Tanto se escreve e se fala a respeito da Vaidade, porém este é um dispositivo humano que parece não querer se desvencilhar da alma.
Apesar de sua natureza fugaz e transitória, ela se revela a cada pouco como um perigoso combustível que assim como uma droga, ela vicia e produz um efeito devastador.
Pior que tudo isso, a vaidade tem a nociva propriedade de valorizar a nossa própria existência, seja no terreno da aparência, dos atributos físicos e das qualidades intelectuais.
A sensação mais vã que ela promove é a de que esses atributos e qualidades venham a ser reconhecidos e admirados pelos outros.
Apesar de que um dos lemas promulgados pela Maçonaria seja o de "levantar templos às virtudes e cavar masmorras aos vícios" a Vaidade tem se mostrado cada vez mais evidente e circunstante entre os maçons à medida que o tempo passa.
O apego despudorado ao poder, aos elogios fáceis, aos títulos, homenagens e medalhas, tornaram-se lugares-comuns, ao invés do esforço e dedicação ao crescimento interior, espiritual e intelectual, conforme os princípios Maçônicos basilares.
A despeito das tradições litúrgicas e eloquentes que são componentes do acervo histórico e cultista da Sublime Ordem - e que sem dúvida devem ser preservadas - a importância que tem sido dada aos aspectos aparentais denotam a superficialidade a que a Vaidade conduz.
A expressão de orgulho do próprio sucesso ou da ostentação das próprias qualidades nada mais significam que um traço inequívoco de insegurança e de necessidade de auto-afirmação.
Cavar masmorras à Vaidade é um exercício que exige despojamento da alma, desapossar-se e desapegar-se de tudo aquilo que tem um caráter vazio e fugaz.
Aliás, a etimologia da palavra Vaidade é originária dos termos latinos "vanitas", "vanitatis" : cujo significado é nada mais do que "Vacuidade" (aquilo que se refere ou é próprio do vácuo) ou seja: VAZIO ABSOLUTO.
Isso portanto, traduz por si só o caráter singular desse substantivo.
Ao Maçom, impõe-se desenvolver e trabalhar continuamente o "auto-reconhecimento", conhecer-se a si mesmo.
Parafraseando o renomado pensador e escritor francês Honoré de Balzac:
"...é melhor deixar a Vaidade aos que não tem outra coisa para exibir..."
Se de um lado ela é uma via expressa rumo à satisfação, concomitantemente é o terreno mais fértil para a desvirtude se desenvolver.
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