dezembro 05, 2024

ARLS FERNANDO PESSOA 4001 - GOB SP



    A primeira observação é que esta Loja é muuiiiito longe do local onde me encontro. A ida demorou 1h40m e a volta, de madrugada, 45m, mas valeu a pena. Fui ontem assistir a iniciação de três novos profanos em uma Loja do Rito Moderno, ARLS Fernando Pessoa n. 4001, que já tem 16 aprendizes, todos jovens, o que garante a perpetuidade da Ordem.

    O Rito Moderno era o rito praticado na Grande Loja de Londres e Westminster, quando de sua fundação em 1717. Devido a uma publicação de Samuel Pritchard, traidor da maçonaria, que no livro Masonry Dissected de 1730 publicou todo o ritual, a Grande Loja de Londres acabou por mudar alguns procedimentos. Ao ser traduzido para o francês ganhou um novo nome e passou a ser Rito Francês ou Rito Francês Moderno. Usam-se comumente as duas denominações. Foi também o primeiro rito praticado no Brasil a partir de 1822 no Grande Oriente do Brasil, O Rito Escocês Antigo e Aceito, que é mais praticado, só chegaria ao nosso país dez anos depois, em 1832.

    O Rito Moderno é um rito laico e muito simples, sem perda alguma da parte filosófica da Ordem. É imparcial e tolerante e não exige a crença em um Deus, ou em uma vida futura. Estimula o uso da razão para que o adepto forme sua própria opinião.

    Sob a direção do jovem Venerável Mestre Temístocles Galdino Ramos, que eu já conhecia de outras ocasiões, e com a presença de autoridades maçônicas como o irmão Marcos Tomás, Secretário Adjunto de Relações Internas do GOB SP, assisti à cerimônia, tendo mais uma vez exercido um cargo. 

    Ao final, a convite do Venerável Mestre fiz uma rápida alocução explicando que a iniciação é um rito de passagem e que existem registros de iniciações desde as escolas de mistério do Antigo Egito, quando ao ser iniciados os sacerdotes e escribas simbolicamente estavam rasgando o Véu de Isis, que metaforicamente ocultava os conhecimentos destinados ao uso exclusivo daqueles escolhidos. Também falei da origem dos aprendizes nas guildas medievais e de como a partir da Abadia de Cluny se criou uma espécie de "carreira", que levaria os mais talentosos a compartilhar o pão com os arquitetos abades, tornando-se "cum panis", companheiros.

    Por volta da uma da manhã, todos os irmãos se deliciaram com um churrasco. Registo a carinhosa recepção que recebi de todo o quadro da Loja.

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