fevereiro 24, 2021

O QUE É SER UM VERDADEIRO MAÇOM?

        


        S.`. M.`. ? - Não existe um resposta pronta para esta questão, que no entanto, socraticamente, gera outras tantas perguntas - Sois bom pai e bom chefe de família? Sois um bom esposo? Sois bom filho? Respeitais os vossos filhos e vossa esposa como gostaríeis de serdes respeitado? Ajudais aos outros de forma desinteressada e procurais os vossos irmãos maçons no infortúnio? Alguma vez, fizestes alguma coisa para minimizar o sofrimento de uma viúva ou de um órfão? Procurais realmente, cavar masmorras ao vício? Até mesmo, pagais os vossos impostos como se deve?

        Será que diante da oportunidade para uma aventura com uma linda mulher , ainda que oculta aos olhos dos outros, agirias como um verdadeiro maçom ou  como aquele que disse? “Aqui eu não engano a minha esposa, esta cidade é muito pequena e todos poderiam ficar sabendo. Eu levo a outra para para São Paulo”.

        Será que este pseudo-maçom teria a capacidade de ir a São Paulo, satisfazer o seu  desejo e lá também deixar a sua consciência?  Impossível, pois a consciência é um duro e  implacável juiz de nós mesmos, em alguns casos causa uma dor tão profunda para o qual não existe nenhum remédio.

        Assim, meus  irmãos, pedimos que reflitam sobre seus atos e atitudes. Não estamos  aqui julgando irmãos. O que na verdade gostaríamos de ouvir quando perguntarmos a alguém - S.`. M.`. - é que nos respondesse:- M.`.I.`.C.`.T.`.M.`.R.`.  - porque sou um verdadeiro maçom e não apenas como tal…

        A Maçonaria em seus ensinamentos,  emblemas, símbolos e alegorias sempre está nos conclamando à reflexão. Sejamos um símbolo vivo dessa Ordem que nos dá força para enfrentar um mundo às vezes, confuso e conturbado, onde os verdadeiros valores estão sendo a todo o momento questionados e colocados em dúvida.

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fevereiro 23, 2021

Rotarianos comemoram o 116º aniversário do Rotary Club.



Em 23 de fevereiro de 1905, em Chicago, o advogado Paul Harris e seus amigos e clientes Gustavus Loehr, Hiram Shorey e Silvester Schiele encontram-se com a idéia de fundar um clube, para ajudar a resolver problemas de sua cidade.

Este foi o humilde começo da primeira organização internacional de serviços humanitários que agora inclui cerca de 1,2 milhão de associados e 36.000 clubes em 220 países e áreas geográficas.

O Rotary é uma rede global de líderes comunitários, amigos e vizinhos que veem um mundo onde as pessoas se unem e entram em ação para causar mudanças duradouras em si mesmas, nas suas comunidades e no mundo todo.

Para resolver problemas reais, é preciso compromisso, visão e pessoas que entram em ação. Com dedicação, energia e inteligência, nossos associados ajudam a humanidade há mais de 116 anos.

Por meio de projetos sustentáveis em diversas áreas, como alfabetização, paz, saúde e recursos hídricos, estamos sempre procurando maneiras de criar um mundo melhor.

O QUE OS ROTARIANOS FAZEM?

Por acreditar em encontrar soluções para muitos problemas mundiais, os mais de 36.000 Rotary Clubs trabalham para:

• Promover a paz
• Combater doenças
• Fornecer água limpa e saneamento
• Cuidar da saúde de mães e filhos
• Apoiar a educação
• Favorecer o desenvolvimento econômico

MISSÃO

A Missão do Rotary International é servir ao próximo, difundir a integridade e promover a boa vontade, paz e compreensão mundial por meio da consolidação de boas relações entre líderes profissionais, empresariais e comunitários.

DECLARAÇÃO DE VISÃO DO ROTARY

Juntos, os Rotarianos veem um mundo onde as pessoas se unem e entram em ação para causar mudanças duradouras em si mesmas, nas suas comunidades e no mundo todo.
Desde que foi criado, o Rotary segue alguns princípios básicos, desenvolvidos para que os Rotários atinjam o Ideal de prestação de Serviços e altos padrões de ética.
O Objetivo do Rotary é estimular e fomentar o Ideal de Servir, como base de todo o empreendimento digno, promovendo e apoiando:

1. O desenvolvimento do Companheirismo como elemento capaz de proporcionar oportunidades de Servir.

2. O Reconhecimento do mérito de toda a ocupação útil e a difusão das normas de ética profissional.

3. A melhoria da Comunidade pela conduta exemplar de cada um na vida pública e privada.

4. A aproximação dos profissionais de todo o mundo, visando a consolidação das boas relações, da cooperação e da Paz entre as Nações.

fevereiro 22, 2021

22 de fevereiro é ou não o Dia Internacional do Maçom?


         

        O Dia Internacional do Maçom em 22 de fevereiro, é uma comemoração internacional, que foi instituída durante a "Reunião Anual dos Grão-Mestres das Grandes Lojas da América do Norte" (Estados Unidos, Canadá e México), reunidas entre 20 de fevereiro e 22 de fevereiro de 1994, em Washington DC, a partir de uma sugestão apresentada pelo Grão-Mestre da Grande Loja Regular de Portugal, Irmão Fernando Paes Coelho Teixeira, que está oficializada entre maçons brasileiros pelo Decreto Nº 3 de 10 de fevereiro de 1995 do Grande Oriente do Brasil.

        A data escolhida é o dia do nascimento de George Washington (22 de fevereiro de 1732), grande maçom, principal artífice da independência dos Estados Unidos da América e o primeiro presidente daquele país.

        SERÁ VERDADE?

        Nos últimos dias e em especial no dia 22 de fevereiro, imagens e textos comemorando o suposto Dia Internacional do Maçom têm circulado pelas redes sociais. Os textos falam que as Grandes Lojas dos EUA e de outros países, reunidos na Conferência dos Grão-Mestres da América do Norte de 1994, aprovaram a escolha da data em homenagem ao nascimento de George Washington.

        Apesar da afirmação, não se viu qualquer Grande Loja dos EUA postando algo em comemoração à data. Não se viu nem mesmo um respeitável irmão gringo mencionando isso em qualquer rede social.

        O que se viu foi alguns norte-americanos, inclusive maçons, comemorando o aniversário de George Washington, mas não o suposto Dia Internacional do Maçom. O que também pesou contra a afirmação foi o fato de que há nos EUA, mais precisamente em Alexandria, na Virgínia, o George Washington Masonic National Memorial, mantido, principalmente, pelas Grandes Lojas norte-americanas, e que tem por objetivo justamente exaltar a imagem maçônica de George Washington. Especificamente no dia 22 de fevereiro, o Memorial estava com entrada franca em homenagem ao aniversário de George Washington. Mas não fizeram qualquer menção a Dia Internacional do Maçom.

        Além disso, uma pesquisa não encontrou qualquer menção à comemoração da data por qualquer Obediência membro da Conferência dos Grão-Mestres da América do Norte, o que leva a crer que não existe o tal Dia Internacional do Maçom.

        Entretanto, recentemente recebemos a informação de que a Grande Loja Legal de Portugal, em 2016, celebrou o “Dia do Maçom” como sendo o dia 20 de fevereiro. A comunicação, que diverge da data celebrada no Brasil em 2 dias, não faz menção ao caráter internacional da data ou mesmo de quando e como surgiu sua adoção. Mas, em compromisso com o princípio maçônico de busca da verdade, cabe aqui esta atualização, na esperança de que novas informações acerca do assunto surjam.

fevereiro 21, 2021

CARTA DO IMPERADOR VESPASIANO (41 DC) PARA SEU FILHO TITO (79 DC)


"Onde o povo prefere pousar seu clunis: numa privada, num banco de escola ou num estádio?"  Hoje, para júbilo e gáudio dos amantes das letras clássicas, divulgo uma carta do imperador Vespasiano a seu filho Tito. (Clunis são nádegas em latim).


22 de junho de 79 d.C. Tito, meu filho, estou morrendo. Logo eu serei
pó e tu, imperador. 
Espero que os deuses te ajudem nesta árdua tarefa,
afastando as tempestades e os inimigos, acalmando os vulcões e os
críticos. De minha parte, só o que posso fazer é dar-te um
conselho: não pare a construção do Colosseum. Em menos de um ano ele
ficará pronto, dando-te muitas alegrias e infinita memória. Alguns
senadores o criticarão, dizendo que deveríamos investir em esgotos e
escolas. Não dê ouvidos a esses poucos. Pensa: onde o povo prefere
pousar seu clunis: numa privada, num banco de escola ou num estádio?
Num estádio, é claro.

Será uma imensa propaganda para ti. Ele ficará no coração de Roma por
omnia saecula saeculorum, e sempre que o olharem dirão: ?Estás vendo
este colosso? Foi Vespasiano quem o começou e Tito quem o inaugurou?.

Outra vantagem do Colosseum: ao erguê-lo, teremos repassado dinheiro
público aos nossos amigos construtores, que tanto nos ajudam nos
momentos de precisão. Moralistas e loucos dirão, que mais certo seria
reformar as velhas arenas. Mas todos sabem que é melhor usar roupas
novas que remendadas. Vel caeco appareat (Até um cego vê isso).
Portanto, deves construir esse estádio em Roma.

Enfim, meu filho, desejo-te sorte e deixo-te uma frase: Ad captandum
vulgus, panem et circenses (Para seduzir o povo, pão e circo).
Esperarei por ti ao lado de Júpiter.

PS: Vespasiano morreu no dia seguinte à carta. Tito inaugurou o
Coliseu  com cem dias de festa. Tanto o pai
quanto o filho foram deificados pelo senado romano.

fevereiro 20, 2021

CAMARA DAS REFLEXÕES - Onde, como e quando surgiu?


    
    Onde, como e quando terá sido inserida na Ordem a Câmara das Reflexões? 
Em nenhum dos rituais do século 18 publicados na Grã-Bretanha e na Alemanha - alguns considerados espúrios, porém autênticos -,se encontra o termo "CÂMARA DAS REFLEXÕES".  Em alguns encontram-se os termos "sala escura", "sala contígua à loja", e também "sala onde o candidato fazia suas reflexões". Mas são raros os documentos em que eles aparecem; e nem podia ser diferente, visto que as lojas maçônicas da época, tanto na Inglaterra, como na Alemanha, funcionavam em alehouses (cervejarias), inns (pousadas) e public houses (tavernas).

        Antes da cerimônia da iniciação (making), os rituais dizem também que o candidato era "entrevistado" antes de ser vendado e conduzido ao interior da sala da loja (lodge room) para ser feito maçom (to be made a fremason), sem maiores particulares. Nada de câmaras, templos, esqueletos, ampulhetas, VITRIOL, foices, punhais, sala dos passos perdidos, igrejices, e outras invencionices. 

        Vale ressaltar que nos sistemas maçônicos inglês e norte-americano não se fala nada sobre isso, pelo menos nos graus simbólicos.

fevereiro 19, 2021

O ÁGUIA E O FALCÃO - Voem juntos, mas jamais amarrados

        
        Morei em Marabá, no Pará, por cerca de dois anos, quando dei consultoria ao Hospital Celina Gonçalves. É uma região com diversos tribos indígenas e fiz amizade com alguns indios, cuja sabedoria passei a admirar. 

        Um idoso Kaiowa me contou uma história que merece ser guardada na memória. Um dos guerreiros mais valentes da tribo, de mãos dadas com a filha do cacique, vem até o feiticeiro da tribo e lhe diz:- Estamos apaixonados e vamos nos casar. O senhor pode nos dar um talismã, ou fazer um feitiço, para a gente nunca se separe. O velho feiticeiro diz:- Posso sim, mas é muito difícil. Se vocês estiverem dispostos, voce - diz ao rapaz - vá até aquela serra, escale do lado norte e traga viva a águia mais bela e vigorosa que encontrar. E para a moça: - escale a montanha do lado sul e traga, vivo, o falcão mais aguerrido e forte que conseguir. 

         Os jovens aceitaram a incumbência e cumpriram a missão. No dia marcado apresentam ao feiticeiro as formosas aves, cada uma dentro de um saco. - Agora - diz o ancião - amarrem as patas das aves com essas tiras e soltem nas para que possam voar. O guerreiro e a jovem fizeram o que lhes foi pedido e soltaram as aves que no entanto não conseguiram voar, apenas saltavam pelo terreno. Pouco depois, irritadas, começaram a se bicar e a se agredir. 

         - Este é meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão, belos, jovens, vigorosos. Se estiverem amarrados, ainda que por amor, só poderão se arrastarão e com o tempo passarão a se machucar. Se quiserem que o amor de vocês perdure, voem juntos, mas jamais amarrados. 

         No meu livro "As lições da Arca de Noé para um relacionamento feliz" se encontram muitos outros conselhos para que os relacionamentos amorosos possam se manter com afeto e alegria. Você pode adquirir aqui mesmo pelo blog.

fevereiro 18, 2021

SEMENTES DE CABALÁ - A FELICIDADE



Muitas pessoas acham aqueles que conseguem obter o que querem da vida são felizes – e a partir dessa crença, concluímos que as pessoas com poder, dinheiro ou influência devem viver uma vida maravilhosa!
No entanto, se olharmos mais de perto, poderemos constatar que geralmente as pessoas mais ricas podem estar perdidas, amarguradas e insatisfeitas.
Esta é uma indicação de como nossa perspectiva sobre a felicidade é realmente superficial. Só porque uma pessoa possui muitos bens físicos, isso não significa que ela tenha felicidade permanente.
Se você pensar sobre isso, torna-se claro que quase todos os prazeres neste mundo físico são temporários.
Enquanto dinheiro pode nos comprar uma casa, é o amor que uma família compartilha que transforma essa casa em lar.
É compartilhar nosso tempo e nosso carinho, e não nosso dinheiro, que cria amizades duradouras ao invés de amizades superficiais.
Por que isso?
Porque quando compartilhamos e colocamos nossa energia em algo, nos comportamos como a Luz, e dessa forma podemos nos conectar com a Luz.


Existe uma lei espiritual que explica que a Luz só pode entrar aonde existe similaridade de forma. Nenhuma roupa de grife pode despertar em nós o senso de autoestima – que podemos atingir ao estarmos presentes para alguém que precise de nós.
Comece a mudar o foco do seu desejo das coisas que tenham natureza física para coisas de natureza espiritual.
O mundo físico sempre fornecerá plenitude de curta duração; mas é quando agimos mais como o Criador que encontramos a felicidade duradoura que realmente desejamos.
Por: Yehuda Berg

fevereiro 17, 2021

“Seu nome não será mais Jacob, mas Israel''


 Após sua luta com o adversário sem nome, foi dito a Jacob: “
Seu nome não será mais Jacob,  mas Israel, pois lutaste com os seres Divinos e humanos e prevaleceste”. (Génesis 32:29) Ou “Seu nome não será mais chamado de Jacob, mas de Israel. Te tornaste grande , diante de Deus e do homem. 

Essa mudança de nome duas vezes.  Após o encontro com Esaú e o episódio de Dina e Siquém, Deus disse a Jacob que fosse a Beth El. Depois lemos: “Depois que Jacob voltou de Paddan Aram, Deus apareceu novamente e o abençoou.  Deus lhe disse: “Teu nome é Jacob, mas não serás mais chamado Jacob;  teu nome será Israel.  Por isso o chamou Israel”. (Génesis 35: 9-10)

Observemos que esse não é um ajuste de um nome existente pela mudança ou adição de uma letra, como quando Deus mudou o nome de Abram para Abraham ou Sarai para Sara.  É um nome inteiramente novo, como se quisesse sinalizar que o que representa é uma completa mudança de caráter.  E como vimos, a mudança de nome não aconteceu uma vez, mas duas. E este é o quebra-cabeças dos quebra-cabeças – tendo dito duas vezes que seu nome não será mais Jacob, a Torah continua a chamá-lo de Jacob. O próprio Deus faz isso. Nós também, toda vez que oramos ao Deus de Abraham, Isaac e Jacob.  Porque isso, quando a Torah nos diz duas vezes que seu nome não será mais Jacob?

Radak sugere que “seu nome não será mais chamado de Jacob” significa “seu nome não será mais  chamado, apenas,   de Jacob”. Também terás outro nome.  Isso é engenhoso, mas dificilmente seria o sentido claro do verso.  Sforno diz: “Na era messiânica, seu nome não será mais chamado de Jacob”. Isso também é difícil.  O tempo futuro, como usado na Torah, significa o futuro próximo, não o distante, a menos que seja explicitamente especificado.

Este é apenas um mistério entre muitos quando se trata do caráter de Jacob e de seu relacionamento com seu irmão Esaú.  Tão difícil é entender as histórias sobre eles que, para entendê-las, elas foram revestidas na tradição judaica com uma espessa camada de Midrash que torna Essav quase perfeitamente mau e Jacob quase perfeitamente justo.  Existe uma clara necessidade desse Midrash, para fins educacionais.  Essav e Jacob, como retratados na Torah, são sutis e complexos demais para serem objeto de simples lições morais para as mentes jovens.  Então o Midrash nos dá um mundo de preto e branco, como Maharatz Chajes explicou.  [1]

O próprio texto bíblico, porém, é muito mais sutil.  Não afirma que Esaú é ruim e Jacob é bom. Pelo contrário, mostra que são dois tipos diferentes de ser humano.  O contraste entre eles é como o de Nietzsche entre as figuras gregas de Apolo e Dionísio.  Apolo representa razão, lógica, ordem, autocontrole;  Dionísio significa emoção, paixão, natureza, impetuosidade e caos.  As culturas apolonianas valorizam contenção e modéstia;  os dionisíacos buscam ostentação e excesso.  Jacob é apolíneo, Essav, dionisíaco.

Ou pode ser que Esaú represente o Caçador, considerado um herói em muitas culturas antigas, mas não na Torah, que representa a ética agrária e pastoral de agricultores e pastores.  Com a transição de caçador-colector para agricultor e pastor, o Caçador não é mais um herói e, em vez disso, é visto como uma figura de violência, especialmente quando combinada, como no caso de Esaú, com um temperamento mercurial.  Não é tanto que Esaú é mau e Jacob é bom, mas que Esaú representa o mundo que era, enquanto Jacob representa, embora às vezes hesitante e com medo, um novo mundo prestes a ser criado, cuja espiritualidade seria radicalmente diferente, nova. e desafiadora.

O fato de Jacob e Esaú serem gémeos é fundamental.  O relacionamento deles é um dos casos clássicos de rivalidade entre irmãos.  [2] A chave para entender a história deles é o que René Girard chamou de desejo mimético: o desejo de ter o que os outros têm, porque eles têm.  Em última análise, este é o desejo de ser outra pessoa.

É isso que o nome Jacob significa.  É o nome que ele adquiriu porque nasceu segurando o calcanhar de seu irmão Essav.  Essa era consistentemente sua postura durante os principais eventos de sua infância.  Ele comprou o direito de nascença de seu irmão.  Ele usava as roupas de seu irmão.  A pedido de sua mãe, ele recebeu a bênção de seu irmão.  Quando perguntado pelo pai: “Quem é você, meu filho?” Ele respondeu: “Eu sou Esaú, seu primogénito.”

Jacob era o homem que queria ser Esaú.  Por quê?  Porque Esaú tinha uma coisa que ele não tinha: o amor de seu pai.  “Isaac, que gostava de caça selvagem, amava Esaú, mas Rebeca amava Jacob.”

Tudo isso mudou na grande luta entre Jacob e o desconhecido estrangeiro.  Nossos Sábios nos ensinam que esse estrangeiro era um anjo disfarçado.  Depois que eles brigam, ele diz a Jacob que seu nome agora seria Israel.  A explicação declarada para esse nome é: “porque você lutou com Deus e com o homem e prevaleceu”. Também ressoa com outros dois sentidos.  Sar significa “príncipe, realeza”.  Yashar  significa “vertical”. Ambos estão em nítido contraste com o nome “Jacob”, alguém que “se agarra ao calcanhar de seu irmão”.

Como então devemos entender o que, primeiro o estrangeiro, depois Deus, disse a Jacob?  Não como um declaração, mas como um pedido, um desafio, um convite.  Leia não como: “Tu não serás mais chamado de Jacob, mas de Israel. ” Em vez disso, leia como: “Deixa que teu nome não seja mais Jacob, mas Israel”, ou seja, “Aja de maneira que seja assim que as pessoas te chamem.” Seja um príncipe.  Seja realeza.  Fique de pé.  Seja você mesmo.  Não anseie por ser outra pessoa.  Isso acabaria sendo um desafio não apenas naquele momento, mas muitas vezes no futuro judaico.

Muitas vezes, os judeus se contentam em ser eles mesmos.  Mas, de tempos em tempos, eles entram em contacto com uma civilização cuja sofisticação intelectual, cultural e até espiritual era inegável. Isso os fez sentir-se constrangidos, inferiores, como um aldeão que chega a uma cidade pela primeira vez.  Os judeus caíram na condição de Jacob.  Eles queriam ser outra pessoa.

A primeira vez que ouvimos isso é nas palavras do profeta Ezequiel: “Vós dizeis: ‘Queremos ser como as nações, como os povos do mundo, que servem madeira e pedra’.  Mas o que tu tens em mente nunca acontecerá” (Ez. 20:32).  Na Babilónia, o povo encontrou um império impressionante, cujo sucesso militar e económico contrastava radicalmente com sua própria condição de exílio e derrota.  Alguns queriam deixar de ser judeus e se tornar outra pessoa, qualquer outra pessoa.

Ouvimos novamente nos dias dos gregos. Alguns judeus tornaram-se helenizados. Reconhecemos isso em nomes de sumos sacerdotes, como Jason e Menelau. A batalha contra isso é a história de Chanukah. Algo semelhante aconteceu nos dias de Roma.  Josefo foi um dos que foram para o outro lado, embora ele permanecesse defensor do judaísmo.

Aconteceu novamente durante o Iluminismo.  Os judeus se apaixonaram pela cultura europeia.  Com filósofos como Kant e Hegel, poetas como Goethe e Schiller e músicos como Mozart e Beethoven.   Alguns foram capazes de integrar isso à fidelidade ao judaísmo como credo e ação – figuras como os Rabinos Samson Raphael Hirsch e Nehemiah Nobel.   Mas alguns não.  Eles cederam.  Eles mudaram de nome.  Eles esconderam sua identidade.  Nenhum de nós tem o direito de criticar o que eles fizeram.  O impacto combinado de desafio intelectual, mudança social e anti-semitismo incendiário foi imenso.  No entanto, essa foi uma resposta de Jacob, não de Israel.

Isso está acontecendo hoje em grandes áreas do mundo judaico.  Os judeus superaram.  O judaísmo, com algumas excepções notáveis, foi insuficiente.  Actualmente, existem judeus no topo de quase todos os campos do empreendimento humano, mas muitos abandonaram sua herança religiosa ou são indiferentes a ela.  Para eles, ser judeu é uma etnia esbelta, magra demais para ser transmitida para o futuro, oca demais para inspirar.

Esperamos tanto tempo pelo que temos hoje e que nunca tivemos simultaneamente em toda a história judaica: independência e soberania no estado de Israel, liberdade e igualdade na diáspora.  Quase tudo pelo que cem gerações de nossos ancestrais oraram nos foi dado.  Nós realmente (na frase de Lin-Manuel Miranda) jogaremos fora tudo isso?  Seremos Israel?  Ou mostraremos, para nossa vergonha, que ainda não ultrapassamos o nome de Jacob, a pessoa que queria ser outra pessoa?  Jacob muitas vezes estava com medo porque não tinha certeza de quem ele queria ser, ele ou seu irmão.  Foi por isso que Deus lhe disse: “Não seja teu nome Jacob, mas Israel.” Quando tens medo e não tem certeza de quem és, tu és Jacob.  Quando és forte em ti mesmo, como te assumes, tu és Israel.

O fato de a Torah e a tradição ainda usarem a palavra Jacob, não apenas Israel, nos diz que o problema não desapareceu.  Jacob parece ter lutado com isso ao longo de sua vida, e ainda o fazemos hoje.  É preciso coragem para ser diferente, uma minoria, contra-cultural.  É fácil viver o momento como Esaú ou “ser como os povos do mundo”, como disse Ezequiel.

Eu acredito que o desafio lançado pelo anjo ainda ecoa hoje.  Nós somos Jacob, envergonhados por quem somos?  Ou somos Israel, com a coragem de ficar de pé e andar alto no caminho da fé?

Texto original “No Longer Shall You Be Called Jacob” por Rabino Yonathan Sacks.

fevereiro 16, 2021

O Obelisco Negro de Salmaneser III — Retrato de um rei israelita



 

Uma das mais excitantes descobertas já feitas em arqueologia bíblica foi uma enorme pedra negra extraída de um buraco cavado na antiga cidade assíria de Calah (moderna Ninrode) em 1845. Esta pedra, porém, quase não foi desenterrada. O arqueólogo inglês Henry Layard havia sido aconselhado por seus trabalhadores a desistir e fechar o buraco. Era inverno, o chão estava extremamente frio e duro, e o difícil trabalho de cavar valas para descobrir artefatos havia provado ser inútil. Layard não queria desistir, mas se comprometeu a pedir a seus homens que trabalhassem por somente mais um dia.

Eles não tiveram que esperar tanto! Quase imediatamente depois que os homens reassumiram o trabalho eles bateram numa enorme pedra, que agora sabemos ser um dos mais importantes documentos assírios relacionados ao Antigo Testamento. A pedra era um bloco de calcário polido com quatro lados (obelisco) medindo 2 metros. Em cada lado do obelisco estavam esculpidos cinco registros de esculturas em relevo demonstrando várias cenas de tributos sendo trazidos à corte assíria. Além disso, acima e abaixo dos painéis em todos os lados havia quase 200 linhas de texto cuneiforme. Logo que o texto cuneiforme foi traduzido descobriu-se que ele catalogava 31 campanhas militares do monarca assírio Salmaneser III.

As esculturas em relevo detalhadas de tributo e pagadores de tributos mostravam belamente muitos estilos diferentes de roupa, artigos caros e até animais exóticos para o zoológico assírio. Todavia, a grande surpresa foi que as linhas acima de um registro que mostrava uma figura de joelhos diante do rei da Assíria foi traduzida: Tributo de Jeú, filho de Onri. Prata, ouro, vasos de prata, taças de ouro, cálices de ouro, caixas com ouro, recipientes, cetros para a mão do rei [e] dardos, [Salmaneser] recebeu dele. Aqui, pela primeira vez em qualquer artefato arqueológico, estava um retrato de um dos reis de Israel!

De acordo com a Bíblia (2 Rs 9-10; 2 Cr 22.7-9), Jeú, um comandante no exército do rei Jorão, foi “escolhido pelo Senhor” para suceder o trono israelita. Instruído pelo profeta Eliseu para matar Jorão, ele tornou-se o governante de Israel de 841-814 a.C. Ele serviu como instrumento final de Deus contra a casa do ímpio rei Acabe (incluindo a infame rainha Jezabel), e erradicou da terra o culto idólatra a Baal. No relato bíblico, porém, não há menção do rei Jeú pagando tributo à Assíria como descrito no obelisco. A Bíblia fala realmente que Jeú, quase ao final de seus 28 anos de reinado, foi relapso na responsabilidade real de manter a lei de Deus (2 Rs 10.31) e, ao invés disso, seguiu novamente o culto henoteísta instituído por Jeroboão (veja 1 Rs 12.28-29).

Por causa disso, o Senhor removeu a proteção de Israel e inimigos estrangeiros começaram a invadir e conquistar partes da terra (2 Rs 10.32-33). A fraqueza de Israel neste ponto pode ter influenciado Jeú a buscar a proteção da Assíria. Uma vez que a hegemonia assíria foi imposta, Israel teria sido sujeito a pagar tributo (cf. 2 Rs 17.3). Se foi este o caso, o obelisco preenche uma parte que faltava da história não incluída no texto bíblico.

Fonte: Livro: Arqueologia Bíblia - Autor: Randall Price

fevereiro 15, 2021

SEMENTES DE CABALA: Luz Interior e Luz Circundante



Dentro do corpo humano físico, encontramos dois fatores motivacionais distintos, chamados a Luz Interior e a Luz Circundante.
A Luz Interior é o elemento de Luz contido dentro dos seres humanos quando descem a esse mundo no nascimento, e acompanha o indivíduo como uma ajuda na busca da elevação espiritual.
A Luz Circundante é o nível de consciência que o indivíduo faz por merecer durante sua vida, através das boas ações; ela é adquirida gradualmente, e não está presente no nascimento.
O nível de consciência da Luz Circundante é ilimitado, dependendo de quão bem o indivíduo é capaz de subordinar o corpo físico à Luz.
O grau em que uma pessoa é limitada pelos constrangimentos de tempo, espaço e movimento – as leis físicas do universo – depende dos níveis em que ela controla o desejo do corpo de receber para si mesmo (a má inclinação).
Gradualmente, a pessoa adquire a Luz Circundante e sobe a escada da espiritualidade.
Fonte: Likutei Tora

fevereiro 14, 2021

PSICOLOGIA X DIREITO - Sei como inverter a culpa


Numa biblioteca de faculdade lotada de estudantes, um rapaz vendo um único lugar vago ao lado de uma bela jovem se aproxima e pede delicadamente: -posso me sentar ao seu lado. 

A moça rispidamente responde:- eu não quero passar a noite com você. Todos os presentes olham para o rapaz que constrangido se afasta e procura um canto distante para se sentar. Pouco depois a jovem chega e sorrindo diz:- Me desculpe, eu estudo psicologia e só estava fazendo um teste, Você ficou constrangido não foi?


O rapaz levanta a voz e grita:- Quinhentos reais para passar a noite com você! Isso é um roubo! A moça fica sem chão e o rapaz, sorrindo, diz baixinho:- Eu estudo Direito. Sei como inverter a culpa.

fevereiro 13, 2021

O NOVO GERENTE - Pense antes de falar



 Uma empresa entendeu que estava na hora de mudar o estilo de gestão e contratou um novo gerente geral. Este veio determinado a agitar as bases e tornar a empresa mais produtiva. 

No primeiro dia, acompanhado dos principais assessores, fez uma inspeção em toda a empresa. No armazém todos estavam trabalhando, mas um rapaz estava encostado na parede com as mãos no bolso. 

 Vendo uma boa oportunidade de demonstrar a sua nova filosofia de trabalho, o novo gerente perguntou ao rapaz: - Quanto é que você ganha por mês? - Trezentos reais, por quê? - respondeu o rapaz sem saber do que se tratava. O administrador tirou os R$ 300,00 do bolso e os deu ao rapaz, dizendo: - Aqui está o seu salário deste mês. Agora desapareça e não volte aqui nunca mais! 

O rapaz guardou o dinheiro e saiu conforme as ordens recebidas. O gerente então, enchendo o peito, pergunta ao grupo de operários: - Algum de vocês sabe o que este tipo fazia aqui? - Veio entregar uma pizza e estava aguardando o troco. Moral da história: "Tem pessoas que desejam tanto mandar, que se esquecem de pensar"

fevereiro 12, 2021

O BEM ESTAR DE UM É LIGADO AO BEM ESTAR DE TODOS

 

Quando eu morava em Mato Grosso do Sul ouvi uma historia que certamente se aplica a atual pandemia. Um fazendeiro de Coxim ganhava por anos seguidos o prêmio na exposição agropecuária por produzir o melhor milho da região.

O repórter de uma rádio local ficou sabendo que o fazendeiro compartilhava as sementes de seu excelente milho com os vizinhos, seus competidores na exposição, e curioso foi lhe perguntar se isso era verdade. Ouviu que sim.


- Você deve saber, - disse o fazendeiro, - que o pólen do milho maduro é espalhado pelo vento por todos os campos vizinhos. Isso ajuda a manter a qualidade da minha lavoura, porque se os vizinhos plantarem milho de qualidade inferior, o pólen deles vai degradar a minha produção. Assim, para que eu possa produzir milho bom, todos os meus vizinhos têm de produzir um milho bom também.

A mesma coisa vale para o atual momento. Para que possamos manter a nossa saúde, todos que vivem próximos devem manter a sua saúde também, quer física, quer econômica. Eu não consigo ser feliz em uma comunidade infeliz.

O bem estar de cada um está ligado ao bem estar de todos.

Assim, doar o que for possível para quem possui menos recursos, proteger-se com a máscara para evitar contaminar os outros, manter o bom humor e a calma para não espalhar angústia e desespero irão contribuir para que este momento passe mais depressa e possamos reencontrar o prazer e a alegria na vida.