, prometendo que, uma vez vencida a Alemanha e o Império Otomano, dariam uma parte das terras da Palestina para que os judeus pudessem estabelecer sua terra. Os judeus então fizeram sua parte, ajudaram a financiar a Inglaterra contra a Alemanha. Ajudaram com pesquisas e ideias para vencerem a guerra e também enviaram seus filhos para lutar lado a lado com eles, também morrendo aos milhares. E, uma vez vencida a Guerra, eles cumpriram a metade do acordo e deixaram os judeus voltarem para sua antiga Terra Natal, a Palestina. Mas esqueceram a parte que dariam aquelas terras aos judeus, eles chegavam lá e já tinha gente morando e controlando o lugar. Simplesmente trocaram a Europa pelo Oriente Médio. É. Chato, também, né? Mas, bem, quem acredita em promessas de inglês tem mesmo que tomar na tarraqueta. ___________ Os judeus, os árabes e os palestinos tomaram na tarraqueta. Tanto os ingleses não libertaram a Palestina, como também não criaram o reino novo de Israel. Ficaram com tudo. Tá ficando grande este texto, né? Piora mais pra frente. Desculpem-me. Sou péssimo em resumir. Agora, ao mesmo tempo que estavam felizes de ter quase ajudado todo mundo, os ingleses ficavam muito chateados. Acredita que tanto os palestinos como os judeus ficavam reclamando, arrumando briga e até mesmo conflitos e confrontos com eles? Uma injustiça contra o povo que ajudava todo mundo sem querer quase nada em troca (O último rei de Portugal que o diga). De qualquer modo, a região estava dando problemas, era uma dor de cabeça. A cada di acreditavam naquele povo que só fazia promessas de boca. Ambos estavam certos. Sério, não é ironia. Eram duas culturas se encontrando e é normal este choque. Edit: Imagine um mexicano chegando nos EUA, com uma lingua, uma cultura, uma religião diferente… Não acha horrível os americanos racistas que não aceitam imigrantes? Pois é, os vitória inicial, começaram a brigar entre si e deram o tempo para Israel organizar suas defesas e contra-atacu e tomou parte das terras deles. Aqui, é uma opinião pessoal. Ao atacar os vizinhos, os árabes/palestinos fizeram o pior negócio de suas vidas. Se um país o invade e você vence, e normal tomar terras dele. No caso de Israel, era deserto, não terreno fértil. A razão de tomarem tais terras era estratégica. Por exemplo, se os árabes reunissem uma frota de mil tanques na Palestina e decidissem atacar, eles teriam que marchar por uma hora e chegariam a Israel. Não haveria tempo hábil de organizar as defesas, enviar os civis para proteção e contra atacar. Mas as terras conquistadas faziam com que o mesmo exército inimigo, uma vez determinado a atacar, demorasse duas horas. Mais tempo para compor uma defesa e enviar civis para a segurança. Então é entendível a tomada de terras (deserto). Era necessário para a segurança e quem atacou foram os árabes! Não é igual seu colega fala que os israelenses foram invadindo terra alheia. Os árabes engoliram a derrota. Israel até mesmo fez a proposta: ”Ei, se fizerem as pazes conosco, aceitarem nosso pais, devolvemos estas terras” Mas não aceitaram. Eles não queriam aquelas terras de volta, queriam tudo. Há de se entender o lado árabe, mas a lambança da ONU (sempre esquece-se disto) gerou a situação. Os israelenses- depois de quase extintos- receberam o país e não iam se desfazer dele. O novo ataque gerou uma nova derrota árabe e uma nova vitória israelense. Mais alguns anos de ódio e outro ataque. Desta vez Israel perdeu muito, teve muitas perdas mas ainda assim, venceu. E se preparou para evitar perder novamente. Finalmente houve a última guerra, com apoio velado soviético de um lado e americana do outro e novamente uma vitória acachapante de Israel. Israel, no entanto, agora dona de vastos territórios, ofereceu de novo o acordo, eles devolveriam as terras tomadas além da divisão da ONU em troca de paz. O Egito e a Jordânia aceitaram e Israel devolveu as terras tomadas. E fez novamente a oferta aos palestinos. Que mandaram eles enfiarem a oferta no Mar Morto, pois só aceitariam a paz com a morte do último judeu. E, bem… Enquanto isto, uma triste transformação ocorreu no lado palestino. Muitos irmãos árabes, radicais, foram para lá, lutar contra Israel e converteram os palestinos para sua jihad, de forma que as crianças que nasciam já eram educadas a odiar e a buscar retornar as terras que eram delas por direito. Sem o apoio militar de outros países, os palestinos passaram a usar de atos terroristas, isto é, assassinar de forma brutal e até como um show, para atrair atenção para sua causa. Voos eram sequestrados e passageiros judeus (até os que não eram israelenses) mortos. Atentados a bomba. Chacinas. Mais ainda. Na Jordania, refugiados palestinos tentaram tomar o poder. Foram expulsos. No Líbano, outrora um dos países mais tolerantes do Oriente Médio (mais até que o a Israel de então) começou a ser influenciado pela jihad dos palestinos, que também queriam tomar o poder e entrou numa terrível guerra civil, que dura até hoje. Por esta razão, palestinos começaram a ser malvistos mundo afora. O Egito mesmo, se recusou a aceitar refugiados palestinos. E o fez porque também lá os palestinos aceitos como refugiados se tornaram um problema. Eles chegavam como refugiados mas logo tentavam convencer a população local a ajudá-lós e, se não tivessem sucesso, passavam a causar problemas. Não é que os palestinos sejam maus por si, mas a cultura do ódio que surgiu e não foi eliminada atravessou fronteiras e gerações. Na verdade, mesmo anos atrás foi dada a oportunidade de a Palestina aceitar a divisão (que já existia como fato há décadas) mas eles reiteraram sua declaração que só aceitariam tudo, nunca a metade. Houve mais de uma chance de paz. A última, quando Yitzhak Rabin chegou bem perto de um acordo com Yasser Arafat e foi morto por um radical judeu. Sim, um radical judeu matou o primeiro-ministro de a Israel. Justamente porque ele acha errado devolver as terras em troca de paz. O mesmo acordo que os palestinos haviam recusado mais de uma vez. Algumas pessoas falam com uma certeza absoluta “Se não fossem os judeus, teria havido acordo de paz”, mas é impossível saber, já que estavam em negociações ainda e, como eu disse, as mesmas propostas já haviam sido recusadas antes. Só que para quem odeia os judeus, se um deles recusou, só prova que os judeus são maus. Os palestinos terem recusado 10 vezes? Não importa. É complicado usar pessoas assim como base. O fato é que, depois de décadas com aquelas terras, Israel ainda recebendo judeus de todo o mundo, decidiu torná-las terras de assentamento de pessoas. Os palestinos - que não aceitavam antes aquelas terras de volta em troca da paz - de repente começaram a reclamar na ONU, na mídia, em todo lugar que Israel estava colonizando as terras palestinas. Bom, se elas foram conquistadas após os palestinos e árabes os atacarem e se durante décadas os palestinos não quiseram estas terras de volta em troca de paz, o que Israel deveria fazer? Deixar o deserto lá? Video legendado, com Hillary Clinton, política da esquerda americana falando apenas dos casos que ela acompanhou. Os palestinos recusaram várias oportunidades de terem seu Estad. Minha opinião pessoal. Meio óbvio que eu pareço apoiar mais Israel neste caso, mas acho que não escrevi mentira alguma em minha resposta. Se eu tiver escrito algo falso, basta mostrarem onde e farei a devida correção. O texto já ficou enorme e são 3 da manhã. Se eu ficar mais 5 minutos escrevendo minha esposa vai me mandar pra sala, com a cachorrinha que dorme no sofá. Basicamente a situação é complicada demais para haver um lado certo e um lado errado. A ONU criou um problema e é um problema real. Mas ler dezenas de respostas (nesta e em outras perguntas similares) colocando Israel como a culpada sem falar do real histórico (ou mentir mesmo para ser contra Israel) é errado e não ajuda a criar um clima de real busca de soluções. A situação é que a ONU dividiu a Palestina, que era uma região tomada do Império Otomano na Primeira Guerra Mundial, entre judeus e palestinos. Os judeus aceitaram quase imediatamente a proposta. Eles sofreram perseguição e morte aos milhões e eu consigo entender a razão deles quererem uma terra deles, mesmo um deserto. Atacados pelos palestinos e árabes, que não aceitaram um Estado judeu no Oriente médio, os israelenses se defenderam e tomaram parte das terras dos atacantes. Deserto quase sem valor, ofereceram de volta em troca de paz. Egito e Jordânia aceitaram. Palestina, não. E o conflito continuou. Hoje, 70 anos depois, um judeu de 18 anos nasceu em Israel. É a terra natal dele. Também é a terra natal de seu pai, de 40 anos, pois também ele nasceu lá. É a terra natal de seus avós, de 60 anos. Três gerações deste jovem nasceram em Israel. Ele não é um invasor. Tem tanto direito à Terra quanto qualquer um nascido lá. Um palestino nasceu na Palestina. Assim como seus pais. E seus avós. Mas ele diz “Aquela é minha terra” sem ter nascido lá? Ensinaram que é e ele aceitou. Não é difícil entender que erraram em 1948, mas agora seria outro erro desfazer o que foi feito. E foi feito o mesmo na Grécia/Turquia e Índia/Bangladesh (com os mesmos resultados), por que só em Israel e Palestina deu ruim? Não foi só lá. Mas tem um fator importante que diferencia dos outros. Israel ficou rica. Transformou pântanos em florestas e desertos em terras agrícolas. Ergueu cidades no meio do nada que expressam seu desenvolvimento. A Palestina se fechou em seu ódio. Cada centavo ganho direcionado a odiar. Nas escolas ensinam seus filhos a odiarem os vizinhos. Dinheiro para encanamento, energia, infraestrutura, tudo desviado para guerra e doutrinação. Eles poderiam ter sua própria Israel, mas o ódio não deixa. E o apoio que a Palestina recebe é porque, para alguns, não importam os fatos. Se ê um rico contra um pobre (mesmo que pobre por erros próprios) tal pessoa fica ao lado dos pobres. E este é a o pior motivo para ficar ao lado de qualquer umBasicamente, após os romanos destruírem Israel e levarem seu povo como escravo, eles perderam sua terra Natal. Além dos escravos, os judeus fugiram para o restante do mundo antigo. E isto era um bocado ruim, pois sempre eram tratados como estrangeiros, forçados a abdicar sempre de sua cultura, seus valores e sua religião.

Os judeus eram literalmente acusados de tudo o que havia de ruim em cada lugar que iam, por gente querendo suas riquezas, querendo que eles largassem suas culturas para se submeter à cultura local ou por simples ódio ao diferente. E isto por milhares de anos.

Quando pensamos na morte de judeus pelos alemães, acabamos achando que era um ódio "local", mas não. Os EUA, recusavam receber fugitivos judeus europeus quando a Alemanha começou a persegui-los. O próprio Brasil não quis receber fugitivos judeus! Na verdade, ainda enviamos uns e outros para a Alemanha! E, na verdade, o mundo todo tinha seus preconceitos contra eles.

Então, quando houve a guerra, a França derrotada enviou seus judeus à Alemanha (lembrando que, tendo nascido na França, eram franceses e não um povo qualquer a ser mandado embora), há uma foto terrível de uma mulher judia com sangue escorrendo do nariz e com as roupas rasgadas fugindo de homens no leste europeu e o mais triste, uma criança estava com um porrete, rindo enquanto a perseguia. Não vou puxá-la para evitar que a resposta seja travada (já aconteceu). Mas imagina, uma mulher judia, quando os alemães chegaram e falaram que podiam atacar os judeus, foi perseguida por habitantes de um país que sequer era da "raça superior" alemã. Ou seja, eles não começaram a ser perseguidos por Hitler, o ódio contra eles já existia há milênios.




Finalmente, após os crimes nazistas serem descobertos, milhões de pessoas mortas, os povos do mundo perceberam e aceitaram que os judeus tinham direito a uma terra para si, pois enquanto fossem minorias em outros lugares, poderiam voltar a ser vítimas.

E a ONU acabou votando pela criação do Estado de Israel e da Palestina, dividindo as terras entre os dois povos. Os judeus, que haviam acabado de fugir do Holocausto ou décadas de ódio, aceitaram na hora. Israel seria um país independente.

Os palestinos? Não! Eles não aceitaram a partilha, metade da terra? Nunca. E se aliaram aos árabes para invadir Israel, matar todos os judeus e tomar as terras de volta.

Perceba, eles iam terminar o que Hitler começou.

Imagine aquele trumpista dizendo que deveriam enviar de volta os mexicanos para o México e construir um muro para eles não voltarem… Imaginou? Você não gosta da ideia, acha o trumpista um nazista ou algo assim, certo? Então. Os palestinos e árabes não iam expulsar os judeus, iam matá-los até a última mulher e criança.

Você pode entender o lado palestino, mas a menos que também entenda e apoie o lado dos extremistas americanos anti-imigração, está apenas usando de dois pesos e duas medidas.

Só que os próprios árabes e palestinos não se entendiam, um aliado queria que o outro aliado fosse na frente (para morrer), com a ideia de que, depois, tomaria Israel e ainda pegaria o vizinho sem exército para o conquistar também. Esta discórdia entre os atacantes deu tempo para Israel se defender (sem ajuda de EUA, como tantos falam) e expulsar os invasores.

Mais ainda, expulsaram os invasores e tomaram as terras ao redor de Israel para não serem atacados de fronteiras próximas.

Após a expulsão dos invasores, Israel ofereceu "Gente, queremos a paz, se aceitarem nosso povo existir, devolvemos a terra que tomamos na guerra!" e não aceitaram.

Anos depois houve uma segunda invasão, que novamente Israel venceu. Tomou as terras de onde foi enviado o ataque e ofereceu "Gente, queremos a paz, a gente devolve a terra se aceitarem!". E nada.

E outro ataque. Outro ataque. Outro ataque.

O Egito aceitou milhares de palestinos refugiados em seu território, refugiados que começaram a realizar atentados contra egípcios e a querer tomar a terra do Egito para si, o que deixou eles contra os palestinos e os levou a aceitar o acordo. Fizeram paz com Israel. E, olha, Israel devolveu as terras para o Egito.

Na Jordânia, o rei acabou percebendo que não tinha como vencer e enfrentando os palestinos que eles receberam como refugiados, no que o rei foi morto pelos palestinos, quer queriam tomar o poder lá. Os palestinos foram expulsos, a Jordânia não quer ver eles nem pintados de ouro mais e, claro, aceitou a paz em troca da devolução das terras.

Perceba, Israel não quer milhares de quilômetros de deserto. Quando você olha os mapas pensa "Nossa, quanta terra tomada", mas não percebe a que a maioria não serve para nada. É terra para dizer que é "nossa", mas é deserto, inútil, exceto como aumento de fronteiras para impedir invasões.

E Israel ofereceu aos palestinos a mesma coisa "Olha, só aceite nossa existência e devolvemos as terras conforme o acordo da ONU!" e, bom, se você parar para pensar, foram 76 anos e nada… Ou seja, os palestinos não querem as terras, querem tudo.

O problema é que se Israel ofereceu as terras em troca de paz em 1950 e os palestinos não aceitaram, tais terras ficariam 74 anos sem serem usadas. Com uma nova proposta em 1960 e os palestinos continuando não aceitando, tais terras continuariam ser ser usadas por outros 64 anos. Pulamos para 1970 e nova proposta. 1980 e nova proposta. 1990 e nova proposta. 2000 e nova proposta. Nada.

Os palestinos não querem as fronteiras estipuladas pela ONU e tais terras lá, sem uso.

Israel, depois de perceber que seria assim, passou a enviar colonos para lá. É verdade. mas a alternativa é as terras ficarem até 2099 sem ninguém?

Ou seja, terras que não eram usadas e Israel ofereceu em troca de paz mas não foram aceitas, depois de décadas Israel começou a colonizar, já que o povo palestino não quer aquelas terras em troca de paz.

Nisto, os mesmos palestinos que não queriam aquelas terras a troco de aceitar Israel existir, que já nutriam ódio por eles, agora dizem "Ó, eu só odeio Israel porque estão colonizando nossas terras"…

Se você só se informa por fontes pró-Palestina, vai parecer maldade mesmo.

Há um outro lado, palestino, que deve mesmo ser lido, mas com muito senso crítico porque há um claro viés na imprensa e muitas vezes você lê meias verdades, lê verdades mas escritas de forma a defender um lado mais que outro…

O fato é que os palestinos são pobres e são os mais fracos. E a gente - ocidental - tem a tendência a apoiar o mais fraco. Mas basta pensar que tentaram tomar terras dos egípcios, mataram o rei da Jordânia, apoiam terrorismo há décadas, aplaudiram terroristas que mataram milhares e, olhe o absurdo, tem mulheres dizendo que o estupro é correto para humilhar as mulheres judias, você percebe que, infelizmente, os palestinos estão na contramão do que achamos justo.

Nós os defendemos porque enxergamos pobres coitados contra ricos judeus (olha o preconceito contra judeus aí), mas enquanto os próprios palestinos não largarem o discurso de ódio (e falo discurso de ódio verdadeiro), não haverá solução.


Não.

Piora. Apesar de a prefeitura ter criado o problema, o prefeito lava suas mãos e finge que não está sabendo da ameaça e não envia a polícia para proteger os habitan

Depois, o Netanyahu pode realmente estar cometendo crimes de guerra, e não há nenhum problema em falar isso, inclusive de uma perspectiva sionista. Eu sou sionista, e tenho duras críticas a fazer so


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Meu amigo. Se eu for até a sua casa, matar a sua mãe, estuprar as suas filhas, e queimar seu bebê vivo no seu forno, você chegar na sua casa, e ver sua família inteira decapitada, com balas e sangue por todo lado, vai mesmo defender terrorismo?

É como diz aquela máxima, "pimenta no cú alheio é refresco".

Uma organização terrorista que têm no seu lema o "extermínio do povo judeu", e você vêm aqui escrever "Por que há tantas mentiras por parte de Israel em relação a Palestina?"… Ou você é muito inocente, ou muito canalha para defender tais atrocidades e ainda dizer que é mentira.

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Aqui estão as fotos de duas das três áreas em que os judeus se estabeleceram na década de 1920. Ambas as áreas eram pântanos artificiais completamente despovoados devido à malária causada pelo desmatamento e sobrepastoreio. O primeiro é o Vale Hulah ao norte do Mar da Galiléia:

A escarpa das Colinas de Golan pode ser vista à distância. Observe a completa falta de árvores. O seguinte é o Vale de Jezreel:

Observe a intensa agricultura e as cidades brilhantes que a propaganda árabe palestina afirma que existiam naquela época. Até que os pântanos artificiais fossem drenados e os mosquitos mortos, ni

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Que pergunta! Conforme a pessoa que te responder, poderás ter uma resposta completamente diferente. Se fosse simples, já estaria resolvido. Tanto os Judeus como os Palestinianos (essencialmente um povo árabe) têm uma longa presença histórica no território. Os Palestinianos terão talvez argumentos mais fortes: antes do sionismo, poucos Judeus lá viviam e o povo judeu estava quase ausente desde o tempo dos Romanos; pode-se também dizer que a própria Bíblia admite que os Hebreus chegaram lá, há mais de 3.000 anos, e expulsaram dali os Filisteus, que até certo ponto podem ser tidos como antepassados dos Palestinianos. Contudo, os Judeus têm toda a sua tradição religiosa ligada àquela terra, viveram ali (em parte como povo independente) durante mais de mil anos e, tendo sido dali expulsos e tendo-se espalhado pelo mundo, sofreram inúmeras perseguições e acabaram por ser exterminados em massa pelos nazis durante o Holocausto, o que lhes deu legitimidade internacional para ter uma pátria onde pudessem governar-se e viver em segurança, que obviamente não podia ser «qualquer sítio». Regressar à Palestina (sionismo) era um movimento que ia ganhando força entre os Judeus já antes do Holocausto e que a partir daí se tornou imparável.

Quem só vir os direitos de um lado é sectário ou mesmo fanático. E há fanáticos nos dois lados. Os «donos» são dois povos que vivem de costas voltadas e se hostilizam mutuamente. Se não puder haver um país para cada um, terá de haver um dia um país que respeite os direitos e interesses de ambos.

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