À entrada de um Templo ou Loja Maçônica encontram-se em permanência duas colunas que simbolizam as colunas do pórtico de entrada do Templo do Rei Salomão, na Antiga Israel. As colunas Boaz e Jackhim.
Boaz era avô do bíblico Rei David, e Salomão, seu bisneto, o glorificou nomeando a coluna da esquerda com o seu nome. Boaz é por sua vez também, a palavra hebraica que significa “força”.
Jackhim, a coluna da direita, tem a sua origem numa pequena corruptela que deriva da junção da letra “Iod”, simbolizando Deus (“Jah/Yahvé”) com a palavra hebraica “Ahkin” que significa “estabelecer”.
Cuja interpretação da leitura das colunas se poderá entender como “Deus estabelecerá (o seu reino) na força”. Existindo aqui a clara impressão da presença do deus (Yahvé) do Antigo Testamento, um deus todo-poderoso, implacável e pouco tolerante com os erros dos seus seguidores, contrastando com o mesmo deus do Novo Testamento, este já, um Deus do Amor e da Paz.
Todavia, existe também uma lenda enoquiana (pré-diluviana) que aborda a criação de duas colunas preparadas cada uma de um material específico de tal forma que uma resistisse à água (em argila) e outra ao fogo (em pedra) e que dessa forma não se perdessem através dos tempos…; e que no seu interior oco foram guardados vários textos que continham a sabedoria existente à época. Essas colunas designam-se por “Colunas de Seth”. O próprio reverendo James Anderson, nas suas “Constituições dos Franco-Mações” as tinha relembrado no contexto da “Lenda do Ofício”, em particular no Canto dos Mestres. E a Maçonaria atribui-lhes também uma particular importância.
Diz-se que os maçons encerram nas suas concavidades interiores, todos os seus segredos e sabedoria. Logo, eles não estarão à vista de qualquer um, mas somente de quem os saiba corretamente interpretar.
São essas as colunas que sustentam a nossa Ordem, pois ao “guardarem dentro de si” a sabedoria e conhecimento maçônico, obrigam a que os obreiros ao partirem a sua pedra (estudar/trabalhar), possam atingir essa sabedoria oculta no seu interior.
Quem ao entrar numa catedral, nunca reparou nos belos entalhes na pedra, símbolos esses do legado maçônico dos artificies pedreiros que na pedra, gravaram os seus conhecimentos e símbolos e que até hoje persistem nessas construções.
Mas, ultrapassando a questão da existência simbólica e da simbologia da nomenclatura das colunas, no Templo Maçônico elas se encontram também tal como no Templo de Salomão, na sua entrada. Sendo por entre elas que os Obreiros efetuam a sua entrada em Loja. Admitindo-se desta forma, que elas formam uma espécie de portal imaginário para outra dimensão. Quando um Obreiro as ultrapassa, entra num novo mundo, a sua Loja Maçônica.
Em Loja, existem também outras colunas:
1. As colunas humanas, a Coluna do Norte e a Coluna do Sul, onde têm assento os irmãos Aprendizes (N) e os irmãos Companheiros (S). (os irmãos Mestres têm assento em ambas as colunas, ficando apenas localizados à frente dos restantes irmãos). E cada uma delas, depende de um Vigilante. A coluna do Norte tem como seu oficial o “Segundo Vigilante”, e a coluna do Sul, o “Primeiro Vigilante”.
2. As colunetas de Ordem Grega (Jónica, Dórica e Coríntia) que se encontram sobre o Pavimento Mosaico, e que representam as três Luzes da Maçonaria, a “Sabedoria”, a “Força” e a “Beleza”.
3. As colunas zodiacais, que simbolizam os doze signos do Zodíaco e que se encontram espalhadas em partes iguais nas colunas do Norte e do Sul.
4. E finalmente, a Coluna da Harmonia, onde tem assento o Mestre da Harmonia. Irmão esse, que se encontra encarregado de “iluminar” o Templo com a sua arte musical.
E assim ficaram descritas as colunas maçônicas, cada uma no seu gênero, mas todas ligadas entre si…
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