janeiro 27, 2021

ACÃO ROTÁRIA - a ARCA do Rotary


 ACÃO ROTÁRIA - a ARCA do Rotary

Em 1900 Chicago era a segunda maior cidade dos EUA, maior entroncamento ferroviário do mundo, capital do comércio da madeira, da carne suína, do peixe e dos cereais. Era também tida como a cidade mais suja dos Estados Unidos.

Paul Percy Harris, um jovem advogado de 28 anos, criado no interior por seus avós, chega à cidade de um milhão de habitantes para se estabelecer, após alguns anos de aventuras.

Um dia, andando com um amigo após o jantar, este, por diversas vezes se detém para cumprimentar amigos e clientes. Isso despertou em Harris o desejo de fazer relacionamentos como estes, que eram comuns na pequena cidade onde fora criado.

Em 1905, já um bem-sucedido advogado, reúne mais três clientes em uma sala e lança a semente do Rotary. A primeira obra do novo clube foi a construção de banheiros públicos em Chicago.

Em 1916, milhares de pessoas são afetadas pela poliomielite nos EUA, inclusive o futuro presidente Roosevelt. 6000 pessoas morrem. Mas por falta de tratamento a epidemia continua a crescer até 1955, quando o doutor Jonas Salk cria a primeira vacina injetável contra a pólio.

Cinco anos depois, em 1960, o Dr. Albert Sabin, que foi casado com uma brasileira e falava um razoável português, desenvolve uma vacina em forma de gotinha, mais fácil de aplicar e de transportar.

Em 1979, uma epidemia de pólio devasta as Filipinas. Os RCs pedem socorro e o então presidente do RI, James Bomar Jr. assume o compromisso de vacinar seis milhões de crianças. A epidemia foi contida. No entanto, nos anos que se seguiram cerca de 350.000 casos anuais de pólio, em todas as partes do mundo, aleijavam e matavam milhares de pessoas, como se fosse uma guerra global.

Em 1985, o médico mexicano Carlos Canseco, presidente do RI, ciente da gravidade do fato e da inutilidade dos esforços dos governos decide lançar uma campanha mundial, o programa Pólio, depois Pólio Plus para erradicar a doença da face da Terra. Desde então Rotary já investiu dois bilhões de dólares e vacinou dois e meio bilhões de crianças.

O que esta pequena história nos ensina? São os mesmos preceitos que permitiram a Arca de Noé cumprir a sua missão e reconstruir a civilização. Vamos explorar cabalísticamente o acróstico A R C A.

ATITUDE – é a concretização de uma intenção ou propósito. (....)

RESPONSABILIDADE – obrigação de responder com atos a alguma coisa confiada. (....)

COMPANHEIRISMO – relação baseada na lealdade e respeito, na compreensão e tolerância, em busca de um objetivo comum. (.....)

AÇÃO – disposição para agir, energia, movimento

Na relação familiar, ou conjugal, o mesmo acróstico ensina novas atitudes.

ADMIRAÇAO, RESPEITO, COMPANHEIRIMO E AMOR

E quando problemas de toda ordem sacudiam a Arca, assim como acontece as vezes no Rotary na família no mundo todo, neste momento com a pandemia, Noé lançava a ancora, que dava estabilidade e firmeza a embarcação. No nosso caso ancora é a tolerância e a capacidade de entender o ponto de vista do outro, dialogar e encontrar um consenso.

Finalmente, em todos os casos somos motivados pela fé, que segundo Tiago, 2.17 – A fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta.

janeiro 26, 2021

UMA HISTÓRIA DE ROTARY, AS QUATRO PERGUNTAS

 AS QUATRO PERGUNTAS: UMA HISTÓRIA DE ROTARY


Michael Winetzki – Rotary Eclub do D. 4420

"Para obter o sucesso almejado faça quatro perguntas a si mesmo: Por que? Por que não? Por que não eu? Por que não agora? " 
James Allen, ensaísta americano (1864-1912)

Após preencher a ficha do hotel, a primeira pergunta que Jorge fazia era: - Sabe o endereço do Rotary Clube?
Gerente de vendas bem sucedido de uma grande firma de materiais para construção, ele costumava passar metade do mês visitando os clientes de sua empresa para aferir a satisfação destes e o seu índice de participação de sua empresa no mercado. 


Rotariano há dez anos, fazia questão de trazer os cartões de recuperação para não prejudicar a média do seu clube. Além disso nas freqüentes visitas aos Rotary Clubes do território sob sua responsabilidade ganhava novos amigos, adquiria informações relevantes sobre a economia da área e sobre a situação de seus clientes e as vezes realizava importantes contatos comercias. Estava em uma cidade pequena, uns quarenta mil habitantes, que experimentava um grande surto de progresso devido a nova fronteira agrícola de soja e milho que se desenvolvera ao seu redor. Obtido o endereço, após guardar as suas coisas, foi para o jantar. 

Gostava do ritual do Rotary. Desde a recepção do protocolo, a oração e a saudação à bandeira. Sentia-se em casa em cada clube e sabia que este não seria diferente. Não podia imaginar como estava enganado. 

Ao chegar ao Clube, onde um grande número de pessoas confraternizava, e se apresentar foi surpreendido com uma calorosa recepção. O idoso Diretor de Protocolo bateu palmas, obteve silêncio, e anunciou em voz alta e entusiasmada: - temos um companheiro visitante da Capital, o Jorge, gerente de vendas. Foi saudado com um caloroso grito de guerra em uníssono: - O Jorge é um bom companheiro, o Jorge é um bom companheiro, o Jorge é um bom companheiro, bem vindo seja aqui. 

Convidado para compor a mesa ouviu com crescente admiração os excelentes relatórios da secretaria, da tesouraria e das Avenidas. O clube, com 40 sócios, mantinha 100% de freqüência havia meses. As Avenidas eram extremamente atuantes, realizando vários trabalhos de cunho social em parceria com a Casa da Amizade, que estava também presente em peso à reunião, uma verdadeira festa. 

Foi a melhor reunião de Rotary de que Jorge já participara e ao final, durante o companheirismo, procurou o Diretor de Protocolo para perguntar-lhe como conseguiram fazer um Clube tão especial. 

- É fácil, além da Prova Quadrupla, um ex presidente introduziu uma outra prova chamada "As quatro perguntas", de autoria de um filósofo e ensaísta americano chamado James Allen, cuja obra atingiu o auge de notoriedade na época que Paul Harris fundou o Rotary e que tem nos ajudado a manter vivo e dinâmico o nosso clube. 

- É como é essa prova?

- Espere, o companheiro Ricardo foi o responsável pela sua adoção no seu tempo de presidente e pode explicar melhor. E chamou um simpático senhor que o cumprimentou com efusão: - então, Jorge, você quer saber a respeito das quatro perguntas? - e começou a explicar:

- A primeira pergunta é: Por que você quer ser rotariano ? Encontre a razão mais profunda e verdadeira para essa decisão. Antes de aceitar o convite pergunte-se "por que devo ser rotariano ?" Entenda o que se passa dentro de você. Procure os motivos pelos quais você sente que quer e pode agir em benefício da sua atividade profissional, de sua família, de seus amigos, de sua comunidade e seu país. Se não estiver absolutamente convencido, as razões serão frágeis e você poderá desistir facilmente. Enfim, encontrada a razão, você se tornará um rotariano na própria alma. 

- E como é feito isso ? Jorge perguntou . 

- Dedicamos uma reunião por mês para os candidatos a novos sócios. Nessa reunião a instrução rotária é especialmente elaborada para dar uma ampla visão dos ideais e da forma de atuar do Rotary, das suas atividades locais e globais, dos seus programas e do companheirismo Além de proporcionar uma ampla visão aos candidatos reforça nos próprios companheiros essa convicção. 

- E depois ?

- A segunda pergunta é: Por que não fazer algo pela comunidade ? Muitas pessoas, apesar de conhecerem as necessidades da comunidade, nada fazem porque imaginam que não é seu problema. Nesse estágio uma comissão do Clube visita o candidato em sua casa e lhe faz ver as responsabilidades que está para assumir. Mostra que a maior parte dos motivos para não fazer são meras desculpas: falta de tempo, de recursos, de colaboração, etc. Mas se entramos no Rotary de coração, passamos a ter mais de um milhão de companheiros e de motivos para passar a agir de maneira efetiva e constante em benefício da sociedade. 

- Muito interessante, comentou Jorge. 

- A terceira pergunta é: Por que não você? Se alguém tem que fazer algo, você pode ser este alguém. Convidamos o candidato para se apresentar ao Clube falando de sua profissão ou atividade, dos desafios que enfrentou, das suas qualidades e da liderança que desenvolveu e aí o fazemos ver que ele tem de sobra as qualidades requeridas para assumir este compromisso: por que não você? Alguém tem que incrementar o companheirismo: por que não você? Alguém tem encabeçar a campanha Pólio Plus do Clube: por que não você? Alguém tem que estimular o Pro-família: por que não você? Alguém que dar o primeiro passo em uma campanha: por que não você?

- É claro, prosseguiu, o companheiro Ricardo, que a esta altura todos os procedimentos normais de aceitação do candidato já foram realizados. Ele participou de duas ou três reuniões, nos o visitamos em seu lar, a Casa da Amizade já trouxe a sua esposa para o serviço e aí o Conselho Diretor do Clube,

- Mesmo ele nem tendo entrado no Clube ainda?

- Na solenidade de posse, o novo rotariano já assume um encargo, e essa é a quarta pergunta: Por que não agora? O melhor momento para começar algo é... imediatamente. O novo rotariano sente que sua adesão é desejada e importante para o clube, e cheio de entusiasmo se põe a cumprir suas tarefas com todo o denodo, estreitando os laços de companheirismo e valorizando a sua adesão ao Rotary. Ele se sente uma peça importante e orgulhoso por poder dar a sua contribuição. 

Impressionado, Jorge pensou - é por isso que este Clube é tão dinâmico e tão vivo. - Você me permite levar essa informação ao meu próprio Clube ?

Rindo, o companheiro Ricardo lhe apertou fortemente a mão, dizendo: - Se o nosso lema do ano é dar a mão ao próximo, como é que não a daríamos para um companheiro que nos honra com a sua visita. Boa sorte, Jorge, e volte sempre. 

De volta para o Hotel, de alma leve, Jorge já se imaginava em seu próprio clube, aplicando "as quatro perguntas de Allen" e obtendo o mesmo resultado que acabara de presenciar. Agradeceu silenciosamente pelo privilégio de ser rotariano e dormiu em paz. 

michaelwinetzki@yahoo.com.br

janeiro 25, 2021

MAÇONARIA DE ISAAC NEWTON A INTERNET




MAÇONARIA DE ISAAC NEWTON A INTERNET, meu livro mais recente, lançado em 2018, conta a história da evolução da espécie humana e também da filosofia desde o início da era cristã ate o advento do iluminismo e de como os filósofos, intelectuais e cientistas mais importantes da história, reunidos nos alojamentos dos pedreiros durante a reconstrução de Londres no início do século 18, fundaram a Grande Loja da Inglaterra para encerrar uma era de absolutismo e inventar a moderna democracia. Fala ainda da atuação da Física Quântica na formação da egrégora da Loja. Apesar do tema parecer árido é um livro pequeno e gostoso de ler, cheio de informações interessantes.

janeiro 24, 2021

MINHAS EXPERIÊNCIAS AÉREAS - PARTE 3


 Minhas experiências aéreas – parte 3

Em 1969 mudei-me para Petrópolis, a linda Cidade Imperial, para cursar a Faculdade de Direito da Universidade Católica de Petrópolis e em 1970 fui trabalhar na filial da IBM no Rio de Janeiro, na OPD, que significa Office Products Division, que era a área de materiais para escritório, as máquinas
de escrever de esfera e outras, equipamentos de ditado e de impressão, o que havia de mais moderno e avançado na época e que atualmente decoram prateleiras de museus. Ainda hoje, 50 anos decorridos, temos um grupo de Whatsapp de ex-funcionários da IBM que ocupam diversas e relevantes funções na iniciativa privada e no governo, mas é opinião unânime entre nós que a IBM foi a melhor empresa do mundo para se trabalhar por muitas razões, os treinamentos, os planos de saúde, as premiações, os reconhecimentos etc. A guisa de exemplo, em 1972 fui considerado um dos melhores vendedores do Brasil e ganhei como prêmio uma viagem com a minha esposa, com todas as despesas pagas, para uma semana no Hotel Hilton Hawaiann Village no Havaí. Mas antes disso ela recebeu um enorme buquê de flores do presidente da empresa, José Bonifácio de Abreu Amorim, com um bilhete que em que ele agradecia a dedicação, estímulo e compreensão dela que proporcionaram ao marido atingir àquele objetivo. Nunca ouvi falar de uma empresa que tratasse seus funcionários desta maneira.
Mas voltando ao tema dos aviões foi a minha primeira viagem aérea internacional. O primeiro voo foi do Rio até Los Angeles com escala em Caracas e na capital do cinema ficamos hospedados no emblemático Hotel Roosevelt, em Hollywood, que aparece em 80% dos filmes que retratam aquela metrópole. Tínhamos um dia de folga e fomos passear pela calçada da fama, pelo Teatro Chines, os estúdios da Universal e outros locais turísticos e no dia seguinte voo para Oahu, uma das ilhas do arquipélago havaiano, onde ficamos no hotel que aparece com um enorme arco íris na fachada na série Havaí 5.0.
No retorno, a van da empresa aérea United que deveria nos buscar no hotel atrasou por algum motivo e quando chegamos ao aeroporto nosso voo já tinha partido. A companhia nos colocou no voo seguinte com um ‘up grade’ para a primeira classe. Foi quando verifiquei como é bom ser rico. O luxo e o conforto da primeira classe, a largura e maciez da poltrona, o extraordinário menu, a gentileza das aeromoças, tudo parece coisa de filme. Nunca mais tornei a voar de primeira classe, mas também nunca mais esqueci aquele voo. E estou falando de quase meio século atrás, nem tenho ideia de como seria hoje em dia.
Voltamos a Los Angeles e como tínhamos um tempo de férias fomos curtir Disneylandia. De lá outro voo para Nova York onde ficamos alguns dias. Depois um air suttle (uma espécie de ônibus aéreo) para Washington e finalmente outro curto voo para Miami. Gastamos o nosso tempo de férias conhecendo atrações pelos Estados Unidos e o interessante é não acresceu um centavo sequer no bilhete aéreo. Todas estas conexões estavam incluídas no preço do bilhete original pago pela IBM.
Eu ainda não tinha a nacionalidade brasileira, (sou israelense de nascimento) e não tinha passaporte de minha terra natal. Viajava com um passaporte amarelo que depois fiquei sabendo era fornecido para expatriados e nem imagino como é que a IBM conseguiu um para mim. No retorno, depois de uma gélida escala de uma noite inteira em Caracas, morto de sono, cansado e com fome, aterrissamos no antigo e acanhado aeroporto do Galeão. Ao passar pela alfandega o inspetor que pegou meu passaporte amarelo gritou para alguém lá dentro – “fulano, tem um passaporte amarelo aqui, o que é que eu faço? – e a resposta foi gritada também – “prende ele”. Depois de alguns minutos de intenso pavor fiquei sabendo que era para prender o passaporte, válido para uma única viagem, e não o passageiro. Abençoado Rio de Janeiro.
Algumas lembranças forçam a porta para entrar neste depoimento e uma delas é de quando a IBM promoveu um Congresso Internacional no Rio e fui destacado para ser o “aid” do presidente da IBM da França, não me recordo seu nome, mas ele tinha por volta de 50 anos, simpático e elegantíssimo e eu tinha apenas 23 anos de idade. Minha função era acompanhá-lo, atender suas necessidades e servir de intérprete. Ele estava hospedado no Copacabana Palace e foi absolutamente encantador. Quando lhe expliquei que eu morava em Petrópolis, a quase duas horas de viagem dali, ele fez questão de reservar um apartamento no Copa para mim também, para que estivesse à sua disposição. Seu único pedido foi que, à noite eu o levasse em um show de mulatas. Reservei uma mesa no “Sambão e Sinhá” do Sargentelli que estava na moda, mas o show começava às 23h00 e antes disso rodamos em um monte de bares onde ele tomava litros de vodka e eu Coca-Cola. Finalmente chegamos ao destino e ele enlouqueceu com as mulatas, a melhor criação de Deus. Perguntou se era possível sair com alguma delas. Eu fui perguntar ao gerente do local e ele disse que dali elas não saíam de modo algum, mas se alguma delas, depois do show, quisesse fazer um programa ele não tinha nada a ver com isso e que ele iria consultar se alguma iria ao Copa. Parece que alguma foi. Voltamos ao hotel por volta das 2h00.
No dia seguinte, às 8h00, enquanto eu aparecia para o trabalho como se tivesse sido atropelado por uma motoniveladora ele chegou elegante, perfumado, lépido e faceiro me agradecendo por uma das melhores noites que teve na vida. Verdade, morri de inveja.
SEGUE

janeiro 23, 2021

MINHAS EXPERIÊNCIAS AÉREAS - PARTE 2


 Minhas experiências aéreas – parte 2

O problema de escrever sobre memórias é que elas alçam voo sozinhas. A intenção quando iniciei era contar o meu relacionamento com aviões, mas as lembranças decolaram e foram muito mais longe. Que seja! Quem tiver paciência de ler vai compartilhar esta viagem pelo meu passado, como se estivesse no assento ao meu lado.
Depois da experiência como corretor de imóveis fui trabalhar nos Supermercados Soares, dos irmãos Sandoval, José, Valdeci, Ruberval e Jair que cresceram de maneira explosiva passando de uma pequena loja (na origem uma barraca de feira em Pedro Gomes) para 13 grandes lojas. Sandoval, o presidente, foi um dos empresários mais honestos e um dos homens mais decentes que conheci na vida, meu padrinho da maçonaria. Eu era o faz tudo na empresa, assessor, secretário, braço direito e esquerdo, e morava em um amplo apartamento em cima da loja da Av. Mato Grosso para estar à disposição 24 horas por dia, o que era literal. Eu trabalhava de manhã até a noite, sábados, domingos e feriados. Comecei a viajar de avião acompanhando José, que era o relações públicas da empresa, para congressos, feiras e eventos. Ele era simpático, bem apessoado e rico e fazia enorme sucesso com as mulheres, o que acabou por comprometer o seu casamento.
Ao deixar a empresa, com o apoio e as bênçãos do Sandoval montei uma das primeiras lojas de 1,99 do Brasil, na Av. Calógeras quase esquina com a Afonso Pena, em frente onde hoje é o Bradesco e que se chamava Panela Velha. Estava arrumando a loja no domingo para inaugurar na segunda-feira com as portas abertas. Eis que entra Sérgio Reis, a caminho de sua fazenda em Pedro Gomes, precisando de uma quinquilharia qualquer. Era o meu primeiro cliente. Durante a conversa com o simpático ídolo eu lhe disse, em um rompante de valentia, que iria batizar a loja com o nome de fantasia de Panela Velha, em homenagem ao estrondoso sucesso que essa música fazia na ocasião e ele prometeu que voltaria para fazer uma apresentação gratuita para mim. Ele nunca mais voltou mas o nome deu sorte e loja foi muito bem por muitos anos.
Eu havia montado algum tempo depois as agências da TAM, mas não existiam computadores, raríssimos e caros e todo o complexo controle financeiro e logístico dos voos era feito à mão. Havia dois funcionários em tempo integral fazendo isso. Decidi que não compensava mais ter as agências e as transferi para outra pessoa. Investi em um estacionamento na Av. Mato Grosso na frente ao Colégio D. Bosco e me tornei sócio de um restaurante e casa noturna chamada Spazio, em frente à igreja matriz, onde cantavam Alzirinha Espíndola, Almir Sater e outros talentos locais. Ainda tive uma revenda de jeans e de joias, que se transformaria na Brilhante Joias, em sociedade com o Zelão de Coxim, revenda e indústria, que seria durante anos o meu negócio principal.
Eu me tornara diretor da Associação Comercial de Campo Grande e da Federação das Associações Comerciais de MS. Uma chapa alternativa presidida pelo empresário Vagner Simone Martins, meu vizinho na Avenida Mato Grosso, havia vencido as eleições derrotando um grupo que há décadas comandava a instituição e vários empresários jovens e ativos como eu faziam parte da diretoria, junto naturalmente com alguns antigos e prestigiadíssimos medalhões como Nelson Nachif. Passei a voar com frequência para representar a entidade em encontros, congressos e feiras. Numa dessas viagens conheci Brasília e me apaixonei pela cidade à primeira vista. Pensei – “quem sabe, algum dia, poderei vir morar aqui.”
Adelino Martins, dono da Floricultura Arakaki, que também era diretor da Associação Comercial me levou para o Rotary Clube de Campo Grande Norte, o maior Rotary do Distrito, e permaneço rotariano até hoje. Anos mais tarde fui presidente do Clube, da Associação dos rotarianos de Campo Grande, vendi a luxuosa, caríssima e inútil sede na cobertura de um edifício e ganhei do Prefeito Lúdio Coelho um grande terreno situado em um bairro nobre onde seria construído um consultório dentário para atender aos menos favorecidos. Estive há pouco mais de um ano em Campo Grande e fiquei muito triste ao ver que nada aconteceu no terreno e que o meu Rotary do coração está bem pequeno, embora conte com valorosos companheiros.
Aldoir Pedro Teló, pai do Michel Teló, também era meu vizinho na Avenida Mato Grosso, proprietário da Padaria Espanhola e foi meu vice-presidente na minha gestão rotária. Michelzinho desde muito pequeno era um ótimo cantor e instrumentista e animava as festas de nosso Clube. Eu disse ao Aldo que Michel viria a ser um grande artista. Não era difícil prever quando se via tanto talento e carisma no garoto.
A fábrica de joias estava estabelecida em uma casa vizinha à minha e funcionava a pleno vapor. Eu tinha cerca de 30 revendedoras de porta em porta. Estavam na moda na época as leves joias chamadas de “ouro italiano” que eram comercializadas em até 10 pagamentos, porque a economia era estável e o país estava em acelerado desenvolvimento. Eu vendia para outras cidades do Estado de MS e até para S.J. do Rio Preto em SP. O Zelão fornecia os diamantes, eu os lapidava em São Paulo e Petrópolis para transformá-los em brilhantes e montava em armações de ouro 18, metal que adquiria em São Paulo e Cuiabá. Já era um tipo de comércio “globalizado”. Meu ourives chefe, Zequinha, cearense de Juazeiro do Norte, terra de Padre Cícero, era dedicado e habilidoso e ensinou a profissão a muitos outros jovens que contratei. Peças mais caras e elaboradas eu adquiria do cuiabano Denis Correa Fortes que tinha uma belíssima produção de peças sofisticadas na Joias Denis, na Avenida Sumaré em São Paulo.
Mas a certa altura começamos a ter problemas de segurança. Algumas revendedoras foram roubadas, um dos meus veículos foi acidentado e se perderam muitas joias e valores, um dos meus clientes foi assassinado e preocupado com o crescendo da insegurança doei os equipamentos da fábrica aos empregados e encerrei as atividades da joalheria.
SEGUE

janeiro 22, 2021

MINHAS EXPERIÊNCIAS AÉREAS - PARTE 1


 Minhas experiências aéreas - parte 1

Voei pela primeira vez em 1966, quando um colega de classe, Cory Ronald Blume de Araújo, que era instrutor do Aero Clube de Sorocaba, muito ativo na época, me levou para um voo panorâmico sobre a cidade. Voei mais algumas vezes com ele em domingos. Fiquei muitos e muitos anos sem voar, até a minha mudança para Campo Grande, MS, em 1976, quando fui trabalhar como corretor de imóveis com Alípio Rodrigues, então dono da Imobiliária Radar e nas horas vagas piloto de acrobacias. Alípio chegou a comprar um avião para realizar o que na época eu considerava loucuras. Ele fazia as mesmas manobras realizadas pela Esquadrilha da Fumaça, mas jamais se acidentou com o avião. Veio a falecer recentemente em um banal acidente de automóvel.
Também cheguei a dar um voo com o piloto que tinha o brevê de aviador número 1 do país, Comte. Rocha, e que era então esposo de minha secretária Rosangela. Mas tive contato mais frequente com aviões no Mato Grosso do Sul quando encontrei o querido amigo Francisco Antônio van Spitzenbergen, que todos conheciam por Chico Piloto e que voava para o empresário José Adelino de Carvalho, o Zelão de Coxim, que era nosso patrão em comum. Zelão tinha supermercados, máquinas de arroz, concessionária de automóveis, mas seu negócio principal era o garimpo de diamantes em Poxoréu, Torixoréu e outras localidades. Era um dos maiores comerciantes da pedra preciosa no país e voava continuamente para seus garimpos. Eu era sócio minoritário da Brilhante Joias em Campo Grande, de sua propriedade, e voei muitas vezes de Campo Grande para Coxim em seu avião. Meu amado amigo Chico veio a falecer muitos anos depois em um acidente aéreo pilotando seu próprio avião em MT.
Através do Alípio conheci o Cel. Aral Cardoso, cuja mãe recebeu um honroso título da Aeronáutica, porque seus seis filhos se tornaram pilotos, alguns militares e outros civis. Tenho um livro que conta a história da família, e através do Aral fui apresentado ao Angelo Coló, de família sorocabana e que era o agente da Vasp na cidade. Nos tornamos bons amigos. Coló era conhecido do Comte. Rolim, da TAM, e este lhe ofereceu a representação da sua empresa aérea. O contrato com a Vasp não permitia, ele me apresentou ao Comte. Rolim e acabei me tornando o agente da TAM em Campo Grande, Três Lagoas e Ilha Solteira, e passei a voar com frequência nos apertados aviões Bandeirantes e depois nos Fokker.
Os voos para São Paulo através de Araçatuba e Bauru ou através de Londrina eram diários, exceto aos domingos. O Bandeirante chegava a Campo Grande no sábado e decolava na segunda. Tive a ideia de fazer uma conexão para Porto Murtinho, um dos paraísos de pesca no Brasil, em parceria com um belíssimo hotel na beira do Rio Paraguai que pertencia à família Baís. O voo levava o grupo de pescadores no sábado para uma semana de pescaria e trazia de volta o grupo da semana anterior. Na primeira temporada de pesca a linha foi um sucesso, mas fora da temporada não havia demanda e Rolim acabou por desativá-la. Foi o fim de minha efêmera experiência como empreendedor aéreo. Ainda permaneci como agente da TAM por alguns anos, mas eu tinha outros negócios em vista, montei uma loja e a agência tomava tempo demais. Pesei os prós e contras e devolvi a representação, mas permaneci amigo do Comte. Rolim até a sua morte em Pedro Juan Caballero.
A TAM tinha sua agência principal na Av. S. Luiz com a Major Quedinho, na galeria do prédio onde funcionava o Hotel Jaraguá e o jornal O Estado de S. Paulo, e Rolim que era louco pela Pantanal me pediu para organizar uma exposição de fotografias na agência com um coquetel, quando da inauguração da linha de Porto Murtinho. Ele convidaria a imprensa para documentar. Organizei um belo evento e recebi da TAM um voucher para hospedagem no Hotel Hilton, que era próximo e dava para ir a pé. Depois da festa, ao retornar ao hotel descobri que o frigobar estava trancado. Liguei para a portaria e alguém me disse, que por estar hospedado como cortesia, não tinha direito ao frigobar.
Comentei o fato com o Comandante no dia seguinte e ele ligou para o gerente do hotel dizendo que quando dava uma cortesia de voo para os funcionários do hotel ele não mandava cortar o lanche servido nos aviões e me orientou a descrever o fato numa carta que iria encaminhar. Fiz isso e a partir daí passei a ser assediado pela gerência do Hilton me convidando insistentemente para voltar ao hotel. Retornei a SP dois meses depois e fui atender o convite. Já havia uma ficha minha com um enorme carimbo VIP. Fui encaminhado para uma suíte maravilhosa cuja cama tinha uns 3x3 mts. Havia uma grande cesta de frutas no quarto, vinho, champanhe e uma necessaire com todo tipo de perfumarias e cosméticos personalizados, um bilhete dizendo que tudo era cortesia e ainda um convite para jantar com o gerente. Durante o jantar o gerente me contou que a carta havia pousado na matriz nos Estados Unidos e por se tratar de documento enviado pelo dono da maior empresa aérea do país criou uma revolução. A ordem era que eu, a vítima, deveria me retratar por escrito ou as consequências seriam sérias. Por isso aquela mordomia toda. Passei uns três dias com vida de milionário, escrevi a tal carta dizendo que estava satisfeito e nunca mais voltei ao Hilton, mas devo destacar o cuidado com que eles tratam o hóspede desde a matriz e o enorme prestígio internacional do Comte. Rolim. Vi ainda outras coisas com o Comte., um notório paquerador, mas o respeito à sua memória e a sua família jamais permitirão que eu as conte.

janeiro 21, 2021

QUAL É O SEGREDO DA MAÇONARIA?


QUAL É O SEGREDO DA MAÇONARIA?


Trinta e cinco autores de boa reputação no universo maçonico brasileiro foram convidados para participar desta obra, todos escrevendo sobre o mesmo tema: Qual é o segredo da maçonaria? A multiplicidade de visoes a respeito de um dos temas mais recorrentes da Ordem torna a leitura deste livro muito interessante, Eu escrevi um dos artigos e vou publicá-lo oportunamente neste blog.

janeiro 20, 2021

AS LIÇÕES DA ARCA DE NOÉ


AS LIÇÕES DA ARCA DE NOÉ – Os ensinamentos para um relacionamento feliz – Através da história de vários casais reais, que enfrentaram dificuldades em seus relacionamentos, um sábio judeu vai ensinando, através das metáforas da viagem da Arca de Noé, os preceitos que permitem mehorar um relacionamento e enfrentar a depressão causada pela quarentena. A Arca permaneceu 377 dias em isolamento. As cunhadas adoram este livro. Adquira em  http://space.hotmart.com/michaelwinetzki 

janeiro 19, 2021

Curiosidades sobre o Hino da Maçonaria



Da luz que de si difunde
Sagrada Filosofia
Surgiu no mundo assombrado
A pura Maçonaria
 
A Idade Média é considerada a “idade das trevas”, os “mil anos de escuridão”, pois a Igreja Católica impedia a evolução da ciência e controlava a educação, promovendo a submissão da razão em nome da fé. Após o fim da Idade Média, tem-se a Idade Moderna, na qual surgiram o Iluminismo e a Maçonaria. A Maçonaria é considerada, junto de outras instituições, a responsável pela difusão do ideal de livre busca da verdade.

Maçons, alerta!  ]
Tendes firmeza  ]     Refrão
Vingais direitos  ]
Da natureza       ]
 
Os “direitos da natureza” são os direitos naturais, defendidos pelos jusnaturalistas. Trata-se dos direitos considerados próprios do ser humano, independente de época e lugar. Entre esses direitos, destaca-se os direitos a vida, a liberdade, a resistência à opressão, e a busca da felicidade. Esses direitos foram, em outras épocas, tomados do homem através da tirania e do fanatismo. E cada maçom deve defendê-los.
 
Da razão parto sublime
Sacros cultos merecia
Altos heróis adoraram
A pura Maçonaria
 
A alegoria da caverna, de Platão, mostra o homem cego e acorrentado pelas amarras da ignorância, e ensina que a descoberta do mundo deve se dar de forma gradativa. O homem ao sair da caverna sofre como um recém-nascido quando do parto, mas ambos ganham um mundo novo. Após os anos de “mundo assombrado”, a humanidade assiste o nascimento da Maçonaria, uma Ordem cujos ritos cultuam a razão, retirando homens da caverna da ignorância e dando-lhes a luz de uma nova vida. Talvez por isso da Maçonaria ser berço de tantos heróis e libertadores.
 
(Refrão)
 
Da razão suntuoso Templo
Um grande Rei erigia
Foi então instituída
A pura Maçonaria
 
O grande Rei erigindo um suntuoso Templo da razão é o Rei Salomão, tido como possuidor de toda a sabedoria. E é da construção de seu templo que alegoricamente foi instituída a Maçonaria, visto ter na lenda dessa construção o terreno fértil para a transmissão de muitos de seus ensinamentos.  
 
(Refrão)
 
Nobres inventos não morrem
Vencem do tempo a porfia
Há de séculos afrontar
A pura Maçonaria
 
“Porfia” significa “disputa”. Apenas as ideias nobres vencem a disputa contra o tempo. A Maçonaria, por sua nobreza de ideais, tem sobrevivido ao passar dos séculos, ao contrário de muitas outras instituições que sucumbiram diante do tempo, sempre implacável.
 
(Refrão)
 
Humanos sacros direitos
Que calcara a tirania
Vai ufana restaurando
A pura Maçonaria
 
“Calcar” significa “pisotear”, “esmagar”, enquanto que “ufana” significa “orgulhosa”, “triunfante”. Em outras palavras, a estrofe diz que: a pura Maçonaria vai triunfante restaurando os sagrados direitos humanos que foram pisoteados pela tirania.
 
(Refrão)
 
Da luz depósito augusto
Recatando a hipocrisia
Guarda em si com o zelo santo
A pura Maçonaria

A Maçonaria guarda em si, com o devido cuidado, a luz da razão. Em seu interior, a hipocrisia vai sendo “recatada” (envergonhada), enquanto que a verdade é exaltada. A razão, duas vezes citada no hino, está diretamente ligada à verdade, esta o oposto da hipocrisia, pois não existe razão sem verdade, assim como a verdade só é encontrada com a razão. 

(Refrão)
 
Cautelosa esconde e nega
À profana gente ímpia
Seus Mistérios majestosos
A pura Maçonaria
 
A Maçonaria mantém seu caráter sigiloso e grupo seleto em proteção de seus augustos mistérios, para que aquelas pessoas ofensivas ao que é digno não possam alcançá-los.
 
(Refrão)
 
Do mundo o Grande Arquiteto
Que o mesmo mundo alumia
Propício, protege e ampara
A pura Maçonaria
 
E por fim, a Maçonaria é posta como instituição sagrada, da qual o próprio Grande Arquiteto do Universo é favorável, e por isso a protege.
 
(Refrão)
 
 
COMENTÁRIOS FINAIS:
Questão interessante sobre esse Hino, que recebeu o nome genérico de “Hino da Maçonaria” por não ter sido originalmente nomeado, é quanto a sua autoria. Várias fontes maçônicas o colocam como sendo letra e música de D. Pedro I. Não há documento algum que corrobore com essa teoria. Outras tantas fontes, inclusive o GOB, apontam o autor como sendo Otaviano Bastos, o que é impossível. O próprio Otaviano escreveu em sua obra “Pequena Enciclopédia Maçônica” que a música é de D. Pedro I, mas a letra é de autor desconhecido.
Há ainda outra questão relacionada ao hino e que merece atenção. Alguns escritores que se propuseram a interpretar o hino, ao se depararem com o termo “recatando a hipocrisia”, não compreendendo seu real significado, cometeram o gravíssimo erro de modificar a letra do hino para “recatada da hipocrisia”, de forma que o hino pudesse se encaixar devidamente aos seus entendimentos, em vez do contrário. Ora, imagine modificar a letra de um hino musicado por D. Pedro I, cujo valor histórico e maçônico é incalculável, para se alcançar a interpretação desejada… é o que podemos chamar de “estupro da história”.
 
CONSULTAS:
GUIMARÃES, José Maurício: Dissecando o Hino da Maçonaria. Portal “Formadores de Opinião” e Portal “Samaúma”.
RIBEIRO, João Guilherme da C.: O Livro dos Dias 2012. 16a Edição. Infinity.
RUP, Rodolfo: O Hino Maçônico Brasileiro. Portal Maçônico “Samaúma”.
Hino da Maçonaria
 

janeiro 18, 2021

Baden Powell foi maçom?



Lady Olave – esposa de Baden Powell- afirmou em uma oportunidade que Baden Powell nunca foi maçom, porém isto é verdade?
Primeiramente dizemos que não convém para os interesses da Igreja Católica que Baden Powell seja maçom e é justamente esta Igreja que tem tentado monopolizar o escotismo em muitos países.

Se fosse revelada a participação de Baden Powell na antiga Irmandade, o que aconteceria?

O catolicismo tem sido o inimigo mais duro da maçonaria e ainda hoje “não mudou o juízo negativo da Igreja a respeito das associações maçônicas, porque seus princípios têm sido considerados inconciliáveis com a doutrina da Igreja, e os fiéis que pertencem a ela arrecadam pecado grave e não podem chegar-se perto da santa comunhão”, segundo uma declaração da Congregação para a Doutrina da Fé em novembro de 198.

O certo é que ante a falta de documentação que valide o espírito maçônico de Baden Powell, devemos analisar a similaridade entre o escotismo e a maçonaria.

Alguns pontos de contato entre ambas as instituições que podemos enumerar são as seguintes:

a) A promessa escoteira como uma iniciação do aspirante (profano) em iniciado.

b) Uso e reiteração do número 3. No escotismo existem três princípios e três virtudes, enquanto que na maçonaria se fala das três luzes e das três luzes menores. Os escoteiros basicamente têm três graus de adestramento (Noviço, Segunda e Primeira Classe), enquanto que na maçonaria existem os três graus simbólicos: aprendiz, companheiro e mestre.

c) Os escoteiros e os maçons apertam a mão de uma maneira especial e simbólica

d) É significativo o uso do termo “lobinhos” (como já dissemos) e toda uma mística inspirada no livro de conteúdo maçônico, igual que “Kim”.

e) A ajuda ao próximo é uma particularidade de ambas as instituições.

f) Se utiliza o termo “Irmão Escoteiro” ou “Irmão Maçom”, dando a entender a existência de uma Irmandade Mundial.

g) A cadeira da fraternidade (as mãos apertadas) existe nas duas organizações em alguns momentos transcendentes.
Para finalizar, disse Baden Powell em um Congresso de Escotistas celebrado em Paris em 1922: “O Movimento Escoteiro representa uma união mundial de socorro fraternal, uma associação universal de amizade que não tem fronteiras. Educados na compreensão e que as nações são irmãs, de que formam parte de uma grande família humana cujos membros devem ajudar-se e compreender-se mutuamente, os jovens cidadãos e cidadãs de todas as nações cessarão de olharem-se como rivais e não alimentarão mais que pensamentos de amizade e de estima mútuas”.

Não existe qualquer prova de que o Major-General Lorde Robert StephensonSmyth Baden-Powell tenha sido um maçom, seja da Obediência inglesa, seja da irlandesa, seja da escocesa.

É remotamente possível, mas improvável, que tenha sido iniciado em outra jurisdição. George Kendall na, “Maçonaria durante a Guerra Anglo-Boer, 1899-1902″ não faz qualquer menção a ele. Na obra de Paul Butterfield “Centenário: os primeiros cem anos da Maçonaria Inglesa no Transvaal” similarmente não existe também qualquer referência. Se Baden Powell tivesse sido um membro da Ordem, tal teria seguramente vindo a lume durante a guerra na África do Sul, no decorrer da qual a atividade maçônica está bem documentada”.

O criador do Movimento Escotista Baden-Powell, referenciei a existência de diversas Lojas Maçônicas que adotaram como sua designação o nome desse profano ilustre.

No entanto, em Ars Quatuor Coronatorum: Transactions of Quatuor Coronati Lodge Nº: 2076 se esclarece que Lord Baden Powell claramente que aprovou a Maçonaria, pois entregou à primeira Loja identificada com o seu nome (Nº: 488,Victoria) o Volume do Livro da Lei que nela ainda hoje é utilizado.

Segundo George W. Kerr “A Maçonaria e o Movimento Escotista”, existem por todo o Mundo Lojas maioritamente formadas por antigos e atuais escoteiros, agrupadas numa associação denominada Kindred Lodges Association, que promove reuniões bianuais.

Esta associação de Lojas de dupla filiação maçons /escoteiros compreende 28 lojas em Inglaterra, 1 na Escócia, 1 na Irlanda, 2 no País de Gales, 10 na Austrália, 1 na Nova Zelândia e 1 na Alemanha.
Existem seis Lojas maçônicas com o nome de Baden-Powell na Austrália. Destas, o sítio da n.º 488, de Victoria é referenciada no texto e citações a Loja 
Nº: 505, que publicou em 1982 o opúsculo intitulado A Maçonaria e o Movimento Escotista. A Loja n.º 222 atribui anualmente o prêmio Ted Whitworth, integrado no sistema de prêmios dos South Australian Rovers, uma organização escotista.

Exsitem Sítios de Lojas com o nome de Baden Powell na Irlanda, na Argentina e na África do Sul; ainda referenciada a Loja Baden Powell Nº: 381, na Nova Zelândia.

Tambem a Respeitável Loja Baden Powell, Nº: 185 da Grande Loja Maçônica do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, fundada em 4 de Novembro de 2004 e com sede no Oriente de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.

No Brasil existem ainda mais duas Lojas com o nome Baden Powell, uma no Rio de Janeiro e outra em São Paulo.

Esta velha idéia de cosmopolitismo é notadamente maçônica. Boucher afirmava que “A pátria do maçom é a Terra inteira e não só o lugar de onde nasceu ou se desenvolveu”

Lady Olave – esposa de Baden Powell- afirmou em uma oportunidade que Baden Powell nunca foi maçom, porém isto é verdade?
Primeiramente dizemos que não convém para os interesses da Igreja Católica que Baden Powell seja maçom e é justamente esta Igreja que tem tentado monopolizar o escotismo em muitos países.

Se fosse revelada a participação de Baden Powell na antiga Irmandade, o que aconteceria?

O catolicismo tem sido o inimigo mais duro da maçonaria e ainda hoje “não mudou o juízo negativo da Igreja a respeito das associações maçônicas, porque seus princípios têm sido considerados inconciliáveis com a doutrina da Igreja, e os fiéis que pertencem a ela arrecadam pecado grave e não podem chegar-se perto da santa comunhão”, segundo uma declaração da Congregação para a Doutrina da Fé em novembro de 198.

O certo é que ante a falta de documentação que valide o espírito maçônico de Baden Powell, devemos analisar a similaridade entre o escotismo e a maçonaria.

Alguns pontos de contato entre ambas as instituições que podemos enumerar são as seguintes:

a) A promessa escoteira como uma iniciação do aspirante (profano) em iniciado.

b) Uso e reiteração do número 3. No escotismo existem três princípios e três virtudes, enquanto que na maçonaria se fala das três luzes e das três luzes menores. Os escoteiros basicamente têm três graus de adestramento (Noviço, Segunda e Primeira Classe), enquanto que na maçonaria existem os três graus simbólicos: aprendiz, companheiro e mestre.

c) Os escoteiros e os maçons apertam a mão de uma maneira especial e simbólica

d) É significativo o uso do termo “lobinhos” (como já dissemos) e toda uma mística inspirada no livro de conteúdo maçônico, igual que “Kim”.

e) A ajuda ao próximo é uma particularidade de ambas as instituições.

f) Se utiliza o termo “Irmão Escoteiro” ou “Irmão Maçom”, dando a entender a existência de uma Irmandade Mundial.

g) A cadeira da fraternidade (as mãos apertadas) existe nas duas organizações em alguns momentos transcendentes.
Para finalizar, disse Baden Powell em um Congresso de Escotistas celebrado em Paris em 1922: “O Movimento Escoteiro representa uma união mundial de socorro fraternal, uma associação universal de amizade que não tem fronteiras. Educados na compreensão e que as nações são irmãs, de que formam parte de uma grande família humana cujos membros devem ajudar-se e compreender-se mutuamente, os jovens cidadãos e cidadãs de todas as nações cessarão de olharem-se como rivais e não alimentarão mais que pensamentos de amizade e de estima mútuas”.

Não existe qualquer prova de que o Major-General Lorde Robert StephensonSmyth Baden-Powell tenha sido um maçom, seja da Obediência inglesa, seja da irlandesa, seja da escocesa.

É remotamente possível, mas improvável, que tenha sido iniciado em outra jurisdição. George Kendall na, “Maçonaria durante a Guerra Anglo-Boer, 1899-1902″ não faz qualquer menção a ele. Na obra de Paul Butterfield “Centenário: os primeiros cem anos da Maçonaria Inglesa no Transvaal” similarmente não existe também qualquer referência. Se Baden Powell tivesse sido um membro da Ordem, tal teria seguramente vindo a lume durante a guerra na África do Sul, no decorrer da qual a atividade maçônica está bem documentada”.

O criador do Movimento Escotista Baden-Powell, referenciei a existência de diversas Lojas Maçônicas que adotaram como sua designação o nome desse profano ilustre.

No entanto, em Ars Quatuor Coronatorum: Transactions of Quatuor Coronati Lodge Nº: 2076 se esclarece que Lord Baden Powell claramente que aprovou a Maçonaria, pois entregou à primeira Loja identificada com o seu nome (Nº: 488,Victoria) o Volume do Livro da Lei que nela ainda hoje é utilizado.

Segundo George W. Kerr “A Maçonaria e o Movimento Escotista”, existem por todo o Mundo Lojas maioritamente formadas por antigos e atuais escoteiros, agrupadas numa associação denominada Kindred Lodges Association, que promove reuniões bianuais.

Esta associação de Lojas de dupla filiação maçons /escoteiros compreende 28 lojas em Inglaterra, 1 na Escócia, 1 na Irlanda, 2 no País de Gales, 10 na Austrália, 1 na Nova Zelândia e 1 na Alemanha.
Existem seis Lojas maçônicas com o nome de Baden-Powell na Austrália. Destas, o sítio da n.º 488, de Victoria é referenciada no texto e citações a Loja 
Nº: 505, que publicou em 1982 o opúsculo intitulado A Maçonaria e o Movimento Escotista. A Loja n.º 222 atribui anualmente o prêmio Ted Whitworth, integrado no sistema de prêmios dos South Australian Rovers, uma organização escotista.

Exsitem Sítios de Lojas com o nome de Baden Powell na Irlanda, na Argentina e na África do Sul; ainda referenciada a Loja Baden Powell Nº: 381, na Nova Zelândia.

Tambem a Respeitável Loja Baden Powell, Nº: 185 da Grande Loja Maçônica do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, fundada em 4 de Novembro de 2004 e com sede no Oriente de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.

No Brasil existem ainda mais duas Lojas com o nome Baden Powell, uma no Rio de Janeiro e outra em São Paulo.

Esta velha idéia de cosmopolitismo é notadamente maçônica. Boucher afirmava que “A pátria do maçom é a Terra inteira e não só o lugar de onde nasceu ou se desenvolveu”

Fonte: http://www.obreirosdeiraja.com.br/qual-a-relacao-escotismo-e-a-maconaria/

janeiro 17, 2021

Relação do escotismo com a maçonaria - Rudyard Kipling - 2


        Baden Powell conheceu Rudyard Kipling na África do Sul, em 1906. Dois anos mais tarde, quando Baden Powell escreveu sua obra “Escotismo para Rapazes” dedicou um bom espaço ao personagem de Kipling conhecido como “Kim”. Kimbal O’Hara era um jovem órfão que vivia na India e que era filho de um maçom inglês, segundo revela a própria obra de Kipling em seu primeiro capítulo.

        Em 1914, quando Baden Powell tentava criar uma unidade para os irmãos menores dos escoteiros, decidiu utilizar o livro de kipling “Jungle Books” (O livro da selva) para modelar uma nova mística inspirada em Mowgli. Pediu autorização ao autor e diz Baden Powell que este “era um bom amigo do escotismo desde seus primórdios, autor da canção oficial dos escoteiros e pai de um escoteiro.

        É interessante o nome eleito para estas crianças: “lobinhos”, sendo conhecido o nome que os maçons dão às crianças “adotadas” pela Irmandade.

        Esta designação é muito antiga e revela que no antigo Egito os iniciados nos mistérios de Isis colocavam uma máscara com a efígie de um lobo dourado. Os iniciados de Isis recebiam o nome de “chacais” ou “lobos”.

        Se lermos atentamente “O Livro das Terras Virgens”, não nos será difícil encontrar o paralelismo entre a ideologia maçônica e a “toca do conselho” com sua denominação de “Povo Livre” que dá a matilha de lobos, tendo em conta que o termo inglês “Free-mason” significa “construtor livre” e a primeira condição para todo maçom é que este seja “livre e de bons costumes”.

        Maçonicamente, Kipling foi iniciado na loja “Hope and Perseverance” Nº 782 de Lahore, Punjab (India) e em seu retorno a Inglaterra trabalhou na “Mother Lodge Nº 3861″ de Londres.

        Estas três pessoas, de notável influência em Baden Powell pertenciam a Ordem Maçônica. Em alguns o impulso na fundação do escotismo esteve dirigido por maçons.

        Na França, o barão Pierre de Coubertin foi um dos principais gestores dos “Eclaireurs”, enquanto em nos EUA existiram dois grandes homens que colaboraram na criação dos “Boy Scouts of America”: Ernest Thompson Seton (Escoteiro Chefe Nacional) e Daniel Carver Beard (Comisionado Escoteiro Nacional), este último reconhecido franco-maçom.

        Segundo William Hillcourt, dois presidentes norte-americanos colaboraram ativamente com a obra de Baden Powell. Um deles, Theodore Roosevelt, é citado no livro “Escotismo para Rapazes”.

        Roosevelt foi nomeado vice presidente honorário dos “Boy Scouts of América” ao ser fundada a instituição. Em sua agitada vida maçônica, foi iniciado na Loja “Matinecock Nº 806″ de Oyster Bay (Nova York), sendo um porta-voz maçônico em todo o mundo.

        O outro presidente que lutou pela causa escoteira foi William Taft, que se encontrou com o Escoteiro Chefe Mundial em 1912, prometendo-lhe total apoio na difusão da organização nos Estados Unidos. Taft foi iniciado em 1909 na cidade de Cincinnati (Ohio) e foi fotografado em várias oportunidades com o malhete maçônico que pertenceu a George Washington.

Fonte: http://www.obreirosdeiraja.com.br/qual-a-relacao-escotismo-e-a-maconaria/