A Sinceridade é o traço do caráter ou da personalidade de um indivíduo. Ela é uma virtude que se traduz em uma conduta franca, verdadeira e leal. Sinceridade é dizer o que você realmente pensa, mesmo sabendo que isso pode te prejudicar. Sinceridade é o substantivo feminino que significa a qualidade de uma pessoa sincera. É sinônimo de franqueza, lisura, lhaneza. Uma das definições de sinceridade indicam que é uma mistura de fraqueza e verdade.
Do latim sincerĭtas, sinceridade é o modo de se expressar sem mentiras nem fingimentos. O termo está associado à veracidade e à simplicidade. A Sinceridade é altruísta ao trazer junto de si a ideia de aprimorar e acrescentar. Isenta de fingimento ou hipocrisia; adornada de honestidade e franqueza, é evidente que essa qualidade promove bons relacionamentos com outros. A Sinceridade é uma virtude incontestável!
No Islã, a probidade da intenção e sua sinceridade são as duas coisas que enaltecem o ato terreno de um homem. A veracidade (Sinceridade) é o pilar do caráter da pessoa digna e o trampolim para sua virtuosidade, pois, “Deus recompensa os verazes, por sua veracidade, e castiga os hipócritas como Lhe apraz; ou então os absolve, porque Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo” (Alcorão 33:24). Em suas relações sociais, com todas as pessoas, o muçulmano é bem-educado, cortês, nobre e caracterizado pelas atitudes que o Islã encoraja.
Algumas dessas características são: não invejar os outros, cumprir suas promessas, modéstia, paciência, evitar calúnias e obscenidades, não interferir no que não é da sua conta, evitar a fofoca e lançar dúvidas, pois lhe é imputado: "retribui o mal com o bem, e eis, aquele entre o qual e vós houvesse inimizade, se tornará vosso sincero amigo" (Alcorão 41:34). A sinceridade implica o respeito da verdade (aquilo que se diz em conformidade com o que se pensa ou se sente). Quem é sincero, diz a verdade.
No Sefer Torá (isto é, os Rolos de Torá), a primeira letra da palavra Tamim (integro – perfeito) é escrita com uma letra ‘extragrande’ no fim para enfatizar a importância da palavra. Tamim significa ser ‘inteiro’ no sentido de ser sincero, integro e ‘totalmente empenhado’ com D-us neste mundo. "O que é bom é o que Adonay exige: pratique a justiça (Mishpat), ame a graça (Chesed) e ande humildemente (Hatznea lechet) com o seu D-us" (Miquéias 6:8). Portanto, nos compete ser sinceros: "Tamim tiheié im Eloheichá Adonay" (Deuteronômio 18:13). A qualidade que consiste em exprimir-se com sinceridade conhece-se como honestidade. A pessoa honesta respeita a verdade e estabelece as suas relações sob este parâmetro moral.
A sinceridade é uma qualidade rara. Sim, rara, em especial em tempos em que: enganar, iludir, mentir, tirar proveito etc. é o que mais se tem em vivência. É certo que ser honesto, verdadeiro, sincero é um desafio, pois, requer uma dose extra de coragem, autenticidade, personalidade e, acima de tudo, caráter. E essas qualidades não são simples e nem fáceis de encontrar hoje em dia. No entanto, cumpre salientar que, "quem anda em sinceridade, anda seguro; mas o que perverte os seus caminhos ficará conhecido" (Provérbios 10:9).
No uso de sua mestria, Frederico Cesar Mafra Pereira, membro da Loja Maçônica Ordem E Progresso nº 133, do Grande Oriente do Brasil – Minas Gerais, esclarece que a Sinceridade é uma das três Portas pelas quais passa o Neófito, que, juntamente com a Porta da Coragem e a Porta da Perseverança, representam as três disposições necessárias à procura da Luz da Verdade, sendo o processo de Purificação necessário para livrá-lo dos preconceitos e prepará-lo para receber a Luz e buscar a Sabedoria.
A Sinceridade é notável atributo do Homem Virtuoso. Sincero é aquele que é franco, leal, verdadeiro, que não oculta, que não usa disfarces, malícias ou dissimulações. Assim sendo, "aproximemo-nos com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado da má consciência e lavado o corpo com água pura" (Hebreus 10:22), pois, a Sinceridade é o elo mais belo da Fraternidade.
Neste influxo, Joanna de Ângelis (FRANCO, Divaldo Pereira. Vida: Desafios e Soluções. Ed. Leal. 2002), afirma que a convivência social trabalha os sentimentos humanos, estimulando as aptidões para a arte, a cultura, a ação tecnológica, a ciência e a fé. A vida social, portanto, está ínsita no processo de evolução das criaturas, encarnadas ou não, já que ninguém consegue a realização espiritual seguindo a sós. Ninguém se deve afastar do convívio com o seu próximo. Ele é a oportunidade para se testar a tolerância e o amor; a gentileza e a fraternidade.
A busca da fraternidade tem sido ponto essencial de todas as escolas filosóficas religiosas e sua origem provém de vários caminhos:
✔️No Bramanismo no livro Mahabharata, 5,1517, encontramos a máxima: “Esta é a súmula do dever: Não faças nada a outrem que te causaria dor se fosse feito a ti.”
✔️ Também no Budismo, em Udanavarga 5,18, encontraremos a busca da fraternidade nas palavras: “Não ofendas os outros por formas que julgarias ofensivas a ti mesmo.”
✔️ Voltaremos a encontrar semelhante conselho no livro Analecto, 15,23, do Confucionismo: “Existe máxima pela qual devemos reger-nos durante toda nossa vida? Sem dúvida, é a máxima da bondade e do amor: Não faças aos outros o que não quererias que eles fizessem a ti”.
✔️ Encontraremos no Taoísmo outra sentença com força de lei moral: “considera o ganho do próximo como teu próprio ganho e a perda do próximo como tua própria perda.”
✔️ No livro Sunan, do Islamismo, encontraremos o ensinamento da Fraternidade: “Nenhum de vós será crente, enquanto não desejar para seu irmão o que deseja para si mesmo.”
✔️ No Talmude, Sabbat 31a, o Judaísmo nos ensina: “O que é odioso para ti não o faças ao teu próximo. Essa é toda a Lei; todo o resto é comentário.”
✔️ No Cristianismo, temos várias referências, mas entre elas temos a máxima: "Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal. Prefiram dar honra aos outros mais do que a vocês." (Romanos 12:10). "Em todo o tempo ama o amigo e para a hora da angústia nasce o irmão." (Provérbios 17:17)
A fraternidade consiste em sua essência em educarmo-nos, instruirmo-nos, corrigindo nossos defeitos, sendo tolerantes para com as crenças de cada um, respeitando os sãos princípios da moral e da razão, expressos, em sua maioria, nos rituais praticados em nosso dia a dia e nos artifícios legais que aprumam os passos da fraternidade, estabelecendo o caminho para o excelente convívio onde a felicidade e prosperidade reinam a bem da humanidade, sob a égide da sinceridade.
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