O século XXI revelou-se uma era de mudanças colossais – globalização, inteligência artificial, exploração espacial, redes sociais e a expansão da iniciativa privada, que teve um crescimento de proporções sem precedentes.
Apesar destes grandes avanços, o novo milénio também nos apresentou um número cada vez maior de desafios – exclusão social, ataques terroristas, distúrbios políticos e um alarmante aumento na frequência de desastres naturais. Todos esses eventos tiveram um efeito radicalmente transformador nos sistemas económicos, políticos e ecológicos à escala global. Estamos a viver no meio de um mundo em rápida mudança.
Tem sido dito muitas vezes que a mudança é o que faz o mundo girar. A energia em movimento atravessa todo o universo, causando um estado de constante transformação. Como consequência desta lei universal, a raça humana continua a sua marcha dinâmica para a frente, transitando perpetuamente de um estado de menor complexidade para um estado de maior complexidade. Em resumo, à medida que as nossas realidades internas e externas mudam, o mundo como nós conhecíamos, não existe mais.
Isto leva-nos à questão: depois de durar 300 anos, a Maçonaria evoluiu o suficiente para se tornar relevante para uma nova geração de jovens?
A resposta está para além do véu enganoso marcado nos nossos sentidos pelas maravilhas desta era da informação em rápida mudança. Para obter um grau apropriado de perspectiva, é necessário mergulhar numa fonte mais profunda, explorando a própria essência da natureza humana.
As necessidades emocionais são inerentes a todos os seres humanos. Para que um homem atinja um grau de autorrealização, as suas necessidades emocionais, aquelas que são parte da sua essência, devem ser primeiro satisfeitas. Isto deve-se, em parte, à capacidade comprovada da Maçonaria de atender às necessidades mais delicadas do homem, o que possibilitou a sua resiliência à passagem do tempo, consolidando a seu poder de permanência.
A Maçonaria é uma instituição seletiva onde nem todos são aceites; a menos, claro, que o candidato esteja disposto a se mostrar como um homem bom, na linguagem de um bom relatório. Uma vez seja recebido, o novo membro tem acesso a uma fraternidade mundial que honra a irmandade do homem sob a paternidade de Deus. É este aspecto notável da filiação que satisfaz a necessidade intrínseca de pertença de um jovem; particularmente para algo que é importante e vale a pena.
A Maçonaria oferece a um jovem a oportunidade de estabelecer amizades duradouras com pessoas que pensam de forma semelhante. Ter este tipo de vínculo com outros membros tranquiliza o novo Maçom que, caso ele sinta a necessidade de recorrer a alguém para pedir conselhos, pode fazê-lo a qualquer momento, confidenciando a um dos seus irmãos. É este aspecto da sociedade que preenche alguns dos outros desejos inatos do homem, a saber: a necessidade de ser sociável, enquanto experimenta um sentimento de segurança no ambiente que o rodeia.
Tão importante quanto isto, a Maçonaria equipa um jovem com as ferramentas necessárias para melhorar todos os aspectos do seu carácter. O sistema maçónico permite ao membro livrar-se de alguns dos seus traços menos favoráveis, diminuindo as suas fraquezas; e também facilita uma compreensão mais profunda de quem ele é, refinando os seus pontos fortes. O processo é transformacional e esclarecedor, propício para uma jornada rumo à autorrealização, que gradualmente se torna o objetivo final de um Maçom.
Estas são apenas algumas das várias qualidades transcendentes e incondicionais que diferenciam a instituição da Maçonaria, do resto.
Algumas pessoas podem dizer que “tudo isso soa muito atraente, mas… que tipo de conhecimento específico pode um jovem esperar obter da Maçonaria, que o torna estritamente único e não pode ser encontrado em nenhum outro lugar?”
Ao se tornar um Maçom, um jovem pode esperar ter acesso a um tipo de conhecimento que não é afetado pela passagem do tempo
Ele pode esperar aprender que… A maçonaria é universal.
A maçonaria não conhece credo, raça ou cor. Os princípios de liberdade, igualdade e fraternidade que a Maçonaria defende e pelo qual luta, não conhecem limites. Estes proverbiais axiomas abrangem todas as culturas e atravessam todas as linhas geográficas; promulgando um genuíno senso de fraternidade entre todas as nações. E embora a Maçonaria não seja nem uma religião nem um substituto para uma, a Arte reconhece o significado de todas as religiões, captando as suas qualidades correspondentes, unificando as suas variações; mas ainda assim permanecendo imparcial para todas. Conta dentro do seu círculo com judeus, muçulmanos, cristãos e hindus entre muitos outros. A natureza embrionária da Maçonaria também a torna igualmente acolhedora para aqueles homens que não são necessariamente crentes, mas que, sendo fiéis à sua consciência, somente professarão uma crença num Ser Supremo. A abreviatura GADU, que significa o Grande Arquiteto do Universo, é verdadeiramente uma expressão igualitária, imparcial e integradora. O termo é não confessional, permitindo a cada Maçom o direito de seguir o caminho espiritual que escolher.
Um jovem também pode esperar aprender que… A maçonaria é educacional.
Uma das principais facetas da Maçonaria é a aplicabilidade das suas sábias filosofias à vida quotidiana. A Arte inculca a moralidade, encorajando os seus membros a serem éticos em todos os seus empreendimentos. Ela incute a caridade, enfatizando a interdependência existente e o terreno comum de toda a humanidade. As lições são transmitidas na sua forma mais pura, reivindicadas sem pretensão e demonstradas com franqueza. As discussões e palestras são fontes de grande inspiração, motivando cada iniciado a fornecer contribuições favoráveis à sociedade, tornando-a um lugar melhor para todos. A liberdade de expressão, a liberdade de consciência e a liberdade de pensamento são os três preceitos atemporais que permanecem a pedra angular da fundação maçónica, sempre pronta para destruir a ameaça iminente dos três principais inimigos da humanidade, a saber: ignorância, fanatismo e tirania. Os seus rituais são o canal que transmite este conhecimento sem tempo, tornando a essência discernível. Tais rituais desempenham um papel fundamental em manter a chama viva. O sistema maçónico de comunicação expressa-se por meio de símbolos, um idioma que é compreensível em todas as línguas do mundo e decifrável por todos os iniciados, permitindo que cada Maçom obtenha benefícios dos ensinamentos na proporção da sua capacidade individual.
Desde o começo da Grande Loja da Inglaterra, a Maçonaria tornou-se progressivamente um órgão organizado de formulação de políticas. A essência infundiu a substância dando-lhe identidade, o espírito adquiriu forma tornando-a inteligível, e a fundação que tinha sido colocada em séculos passados deu origem a uma superestrutura. Desde há trezentos anos, a Arte vem disseminado a sua sabedoria antiga pelo mundo todo. Este conhecimento perene tem sido transmitido a partir do repouso caseiro dos seus Templos de instrução, aquelas construções diferentes a que comumente nos referimos como “a Loja“. É na Loja que a cada pedreiro é estendido o privilégio de participar nos seus mistérios, e é lá que ele aprende que tal conhecimento antigo e inestimável, é verdadeiramente transcendente no tempo.
Desde tempos imemoriais a essência da Maçonaria tem vivido e respirado no coração da humanidade. A partir desse momento esclarecedor e definidor, quando o homem percebeu pela primeira vez a sua consciência e desenvolveu um senso de identidade, a tocha da Maçonaria ergueu-se e elevou-se, emergindo como um farol de luz inextinguível para todos os que buscam a verdade reverenciarem e seguirem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário