O texto abaixo é do xará Sidney Silveira (escritor e jornalista) e suscita a reflexão sobre a inépcia da justificativa da "Tolerância Total" para a falta da reação racional e necessária para manter a coerência e não exaltar a ignorância.
Tudo possui o limite da aceitabilidade e este se define pela tênue linha do equilíbrio entre o desejável e o necessário ; o mais certo e o menos errado ; o ideal e o real.
Há uma torpe interpretação de que é preciso Tolerar Tudo e Todos para ser uma pessoa de bem, humilde e admirada.
Mas a realidade é que a vida é seletiva e quem não se posiciona termina por ser insosso e complacente com aquilo que contesta e se torna um amoral.
É preciso ter limites!
O próprio Cristo ao entrar no Templo e se deparar com o desvirtuamento de seus preceitos, tomou o chicote e açoitou os mercadores para fora do lugar sagrado.
Ter posição Moral e Ética definidas não é sinônimo de Intolerância social, ao contrário é apenas a defesa dos valores que norteiam a convivência, o respeito comum e a boa educação.
Estejamos então cautelosos para que a dita "Tolerância" não se torne jamais a arma da fútil "Conivência" ...
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... Só se tolera o que não é bom e isto, circunstancialmente, seja para evitar um mal maior, seja em ordem a um bem mais valioso.
Assim, por exemplo, podemos tolerar os defeitos de um amigo para manter a amizade; do cônjuge para não se desfazer o casamento e os nossos próprios para não enlouquecermos, por excesso de escrúpulos.
Tolerância não é algo que se ostente, pois além de tudo não é sequer princípio moral.
A tolerância será boa apenas quando estiver conformada pela virtude da prudência.
Em todos os demais casos ela é falha grave ou gravíssima, razão por que tem comumente outros nomes:
_tolerar o vício é permissividade;
_tolerar a mentira, cumplicidade;
_tolerar a maldade, covardia;
_tolerar o erro, estupidez;
_tolerar a tirania, suicídio político;
_tolerar a louvação da mediocridade, assassinato civilizacional.
Apresentar-se como tolerante é *velhacaria* típica do caráter sucumbido ao *espírito de rebanho*.
O balido dos tolerantes autoproclamados é, pois, o das ovelhas carnívoras prontas a canibalizar quem não adere ao seu grupo.
A intolerância, por sua vez, será boa sempre que representar a adesão a princípios inegociáveis: a verdade, o bem, a beleza, o moral...
O mundo que quer enfiar a tolerância goela abaixo de todos, como se ela fora dever moral, tem um nome: *inferno*.
Esta é a mais terrível maneira de ser intolerante.
*Onde é proibido proibir, impera o mal.*...
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