A conduta do peregrino da Arte Real do Código ao Decálogo .
A premissa a este ensaio é o fundamento inicial do signo de ser livre e bom costumes ...É a condição exigida para que um profano ingresse na Maçonaria por intermédio da Iniciação.
Não basta o candidato ser politicamente livre; não basta que tenha um comportamento moral comum.
A Maçonaria proclama que a sua doutrina urge pela filosofia baseada na tradição, nos usos e costumes; portanto, “costumes” não é um mero comportamento, uma moral de conduta, mas sim um universo de práticas que conduzem o ser humano a amar a vida espiritual.
O candidato deve comparecer à Iniciação com uma disposição quase inata de “amar a seu futuro irmão” como a si mesmo. Ter em determinado assunto um irmão como oponente mas jamais inimigo, tudo é efêmero " política, religião, dicotomia ideológica, mas a irmandade é eterna...sempre em todos os momentos acima de tudo em nossas atitudes e julgamentos o grande preceito é M.'.I.'.C.'.T.'.M.'.R.' . e isso a um filho da Viúva é imutável.
Isso exige um comportamento para com seu próprio corpo, para com sua própria alma e para com o seu espírito.
Ser livre e de bons costumes constitui uma exigência de maior profundidade do que parece à primeira vista; seria muito cômodo aceitar um candidato que politicamente é livre, pois não há mais escravidão no mundo; ou que, penalmente, não se encontre preso, cumprindo alguma pena.
A liberdade exigida é ampla; sem compromissos que inibam o cumprimento das obrigações maçônicas, sem restrições mentais.
Todo maçom, mesmo antigo na Ordem, tem o dever de se manter “livre e de bons costumes”.
Com esta premissa adentramos nos ensinos do código ao decálogo:
É uma coleção de preceitos morais e éticos, que fazem parte da doutrina maçônica. De maneira geral, ele é o mesmo para todas as Obediências, considerando-se que a doutrina é a mesma, embora divergências político-administrativas muitas vezes as separem. Um código que tem sido muito reproduzido e que foi haurido das instruções do Rito de York, é o seguinte, já presente em instruções brasileiras da metade do século passado:
I. Adora o Grande Arquiteto do Universo.
II. Ama a teu próximo.
III. Não faças mal a ninguém.
IV. Faze o bem que puderes.
V. Deixa falar os homens.
VI. O verdadeiro culto ao Grande Arquiteto consiste nos bons costumes.
VII. Faze o bem, só com o fim de fazeres o bem.
VIII. Não faças a outrem o que não quiseres que te façam.
IX. Conserva sempre pura a tua alma, para poderes aparecer dignamente diante do G.A.D.U., que é Deus.
X. Ama os bons, lamenta os fracos, foge dos maus, mas não odeies a ninguém.
XI. Fala sabiamente com os grandes, prudentemente com os teus iguais, sinceramente com os teus amigos e ternamente com os pobres.
XII. Escuta sempre a voz da consciência.
XIII. Cumpra o teu dever, aconteça o que acontecer.
XIV. Não lisonjeies os teus Irmãos, porque é uma traição; se teu Irmão te lisonjeia, teme que ele te corrompa.
XV. Sê tolerante, porém lembra-te que a tolerância não vai ao ponto de proteger atos imorais.
XVI. Pratica o auxílio aos fracos, a justiça a todos, a dedicação à Pátria, à Família e à dignidade para contigo mesmo.
XVII. Sê o pai dos pobres; cada suspiro que a tua dureza lhes arrancar, aumentará o número de maldições que cairão sobre a tua cabeça.
XVIII. Respeita o estrangeiro viajante; ajuda-o; a sua pessoa é sagrada para ti.
XIX. Evita as disputas; previne os insultos; põe sempre a razão de tua parte.
XX. Respeita as mulheres e as crianças; nunca abuses de sua fraqueza e antes queira morrer do que desonrá-las.
XXI. Se o G.A.D.U. te der um filho, agradece-lhe esta graça, mas teme o depósito que Ele te confia; sê, para esta criança, a imagem da divindade.
XXII. Faze que, até aos 10 anos, ele te tema; que, até aos 20, ele te ame; que, até à morte, te respeite. Até aos 10 anos, sê seu mestre, até aos 20 anos, sê seu pai; e, até à morte, sê seu amigo.
XXIII. Cuida, com preferência, em lhe dar bons princípios, do que lhe dar boas maneiras; é melhor que ele te deva uma boa doutrina do que uma elegância frívola, e que seja, antes, homem de bem do que homem hábil.
XXIV. Se te envergonhas do teu ofício, lembra-te de que não é o teu emprego que te honra ou te avilta, mas, sim, a maneira como o exerces.
XXV. Lê e aproveita; vê e imita os bons costumes; reflete e trabalha.
XXVI. Refere tudo á utilidade dos teus Irmãos, porque trabalharás para ti mesmo.
XXVII. Não julgues levianamente as ações dos homens; não censures e louva ainda menos; é ao G.A.D.U., que sonda os corações, que pretende apreciar a sua obra.
Mas, além do Código, há o Decálogo da Maçonaria, também originário da Maçonaria inglesa e que merece divulgação integral, pelas lições que encerra:
1. Deus é a Sabedoria eterna, onipotente e imutável; suprema inteligência e inextinguível amor. Deves adorá-lo, reverenciar e amar; praticando as virtudes, muito O honrarás.
2. Tua religião consiste em fazer o bem, por ser um prazer para ti e não unicamente um dever. Constitui-te em amigo do homem sábio e obedece aos seus preceitos. Tua alma é imortal; nada farás que a desagrade.
3. Combaterás, incessantemente, o vício. Não farás a outrem o que não quiseres que te façam. Deverás ser submisso à Fortuna e conservar vivo o fogo da Sabedoria.
4. Honrarás a teus pais. Respeitarás e tributarás homenagens aos anciãos.Instruirás os jovens.
5. Sustentarás tua mulher e filhos. Amarás tua Pátria e obedecerás às suas leis.
6. Teu amigo será, para ti, tua própria imagem. O infortúnio não te afastará do seu lado. E farás, por sua memória, o que farias por ele em vida.
7. Evitarás e fugirás de amigos falsos, assim como, quanto possível, dos excessos. Temerás ser a causa de uma mancha em tua memória.
8. Não permitirás que as paixões te dominem. Obterás, das paixões dos demais, lições de proveito para ti mesmo. Serás indulgente com o erro.
9. Ouvirás muito; falarás pouco e obrarás bem. Olvidarás as injúrias, darás o Bem em troca do mal. Não abusarás de tua força ou superioridade.
10. Estudarás o conhecimento dos homens. Buscarás sempre a virtude. Serás justo. Evitarás a ociosidade.
Com estes bons preceitos é possível fazer uma viagem ao Eu interior e se permitir morrer de si mesmo , dar-se ao infinito , olhar a Luz nos olhos olhar os olhos da Luz .
Que o Grande Arquiteto do Universo cientifique todo peregrino da Arte Real daí ao viajor a Estrela Guia.
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