Depois de algum tempo ingresso na minha Oficina mental e lanço mão do Maço e do Cinzel que estavam sobre uma pequena bancada perto de mim.
Quase que instintivamente e levado por uma vontade incontida, começo a dar golpes com o Maço sobre o Cinzel e me deparo com uma série de arestas e imperfeições que precisam urgentemente de reparos.
Há que se dar forma e algum polimento à pedra
Sinto que o primeiro defeito que está mais me incomodando é a "Intolerância" e noto que merece um significativo e derradeiro desbaste.
Trata-se de algo que tem me incomodado em demasia e que com certeza incomoda muito mais àqueles que estão à minha volta.
Os golpes sobre o Cinzel parecem se intensificar, vão abrindo caminhos e dão de cara com a "Arrogância".
Indisfarçadamente, percebo que o Cinzel parece querer escorregar.
Golpeio com um pouco mais de boa vontade para o meu aprimoramento.
Afinal de contas, representa outra relevante saliência que precisa ser desgastada com mais energia. Sem medo.
Prossigo nessa mesma lavra.
Eis que de repente me vejo diante da ,"Insegurança".
Eu me questiono e me dou conta que esse outro defeito tem se manifestado frequente.
O melhor a fazer é buscar uma intensidade mais moderada aos golpes de forma a me propiciar mais determinação e foco nessa empreitada.
A cada nova investida contra o Cinzel percebo involuntariamente, que a pedra que se reveste ainda de tantas imperfeições como: a Soberba, a Falsa Modéstia, o Inconformismo, a Ingratidão, o Egoísmo, a Chatice, a Irritação Gratuita, dentre tantas outras, vai progressivamente ganhando contornos como uma espécie de escultura em que a Arte imita a Vida.
Os Símbolos que as ferramentas representam e as Alegorias que as imagens e as idéias traduzem me sugerem sinais evidentes de que esse processo de construção interior é o que deve ser percorrido, a fim de que eu possa me sintonizar de maneira mais harmônica e universal entre o corpo que eu habito e o espírito que me guarnece.
O trabalho é perene e a Oficina precisa ser revisitada a cada estação.
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