R.'.E.'.A.'.A.'.
O enunciado deste breve fragmento literário traz como sujeito da oração a palavra: "curiosidade" - num contexto exclusivamente maçônico e sobretudo iniciático.
É inegável que semânticamente e morfológicamente, grosso modo, o referido substantivo traduz em seu significado a disposição mental pela vontade de aprender e descobrir coisas novas e que igualmente pode ser entendido como um aspecto da inteligência humana.
Cabe também deixar registrado, que a palavra "curiosidade" tem sua etimologia advinda do Latim *"curiositas"* que quer dizer "desejo por conhecimento" ou "desejo por informação" ; de *"curiosus"*, “diligente, cuidadoso, inquiridor”, e de *"cura"*, “cuidado”.
Vários são os tipos de curiosidade que aguçam a mente humana, dentre as quais podem ser citadas :
- A provocada pela sensibilidade à privação;
- A mera satisfação em explorar;
- A curiosidade social;
- Aquela que busca emoção;
Dentre outras tantas.
Apesar destas considerações iniciais, particularmente no caso da Maçonaria, a mesma não pode e nem deve servir como um território experimental, ou um simples laboratório para saciar uma mera curiosidade.
Até porque, a Maçonaria - além de seu caráter iniciático, constitui-se na mais importante instituição filosófica, bem como um complexo Código Moral - dedicada precípuamente ao estudos de problemas fundamentais da humanidade, dotada de grandes ensinamentos.
Desse modo, diante deste seu amplo arquétipo humanistico e cultural a mesma impõe que aquele que esteja investido do reles espírito da "curiosidade", seja demovido deste propósito ao deparar-se com este claro alerta ao ingressar na Câmara de Reflexões.
A filosofia maçônica e seus preceitos dialéticos rechaçam a afeição ao superficial, ao fútil, à vacuidade de pensamento e à inconsistência de propósitos.
A rigor, "a curiosidade pela curiosidade" - pode se tornar um fator de risco e perigo à própria Sublime Ordem, posto que os seus segredos, confidencialidade, procedimentos ritualísticos e tradições históricas resguardadas ficariam expostas.
O caráter sigiloso da Arte Real, por si só, consiste num elemento filtrante e impeditivo para que curiosos, sejam movidos por outras intenções, senão na busca pela evolução pessoal e pelo aprimoramento da consciência.
Contudo, ainda assim, um dos episódios mais frequentes com que nos defrontamos é com Iniciados, que após brevíssimo período, se dão conta que a Maçonaria "não era bem o que esperavam"... e acabam por desistirem, num tácito exemplo de descomprometimento e irresponsabilidade.
Não é por acaso que o ditado popular: "A curiosidade matou o gato” seja tão legítimo e serve para alertar que este sentimento irrepresável pode levar a problemas e sobretudo à frustração.
Este é mais um dos ingredientes que ajudam a explicar o porquê do êxodo nas Lojas e a falta de compromisso daquele que assume este vulnerável espírito felino.
Nenhum comentário:
Postar um comentário