Pode até parecer uma ironia ou algum tipo de brincadeira, mas nos últimos tempos, e lá já se vão uns bons anos, nosso maior amigo de todas as horas e que nunca nos deixa só é o nosso amado "celular".
Para muitos, em razão do amor irrepresável que desperta em nossos corações, ele também recebe o sofisticado codinome de "smartphone".
Talvez um modo mais chique e elaborado para reverenciar nosso imenso carinho por ele.
Nele, nos sintonizamos conosco e com o mundo que nos cerca.
Olhamos para sua câmera como se estivéssemos nos mirando no espelho.
Fazemos poses, ensaiamos caras e bocas, e projetamos em sua tela nossas mais íntimas aspirações.
Revisitamos lugares e atrevemo-nos a estar, mesmo que vitualmente, a pontos do planeta que jamais imaginaríamos ter estado.
Quando nos encontramos no infinito recôndito da solidão, lá está ele.
Sempre a postos.
Em pé e à ordem, para nos atender e saciar nossos anseios.
Ao sairmos sem ele, é como se a vida parasse.
Desconectamo-nos de tudo e de todos.
Até quando nos encontramos no meio de uma multidão, esta passa a ser incógnita, pois somente nele é que encontramos um porto seguro.
Numa reunião familiar, no almoço ou no jantar, seja lá onde for, mas nossa prioridade é simplesmente ele.
Em seu profundo Simbolismo, o celular é uma extensão do nosso corpo, uma espécie de segmentação do próprio cérebro, sem o qual a vida torna-se quase incompreensível.
O celular é o amigo ou amiga de todas as horas, onde por meio dele extravasamos emoções, transmitimos sentimentos, firmamos acordos e distratos e nos tornamos dependentes de seu humor.
Sim, especialmente quando o sinal está fraco ou sua bateria está prestes a se esgotar.
Nesses momentos angustiantes somente um cabo, uma tomada e um plug para fazê-lo voltar a respirar e dar continuidade à nossa jornada.
Dorme-se e acorda-se com ele.
E dentro de sua infinita bondade, ele ainda tem o poder de nos despertar.
Sejam em seus toques suaves, moderados ou efusivos, eles são a tradução do que sentimos.
O simbolismo do celular impõe-nos uma subserviência sem paralelos.
Ele nos remete à história, nos circunstancia ao presente e ainda tem o poder de nos virtualizar ao futuro.
Assim, quem sabe um dia, nenhum de nós precisará falar entre si, e aí talvez possamos perguntar e responder por meio de uma sofisticada Inteligência Artificial.
Governos não estarão mais preocupados em manter sempre em voga o combalido mote:
"Tudo pelo Social"
E aí sim o grande slogan será:
"Tudo pelo Virtual"
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