março 13, 2021

O QUE VOCÊ SABE SOBRE O ''JUDEU" LOUIS ARMSTRONG?


    
    

        Um menino negro nasceu, neto de escravos, em um bairro pobre de Nova Orleans conhecido como o "Back of Town".Seu pai abandonou a família quando o pequeno ainda era uma criança. Sua mãe se tornou uma prostituta e o menino e sua irmã tiveram que viver com a sua avó. Cedo na vida ele provou ter talento para a música, tentando a sorte cantando nas ruas de Nova Orleans. Seus primeiros ganhos foram as moedas jogadas para ele.

        A família judia Karnofsky, que havia imigrado da Lituânia para os EUA teve pena do menino de 7 anos de idade, e trouxe-o para sua casa. Inicialmente ele fazia pequenos trabalhos da casa, em troca lhe forneciam, uma cama, comida e abrigo e ainda incluiam-o em seus jantares de Shabbat. Neste lar judaico ele permaneceu e, pela primeira vez em sua vida, foi tratado com gentileza e ternura.

        Quando ia para a cama, a Sra. Karnovsky costumava cantar-lhe canções de ninar russas. Com o tempo, esse menino tornou-se o filho "adotivo" da família.Certo dia, enquanto ajudava o Sr. Karnofsky com seu cavalo e carroça na entrega de carvão, passaram por uma loja e o rapaz apontou para um velho trompete na vitrine. Passado alguns dias, o Sr. Karnofsky, entrou e saiu com o instrumento, dando-lhe de presente. Mais tarde, ele aprendeu a cantar e tocar várias canções russas e judaicas.

        Já um músico profissional e compositor, usou estas melodias judaicas em composições, tais como "St. James Infermary" e "Go Down Moses".O menino negro cresceu e escreveu um livro sobre esta família judaica que o havia adotado em 1907.

        Quem é esse menino? Você o conhece como LOUIS "SATCHMO" ARMSTRONG. Em memória desta família e até o fim de sua vida, ele usou uma estrela de David e disse que nesta família ele tinha aprendido "como viver a vida real e a ter determinação."

        Louis Armstrong orgulhosamente falava ídiche fluente

março 12, 2021

VOCE SABE O QUE SÃO "LÁGRIMAS DE VINHO"?


Quando você pensa em beber um vinho, só de olhar para ele você já sabe o que esperar, basta observar as lágrimas do vinho. As lágrimas do vinho, também conhecidas como pernas ou arquetes são propriedades importantes na análise visual da bebida.

As lágrimas são capazes de indicar corpo, teor alcoólico e doçura.Tudo isso antes mesmo de você degustar o vinho. Esse efeito também tem o nome de "Marangoni", pois foi o físico italiano Carlo Marangoni que o descobriu, em meados do século XIX. Junto ao inglês James Thompson, eles explicaram qual é a causa desse fenômeno.

Depois de alguns anos de estudos e testes, os pesquisadores comprovaram que as lágrimas ocorrem a partir da diferença da tensão superficial da água e do álcool presentes na bebida. Como acontecem as lágrimas do vinho?

Com o vinho em uma taça, faça com que gire dentro da taça, assim formará uma fina película de vinho nas paredes internas da taça. Por capilaridade, o vinho do interior começa a subir. Ali, o álcool evapora mais rápido que a água, e a alta-tensão superficial que fica na parede da taça faz com que a bebida desça em filetes, por conta da ação da força da gravidade, formando, então, as lágrimas.

As lágrimas do vinho têm muito ha ver com a quantidade de álcool presente na bebida. Algumas pessoas acreditam que elas podem ser a glicerina do vinho ou, até mesmo, gordura. Porém, isso não é verdade e não tem fundamentação científica. Lembrando que o açúcar também contribui para o fenômeno, pois quanto mais doce, maior é a viscosidade que fica na película de vinho.

Agora, você irá analisar as lágrimas do seu vinho! Para você conseguir identificar o desenho que se forma, a taça deve ser transparente e lisa. É necessário também que a taça tenha o bojo redondo, significa uma taça com a boca menor e o fundo maior. Por exemplo, a taça ISO pode ser utilizada para essa análise. 

Encha cerca de 1/4 da taça com o vinho escolhido, gire o vinho dentro da taça para formar uma película nas paredes internas da taça, após o vinho girar umas 2 vezes dentro da taça pare e observe até que surjam as lágrimas para interpretá-las. Se as pernas estiverem em abundância, juntas e mais lentas para descerem, significa que o vinho tem maior quantidade de álcool. Já se tiver poucas lágrimas, mais afastadas e descerem rapidamente pela taça, a bebida tem menor teor alcoólico.

Vale dizer que essa característica é observada somente em vinhos tranquilos, tintos, brancos ou rosés, já que os espumantes não apresentam esse fenômeno. A partir das lágrimas do vinho é possível ter noção da graduação alcoólica e de sua estrutura, sem ao menos dar um gole.

Se o seu paladar prefere um vinho mais encorpado, com maior teor alcoólico, verifique se o vinho apresenta grande quantidade de lágrimas e se elas escorrem lentamente. No entanto, se o seu paladar prefere um vinho menos alcoólico e mais leve, observe se o vinho forma poucas lágrimas e se elas descem mais rápido. É importante dizer que as Lágrimas do vinho não se referem à qualidade da bebida, mas apenas às características já mencionadas. 


março 11, 2021

QUANDO OS MAÇONS TORNAM-SE DESNECESSÁRIOS À NOSSA ORDEM



Uma das situações mais dolorosas para um homem, é quando ele percebe que se tornou desnecessário, seja, no ambiente familiar, no trabalho, na comunidade ou, principalmente, para nós maçons, na Loja.

Os maçons tornam-se desnecessários:

•Quando decorrido algum tempo de sua Iniciação ao primeiro grau da Ordem, já demonstram desinteresse pelas sessões, faltando constantemente, demonstrando não estarem comprometidos com a Instituição, apesar de terem aceitado a Iniciação e terem feito um juramento solene.

•Quando, durante as sessões, já “enturmados”, ficam impacientes com as instruções, com as palestras ou com as palavras dos Irmãos mais velhos, achando tudo uma chatice, uma bobagem que atrasa o ágape e a esticada.

•Quando, ao tempo da apresentação de trabalho para aumento de salário, não têm a mínima idéia dos assuntos dentre os quais podem escolher os seus temas. Simplesmente copiam alguma coisa de um livro e apresentam-no, pensando que ninguém vai notar.

•Quando, ainda companheiros, começam a participar de grupos para ajudar a eleger o novo Venerável e, não raro, já pensando seriamente em, assim que chegarem a Mestres, começarem a trabalhar para obter o “poder” na Loja.

•Quando Mestres, não aceitarem que ainda não sabem nada a respeito da Ordem e acharem que estudar e comparecer ao máximo de sessões do ano é coisa para a administração, para os companheiros e aprendizes.

•Quando Mestres, ao participarem das eleições como candidatos a algum cargo na Loja, principalmente para o de Venerável, e não forem eleitos, sumirem ou filiarem-se a outra Loja onde poderão ter a “honra” de serem cingidos com o avental de Mestre Instalado, que é muito mais vistoso do que o de um “simples” Mestre.

•Quando já Mestres e até participando dos graus filosóficos não terem entendido ainda que o essencial para o verdadeiro maçom seja o seu crescimento espiritual, a sua regeneração, a sua vitória sobre a vaidade e os vícios, a aceitação da humildade e o bem que possam fazer aos seus semelhantes, e que, a política interna, a proteção mútua, principalmente na parte material, é importante, mas não essencial.

•Quando, como Aprendiz, Companheiro ou Mestre, não entenderem que a Loja necessita que suas mensalidades estejam rigorosamente em dia, para que possam fazer frente às despesas que são inevitáveis.

•Quando, como Veneráveis Mestres, deixam o caos se abater sobre a Loja, não sendo firme o suficiente para exercer sua autoridade; não tendo um calendário com programação pré-definida para um período; não cobrando de seus auxiliares a consecução das tarefas a eles determinadas, e não se importando com a educação maçônica, que é primordial para o aperfeiçoamento dos obreiros.

•Quando, como Vigilantes, não entenderem que, juntamente com o Venerável Mestre, devem constituir uma unidade de pensamento, pois em todas as Lojas nas quais um ou os dois Vigilantes não se entendem entre si e principalmente não se entendem com o Venerável, o resultado da gestão é catastrófico.

•Quando, como Guarda da Lei, nada sabem das leis e regulamentos da Potência e de sua própria Loja, e usam o cargo apenas para discursos ocos e intermináveis.

•Quando, como Secretários, sonegam à Loja as informações dos boletins quinzenais, as correspondências dos Ministérios e, principalmente, os materiais do departamento de cultura, que visam dotar as Lojas de instruções e conhecimentos que normalmente não constam dos rituais, e são importantes para a formação do maçom.

•Quando, como Tesoureiros, não se mostram diligentes com os metais da Loja, não se esforçam para manter as mensalidades dos Irmãos em dia e não se importam com os relatórios obrigatórios e as prestações de contas.

•Quando, como Hospitaleiros, não estão atentos aos problemas de saúde e dificuldades dos Irmãos da Loja. 

-Quando constatamos que em grande número de Lojas, com uma freqüência média de vinte Irmãos, se recolhe um tronco de beneficência de R$ 10,00 (dez reais) em média, todos são desnecessários, pois a benemerência é um dever do maçom.

•Quando, como Chanceleres, não dão importância aos natalícios dos Irmãos, cunhadas, sobrinhos.

-Quando, em desacordo com as leis, adulteram as presenças, beneficiam Irmãos que faltam e não merecem esse obséquio.

•Quando a Instituição programa uma Sessão Magna ou Branca para homenagear alguém ou alguma entidade pública ou privada, constata-se a presença de um número irrisório de Irmãos, dando aos profanos uma visão negativa da Ordem, deixando constrangidos aqueles que se dedicaram e se esforçaram para realizar o evento à altura da Maçonaria.

Todos esses Irmãos indiferentes, que não comparecem habitualmente a essas sessões, são desnecessários à nossa Ordem.

Muito mais haveria para se dizer em relação aos Irmãos desinteressados da nossa Sublime Instituição. 

Fiquemos por aqui e imploremos ao Grande Arquiteto do Universo que ilumine cada um de nós, pra que possamos agir na Maçonaria com o verdadeiro Espírito Maçônico e não com o espírito profano, e roguemos ainda, que em nenhuma circunstância, seja na família, no trabalho, na sociedade ou na Arte Real, tornemo-nos desnecessários, pois deve ser muito triste e frustrante para qualquer um sentir-se sem importância e sem utilidade no meio em que se vive.

março 10, 2021

PALESTRA NA ARLS SEAREIROS DA PAZ



 

TOME POSSE DE SUA VIDA



Tome posse da vida, tome gosto pelo dia,
antes que ele se perca pelo ralo das reclamações.
Tome as rédeas e a direção do seu futuro,
que passa invariavelmente pelo "agora".
E é nesse momento que você pode decidir,
que você pode transformar,

mostrar a sua vontade,
ou deixar a correnteza te arrastar,
levando-a por caminhos tortuosos
de difícil regresso.

 

Vai!
Hoje é aquele dia especial,
onde até o que começa errado pode ser transformado,
onde o seu sorriso pode fazer a diferença.
Levanta!
Molde o dia com os teus sonhos mais antigos,
diga para a esperança que você está pronta,
fala para o amor que você o quer,
peça para o sucesso te visitar,
diga para o desejo não ir embora,
ouça a canção da fé que fala: confia!

e segue adiante, sem medo!

 

E assim, embalado pela certeza,
que você possa despertar o seu "eu",
esse ser iluminado pelas estrelas
coração enorme que já não cabe em si mesmo,
e fazer desse dia, um dia de revolução,
do encontro entre o que está desejando,
e aquilo que pode render com alegria.
Vitória é o nome do nosso esforço,
do nosso empenho em busca da felicidade,
que merecemos e vamos conquistar.

"Vitória é o apelido do seu nome."


Não desista de ser feliz!

março 09, 2021

AS SETE ARTES E CIÊNCIAS LIBERAIS,



A Maçonaria, em dos seus graus simbólicos, estuda as Sete Artes Liberais e Ciências da antiguidade, que são gramática, retórica, lógica, aritmética, geometria, música e astronomia. Cada uma dessas áreas de conhecimento está repleta de significado para os maçons.

Existem gravuras antigas que mostram uma deusa segurando um livro e uma vara. Ela é chamada de Sabedoria ou Sophia. O amor da sabedoria ou o “philio de Sophia” é o significado da palavra Filosofia. Vemos a seiva da sabedoria derramada em todas as artes e ofícios representados como os homens jovens, são ilustrações que unem todo o conhecimento em pintores, arquitetos, músicos e soldados, todos recebendo sabedoria.

Provérbios 9:1 diz: “A sabedoria já edificou a sua casa, já lavrou as suas sete colunas.” Estudiosos religiosos têm especulado sobre os sete pilares da sabedoria, a Sabedoria derramada para sete vocações. A Sabedoria também é vista presidindo ramos do conhecimento.

Representações alemãs da idade média mostram um livro e uma vara, símbolos do professor, supervisionado pela sabedoria alada de três cabeças que cuida de sete donzelas. No mesmo livro aparecem as Sete Artes Liberais e Ciências.

Marciano Capella, em Cartago, no ano 420, desenhou uma alegoria da Phoebus-Apolo, deus do sol, apresentando as Sete Artes Liberais como empregadas domésticas para sua noiva Filologia, um amante das palavras. Depois disso, os artistas têm ilustrado as artes liberais e ciências como empregadas domésticas.

As empregadas domésticas se reúnem em torno da sabedoria. Conhecimento é desenhado dentro de um círculo. Acima da Sabedoria estão a moral e teologia. Nos cantos inferiores são Aristóteles e Platão, possivelmente. Mas as figuras centrais são as Sete Artes Liberais e Ciências.

A escada em caracol

Juventude, adultez, e maturidade são representadas nos três graus simbólicos da Maçonaria. O primeiro constrói uma base de amor fraterno, respeito e verdade. O segundo leva em direção a masculinidade bem sucedida com o ouvido atento, a língua instrutiva, e um coração fiel. O terceiro grau ensina, entre outras coisas, que o tempo e a paciência vão realizar todas as coisas.

A vida progride como se estivéssemos subindo uma escada em caracol. Não enxergamos ao longe, o progresso exige esforço para crescer e amadurecer. Vencemos as primeiras três etapas, depois aprendemos a dominar os cinco sentidos com os quais observaremos o mundo que nos cerca.

Dessa forma poderemos subir os degraus das sete artes liberais e ciências. Semelhante a escada em caracol a educação maçônica é um processo onde começamos a ler e escrever ideias simples e terminamos com alta escolaridade e conceitos de idéias abstratas.

A História da Lista

Boa parte da população bem instruída da antiguidade não gostava de trabalhar, e quando alguém se transformava em aprendiz não era livre para estudar ou fazer o que quisesse e sim fazer o que era lhe mandado. As Artes Liberais Latinas eram estudos profissionalizantes voltados para uma finalidade econômica, algo que rendesse o sustento. A Maçonaria especulativa as adotou e lhes deu o significado esotérico necessário para a compreensão de determinados graus de seus estudos.

A história das sete artes liberais e ciências estão ligada a Pitágoras, Platão e Santo Agostinho, personagens que desempenharam importantes papéis no estabelecimento de suas bases.

Pitágoras, grego que viveu em 520 a.C., era um grande matemático e também um mestre filósofo e teólogo. Com seus alunos na Academia observou conexões entre a geometria e o Divino. Seus discípulos procuraram relacionamentos na música, aritmética e astronomia assim estabelecendo a relação de Pitágoras com as quatro últimas das Sete Artes Liberais e Ciências.

Platão, 400 a.C., escreveu sobre a importância da educação para os cidadãos da República. Platão enfatizou a lógica, a filosofia e dialética. Para Platão, a lógica representa a maior faculdade cognitiva, possibilitando examinar argumentos e compreendê-los.

Santo Agostinho de Hipona, que viveu no século III d.C., deixou escrito 5 milhões de palavras que ainda hoje existem. Ele foi o maior professor de retórica da humanidade. Ele declarou que, se alguém quisesse defender a verdade, deveria ser eloquente para refutar a mentira através do poder da oratória. Ele preencheu o Sete Artes Liberais e Ciências, com sua ênfase na gramática e retórica.

A ordenação da Lista das Sete Artes Liberais e Ciências

Aprendemos a falar para descrever o mundo que nos cerca. Palavras organizam nossos pensamentos. A linguagem é essencial para a aprendizagem. À medida que progredimos aprendemos a falar com eloquência e graça, que é retórica. Aprendemos a usar a lógica para fazer os nossos argumentos convincentes e verdadeiros.

Avançamos até lições de níveis mais elevados de aritmética, geometria e música. Estas matérias exigem pensamento abstrato e maiores níveis de concentração. À medida que amadurecemos na vida vamos adquirindo sabedoria e aprendendo a desfrutar das magníficas obras da criação, as estrelas e os planetas, astronomia, e o divino. A ordem desses temas foi desenvolvida por mais de mil anos e ainda hoje preservam sua validade e sua magnificência.

As três primeiras artes derivam do Trivium que em latim significa Três Vias ou Estradas, um cruzamento onde o público se encontra. Poderíamos chamar o trivium de praça pública, onde o público se reúne para discutir os temas habituais do dia: o tempo e a colheita. Aqueles que se destacam em lembrar experiências comuns são bons em “trivialidades”. Trivia está no centro do conhecimento cotidiano utilizando a gramática, a retórica e a lógica.

Vamos repassar as Sete Artes e Ciências Liberais e suas características.

Gramática

Em Gênesis, a primeira tarefa de Adão é nomear todas as coisas e e ter domínio sobre a criação. Saber o nome das coisas dá autoridade ao homem para falar e entender.

Na escola primária ou Primeiro Grau aprendemos a recitar o alfabeto, números e cores. Gramática envolve palavras e significados. As primeiras lições de falar envolvem repetição, teríamos palavras trava-línguas e recitamos frases para aprender a falar, fazemos exercícios de articulação. As crianças aprendem a sua própria língua, bem como línguas estrangeiras, para tanto a gramática e a estrutura são essenciais.

A Gramática envolve declinações e aprendizagem para verbos e substantivos, inclui aprender o significado das palavras, suas nuances, e como elas se relacionam em diferentes configurações.

Retórica

Estudar retórica é estudar como falar e escrever para persuadir os outros. Retórica é essencial no estudo da lei e dos regulamentos. Roscoe Pound, Albert Mackey, e Allen Roberts foram alguns dos maiores escritores em jurisprudência maçônica da língua inglesa e eram experts em retórica.

Todos os Romanos influentes da antiguidade aprenderam a falar em público com fluência e oratória. Falar em público é aterrorizante para alguns, mas para os maçons é tarefa cotidiana, pois aprendem tanto de falar como ouvir o discurso dos outros.

Retórica acrescenta força e elegância aos nossos pensamentos, podemos cativar nosso ouvinte com a força dos nossos argumentos e a beleza da nossa expressão. Nosso domínio da retórica nos ensina a rogar e exortar os nossos irmãos a atos de caridade, elogia e aplaude a excelência da boa conduta. Saber ouvir é dominar um dos nossos sentidos e nos proporciona ouvir a poesia da linguagem e a ordem das palavras. Sabemos que de alguma forma Fé, Esperança e Caridade soa melhor do que caridade, fé e esperança, nossas consagradas virtudes teologais.

Lógica

A lógica é a terceira etapa do Trivium. Ela nos leva a conclusões baseadas em nosso conhecimento, dirige e nos orienta na busca da verdade. Ela consiste em uma sequencia regular de argumentos nos levando a deduzir ou inferir a partir dos fatos. A lógica treina a mente a pensar com clareza usando as nossas faculdades de conceber, julgar e raciocinar.

A dialética é o termo usado para descrever o pensamento crítico. Nós pesamos os prós e contras para encontrar a melhor escolha. Observamos o mundo procurando ver padrões e relações, começamos a fazer previsões usando o raciocínio indutivo. A educação de nossas mentes inclui provas e raciocínio dedutivo. Aprendemos a evitar argumentos de que algo é verdadeiro ou falso, simplesmente por que se diz que é, em vez de sua verdade inerente.

Gramática, retórica e lógica compõem o trivium, ou as três primeiras das Sete Artes Liberais e Ciências.

O Quadrivium

O Quadrivium está associado com a ciência que nos ajudam a entender os mistérios do universo. Pitágoras é o principal responsável por estes quatro ramos da ciência: aritmética, geometria, música e astronomia.

O Quadrivium significa Quatro Vias ou Caminhos que convergem para o centro da cidade ou localidade, após ter percorrido as tres estradas. Uma mente forte progride pelos caminhos em direção aos segredos da sabedoria. Um homem sábio percorre os caminhos da ciência.

Aritmética

Como ciência a matemática é progressiva através da construção de habilidade e familiaridade com a prática frequente, é ensinada passo a passo. Primeiro aprendemos a contar, depois a somar e a subtrair. Assim desenvolvemos operações abstratas, tais como adição e multiplicação. A Aritmética oferece um sistema estruturado, tem regras, ordem, e opera em termos de equações.

Equilíbrio e igualdade são princípios aprendidos na aritmética que deve lembrar-nos de agir sobre o nível. O a beleza em aritmética e matemática. Descobrimos simetria e proporção.

Os números nos fascinam quando observamos a espiral de Fibonacci (Leonardo Fibonacci,1201) e a proporção perfeita presente da concha à galáxia (1,618). Encontramos padrões fractais em biologia, química e física que se repetem.

A Matemática nos mostra retas e curvas e indiretamente nos ensina sobre a moralidade.

Geometria

A  Maçonaria coloca especial ênfase na geometria como sinônimo de auto-conhecimento, como compreensão da substância básica do nosso ser. A Geometria descobre áreas não medidas dentro do ser.

As ferramentas de geometria são o esquadro, o compasso, o nível e o prumo. Estas são as ferramentas básicas de maçons operativos que hoje usamos na Maçonaria especulativa para ensinar lições de comportamento correto, retidão de caráter e veracidade.

O sentido da visão é desenvolvido em Geometria, percebemos a profundidade das estruturas, se estão em ordem e quais não são as bem organizadas. Reconhecemos que a geometria é a base da arquitetura universal.

Música

A música é a sexta das sete Artes Liberais e Ciências. Pitágoras e seus seguidores estavam interessados em estudar música como uma ciência. A música é parte de nós, nosso batimento cardíaco é o padrão básico primário, do bebê intra-útero ao seu primeiro choro até nosso último suspiro.

O sentido da audição é melhorado pela música, de modo que podemos reconhecer cantigas e ritmos. Vibrações causam sons de determinada a freqüência, aprendemos a ouvir diversas escalas, combinamos sons com cantos. A Maçonaria nos ensina que é preciso disciplina para alcançar a harmonia e escutar os sons do universo.

Astronomia

O espaço e o tempo nos fazem pequenos, contemplar as estrelas nos faz perceber a glória do grande arquiteto e a sabedoria de Deus. A Astronomia nos ensina a admirar e estudar o universo.

Os globos sobre os capitéis das colunas das Lojas nos ensinam a compreender a rotação da Terra em torno do Sol. A essa observação nos é dado compreender os Solstícios e Equinócios, os tempos de venerar a natureza e a eterna renovação do universo. Os recomeços de uma jornada sem fim, isso nos mostra a astronomia.

A compreensão das Artes e Ciências Liberais

As Sete Artes Liberais e Ciências são ramos da Sabedoria e do Conhecimento. A compreensão do nosso mundo nos tornará melhores homens. Para tanto as sete artes e ciências são fundamentais para o aprendizado de outras áreas do conhecimento, incluindo história e psicologia, entre outras tantas.

Se compreendermos melhor o uso da música e da arte em nossas vidas, se usarmos a matemática e a geometria, se observarmos a perfeição do universo, se expandirmos a nossa redação e vocabulário, tudo isso ao longo da nossa vida vamos nos tornar melhores seres humanos e merecedores das graças e da bondade do altíssimo

março 08, 2021

PARA O DIA INTERNACIONAL DA MULHER

 



Extraído de uma palestra realizada na Stanford University em Palo Alto, Califórnia, acerca da conexão Mente-Corpo

O palestrante (médico-chefe da psiquiatria da Stanford) afirmou, entre outras coisas, que uma das melhores coisas que o homem pode fazer por sua saúde é estar casado com uma mulher.

Já para a mulher, uma das melhores coisas que ela pode fazer pela sua saúde é nutrir a sua relação as amigas. Todos riram, mas ele falava sério.

As mulheres se conectam de forma diferenciada e oferecem sistemas de apoio que ajudam a lidar com o estresse e experiências de vida adversas.

Esse encontro com as amigas permite criar mais serotonina, um neuro transmissor que ajuda a combater a depressão e que cria um sentimento de bem estar. 

As mulheres compartilham seus sentimentos e os homens muitas vezes formam suas relações a partir de suas atividades. Eles raramente se encontram com um amigo para conversar sobre como se sentem sobre sobre o andamento de sua vida pessoal.

Trabalho? Sim; esporte? Sim; Carros? Sim; Pescar, Caçar? Sim;
Seus sentimentos? Raramente.

As mulheres fazem isso o tempo todo. Compartilham suas almas com as amigas, irmãs/mães e evidentemente isso faz bem à saúde.

O palestrante disse que passar o tempo com um amigo é tão importante para a saúde quanto o exercício físico.

Existe uma tendência de se pensar que quando estamos nos exercitando estamos fazendo algo de bom para o nosso corpo, mas quando estamos com nossos amigos estamos jogando conversa fora e desperdiçando nosso tempo, o que não é verdade.

Então, toda vez que estivermos confraternizando, nos grupos,  nas reuniões virtuais ou presenciais, na companhia de irmãos ou companheiros rotarianos estaremos fazendo bem para a saúde! 

março 07, 2021

A ARCA DA ALIANÇA

 

      
         A Arca da Aliança ou Arca do Pacto, é descrita pela Bíblia como o objeto em que as tábuas dos Dez Mandamentos teriam sido guardadas, e o veículo de comunicação entre Deus e seu povo escolhido, os judeus.

        A Arca é a primeira construção mencionada no livro Êxodo. Sua construção foi orientada por Moisés, que por sua vez recebera instruçõe...s divinas:

        “Farão uma Arca de madeira de acácia; seu comprimento será de 2 côvados e meio (111 cm) e um côvado e meio de largura (66,6 cm) e sua altura 1 côvado e meio (66,6 cm). 
        Tu a recobrirás de ouro puro por dentro, e o farás por fora, em vota dela uma bordadura de ouro. Fundirás para a arca quatro argolas de ouro, que porás nos seus quatro pés, duas de um lado e duas do outro.
         Farás 2 varais de madeira de acácia, revestidos de ouro, que passarás nas argolas fixadas dos lados da arca para se poder transportá-la. Uma vez passados os varais nas argolas, delas não serão mais removidos. Porás na arca o testemunho que eu te der. 
        Farás também uma tampa de ouro puro, cujo comprimento será de dois côvados e meio e a largura de um côvado e meio. Farás dois querubins de ouro; e os farás de ouro batido, nas duas extremidades da tampa, um de um lado e o outro de outro, fixado de modo a formar uma só peça com as extremidades da tampa.
         Terão estes querubins as asas estendidas para o alto e protegerão com elas a tampa, sobre o qual terão a face inclinada. Colocarás a tampa sobre a arca e porás dentro da arca o testemunho que eu te der. Ali virei ter contigo. 
        E é de cima da tampa, do meio dos querubins que estão sobre a arca da aliança, que te darei todas as minhas ordens para os israelitas." (Êxodo cap 25 versículo 10-22).
        
        Segundo o relato do verso 22 de Êxodo, Deus se fazia presente no propicitório ( parte superior da tampa) no meio dos dois querubins em uma presença misteriosa que os judeus chamavam Shekinah ou presença de Deus.

março 06, 2021

COMO DEFINIR MAÇONARIA


 

1 – A Maçonaria é uma instituição essencialmente filosófica,

filantrópica, educativa e progressista. Proclama a prevalência do espírito

sobre a matéria. Pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da

humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever, da prática

desinteressada da beneficência e da investigação constante da verdade.

Seus fins supremos são: a LIBERDADE, a IGUALDADE e a FRATERNIDADE.

 

2 – Condena a exploração do homem, bem como os privilégios e as

regalias, mas enaltece o mérito da inteligência e da virtude, bem como o

valor demonstrado na prestação de serviços à Ordem, à Pátria e à

Humanidade.

 

3 – Afirma que o sectarismo político, religioso ou racial é incompatível

com a universalidade do espírito maçônico. Combate a ignorância, a

superstição e a tirania.

 

4 – Proclama que os homens são livres e iguais em direitos e que a

tolerância constitui o princípio cardeal nas relações humanas, para que

sejam respeitadas as convicções e a dignidade de cada um.

 

5 – Defende a plena liberdade de expressão do pensamento, como

direito fundamental do ser humano, admitida a correlata responsabilidade.

 

6 – Reconhece o trabalho como um dever social; julga-o dignificante e

nobre sob qualquer de suas formas: manual. Intelectual ou técnica.

7 – Considera Irmãos todos os maçons quaisquer que sejam suas

raças, nacionalidades ou crenças.

 

8 – Sustenta que os maçons têm os seguintes deveres essenciais:

amor à Família, fidelidade e devotamento à Pátria e obediência à Lei.

 

9 – Determina que os maçons estendam e liberalizam os laços

fraternais, que os unem, a todos os homens esparsos pela superfície da

Terra.

 

10 – Recomenda a propaganda de sua doutrina pelo exemplo e por

todos os meios de comunicação do pensamento e proscreve

terminantemente o recurso à força e à violência.

 

11 – Adota sinais e emblemas de elevada significação simbólica, os

quais, utilizados nos trabalhos maçônicos, servem também para os maçons

se reconhecerem e se auxiliarem onde quer que se encontrem. ,

março 05, 2021

CONHEÇA OS DIFERENTES TIPOS DE AMOR


 

O antropólogo canadense, Jonh Allan Lee, se especializou em analisar a capacidade de amar do ser humano, e assim, em sua obra “Love Styles” (1988), analisa o amor do ponto de vista da psicologia e apresenta sua teoria afirmando que as pessoas sentem diferentes tipos de amor.

É importante saber que a palavra amor é um único termo, tanto na Bíblia como no mundo secular, usado para denominar diversos estilos e níveis de sentimentos e ações.

Por sua vez, Lee tenta clarificar sua tese sobre os vários estilos de amor fazendo uma analogia sobre o extraordinário mecanismo da nossa visão em relação à percepção das cores.

O Dr. Ailton Amélio afirma: “Os nossos olhos só possuem receptores para três cores: o amarelo, o azul e o vermelho. São as chamadas cores primárias. No entanto, somos capazes de perceber mais de 8 milhões de variações de cores. A nossa capacidade de perceber essa quantidade enorme de variações de cores pode ser explicada por um mecanismo muito simples. Ela é fruto de uma infinidade de combinações entre diferentes intensidades das estimulações dos três receptores de cores que existem em nossos olhos” – O Mapa do Amor, p. 24.

De acordo com Lee, assim também existem três estilos primários de amor: Eros, Ludos e Estorge. Todos os tipos de amor, de alguma forma, têm sua origem na combinação desses três tipos básicos de amar.

Segundo o Dr. Ailton Amélio, as características desses três estilos básicos e de mais três estilos secundários – Mania (combinação de Eros e Ludos), Pragma (combinação de Ludos e Estorge) e Ágape (combinação de Eros e Estorge), são as seguintes:

Estilos básicos de amor:

1)      Eros – Pode surgir à primeira vista. Sente atração imediata, principalmente por causa da aparência da outra pessoa, e é motivado por interesse sexual. “Não teme se entregar ao amor, mas também não está ansioso para amar” – p. 25.

2)      Estorge – O amor se desenvolve gradativamente no decorrer de uma relação de amizade. Nesse período leva-se em conta interesses e semelhanças em comum. “O contato sexual é menos enfatizado e começa relativamente mais tarde” – p.26.

3)      Ludos – É o tipo de amor em que a relação com o outro é casual e passageiro. É muito bom enquanto dura. É o principal motivo da onda do “ficar”. A pessoa que é movida por esse tipo de amor é capaz de flertar com diferentes pessoas no mesmo período de tempo. O que importa é o prazer da sedução e da conquista. E assim, o que importa é o momento em que você está com a pessoa que quer, depois parte-se para outra. “As promessas são válidas apenas no momento em que são apresentadas, e não no futuro. Afirmação típica de quem tem esse tipo de amor: ‘Eu gosto de jogar o jogo do amor com diferentes parceiros simultaneamente’”- p.26.


Estilos secundários de amor:

1)      Mania (composto de Eros e Ludos) – As principais características desse tipo são: insegurança, possessividade e ciúme. A emoção gerada é quase obsessiva a ponto da pessoa querer ficar o tempo todo com o outro e está sempre exigindo uma prova de amor. Está sempre tentando atrair a atenção do outro em busca de afirmação.

2)      Pragma (composto de Ludos e Estorge) – As principais características desse tipo são: planejamento e avaliação. Antes de começar o relacionamento, leva-se em conta na escolha, aspectos como, compatibilidade e satisfação mútua das necessidades, de maneira que “as pessoas desse estilo examinam os pretendentes para ver se atendem a uma série de expectativas antes de se envolver com eles.” – p. 27.

3)      Ágape (composto de Estorge e Eros) – As principais características desse tipo são: ausência de egoísmo, cuidado e preocupação em primeira instância com o outro. O impulso natural de quem sente esse tipo de amor, consiste no seguinte lema: primeiro ele(a), depois eu. O autor declara que a afirmação típica de quem tem esse estilo de amor é: “Eu prefiro sofrer a fazer o meu amor sofrer” – p. 27.


Medite: “O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba…” – I Coríntios 13:4-8

março 04, 2021

BREVE COMENTÁRIO DO SALMO 133 (132).


 


Primeira tradução

1 Vejam como é bom, como é agradável, os irmãos viverem unidos!
2 É como óleo perfumado sobre a cabeça, descendo pela barba, a barba de Aarão;
  descendo sobre a gola de suas vestes.
3 É como o orvalho do Hermon, descendo sobre os montes de Sião.
  Pois é por aí que Javé manda a bênção e a vida para sempre!

Segunda tradução

1 Oi, que prazer, que alegria nosso encontro de irmãos!
2 É como um banho perfumado, gostosa é nossa união.
3 Sereno da madrugada, gostosa é nossa união.
  É vida que dura sempre, gostosa é nossa união.

Este é o penúltimo dos salmos de romaria. Os romeiros estão em Jerusalém, já entraram no templo. É festa! Nas romarias, uma das coisas que mais alegram o romeiro é se sentir acolhido como irmão ou irmã no meio de tanta gente.

O encontro é vivido como amostra do que se espera. Uma espécie de profecia viva. Talvez não ensine nada de novo, mas isso não é o mais importante da romaria.

O que importa é o que dizia um romeiro que participou de um encontro de comunidades de base: "Coisa nova não aprendi, mas enchi o tanque para o resto do ano!".

Apresentamos duas traduções. A primeira, com pequenas diferenças, é da Bíblia Pastoral. Tradução bonita e fiel. A outra, uma adaptação brasileira de Reginaldo Veloso. Através de canto e imagens, ela recria em nós a experiência que o salmo suscitava no povo daquele tempo.

O salmo tem um pensamento que se desenvolve em três partes: chama a atenção para a alegria da convivência fraterna dos romeiros no templo (v. 1), traz as comparações do óleo e do orvalho para expressar o significado dessa grande confraternização (v. 2 e 3a) e conclui que é através da união fraterna que a benção de Deus desce sobre a vida do povo (v. 3b).

Oi, que prazer, que alegria!

Vejam como é bom, como é agradável os irmãos viverem unidos! (v. 1)

O salmo 133 canta a confraternização vivida em Jerusalém na festa da romaria. O povo passa o dia reunido na grande esplanada do templo.

Gente de todos os cantos do mundo, que mal se conhece, aqui se encontra como irmãos e irmãs da mesma família e vive a alegria profunda de estar unida na mesma fé.

É a fé em Javé que faz dessa gente uma grande família, um povo unido.

Essa união é uma amostra concreta do futuro que essa gente espera e pelo qual luta.

Bom e agradável são as palavras com que o salmo define o que se vive em Jerusalém no dia da festa.

Quem já participou de um encontro assim, entende a alegria imensa que aí se comunica e percebe a beleza da união que se transmite como Boa Notícia de Deus a todos.

É como perfume! É como orvalho!

É como óleo perfumado sobre a cabeça, descendo pela barba de Aarão; descendo sobre a gola de suas vestes. É como o orvalho do Hermon, descendo sobre os montes de Sião (v. 2-3a).

Essas duas comparações, tiradas da vida, são como uma pedra que cai num lago: produzem círculos na imaginação criativa do povo que escuta e reza o salmo.

Óleo e perfume - O óleo era usado na alimentação e também amolecia os músculos para a luta. O óleo perfumado enchia a casa quando a visita chegava e enchia o templo em dias de festa.

É como quando o pessoal chega para a festa: roupa nova, banho tomado, vestido e corpo perfumados com água-de-cheiro.

O óleo era também usado para consagrar o sacerdote e o rei a serviço do povo de Deus.

O povo todo é visto como ungido, pois é comparado com o sacerdote Aarão, o irmão de Moisés.

O povo reunido no templo, celebrando os louvores de Javé, é um povo sacerdotal.

Orvalho do Hermon - Na terra árida da Palestina, o orvalho é sinal de vida e garante, apesar da falta de chuva, uma boa colheita.

Naquele tempo, o povo pensava que o orvalho descesse de modo invisível dos cumes das montanhas para se espalhar pelas planícies.

O monte Hermon, alto e misterioso, coberto de neve eterna, situado na fronteira nordeste da Palestina, até hoje é fonte de vida para toda a região. Quando se produz o degelo, ele alimenta as fontes do rio Jordão, cujas águas vão descendo, irrigando a terra, trazendo benção e vida para o povo, pão para comer.

O Hermon é símbolo de fertilidade.

A grande confraternização dos romeiros vivida no templo durante a romaria é o orvalho do povo, o orvalho invisível do Hermon que cai sobre os romeiros, irrigando a vida, produzindo fertilidade e frutos para todos.

Fonte de benção, vida para sempre!

Pois é por aí que Javé manda a benção e a vida para sempre! (v. 3)

A benção de Javé é muito concreta. Ela se manifesta na natureza, no óleo, no orvalho, nas chuvas, nas águas do Jordão que irrigam a terra.

Ela tem a ver com a fertilidade da terra e com a vida do povo.

Ela se manifesta nessa confraternização alegre e feliz das romarias.

Quando o povo vive unido, a benção de Deus desce.

Como diz o canto: "Onde o amor e a caridade, Deus aí está!".

O caminho para alcançar a benção de Deus e a vida para sempre é a união de todos em torno da fé em Javé, celebrada e vivida nos dias de romaria.

Quando todos se unem no templo, antecipam o futuro por alguns dias, numa intensa alegria.

"Nisso todos saberão que vocês são meus discípulos, se tiverem amor uns para com os outros" (Jo 13,35). ____________________


Frei Carlos Julhoters é biblista, autor de diversos livros. Há anos acompanha a caminhada das comunidades eclesiais do Brasil. Atualmente, trabalha no Instituto Bíblico de Angra dos Reis/RJ.

março 03, 2021

LIÇÕES JUDAICAS PARA TEMPOS DE CRISE


"Em épocas de vacas magras, o trabalho assistencial e comunitário é ainda mais imprescindível. Ninguém está tão pobre que não possa contribuir"
Como todos os brasileiros, os judeus também foram atingidos pela grave crise por que passa o país. Desemprego, inadimplência, diminuição de renda e dificuldade em manter negócios abertos tornaram-se temas recorrentes em nossa comunidade.
Em tempos difíceis como estes, os judeus costumam recorrer à sua história e às suas tradições em busca de conforto e esperança. Lembramos a penúria em que vivia a maioria de nossos antepassados antes de partirem para o Brasil e de como chegaram aqui sem um tostão no bolso e sem falar uma palavra sequer na língua local.
Aqui no Rio de Janeiro, eles se espalharam pelo Centro, subúrbios e Baixada. Trabalharam, progrediram e, aos poucos, deixaram a pobreza para trás. Cada judeu que hoje vê seu padrão de vida cair por causa da crise tem pais ou avós que passaram por tempos muito mais difíceis e que perseveraram, superaram barreiras e construíram os alicerces do que é hoje a nossa comunidade. Sua história, como indivíduos e como coletividade, tem muito a ensinar não apenas a nós, mas a todos os brasileiros.
Uma lição que podemos tirar é que, em épocas de vacas magras, o trabalho assistencial e comunitário é ainda mais imprescindível. Ninguém está tão pobre que não possa contribuir para alguma causa comunitária, seja com recursos ou trabalho voluntário.
O trabalho comunitário em tempos de crise gera um duplo benefício. Ele auxilia aqueles mais vulneráveis, como crianças e idosos, e estimula a união e a cooperação entre os membros da comunidade. São comuns, durante eventos beneficentes em nossas instituições, os contatos entre voluntários que acabam gerando propostas de trabalho, parcerias e novos negócios.
Outra lição valiosa é que, por mais que a crise esteja nos afetando, devemos sempre pensar à frente dela. Estamos falando aqui do compromisso inabalável que sempre tivemos com a educação de nossos filhos. Nos modestos lares dos judeus que aqui chegaram no início do século passado, podia faltar quase tudo, menos livros e jornais.
Seguindo este exemplo, hoje evitamos todas as despesas adiáveis, para que não seja preciso fazer cortes na educação das crianças. E quando eles são inevitáveis para alguns pais, a comunidade entra em cena, cotizando-se para que nossas escolas ofereçam o maior número possível de bolsas de estudos. Fazemos isso porque assim ensinaram os que vieram antes e nós: quando a crise acabar, novas oportunidades surgirão e é preciso estar preparado para aproveitá-las.
O Brasil tem imensas riquezas e uma delas é a experiência trazida por imigrantes, como os judeus, no enfrentamento e superação de crises. Neste momento difícil por que passa o país, este conhecimento acumulado através dos séculos pode ser de extrema utilidade a todos os brasileiros.
Paulo Maltz é presidente da Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro

março 02, 2021

MAÇONARIA PÓS PANDEMIA


            Uma das questões recorrentes trazidas à luz em função da pandemia que o mundo está atravessando é “o que vai acontecer com a maçonaria quando a pandemia for controlada?”

            Mudanças irreversíveis estão ocorrendo em diversas áreas como no trabalho, na economia, na medicina, no mercado imobiliário e em muitas outras. Não poderia ser diferente na nossa Ordem.

            Ninguém tem a mínima ideia do fim da Covid-19. Ainda que as mais de trezentos e cinquenta milhões de vacinas sejam aplicadas em todos os brasileiros, o que certamente levará alguns anos, não se sabe se novas variantes se instalarão necessitando de novas vacinas, quando tempo vai durar a imunidade proporcionada por estas vacinas atuais, se as pessoas que se negam a tomar as vacinas serão vetores de contaminação, etc. Enquanto o mundo inteiro não for vacinado pessoas oriundas de outros países poderão continuar contaminando e talvez aconteça algo como o sarampo atualmente, que se julgava extinto e está retornando com força.

            Essas dificuldades certamente impactarão as Lojas, considerando que a maioria dos maçons brasileiros, segundo estatísticas informadas pela CMI - Confederação Maçônica Interamericana, e reforçadas pela CMSB, tem mais de 60 anos de idade, o que os coloca todos em grupo de risco. Aliás, essa realidade ocorre no mundo todo, com uma queda significativa no número de maçons no planeta com relação a quantidade de há vinte anos.

            Em função das óbvias dificuldades que os maçons encontrarão para se reunirem de forma presencial, ainda que com todos os cuidados de segurança sanitária, a maçonaria vai precisar se reinventar, e aqui e ali estão surgindo novas possibilidades, algumas possíveis soluções.

            Uma dessas novas ideias é a constituição de Lojas Maçônicas Virtuais. A Grande Loja Maçônica de Rondônia – GLOMARON - através da visão de seu atual SGM, Ir. Paulo B. Tupan e do Past GM Ir. Aldino Brasil, constituiu a primeira Loja Maçônica Virtual do país, e uma das primeiras no mundo, intitulada ARLSV Lux in Tenebris n. 47, que tem aproximadamente 600 membros, um número muito maior do que todas as Lojas do país, e uma frequência acima de 200 participantes nas sessões que realiza semanalmente, com palestras espetaculares, que trazem nova luz e extraordinários ensinamentos à maçonaria. Já houve sessão com a presença de mais de 450 participantes.

            A realização foi rapidamente seguida da instalação pela Grande Loja Maçônica do Pará – GLEPA - da segunda Loja Virtual intitulada ARLSV Luz e Conhecimento n. 103, que iniciou com mais de 200 membros e cuja adesão tem crescido de maneira acelerada. Ambas são Lojas regulares com estrutura normal e irmãos filiados nas cidades sede, Porto Velho e Belém, e membros correspondentes de todo o país e inclusive do exterior. Um acordo entre ambas permitiu que as reuniões semanais, aos sábados, sejam alternadas, e todas as palestras são gravadas e disponibilizadas na internet com senhas de acesso aos seus membros.

            É claro que é bom e agradável que os irmãos vivam em união, em seus encontros presenciais e como os deliciosos ágapes ao final, só que isso será cada vez mais raro e difícil. Mau filho é diretor em uma das maiores empresas de TI do planeta, com mais de 25.000 empregados e filiais em dezenas de países. Ele comentou que a empresa precisou se reinventar para trabalho em casa – o home office -, entregou centenas de escritórios em muitos países, e a economia em aluguéis, condomínios, contas de energia, água, telefone, passagens e hospedagens de funcionários, etc, no ano passado, 2020, de março a dezembro, foi de sessenta milhões de reais, praticamente dobrando o lucro da empresa. Este ano se espera uma economia ainda maior e a empresa decidiu nunca mais montar instalações físicas. Isso lhe permitiu contratar a melhor mão de obra disponível no mundo, e hoje os funcionários no Brasil, EUA, Índia, Israel, por toda a Europa e em locais como a Coréia do Sul e Eslovaquia, recebam tarefas e prazos, ganhem por produtividade, e meu filho administra de Porto Alegre a instalação da Faculdade de Engenharia de Sorocaba.

            No ano passado eu fiz sessenta palestras virtuais. Falei em muitas cidades brasileiras, de Laranjal, em MG, com 6.000 habitantes, até em Londres, berço da maçonaria, para minha honra e gaudio. As minhas palestras tiveram mais de dez mil assistentes e isso jamais seria possível na situação anterior à pandemia. Um dos reflexos das palestras, minhas e de outros excelentes palestrantes, foi o incremento da venda de livros. Quase todos eles têm ótimos livros publicados, as palestras são um excelente canal de vendas e de aprendizado e os irmãos participantes têm contribuído para manter acesa a chama do conhecimento.

            No dia 3 de outubro deste ano de 2021 completo 40 anos de Ordem. Procuro ser um maçom ativo e estudioso, mas confesso que aprendi muito mais sobre maçonaria neste último ano do que nas décadas anteriores. Participei de milhares de sessões ocas e inúteis onde o tema das sessões era a apenas a leitura das instruções dos rituais, iniciações mal ensaiadas, quando não enveredando pelas raias do absurdo como uma em que o VM deu alguns tiros para o ar próximo aos postulantes vendados, discussões sobre o cardápio da próximo evento ou a obrigação de ouvir trabalhos obviamente copiados do Google e depois elogiados de maneira hipócrita por mestres que nem haviam prestado atenção na leitura.

            Claro que houve também sessões brilhantes e produtivas, estas em muito menor número. Mais recentemente eu havia observado que muitos irmãos, inclusive VV:. MM:. ficavam com o com o celular ligado acessando WhatsApp ou outros aplicativos durante as sessões.  Nas sessões virtuais isso não acontece. As questões e comentários levantados após a palestra mostram o grande aproveitamento e aprendizado dos participantes.

            Talvez o futuro nos traga Lojas híbridas, onde em sessões presencias poderemos ter o aprendizado virtual proporcionado por esta nova realidade, através de TVs ou telões. Afinal, como diz o nosso ritual, a Maçonaria é “um sistema e uma escola, não só de moral como de filosofia social e espiritual, revelada por alegorias e ensinadas por símbolos, guiando seus adeptos à prática e ao aperfeiçoamento dos mais elevados deveres do homem-cidadão...” Assim como nos dias de hoje podemos obter um diploma universitário com aulas virtuais,  a Ordem pode nos proporcionar a prática da fraternidade, da mútua assistência, da prática das virtudes e do aprendizado com  maior distanciamento social. Vamos aguardar para ver.