dezembro 18, 2020

ALLAN KARDEC FOI MAÇOM?


Não existe registro escrito de que Allan Kardec teria sido Maçom, embora muitos sites publiquem que o Codificador do Espiritismo for iniciado na Maçonaria na Escócia. E não é apenas achismo: dezenas de pesquisadores, historiadores da Maçonaria já andaram em busca de pistas, inclusive nos possíveis locais onde poderia ter sido encontrado registros, mas nada foi localizado. Também não existe nenhuma informação, ainda que subliminar, através dos amigos maçons de sua época.

É bem verdade que Kardec viveu rodeado de amigos Maçons, como Leon Dénis, filósofo e continuador da Obra Espírita. Depois da morte de Kardec, foram encontrados entre seus objetos pessoais, muitos símbolos maçônicos (como avental, esquadro e compasso), possivelmente presenteados pelos amigos maçons (uma prática comum na época), mas, historicamente falando, não existe comprovação e nem registro de sua iniciação ou participação em Lojas, portanto, não é possível fazer tal afirmação.

dezembro 02, 2020

HONROSA VISITA DO IRMÂO PAULO B. TUPAN, SGM DA GLOMARON



            Em 02 de dezembro tive o grato prazer de receber em nossa casa de praia, em Mongaguá, a honrosa visita do irmão Paulo Benevenute Tupan, Soberano Grão Mestre da Grande Loja Maçonica de Rondônia, o pioneiro no Brasil no lançamento da Lojas Virtuais, que estão suprindo os estudos maçonicos nestes tempos de pandemia.

        O irmão Tupan apresentou o projeto da Casa de Acaolhimento que a Glomaron vai construir em Porto Velho para dar assistência aos pacientes de fora que vem para ser tratados no Hospital de Cancer daquela capital.

        Levamos sua família para conhecer a cidade, almoçamos juntos e o irmão Tupan foi conhecer a Loja Tríplice Aliança da qual sou membro. Foi uma visita inesquecível.




setembro 28, 2020

FIZ 70 ANOS NESTE 28 DE SETEMBRO

 



Fiz 70 anos neste dia 28 de setembro. Estas datas redondas são sempre um motivo de comemoração especial, que neste caso, devido à quarentena, não tem como acontecer. Então, da janela da sala, olhando para o mar revolto neste tempestuoso dia, me pus a rememorar alguns episódios do que foram os meus anos. Já tive a oportunidade de escrever longamente e publicar aqui mesmo, sobre a minha infância e juventude em Sorocaba com os meus pais. Da incipiente aventura de jornalismo na Folha de Sorocaba e no jornal Cruzeiro do Sul, de onde ainda guardo alguns poucos colegas e amigos que reencontrei graças ao milagre do Facebook.

 Prossigo agora com tempos de Faculdade de Direito na Universidade Católica de Petrópolis e da Livraria Debret. Lá me viciei em leituras e fiz a minha primeira palestra. O Dr. Mário Fonseca, médico e intelectual, presidente da Associação Petropolitana de Cultura vaticinou que algum dia eu me tornaria um palestrante e é claro que não acreditei, mas ele, experiente e sábio anteviu o futuro, Deste tempo ainda mantenho contato com o Fred Lage, meu colega na Livraria e filho da querida amiga e colega da Faculdade Dorothy (Doty) Lage. Eu, muito jovem, vivendo sem conhecer ninguém na Cidade Imperial, frequentava os saraus na sua mansão na Avenida Ipiranga, onde encontrava as vezes com Leila Diniz, o Príncipe D. Pedro ou um dos Rockfeller, entre outras celebridades. Alguém perguntou uma vez “de qual família ele é?” e ela, generosidade em pessoa, me abraçou pelos ombros e respondeu: - ele é meu amigo. – Jamais vou esquecer.

Guardo doces lembranças de meus patrões na Livraria Debret, Aristides e Carolina Cerqueira Leite. Ele, um dos primeiros homens de TV no Brasil, na extinta TV Excelsior, patrão do Boni, que cita este fato em sua biografia e o criador do programa A Voz do Brasil. Aristides era um homem calmo e metódico que me ensinou a ser organizado. Nos demorados almoços no restaurante da Mirtes Paranhos na Rua Irmãos D’Angelo, vizinho da Livraria, ele contava histórias, citava exemplos e ia moldando o meu agitado temperamento. Sua inteligentíssima esposa Carolina, concertista de piano, “chef”, escritora, foi uma das primeiras mulheres a dirigir sozinha na Via Dutra do Rio a São Paulo, na época uma aventura. Na sua maravilhosa casa de campo em Itaipava, onde morei por algum tempo, ela fazia delícias para os frequentes convidados. Uma ocasião foi comida japonesa. Eu disse que não gostava. Ela perguntou se eu já havia experimentado e respondi que não. Aí veio a preciosa lição: - Michael, nunca se negue a experimentar o que você não conhece, pode ter uma surpresa. – Experimentei e até hoje sou fã de comida japonesa. Acompanhei linha por linha e ajudei a revisar a construção de seu romance “Appassionata”, um dos livros mais gostosos que já li. Guardo como relíquia o exemplar que me foi dedicado.

Não pude terminar a Faculdade. Recém casado com a minha primeira esposa e passando grandes dificuldades financeiras perdemos nossa primeira filha por incompatibilidade RH. Resolvi buscar um melhor padrão de vida e procurei um emprego mais bem remunerado. Na época o Jornal do Brasil e o Globo tinham cadernos de empregos que pesavam mais de um quilo com milhares de oportunidades de trabalho. VI um anúncio da IBM e me inscrevi. Passei entre mais de trezentos candidatos. Fui um dos melhores vendedores de equipamentos para escritório, comprei um belo apartamento em Icaraí, Niterói, um Opala novo e ganhei uma viagem para o Hawaií. O grupo de ex-ibemistas ainda está muito ativo e mantenho contato frequente com o Eduardo Luiz Portela, um dos três colegas que passou naquela seleção.  Foi o melhor emprego que alguém pode ter na vida, mas ambicioso, eu sonhava em voar mais alto.

setembro 10, 2020

DOAÇÃO DE LIVROS

Postagem do companheiro do Rotary E-club Marcos Buim:

No dia 10 de setembro estivemos em Mongaguá na residência do companheiro Michael, ocasião em que retiramos mais um lote de livros que foram entregues em São Paulo aos companheiros Cabral e Márcia (aos quais somamos mais alguns livros) e estes providenciaram a seleção e o encaminhamento para as bibliotecas escolares da região.

setembro 01, 2020

FILOSOFIA DA FELICIDADE


O problema da felicidade é todo de ordem espiritual. Ser feliz importa em determinado estado de alma, que independe de circunstâncias externas. A felicidade, como a imortalidade, está na trama íntima da vida mesma, dessa vida que não começa no berço, nem termina no túmulo.

Sem fé, não há felicidade.  A alegria de viver vem do otimismo; o otimismo é filho da fé.  Sentir alegria de viver, ser otimista, ter fé: eis a felicidade. A felicidade não conhece passado, nem futuro: está sempre no presente.

O sofrimento não destrói a felicidade; esta é que age sobre aquele, suavizando-o hoje, dissipando-o amanhã Assim como da noite desponta o dia, assim a felicidade, muitas vezes, nasce da própria dor.

Buscar a felicidade fora do ser interior, diz Vigil, é fazer como o caracol que andasse à cata de sua casa.  É, ainda, como a jovem solteira que, ao cair destardes, esperasse pelo marido.

Pela felicidade, como pelo céu, ninguém tem que esperar.  Os que esperam jamais alcançam.  Os que querem deveras a felicidade, já estão com ela.  Os que realmente querem o céu, já nele estão, tem nele a sua morada:  "A hora vem, e agora é."

(Vinicius - Pedro de Camargo. Livro: Em Torno do Mestre)

*Com o tempo, você vai percebendo que, para ser feliz, você precisa aprender a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você. Às vezes construímos sonhos em cima de grandes pessoas... O tempo passa... e descobrimos que grandes mesmo eram os sonhos e as pessoas pequenas demais para torná-los reais.

Como iniciar o caminho para a felicidade? É possível chegar a algum destino sem dar o primeiro passo? Não duvidemos de que, o primeiríssimo passo para a felicidade é ver Deus em todas as coisas ao nosso alcance. Vê-Lo e sentí-Lo na utilidade da água, no poder da luz do sol, no descanso à noite, na maravilha de cada amanhecer, nos movimentos dos dias e das noites, no crescimento das plantas, flores e frutos, enfim, em todo Universo infinito e eterno.

Também, vendo, sentindo, e nos convencendo das nossas qualidades e da nossa força. Assim agindo, os passos seguintes rumo à felicidade virão naturalmente, quando então, o caminho difícil se torna mais fácil. 

É também caminho para a felicidade a arrumação da nossa casa interna, colocando-a em ordem no dia-a-dia. Luz no lugar da  escuridão; fortaleza se houver fraqueza; esperança se houver desalento; trabalho no lugar da preguiça e combate à intranquilidade e à tristeza com muita alegria e otimismo.

Desafoguemos o nosso íntimo dos pensamentos que nada nos acrescentam, usando a vassoura das boas intenções e da prática do bem por onde passarmos. A nossa mente estará sempre serena, limpa e pura.


junho 25, 2020

Primeira reunião da mova gestão do Rotary Eclub do D. 4420


                No dia 24.6 através da plataforma Zoom e no dia 25.6 através da plataforma Google.meet, por cortesia da companheira Márcia, foram realizadas as primeiras reuniões desta gestão 2020/21 do Rotary E Club do D. 4420.

                O novo Conselho Diretor ficou assim composto:

                Presidente – Michael Winetzki <michaelwinetzki@yahoo.com.br>

                Protocolo – Fernando Dias Sobrinho <fernandorotary@gmail.com>

                Tesouraria – Carlos Deus Deu <cabral.rotary@gmail.com

 Secretaria – José Maurício <mauriciojoseadv@gmail.com>

                Intercambio – Luiz Francisco Savazzi <savazzi@uol.com.br>

                Companheirismo – Juan Balza <drjuanbalzamorat@yahoo.com.br>

                Comissão da Fundação Rotária – Sérgio Luiz Takehara <takeharas@gmail.com>

                Comissão de Projetos Humanitários – Silvana Gianinni <fale@silvanagiannini.com.br>;

                Comissão de Administração – Marcos Buim <marcosbuim.rotary@gmail.com>

                Comissão do DQA – Silvio Daidone Jr.  <srdaidonejr@gmail.com>

                Comissão de Imagem Pública – Thais Romão <thaisromao@uol.com.br>

                A primeira reunião, na quarta-feira, dia 24, teve a presença de 16 companheiros (as). A segunda, testando a plataforma Google.meet, teve 20 companheiros (as) presentes.

                Foi colocada em votação a periodicidade, dia de reunião, plataforma, horário e tempo de sala de espera. Os resultados obtidos foram os seguintes – reuniões quinzenais, as segundas-feiras, as 20h00 com sala de espera de 15 minutos, na plataforma Google.meet, podendo ser modificados a qualquer tempo por vontade da maioria.,

                Na primeira reunião o companheiro Henrique expos o seu trabalho junto ao Projeto Visão, relatando suas conquistas e dificuldades e comemorando 1176 atendimentos ao longo dos últimos 6 anos.

                O companheiro presidente destacou que o E club tem dois projetos permanentes, o Projeto Visão e o Projeto em parceria com o Grupo GPA comandado pela companheira Silvana e que em matéria de projetos permanentes considera suficientes. Sugeriu aos companheiros pensarem em projetos menores, de aplicação imediata, que possam ser levados a efeito apesar das características especiais do E club cujos associados estão, de maneira geral, geograficamente distantes.i

                Vários companheiros se manifestaram com relação às expectativas para esta gestão, colocando-se à disposição para aquilo que for necessário e agradecendo ao companheiro Silvio Daidone pelo esforço e realizações do E club período 2019-2020.

                Ficou decidido que além das reuniões virtuais serão publicados resumos que valerão como comparecimento para os companheiros (as) que eventualmente não puderem estar presentes às reuniões virtuais. A próxima reunião ficou marcada para a segunda-feira, dia 6/7, as 20h00 e que o acesso ser[a informado pelo Diretor de Protocolo.

março 01, 2020

A LENDA DE ENOQUE


        A lenda de Enoque é a alegoria sobre a qual se assentam os ensinamentos de alguns graus da Maçonaria do Rito Escocês Antigo e Aceito.

        Essa lenda, que já fez parte da Bíblia, é hoje um escrito apócrifo, provavelmente produzido por um escritor gnóstico do século I. Existem dois livros atribuídos a esse personagem: O Livro de Enoque e o Livro dos Segredos de Enoque. É no Livro de        Enoque (e não no livro dos Segredos), que encontramos a lenda.  Essa lenda, adaptada pelos maçons espiritualistas, em síntese, diz o seguinte:

        “ Enoque, durante um sonho, foi informado sobre o Verdadeiro Nome de Deus. Esse nome, entretanto, lhe foi proibido de divulgar. E Deus lhe informou também sobre o castigo que iria ser lançado sobre a humanidade pecadora, através do dilúvio. Para que o Inefável Nome de Deus não fosse perdido após a catástrofe, Enoque fez com que esse nome fosse gravado numa pedra triangular, num alfabeto desconhecido, só inteligível aos anjos e a ele próprio. Portanto, ninguém sobre a terra, a não ser o próprio Enoque sabia a verdadeira pronúncia do nome de Deus. 

        Antes do dilúvio havia sobre a terra civilizações bastante desenvolvidas em termos de artes e ciências. Para preservar os conhecimentos dessas antigas civilizações ( a Atlantida, segundo a Doutrina Secreta), Enoque fez com que vários textos fossem gravados em duas colunas, e em cada uma delas esculpiu o nome sagrado. Uma delas era feira de mármore, a outra fundida em bronze . Ele as colocou em um suntuoso templo que fez construir em um lugar subterrâneo, só dele e de alguns eleitos, conhecidos (uma sociedade secreta, tipo maçonaria). Esse templo tinha nove abóbadas, sustentadas por nove arcos. No último arco Enoque mandou gravar o Delta Luminoso, e fez um alçapão onde guardou a pedra com o Inefável Nome de Deus nela gravado.
 
     Com o dilúvio, todas as antigas civilizações foram destruídas e seus conhecimentos científicos e artísticos esquecidos. Noé e sua família foram os únicos sobreviventes, mas nada sabiam das antigas ciências. Das colunas gravadas por Enoque, somente a de bronze pode ser recuperada. Nela constava o Verdadeiro Nome de Deus, mas não a forma de pronunciá-lo, pois essa sabedoria estava escrita na coluna de mármore. Asim, essa pronúncia permaneceu desconhecida até que Deus a revelou a Moisés em sua aparição no Monte Sinai.

        Mas Moisés foi proibido de divulgá-la, a não ser ao seu irmão Aarão, que seria, futuramente, principal sacerdote do povo hebreu. Deus prometeu a Moisés, todavia, que mais tarde esse Nome seria recuperado e transmitido a todo o povo de Israel. Isso só aconteceu nos tempos de Shimon Ben Iohai, o codificador da Cabala, mas nem todo o povo de Israel compartilhou dessa sabedoria, uma vez que ela continuou sendo transmitida apenas aos rabinos que atingiam os grus mais altos na chamada Assembléia Sagrada. 

        Moisés, no entanto,  mandou que o Nome Inefável, com a pronúncia correta, fosse gravado em uma medalha de ouro e guardado na arca da Santa Aliança juntamente com as tábuas da lei. Dessa forma, o Sumo Sacerdote, em qualquer tempo, poderia compartilhar dessa sabedoria e invocar o Grande Arquiteyto do Universo na forma correta.  Mas a Arca da Aliança foi perdida numa batalha que os israelitas travaram contra os sírios. Mas, guardada por leões ferozes, os sírios nunca conseguiram abri-la e mais tarde ela foi recuperada pelos sacerdotes levitas. Durante as batalhas que o povo de Israel travou contra os filisteus pela posse da Palestina, a Arca foi perdida mais uma vez, sendo capturada pelo exército inimigo. Os filisteus, que não sabiam do poder que tinham nas mãos, fundiram a medalha de ouro com o Nome Inefável e a transformaram num ídolo dedicado ao Deus Dagon. Esse foi um dos motivos pelos quais O Grande Arquiteto do Universo instruiu Sansão para que este praticasse seu último ato de força no Templo dos filisteus em Gaza, pois esse era o templo de Dagon. 

        De tempos em tempos, Deus comunicava a algum profeta o segredo dessa pronúncia, com a condição de que ele o mantivesse em segredo. Assim, durante longo tempo o Nome Inefável e a forma de pronunciá-lo ficaram ocultos, até que Deus o revelou a Samuel e este o transmitiu aos reis de Israel, Davi e depois a Salomão. 

        Após construir o Templo de Jerusalém, (que reproduzia a forma e a estrutura do templo construído por Enoque, inclusive com os nove arcos, onde, no nono se erguia o Altar do Santo dos Santos, no qual a Arca da Aliança estava depositada), Salomão determinou a Adoniran, Stolkin e Joaben a construção de um templo dedicado á Justiça. Estes, após escolher e preparar o terreno, verificaram que aquele era exatamente o lugar onde Enoque havia construído o seu templo. Após demoradas pesquisas e árduos trabalhos escavando as ruínas do antigo templo, descendo a diversos níveis subterrâneos, os mestres destacados por Salomão, sob o comando de Adoniran, descobriram a coluna onde o sagrado Delta estava gravado. 
Dessa forma, o Verdadeiro Nome de Deus foi recuperado e pode ser transmitido ao povo de Israel na sua forma escrita, mas a forma de pronunciá-lo permaneceu desconhecida, pois a coluna de mármore, onde estava essa sabedoria estava inscrita, foi destruída pelo dilúvio. Somente Salomão, o Rei de Tiro e os três mestres que desceram ao subterrâneo detinham esse conhecimento. Com o desaparecimento daqueles personagens, ficou perdida novamente a pronuncia da Palavra Sagrada.. 

        As instruções dos graus se referem ás viagens que o iniciando tem que fazer, a exemplo dos três Mestres, para encontrar a Palavra Sagrada. Simbolicamente, para o maçom essas viagens equivalem a uma descida dentro de si mesmo a fim de liberar a luz que existe dentro dele. Aqui temos novamente a evocação, tão cara aos gnósticos e aos alquimistas, da necessidade de encontrar “dentro de si mesmo” aquela energia que faz o homem integrar-se à divindade.

        Pois outra coisa não é a Palavra Perdida. O Inefável Nome de Deus é o principio que libera o espírito de suas amarras materiais e o torna livre para galgar as alturas e penetrar no reino da luz. Essa tradição freqüenta a mística de todas as religiões do mundo, desde o Budismo tibetano até á Cabala, que a desenvolve através da metafísica dos números e suas relações com a divindade

        Com a perda do verdadeiro significado, diz a lenda, foi este substituída pelas iniciais IHVH .que, depois de pronunciada, é coberta com três Palavras Sagradas, três sinais e três palavras de passe; sómente após o cumprimento desse ritual se chega ao Nome Inefável. De acordo com a tradição, os cinco primeiros iniciados no grau de Cavaleiro do Real Arco foram os próprios reis Salomão e Hiram, rei de Tiro, e os três Mestres que descobriram o templo sagrado de Enoque. Um juramento de não pronunciar o Verdadeiro Nome de Deus em vão foi feito pelos mestres recém eleitos, juramento esse que se repete na elevação ao grau 14. 


        Diz ainda a lenda, que mais tarde outros Mestres foram admitidos no grau, até o numero de vinte e sete, sendo a cada um deles distribuído um posto. Outros Mestres, que tentaram obter o grau sem o devido merecimento receberam o justo castigo, sendo executados e sepultados no subterrâneo onde a pedra gravada com o Nome Inefável foi originalmente depositada

        A prece final de encerramento dos trabalhos do grau nos dá bem a significação do conteúdo finalistico da lenda.

    Poderoso Soberano Grande Arquiteto do Universo. Vós que penetrais no mais recôndito dos nossos corações, acercai-vos de nós para que melhor possamos adorá-lo cheios de vosso santo amor. Guiando-nos pelos caminhos da virtude e afastando-nos da senda do vicio e da impiedade. Possa o selo misterioso imprimir em nossas inteligências e em nossos corações o verdadeiro conhecimento de vossa essência e Poder Inefável, e assim, como temos conservada a recordação de Vosso Santo Nome, conservar também em nós o fogo sagrado de vosso santo temor, principio de toda sabedoria e grande profundidade de nosso ser. Permiti que todos os nossos pensamentos se consagrem á grande obra de nossa perfeição, como recompensa merecida de nossos trabalhos e que a União e a Caridade estejam sempre presentes em nossas Assembléias, para podermos oferecer uma perfeita semelhança com a morada de vossos escolhidos, que gozam do vosso reino para sempre. Fortalecendo-nos com vossa Luz, para que possamos nos separar do mal e caminhar para o bem.Que todos os nossos passos sejam para o proveito da nossa aspiração, e que um grato perfume se desprenda no Altar de nossos corações e suba até vós. Ó Jeová, nosso Deus! Bendito sejais, Senhor. Fazei com que prospere a obra feita pelas nossas mãos, e que sendo vossa Justiça o nosso guia, possamos encontrá-la ao término da nossa vida.Amem.

O significado iniciático da lenda

O ensinamento iniciático da lenda é claro. Ela nos diz que há uma chave, uma palavra, um verbo, a partir do qual todas as coisas se constroem. Essa palavra, esse verbo, é o Inefável Nome de Deus, o verdadeiro, o primeiro e único princípio, imutável e incriado, de onde tudo se originou e para onde tudo um dia retorna. O Evangelho de São João diz que no princípio era o Verbo, o Verbo era Deus, e um Deus era o Verbo. Estava no início com Deus e nada do que foi feito foi feito sem Ele, e tudo o que foi feito, foi feito por Ele. Por isso, quando Deus se apresentou a Moisés no Monte Sinai ele não disse, em principio, qual era seu nome. Ele, conhecido como o Inominado, por ser absoluta potência, não tinha um nome que pudesse ser pronunciado por lábios humanos. 


Ele Era. Por isso Ele disse “Eu sou”, significando com isso que Ele era o Verbo Divino, a partir do qual tudo o que existe no universo toma forma e consistência.
Mas todo verbo é uma potência a ser desenvolvida. E todo verbo, em si mesmo, não tem sentido nem significado se não tiver um predicado. Deus então criou o cosmo para que ele fosse o seu predicado. 


O Verbo, transmitido ao homem na forma do seu espírito, o fez senhor da criação terrestre. E como o homem aprendeu a articular “eu sou”, teve também que perguntar a si mesmo “o que?” E foi para responder a essa inquietante pergunta, “ eu sou o que?”, que ele também se viu obrigado a construir um predicado para si mesmo. Esse foi o detalhe que fez a diferença entre os homens e as outras espécies animais.


Por isso é que “ser é verbalizar”. Ser é dar sentido á existência, é ter uma resposta para a pergunta: o que somos nós? A certo momento da vida até podemos confundir o ser com “estar” ou “ter”. Mas estar vivo não é ser vivo, estar feliz não é ser feliz, e ter algo que se parece com vida ou felicidade não é ser realmente vivo e feliz. Ser é um estado de perfeita organização interior que não pode ser afetado por nenhum acontecimento exterior. 


O esforço da inteligência na formulação lógica do pensamento é apenas um caminho para se dar um parto seguro a luz que habita nos subterrâneos da nossa mente, onde ali foi encerrada pelo Sublime Arquiteto do Universo, como pedra filosofal que precisa ser redescoberta para que possamos entender quem e o que realmente somos. Essa luz só pode ser liberada por um trabalho paciente e ritualístico de adepto, ou de iniciado. Esse é o objetivo do ensinamento maçônico.

janeiro 10, 2020

A MAÇONARIA ESPERA QUE SEJAMOS MAÇONS - Leonel Ricardo de Andrade

O Ir.'. Leonel Ricardo de Andrade, de Uberlândia,  é Grão Mestre Ad Vitam da  GLMMG ,

Queridos Irmãos, a humanidade sempre foi repleta de desencontros.

A vaidade exacerbada do Ser Humano sempre levou e ainda tem levado homens e mulheres a buscarem, em primeiro lugar, as conquistas pessoais, em detrimento do bem comum, pois a estes o que verdadeiramente importa são as honrarias e o poder, custe o que custar - perderíamos horas citando exemplos.

Quantas divisões, quantas separações, quantas dispersões em nome de um poder sem limites.

Infelizmente poucos são aqueles que se dispõem a somar. Preferem, sempre, dividir em prol de um espúrio e nefasto projeto de dominação pessoal.

Em nosso meio não tem sido muito diferente. Quantos que da boca para fora se dizem Irmãos fraternos, mas, agindo na obscuridade, articulam a divisão e o enfraquecimento de sonhos, de idéias, de projetos e de realizações. Quantos se oferecem, antecipando fatos, para a ocupação de cargos, seja em Loja, seja na própria Potência a que pertencem.

Meus caros, é muito fácil dividir, dispersar esforços e desagregar pessoas, tirando do foco uma Instituição, mesmo sendo ela tão consolidada como a nossa Sublime Ordem.

A ânsia pelo poder, a obsessão por cargos e o desejo de aparecer fazem com que Irmãos deixem-se levar pela vaidade e pela soberba, passando por cima de princípios e colocando em risco projetos bem embasados e estruturados - é o eterno recomeço das coisas, como acontece frequentemente no mundo da política profana. Como acontece todos os dias em nosso amado Brasil.

A Maçonaria espera que tenhamos a vontade e a disposição para somarmos forças em prol de um projeto maior e que agregue valor à vida e ao caminhar maçônico, possibilitando o crescimento e o fortalecimento de nossas bases, de nossas relações internas e externas e, sobretudo, de nossa estrutura humana e social. É por isso que vejo com muita tristeza, fatos que apontam para um rumo diferente, na medida em que falta paciência, prudência, serenidade e, em especial, discernimento acerca do que venha ser o papel de um Maçom na busca da construção e fortalecimento de relações sinceras, leais e éticas.

Não podemos agir pautados no interesse pessoal. Isso é jogar na vala comum os Sãos Princípios que norteiam a vida maçônica. Não é isso que a Maçonaria espera de nós, muito pelo contrário, ela espera que sejamos leais a um Jur.'. Sagr.'. e Solene que um dia livremente prestamos diante de nós mesmos, de outros homens e sob a Vigilância Divina do Grande Arquiteto do Universo - a consciência de quem for perjuro será o juiz que atormentará a sua mente, o seu coração e a sua alma, até que o tempo que lhe foi concedido para refletir e crescer, esteja esgotado.

A Maçonaria chora quando um filho seu, em nome da vaidade e do poder, tenta desagregar um trabalho que vem sendo realizados com dedicação e zelo. Em especial quando esse trabalho começa a agregar valor às atividades das Lojas e de todos os entes que as cercam, inclusive os familiares dos Obreiros que delas fazem parte.

Precisamos atender a todos com presteza, carinho e consideração, não medindo esforços para darmos o melhor de nós, em prol de causas justas e perfeitas.

Meus Estimados e Amados Irmãos, a Maçonaria espera que sejamos MAÇONS. E, Maçom é aquele que procura, sempre, somar em prol do bem comum, de forma serena, prudente e harmoniosa.

É nessa Maçonaria que esse Irmão que vos escreve acredita, e essa a Maçonaria que eu pratico, defendo e prego.