novembro 26, 2024

CARTA AOS IRMÃOS - Roberto Ribeiro Reis


Amados Irmãos! Se eu pudesse descrever a alegria que sinto em estar entre colunas, vivenciando convosco os sublimes caminhos da Arte Real, não o faria em um simples texto, pois este não seria capaz de contemplar o sentimento de euforia e gratidão por vossa companhia nas batalhas da vida.

Seria necessário um livro, pois nele estariam contidas todas as passagens, as reuniões ritualísticas, os relatos dos que se foram para a Morada Eterna, além de muitos, mas muitos casos pitorescos, que só nossa Honrosa Instituição nos é capaz de proporcionar.

Quanta sabedoria, cultura e conhecimento foram espargidos por todos vós, em forma da mais resplandecente luz; essa luz que traz calmaria e paz ao espírito de todo Obreiro. Quantos tríplices e fraternais abraços troquei convosco, e quantos deles eu recebi nos momentos em que meu coração mais precisava.

Quantas visitas foram realizadas em vossa companhia aos Orientes vizinhos, nos quais fomos recebidos calorosamente, com inigualável afeto; lá, estreitamos laços do mais sincero amor, o amor fraternal que rompe quaisquer barreiras geográficas, solapando todas as diferenças em razão de raça, crença religiosa ou ideologia político-partidária.

Afinal, convosco aprendi que a tolerância e a indulgência são as vigas-mestras que devem ser o sustentáculo de nossa Excelsa Agremiação. Na Maçonaria que vivenciamos, cotidianamente, não há espaço para os retrocessos medievais ou rupturas em razão da desmesurada vaidade profana.

Seja no templo/loja, ou fora dele, o que viceja e se sobressai é um respeito incondicional ao pensamento alheio, de todo Irmão; e convosco também aprendi que jamais poderia impor minhas convicções, vontades ou desejos, pois em nossos trabalhos o que prepondera é o espírito de liberdade, igualdade e fraternidade.

Por vós fui retirado dos abismos inexoráveis da ignorância e do obscurantismo; por vós obtive a inefável e indelével sensação de receber a Luz. Essa Luz que me libertou dos grilhões do egoísmo, do personalismo excessivo e da cegueira espiritual quase irreversível, na qual me encontrava.

Por tudo isso, o que me resta é vos agradecer, penhoradamente, enquanto juntos caminharmos nesse mundo das ilusões materiais. Espero, do fundo de minh’alma, que eu seja merecedor de convosco encontrar no Oriente Eterno, para que continuemos nossa marcha de aprendizado e evolução.

Convosco aprendi que serei um Eterno Aprendiz, a despeito de todas as comendas, graus ou honrarias que me forem concedidas; convosco aprendi que ainda teremos de galgar inúmeros outros graus –verdadeiramente inefáveis- a fim de que possamos receber as instruções do Único e Verdadeiro Grão-Mestre existente: o Soberano Arquiteto Universal!

Nenhum comentário:

Postar um comentário