abril 08, 2021
CABALÁ E POLÍTICA
abril 07, 2021
AKHENATON E NEFERTITI - O CULTO MONOTEÍSTA SOLAR
Catorze séculos antes de Cristo, quando a civilização do Egito ainda vivia o seu auge, reinava a XVIII dinastia de faraós, na qual se destacaram as linhagens dos Tutmés e dos Amenófis.
O culto religioso egípcio de então era dedicado a Amon, politeísta, de natureza lunar, portanto anímico, sendo então comandado por uma corte privilegiada de sacerdotes corruptos e fanáticos.
Nesse cenário, assumiu o trono egípcio Amenófis IV, em aproximadamente 1.370 A.C., ainda adolescente e na mesma época ele se casou com a princesa Nefertiti.
Durante o seu reinado, que durou menos de duas décadas, Amenófis IV promoveu uma grande reforma religiosa, ao adotar o culto solar, monoteísta, a Aton, cujo emblema é o próprio disco solar, destituindo o clero amonita e acabando com os seus privilégios.
Por conta disso, Amenófis IV adotou o nome de Kunaton (ou Akhenaton)e assumiu o papel do comando temporal e espiritual do Egito, acumulando, assim, as funções de rei e de sacerdote supremo.
Transferiu a capital do país de Tebas para uma região então desabitada, que recebeu o nome de Aketaton (que significa o Horizonte de Aton), onde ordenou a construção de grandes palácios e imponentes templos dedicados a Aton.
A cosmogonia de Aton, solar, era baseada na verdade, na consciência, na emancipação intelectual, e partia de uma concepção universalista, pacifista e, portanto, humanitária.
Tratava-se de uma religião verdadeiramente espiritualista e iniciática, estruturada, sobretudo, no amor-sabedoria.
Conforme essas premissas, podemos perceber, assim, que existe uma grande identidade entre a religião monoteísta solar instituída por Kunaton, e o cristianismo, que surgiria apenas 14 séculos depois, com o advento de Jeoshua (o Jesus bíblico), na Palestina.
E certamente essa semelhança não é casual.
Assim como Jeoshua (o Jesus bíblico), Kunaton foi um Avatara, ou seja, a própria manifestação antropomorfizada do Logos Solar, do Espírito da Verdade, da LEI (Dharma).
E, assim como Jeoshua, Kunaton teve missão sobretudo sinárquica, isto é, de restabelecer a Satya Yuga (Idade de Ouro), tal como florescera outrora no auge da 4ª Raça-Mãe atlante e cujos mistérios até hoje permanecem resguardados na Agartha, de onde promanam as diretrizes do G.O.M (o Governo Oculto do Mundo).
Antes de ascender ao trono, Kunaton já havia sido iniciado em uma fraternidade oculta e iniciática egípcia, que era conhecida no mundo profano como Heliópolis (a Cidade do Sol).
O florescimento do Egito como a primeira grande nação e civilização com vistas ao Ocidente foi propiciado pelo fato de os egípcios serem descendentes diretos de parte dos povos que foram poupados das tragédias e cataclismos que provocaram a submersão da maior parte dos continentes onde se desenvolveram as 7 sub-raças da 4ª Raça-Mãe atlante, assim como pela razão de serem depositários da magna ciência atlante, agora reservada apenas aos iniciados na fraternidade de Heliópolis, como Hermes, o Trismegisto, e o próprio Kunaton.
Como tratam os compêndios teosóficos, as manifestações avatáricas ocorrem ciclicamente, em determinadas regiões e entre certos povos, de Oriente a Ocidente e de Norte a Sul, conforme o misterioso Itinerário de IO e sempre se dão de forma dual, masculina e feminina.
Os Avataras, portanto, quando se manifestam, sempre de modo dual, são conhecidos iniciaticamente como gêmeos espirituais ou parelha manúsica; trata-se da mesma consciência, ou seja, da mesma essência, polarizada em dois seres, um masculino e um feminino.
Assim, a rainha Nefertiti não era somente a esposa do faraó, mas a contraparte feminina de Kunaton, refletindo, assim, o mistério dos gêmeos espirituais, que nada mais é do que a avatarização da consciência do Logos Solar manifestada em dois seres, representando os princípios masculino e feminino.
Kunaton e Nefertiti fundaram uma nova ordem secreta, denominada de Ordem Lapis Faraoni, a fim de preservar, ocultamente, a tradição e a simbologia do novo culto solar; tal Ordem, já de feitio claramente maçônico, originou a Maçonaria Egípcia e foi a precursora das futuras fraternidades maçônicas e rosacrucianas surgidas na Europa no decorrer dos séculos.
O trabalho e o empenho de Kunaton e Nefertiti para a fixação do monoteísmo solar no Egito, contudo, foi em vão, pois, com as suas mortes prematuras, os sacerdotes amonistas puderam pôr em prática suas tramas para trazer de volta os cultos politeístas de Amon.
Tanto foi assim que Tutankâmon, sucessor de Kunaton no trono egípcio, restabeleceu o velho culto e rompeu definitivamente com o monoteísmo solar, tendo a tradição do culto a Aton remanescido apenas ocultamente no seio da Ordem Lapis Faraoni.
A cidade de Aketaton e seus majestosos templos dedicados a Aton foram destruídos e iniciou-se o mister de apagar para sempre o nome de Kunaton e da tradição a Aton dos anais históricos egípcios.
Conta a tradição que, quando da sua morte, o corpo de Kunaton foi colocado em um sarcófago de ouro puro, no qual constava o seguinte epitáfio: “O Belo Príncipe, o Eleito do Sol, Rei do Alto e do Baixo Egito, vivendo na VERDADE, Senhor do duplo país, Ahkenaton, o Belo Filho do Vivo ATON, cujo nome permanecerá para sempre…Chama-me por meu nome pela eternidade e jamais deixarei de responder.”
abril 06, 2021
LIST OF LODGES
A publicação chamada List of Lodges ficou famosa entre os maçons brasileiros, devido a um entendimento errôneo sobre regularidade maçônica, promovida pelo Grande Oriente do Brasil. Muitos irmãos acreditam que a lista tem algum vínculo com a Grande Loja Unida da Inglaterra, ou que é algum órgão regulador dos trabalhos maçônicos no mundo.
Quando é dito que o List of Lodges é um livro que contém todas as potências maçônicas regulares do mundo, a afirmação dá a entender que as organizações não listadas, trabalham de forma irregular, o que não é verdade. Muitas potência regulares não fazem parte do List of Lodges.
Grande parte das potências maçônicas que estão listadas neste livro, não reconhecem todas as demais potências presentes. Inclusive as informações das potências do List of Lodges que não se reconhecem, também estão listadas na publicação.
O Grande Oriente do Brasil, por exemplo, na edição de 2018, declara não reconhecer as Grandes Lojas do Pará, Pernambuco e Rio Grande do Norte, todas filiadas a CMSB e listadas no List of Lodges.
Mas o que é o List of Lodges?
Uma publicação anual da empresa privada americana chamada Pantagraph Printing And Stationery Company, com sede em Bloomington, Illinois, que atua com serviços de impressão comercial, produção de artigos de papelaria, serviços litográficos, com atuação principalmente no fornecimento de material para os setores de seguros e finanças. Fundada em 1860, atualmente conta com uma equipe de, aproximadamente, 100 funcionários e uma receita anual de 9 milhões de dólares.
O “carro chefe” da empresa Pantagraph, é a publicação do livro “List of Lodges”, já que anualmente o livro é enviado para todas as Grandes Loja listadas, mediante o pagamento de uma taxa correspondente. A edição de 2019, por exemplo, contém 188 Grandes Lojas (com suas milhares de lojas), que deverão pagar pelas impressões enviadas para a sua organização, tornando assim, um negócio muito lucrativo.
O não pagamento incorre na remoção do nome da Grande Loja, da publicação do ano posterior. Sendo assim, uma potência maçônica que pauta as suas relações exteriores pelo List of Lodges, caso não pague a Pantagraph pelos livros enviados a ela, terá seu nome removido e considerado irregular em suas próprias regras. Isso tem lógica?
Se uma potência maçônica deixar de atualizar seus dados junto a Pantagraph por cinco anos consecutivos, também terá o seu nome removido do List of Lodges.
Como uma potência maçônica ingressa no List of Lodges?
A regra para inclusão no List of Lodges é apresentar a Pantagraph, 10 (dez) tratados de reconhecimento com Grandes Lojas Americanas “regulares” até o dia 1º de Julho do ano corrente, para ser incluído no ano posterior.
Por exemplo, as potências que apresentaram os 10 tratados até 01 de Julho de 2019, são incluídas na publicação de 2020, após esta data, irão para inclusão na lista de 2021.
Após a entrega dos tratados, a Pantagraph verificará os reconhecimentos com as potências envolvidas, e se tudo estiver certo, enviará um convite a potência solicitante, afim de obter a autorização para publicação seu nome na lista.
Quais informações estão no List of Lodges?
A publicação, que muda de cor a cada ano, tem diversas informações importantes para pesquisa a respeitos das potências maçônicas, como as listadas a seguir:
Dados da potência (Nome, data de fundação, endereço, site, e-mail)
Nome do Grão-mestre e do Grande Secretário (com informações de contato)
Lista de Lojas da potência (com nome, número e localização)
Número total de membros da potência
Idade mínima requerida para iniciação
Interstício para passagem de grau
Se permite dupla filiação
Se exige proficiência no grau para passagem ao próximo grau.
Entre outras diversas informações…
Quais Potências Maçônicas que estão presentes no List of Lodges?
Como a Pantagraph disponibiliza abertamente a listagem com os nomes das potências maçônicas que fazem parte de sua publicação, segue abaixo a listagem de 2018 e as inclusões que serão realizadas em 2019.
List of Lodges 2018
Além das 51 Grandes Lojas dos EUA, estão presentes as seguintes potências maçônicas:
África do Sul – Grande Loja da África do Sul
Alemanha – Grandes Lojas Unidas da Alemanha
Argentina – Grande Loja da Argentina de Maçons Livre e Aceitos
Armênia – Grande Loja da Armênia
Austrália
Grande Loja Unida de Nova Gales do Sul e ACT
Queensland A.F. & A.M.
South Australia A.F. & A.M.
Tasmania A.F. & A.M.
Grande Lojas Unida de Victoria
Western Australia A.F. & A.M.
Áustria – Grande Loja da Áustria
Azerbaijão – Grande Loja Nacional do Azerbaijão
Bélgica – Grande Loja Regular da Bélgica
Bolívia – Grande Loja da Bolívia
Brasil
Grande Oriente Brasil (GOB)
CMSB – Grandes Lojas Maçônicas do: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal (Brasília), Espirito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins,
COMAB – Grandes Orientes Estaduais de: Mato Grosso, Rio Grande do Sul.
Bulgária – Grande Loja Unida da Bulgária
Burkina Faso – Grande Loja de Burkina Faso
Camarões – Grande Loja de Camarões
Canadá
Grande Loja de Alberta
Grande Loja de British Columbia & Yukon
Manitoba A.F. & A.M.
New Brunswick A.F. & A.M.
Newfoundland and Labrador A.F. & A.M.
Nova Scotia A.F. & A.M.
Canada (na Província de Ontario) A.F. & A.M.
Prince Edward Island A.F. & A.M.
Quebec A.F. & A.M.
Saskatchewan A.F. & A.M.
Chile – Grande Loja do Chile
China – China F. & A.M.
Colômbia
Grande Loja Nacional da Colômbia com sede em Barranquilla
Grande Loja da Colômbia Bogotá, D.C.
Grande Loja Nacional da Colômbia com sede em Cartagena das Índias
Grande Loja dos Andes com sede em Bucaramanga
Grande Loja Ocidental da Colômbia com sede em Cali
Costa do Marfim – Grande Loja da Costa do Marfim
Costa Rica – Grande Loja da Costa Rica
Croácia – Croatia A.F. & A.M.
Cuba – Grande Loja de Cuba
Chipre – Grande Loja do Chipre
Dinamarca – Grande Loja da Dinamarca
Equador – Grande Loja do Equador
Escócia – Grande Loja da Escócia
Espanha – Grande Loja da Espanha
Filipinas – Grande Loja de Maçons Livre e Aceitos das Filipinas
Finlândia – Grande Loja de Maçons Livres e Aceitos da Finlândia
França – Grande Loja Nacional Francesa
Gabão – Grande Loja do Gabão
Grécia – Grande Loja da Grécia
Guatemala – Grande Loja da Guatemala
Haiti – Grande Oriente do Haiti
Holanda – Grande Oriente da Holanda
Hungria – Grande Loja Simbólica da Hungria
Islândia – Grande Loja da Islândia
Índia – Grande Loja da Índia
Inglaterra – Grande Loja Unida da Inglaterra
Irã – Grande Loja do Irã (no exílio)
Irlanda – Grande Loja da Irlanda
Israel – Grande Loja do Estado de Israel
Itália – Grande Oriente d´Itália
Japão – Grande Loja do Japão
Luxemburgo – Grande Loja de Luxemburgo
Malta – Soberana Grande Loja de Malta
México
Grande Loja do Estado Baja California
Grande Loja de AA.LL. e MM. Baja California Sur
Grande Loja do Estado de Campeche
Grande Loja Benito Juarez do Estado de Coahuila
Grande Loja Cosmos do Estado de Chihuahua
Grande Loja do Estado Soberano e Independente de El Potosi
Grande Loja Ocidental Mexicana (Jalisco)
Grande Loja de Sinaloa
Grande Loja de Tamaulipas
Grande Loja Unida Mexicana de Veracruz
Grande Loja York do México
Nicarágua – Grande Loja Simbólica da Nicarágua
Noruega – Grande Loja da Noruega
Nova Zelândia – Grande Loja da Nova Zelândia
Panamá – Grande Loja do Panamá
Paraguai – Grande Loja Simbólica do Paraguai
Peru – Grande Loja do Peru
Portugal – Grande Loja Legal de Portugal / Grande Loja Regular de Portugal
Porto Rico – Grande Loja Soberana de Porto Rico
República de Maurício – Grande Loja de Maurício
República Dominicana – Grande Lojas da República Dominicana
República Moldova – Grande Loja de Moldova
República Tcheca – Grande Loja da República Tcheca
Romênia – Grande Loja Nacional da Romênia
Rússia – Grande Loja da Rússia
San Marino – Grande Loja da República de San Marino
Senegal – Grande Loja do Senegal
Sérvia – Grande Loja da Sérvia
Suécia – Grande Loja da Suécia
Suíça – Grande Loja Alpina da Suíça
Taiti – Grande Loja Regular do Taiti e Arquipélagos
Togo – Grande Loja Nacional Togolaise
Turquia – Grande Loja da Turquia
Ucrânia – Grande Loja da Ucrânia
Uruguai – Grande Loja do Uruguai
Venezuela – Grande Loja da República da Venezuela
Grandes Lojas Prince Hall
Alaska
California
Delaware
Illinois
North Carolina
Texas
List of Lodges 2019
Potências maçônicas que serão incluídas na publicação de 2019:
Bósnia e Herzegovina – Grande Loja da Bósnia e Herzegovina
Brasil – Grande Oriente do Paraná (COMAB)
Brasil – Grande Oriente de Santa Catarina (COMAB)
México – Grande Loja Soberana de Quintana Roo
EUA – Grande Loja Prince Hall do Distrito de Columbia
EUA – Grande Loja Prince Hall de Massachusetts
fonte: http://www.oprumodehiram.com.br/list-of-lodges-2018-2019/
abril 05, 2021
OS GUARDIÕES DA ALIANÇA
Em “As Intrigas em torno dos Manuscritos do Mar Morto”, o leitor acompanha a trajetória dos manuscritos, desde das primeiras descobertas no deserto da Judéia, em 1947, durante o mandato britânico na Palestina, até o início da década de 1990, quando o conteúdo de muitos documentos ainda não tinha sido divulgado. A batalha para o livre acesso e publicação de mais de 800 manuscritos por parte de inúmeros pesquisadores de renome mundial é relatada por Michael Baigent e Richard Leigh que culpam a chamada “equipe internacional” comandada pelo padre Roland de Vaux, da École Biblique de Jerusalém, de manter por longo tempo o monopólio sobre os manuscritos. A polêmica se estendeu até a imprensa através das páginas do influente jornal americano New York Times que em editorial publicado em 9 de julho de 1989 criticou a morosidade das pesquisas, observando que “passados 40 anos, um círculo de estudiosos indolentes continua esticando o trabalho, enquanto o mundo espera e as preciosas peças vão se desmanchando em pó”.
Hoje sabemos que os membros da comunidade de Qumram costumavam referir-se a si próprios como “os guardiões da Aliança”. Tal conceito se baseia essencialmente na grande importância da “Aliança”, que impunha um voto formal de obediência, total e eterna, à Lei de Moisés. Daí a expressão “Ossei ha-Torá”, encontrada em um dos pergaminhos, que pode ser traduzida por “Agentes da Lei”, expressão talvez que fosse a origem da palavra essênio (As intrigas em torno dos Manuscritos...). Mas, para o pesquisador Robert Eisenman, autor de vários livros sobre os Manuscritos, termos como essênios, zadoques, zanoreanos, zelotes, sicários, ebionitas (os pobres) apontam para um mesmo grupo ou movimento ortodoxo de rigoroso cumprimento da lei mosaica.
Em seu estudo “Paulo como herodiano”, apresentado na Sociedade de Literatura Bíblica (Society of Biblical Literature), em 1983, Eisenman credita a Paulo (Saulo de Tarso) o papel de agente secreto dos romanos, após ser ameaçado de morte pelos “zelosos da Lei”. A partir dos manuscritos e de referências encontradas no Novo Testamento, o pesquisador afirma que a entrada de Paulo em cena mudou o rumo da história. “O que começou como um movimento localizado dentro da estrutura do Judaísmo existente, e cuja influência se restringia aos limites da Terra Santa, se transformou em algo de uma escala e magnitude que ninguém na época poderia ter previsto. O movimento que estava nas mãos da comunidade de Qumran foi efetivamente convertido em algo que não tinha mais lugar para seus criadores” (As Intrigas em torno dos Manuscritos...).
Para os autores ingleses de “A Chave de Hiram”, Saulo de Tarso não conhecia profundamente os ritos nazoreanos da comunidade de Qumram e a sua simbologia da “ressurreição em vida”, cerimônia adotada pela Maçonaria em seu ritual de 3º Grau. Em um dos manuscritos encontrados, denominado “Preceitos da Comunidade”, é explicado que ao entrar na comunidade o sectário era elevado a uma “altura eterna” e unido ao “Conselho Eterno” e à “Congregação dos Filhos do Céu” (Geza Vermes, em “Os Manuscritos do Mar Morto”).
Outro importante estudioso dos manuscritos, o historiador John Allegro, em seu livro “The Treasure of the Copper Scroll” que traz a tradução completa do Manuscrito de Cobre, explica que “Qumram” é uma palavra árabe moderna e que no século I da E.C. o local era conhecido como Qimrôn, raiz da palavra hebraica que significa abóbada, arco, portal. O pesquisador também observou a utilização de códigos no Manuscrito de Cobre quando são citados os 64 esconderijos com metais preciosos e manuscritos pertencentes à Comunidade. Detalhe igualmente notado pelo padre J.T.Milik, que fazia parte da equipe internacional que analisou os manuscritos em Jerusalém. O religioso constatou a presença de técnicas de codificação críptica em alguns documentos secretos que continham informações sobre eventos futuros.
Sheila Sacks
Jornalista de Investigação - Rio de Janeiro, Brasil
OS LIVROS SECRETOS DE MOISÉS
Dizimada pelos romanos em 66-70 da E.C., a comunidade de Qumram pode ter enterrado sua história, seus segredos e sua tradição secreta ligada a Moisés em algum lugar do templo de Jerusalém, seguindo a prática judaica de não destruir documentos sagrados (a cidade de Jerusalém fica a 40 minutos de carro de Qumram). Na obra “A Chave do Hiram”, os autores aventam a hipótese desses manuscritos terem sido descobertos pelos templários, no século 12, em função das sigilosas escavações realizadas no local por mais de uma década. No livro “A Odisséia dos Essênios”, o historiador britânico Hugh Schonfield faz referência aos livros secretos que Moises teria dado a Josué para que ele os mantivesse ocultos “até os dias de arrependimento”.
No livro do escritor francê Michel Lamy - Os Templários. Esses senhores de Mantos Brancos/1997 – é lembrado o interesse do abade Estevão Harding, amigo e mentor de Bernardo de Clairvaux (incentivador da criação da Ordem dos Templários e autor de suas regras), por textos hebraicos. O abade procurava a ajuda de rabinos nas suas traduções do hebraico dos livros do Velho Testamento. Para Lamy, esse intenso interesse por textos hebraicos demonstram a crença na existência de um tesouro oculto enterrado sob o monte do Templo e algum tipo de relação com o lugar que mais tarde se tornou a moradia dos templários. O historiador Piers Paul Read também destaca que uma das primeiras traduções encomendadas pelos templários na Terra Santa foi a do “Livro dos Juízes”, do Velho Testamento. “Havia uma íntima e inquestionável identificação dos cristãos da Palestina com os israelitas de antigamente” (Os Templários).
Erguido pelo rei Salomão para abrigar a “Arca da Aliança” – relicário das palavras divinas a Moisés no deserto - , o grande Templo de Jerusalém concentrava nesse local toda a sua santidade. Construído sobre o Monte Moriá, o aposento onde ficava a arca sagrada era o lugar mais recôndito do Templo, chamado de “o Sagrados dos Sagrados” (Kodesh há-Kodashim), recinto cuja santidade era tal que somente o grande sacerdote (Cohen Gadol, em hebraico) tinha permissão de lá entrar, uma única vez durante o ano, no Dia do Perdão - Yom Kipur (Revista Morashá).
A adoção pelos templários e maçons dessa simbologia estruturada nos mistérios e segredos que se iniciam com Abraão, tem seu ápice em Moisés, se perpetua com a construção do Primeiro Templo por Salomão e sofre transmutações generalizadas a partir dos primórdios da Era Comum, após a destruição da comunidade de Qumram, ainda permanece envolta em véus em sua nascente e tem se mostrado um desafio para a Igreja Católica. De igual forma, a imensa quantidade de publicações, teorias e suposições a respeito do tema ainda não produziu uma resposta diferente daquela que anima e justifica o trabalho da maioria dos pesquisadores: a da “busca pela verdade” .
A TRADIÇÃO JUDAICA DOS ESSÊNIOS
Preso e decapitado em 32 da E.C. por ordem de Herodes Antipas, governador da Galiléia, Yochanan ben Ezequiel (nome hebraico de João Batista) provavelmente era membro da seita dos essênios, uma comunidade judaica que existiu durante os dois últimos séculos da era do Segundo Templo (150 antes da E.C. a 70 da E.C.). Historiadores judeus do século I, Flavio Josefo e Philo de Alexandria, registraram a presença desse grupo ascético, que praticava um Judaísmo ultra-ortodoxo, com jejuns frequentes e banhos rituais diários, e que habitava o deserto da Judéia, entre Jericó e Ein Guedi.
A partir de 1947, e até 1956, com a descoberta dos pergaminhos nas cavernas de Qumran (os manuscritos do Mar Morto), a tese de que os essênios eram seus autores ganhou força entre estudiosos e peritos de várias nacionalidades. Segundo Leon Zeldis 33º, os iniciados da comunidade de Qumran, cujas idades variavam entre 25 e 50 anos, aprendiam a “amar a justiça e ter aversão à maldade”. Consideravam-se herdeiros dos reis sacerdotes, simbolizados por Salomão (do hebraico Shlomo, que deriva da palavra Shalom-paz) e Melquizedek (do hebraico Malki-Tzadik, rei justo), rei de Salem (a atual Jerusalém), à época de Abraão. Alguns de seus membros, como João, o Batista, faziam votos de nazareos - do hebraico “nazir” que corresponde a “separado” ou “consagrado”. Os autores do livro “A Chave de Hiram” acreditam que “a voz que clama no deserto” poderia ser a de João Batista “que viveu uma vida dura no deserto, de retidão qumraniana, comendo apenas os alimentos permitidos, usando um cinturão de couro e uma túnica de pelo de camelo”.
Na obra “Os Manuscritos do Mar Morto”, o professor e doutor em teologia Geza Vermes destaca que os membros da seita se consideravam “o verdadeiro Israel”, fiéis representantes das autênticas tradições religiosas. Os sacerdotes, chamados de “filhos de ZadoK” (o sacerdote da Casa de David), se constituíam na autoridade máxima da comunidade. A hierarquia era rigorosa. Cada membro era inscrito na “ordem de seu grau”. O mais alto cargo recaía na pessoa do Guardião, conhecido também como “Mestre” (maskil, em hebraico). Eram também instruídos a reconhecer “um filho da Luz” de um “filho das Trevas”. Na lista de infrações e de suas penas correspondentes, o pecado mais grave que demandaria em imediata expulsão da congregação seria qualquer tipo de transgressão, por ato ou omissão, às diretrizes da Lei de Moisés.
Em um dos manuscritos – o Preceito do Messianismo – é especificado que somente a partir dos 30 anos os homens eram tidos como maduros, podendo participar das assembleias, de casos em tribunais e tomar assento nos altos escalões da seita. O neófito vindo de fora que se arrependia de seu “caminho de corrupção”, iniciava-se “no juramento da Aliança” no dia em que conversava com o Guardião, mas nenhum estatuto da seita deveria ser divulgado a ele. Na avaliação do professor Geza Vermes, o retrato que assoma da leitura dos manuscritos em relação às ideias e aos ideais religiosos dos essênios é uma observância fanática à Lei de Moisés. No campo político, os essênios eram frontalmente contra a dinastia de Herodes e o domínio dos romanos sobre a Terra Santa.
TEMPLÁRIOS: UMA ORDEM ACIMA DE REIS E RAINHAS
Na obra “Antigas Letras”, o Grão-Mestre Leon Zeldis 33º, da Maçonaria de Israel (The Grand Lodge of the State of Israel), chama a atenção para o fato de que os textos religiosos hebraicos onde aparecem os nomes divinos de Deus não são destruídos quando envelhecem, mas enterrados ou guardados em um lugar especial da sinagoga conhecido como guenizá.
Diz a tradição judaica que qualquer fragmento de um texto sagrado que contiver o nome do Criador deve ser enterrado de acordo com determinados rituais. Entretanto, com o passar dos séculos e em função das perseguições sofridas pelos judeus, muitos documentos hebraicos foram apenas escondidos, daí o nome de guenizá (esconderijo), que corresponde em hebraico ao termo lignoz e significa guardar, manter secreto.
Provavelmente, quando os primeiros templários chegaram a Terra Santa comandados por Hugues de Payen, em 1118, quase duas décadas após a conquista de Jerusalém pelos Cruzados (1099), o objetivo real de sua presença não ficaria apenas circunscrito a dar proteção aos peregrinos que se deslocassem a Jerusalém.
O grupo de nove nobres franceses oriundos da região de Provença que se estabeleceu na ala leste do palácio do rei Balduíno II, patriarca de Jerusalém, sob o nome de Ordem dos Pobres Cavaleiros do Templo de Salomão, passou quase dez anos promovendo escavações na área da Mesquista de Al-Aqsa, erguida sobre o local onde existiram dois grandes templos judaicos: o primeiro Templo, construído em 960 antes da Era Comum pelo rei Salomão e destruído por Nabucodonosor, da Babilônia, em 586 a.E.C., e o segundo Templo, reconstruído cinquenta anos depois no mesmo local e que resistiu até 70 da E.C. quando foi arrasado pelas legiões romanas.
No livro “A Chave de Hiram”, os autores maçons Christopher Knight e Robert Lomas destacam que os clérigos que acompanhavam os cavaleiros templários eram “todos capazes de ler e escrever em muitas línguas e eram famosos por suas habilidades em criar e decifrar códigos”. E transcrevem um comentário do historiador francês Gaetan Delaforge sobre os reais motivos dos templários: “A verdadeira tarefa dos nove cavaleiros era realizar uma pesquisa na área para recuperar certas relíquias e manuscritos que continham a essência das tradições secretas do Judaísmo e do Antigo Egito, algumas das quais provavelmente datavam do tempo de Moisés” (The Templar Tradition in the Age of Aquarius).
UMA ORDEM ACIMA DE REIS E RAINHAS
Legitimada pelo papa Honório II em 31 de janeiro de 1128, a Ordem do Templo ganhou estatuto, regras e um comandante: o Grão-Mestre Hugh de Payens. Havia mais de 600 artigos no estatuto dos templários, segundo o historiador inglês Piers Paul Read, autor de “Os Templários”, sendo que a regra 325 relacionava-se com o uso de luvas de couro, que era consentido apenas aos capelães e aos pedreiros construtores de santuários e fortalezas. Mas, “em nenhum lugar havia qualquer menção a peregrinos ou à sua proteção, aparentemente ignorando a única razão para a criação dessa Ordem” (A Chave de Hiram).
O papa seguinte, Inocêncio II, através da bula “Omne datum optimum” (1139), estabelece privilégios que tornam a instituição independente de toda interferência de autoridades políticas e religiosas. Segundo a encíclica, os templários só deviam obediência ao Papa.
Durante os próximos 200 anos a Ordem do Templo cresce e se expande em poder e riqueza, recebendo doações em dinheiro e propriedades na Europa. De acordo com os investigadores históricos ingleses, Michael Baigent e Richard Leigh, que pesquisaram a herança templária no surgimento da maçonaria, “em meados do século 12, a Ordem do Templo já tinha começado a se estabelecer como a mais poderosa e rica instituição isolada em toda a Cristandade, com exceção do Papado, com frotas de navios, territórios extensos e ligações secretas com líderes sarracenos” (O Templo e a Loja). Esses mesmos autores e mais Henry Lincoln ainda afirmam que coube aos templários criar e estabelecer a moderna instituição bancária. “Através de empréstimos de vastas somas a monarcas necessitados, tornaram-se os banqueiros de todos os tronos da Europa” (O Santo Graal e a Linhagem Sagrada).
Com a perda de Jerusalém para os muçulmanos em 1291, a Ordem do Templo se transfere para Chipre. A ilha tinha sido conquistada pelo rei Jayme I (Coração de Leão), da Inglaterra, em 1191, e vendida, anos depois, para os templários. Em 1312, a Ordem é oficialmente extinta por um decreto papal emitido por Clemente V, sem que um veredicto conclusivo de culpa tenha sido pronunciado. Através da bula Vox in excelso o Papa extingue a Ordem do Templo “proibindo estritamente qualquer um de conjeturar em entrar para a referida Ordem no futuro, ou de receber ou usar seu hábito, ou de agir como um templário” (Os Templários). Em bula subsequente, a Ad Providam, todos os bens e propriedade dos templários são transferidos para a Ordem dos Hospitalários, uma instituição similar a dos templários, que também funcionava na Terra Santa.
Na França, por ordem do rei Filipe IV, o Belo, os templários são perseguidos, presos e torturados. A Inquisição também se alastra por toda a Europa. As acusações concentram-se em supostas heresias e rituais praticados pelos membros da Ordem. O seu Grão-Mestre, Jacques de Molay, é queimado até a morte, na Ile de la Cité, no Sena, em 1314.
ESTADO TEMPLÁRIO PREOCUPAVA A IGREJA
Setecentos anos depois desses acontecimentos, dúvidas ainda persistem sobre a verdadeira natureza da Ordem e de seus cavaleiros. Seriam eles guardiões de um conhecimento secreto adquirido na Terra Santa em contato com outras culturas ou mesmo oriundo de documentos sobre as origens do Cristianismo descobertos nas escavações? Para Baigent e Leigh, o impacto de antigas formas de pensamento cristão, não Paulinas, podem ter influenciado as atividades da Ordem no seu projeto para a criação de um Estado Templário e na sua política de reconciliar o Cristianismo, o Judaísmo e o Islamismo. “Os templários não negociavam apenas dinheiro, mas pensamentos também. Através de seu contato com as culturas muçulmana e judaica, começaram a atuar como introdutores de novas ideias, novas dimensões do conhecimento, novas ciências” (O Santo Graal...).
A pesquisadora da Biblioteca do Vaticano, Bárbara Frale, em artigo publicado no “L’Osservatore Romano” (21.08.2008), jornal oficial da Santa Sé, afirma que os documentos originais do processo contra os templários, encontrados no Arquivo Secreto do Vaticano, demonstram que foram infundadas as acusações de que os cavaleiros praticavam em segredo ritos pagãos e haviam abandonado a fé cristã. De acordo com a autora, os templários não eram hereges e o que se descobriu nas atas conservadas no Vaticano é que “a disciplina primitiva do Templo e o seu espírito autêntico se haviam corrompido com o passar do tempo, deixando a porta aberta para a difusão de maus costumes” (Revelações do Arquivo Secreto do Vaticano: templários não foram hereges,no portal Zenit).
Aí caberia a indagação: quais seriam os “maus costumes”, segundo a avaliação da pesquisadora, adquiridos pelos templários? No mesmo artigo, Frale reconhece que “ainda há verdadeiramente muito que investigar” e adianta que o estudo da espiritualidade desta antiga ordem religiosa dará à cultura contemporânea novos motivos de discussão.
ESCÓCIA: REFÚGIO DOS TEMPLÁRIOS E BERÇO DOS MAÇONS
Da extinção oficial da Ordem até a fundação da primeira grande Loja Maçônica em Londres (1717), a trinca de autores do “Santo Graal e a Linhagem Sagrada” registra que os templários ingleses e franceses encontraram refúgio na Escócia (país que ignorou a bula papal), e muitos deles também se integraram a outras Ordens e sociedades secretas na Alemanha, Espanha e Portugal. Conta-se que em 1689, na batalha de Killiecrankie, na Escócia, um dos aliados do rei Jayme II da Inglaterra, John Claverhouse, visconde de Dundee, estava usando uma antiga vestimenta da Ordem do Templo, de antes de 1307, quando foi morto na luta. A referência ao fato foi publicada no jornal da primeira Loja de Pesquisas Maçônicas do Reino Unido (Quatuor Coronati), em 1920: “Lorde Dundee perdeu sua vida como líder do Partido Escocês Stuart. Segundo o testemunho do abade Calmet, ele teria sido Grão-Mestre da Ordem do Templo na Escócia” (O Santo Graal...).
Mas, muito tempo antes, nos meados do século 16, um manuscrito já comprovava a existência dos chamados franco-maçons e a sua subordinação à monarquia dos Stuart, principalmente ao soberano escocês Jaime I (1566-1625), que também foi rei da Inglaterra e da Irlanda. O historiador maçônico, Robert F. Gould, em “The History of Freemasonry”, transcreve o que era exigido dos franco-maçons à época: “... que sejais homens leais ao rei, sem nenhuma traição ou falsidade e que não tolerais qualquer traição ou falsidade, tratando de combatê-las ou notificá-las ao rei”. Segundo definição de um ilustre estudioso maçom José Maria Ragon (1781-1866), o termo franco-maçom somente se aplicaria àqueles que efetivamente cooperassem na obra de instrução e regeneração da humanidade. Os demais membros de obreiros construtores e integrantes da corporação de pedreiros seriam denominados simplesmente maçons.
Observa-se que a Grande Loja da Inglaterra, criada para centralizar a franco-maçonaria inglesa e que se constituiu no marco oficial da imagem pública da Maçonaria, foi instituída em 24 de junho de 1717, data emblemática para os templários e que lembra o nascimento de João, o Batista. A devoção a essa figura histórica é um dos elos que ligam os franco-maçons aos templários. Segundo o “Dicionário de Maçonaria”, de Joaquim Gervásio de Figueiredo 33.º, João Batista é o patrono da Maçonaria e todas as lojas maçônicas simbólicas são intituladas Lojas de São João.
abril 04, 2021
13 REGRAS CABALÍSTICAS
abril 03, 2021
COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL: HÁ SIGNIFICADO SEM PALAVRAS
ESTE É UM PEQUENO TRECHO DO LIVRO ACIMA QUE FOI ADOTADO COMO MATERIAL DIDÁTICO NA APRESENTAÇÃO DA TESE DO CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM FACULDADE EM BRASÍLIA. ELE PODE SER ADQUIRIDO EM VERSÃO E-BOOK POR APENAS R$ 15,00 EM https://space.hotmart.com/michaelwinetzki
O objetivo da oratória não é a verdade e sim a persuasão. T. B. Macaulay – crítico inglês – 1800/1859
Existe comunicação sem palavras. Os elementos não verbais, como o tom de
voz, a modulação, a expressão corporal (gestos, postura e olhar), são parte
importante da mensagem, carregam poderoso simbolismo, reforçam e dão relevância
a mensagem.
Estudos
atestam que o julgamento a respeito de outras pessoas é baseado em 55% na
expressão corporal, em 38% na forma de expressão vocal (tom de voz, velocidade
da fala, etc.) e em apenas 7% no conteúdo propriamente dito. Ainda que o
percentual possa variar podemos ver que pelo menos 90% do resultado da
comunicação é baseado não naquilo que se diz, mas em como se diz.[ Estudos conduzidos por
Birdwhistell, Edwards e Brilhart nos EUA e UK e citados em várias fontes].
Vejamos algumas técnicas
de comunicação não verbal que são essenciais para que a qualidade da mensagem
possa ser adequadamente captada pela assistência.
São fundamentais a
aparência pessoal digna, elegante, o traje adequado, formal, o ar de segurança,
de autoconfiança, de acreditar no que se está falando. Este desempenho foi um
dos motivos de Barack Obama ter vencido a eleição para presidente dos EUA. Essa postura se chama “carisma”.
A gesticulação deve ser contida, nem
se agarrar à tribuna como um náufrago a sua bóia, nem rodar os braços como um
cata-vento. Poucos gestos, amplos, bem-marcados, espaçados, dão impressão de
segurança e determinação. Gestos expansivos e freqüentes passam idéia de
frivolidade. Uma caneta ou fichas de anotação na mão proporcionam um adequado
suporte psicológico.
A coluna ereta, a cabeça
erguida e o olhar passeando calma e lentamente por toda a assistência, passam
uma forte impressão de segurança. O palestrante ancorado à tribuna com o corpo
engelhado e sem encarar ninguém revela claramente seu despreparo e insegurança.
A postura e a voz, sua
altura, tom e ritmo revelam a saúde física e o estado emocional do palestrante.
Na inflexão ou musicalidade da voz podem ser identificadas dezenas de
sentimentos tais como alegria ou apatia, polidez ou grosseria, confiança ou
ameaça, tolerância ou impaciência, tensão ou insegurança.
Na verdade, a modulação
da voz comunica mais do que as palavras. Uma voz baixa e grave passa maior
confiança que uma voz aguda, estridente. Um tom de voz demasiadamente baixo e
emissão hesitante causam uma impressão muito diferente de uma emissão segura em
voz mais alta. Podemos identificar estas condições ate mesmo quando ouvimos uma
conversa em outro idioma. Sabemos identificar,
por exemplo, se a conversa é amistosa ou é uma discussão.
Ao fazer um discurso,
uma palestra ou dirigir uma reunião, não se deve forçar a voz. A pronúncia das
palavras deve ser clara, a velocidade da fala e a intensidade vocal adequadas.
Se falar depressa demais
que os ouvintes não conseguirão acompanhar. Se falar devagar demais irá
tornar a palestra monótona. Deve-se manter um ritmo regular e alternar a
modulação, a tonalidade e a altura da fala.
Cuidado para não
transformar a palestra num sermão. As pessoas não gostam de ser chamadas à
atenção, nem coletivamente, muito menos em público e isso cria um forte clima
de antipatia.
SAÚDE NÃO É SÓ TRATAR A DOENÇA, É CURAR A VIDA.
Até recentemente a saúde era
considerada uma preocupação do corpo, eminentemente fisiológica. Os doentes
mentais eram vítimas de uma disfunção à parte, trancados em sanatórios e
tratados com eletrochoques e poderosas drogas supressoras da vontade.
Hoje em dia é cada vez maior o
número de especialistas que reconhecem o nexo entre o corpo e a mente e o seu
papel na cura e prevenção de moléstias.
A saúde não é mais considerada como
“ausência de doenças” ou como tornar a ficar bem depois de uma incapacidade
qualquer.
O conceito de saúde evoluiu para um
bem estar permanente, físico e mental, de capacidade física suficiente para as
tarefas diárias, com alegria e predisposição para a felicidade.
“Você precisa curar a vida das
pessoas” diz o médico Bernard Sigel da Universidade de Yale. [1] “A
questão não é evitar a morte, é aproveitar, da melhor maneira possível, a
vida”.
Segundo Sigel, o corpo tem, além dos
cinco sentidos, um sexto sentido de cura, uma aptidão física para buscar por si
próprio o equilíbrio fisiológico, se fatores mentais como a auto-estima, o bom
humor e um sentido positivo na vida estiverem bem desenvolvidos.. “A cura não é
uma questão de mecanismo (fisiológico), é um trabalho de espírito”[2]
Atualmente é de conhecimento comum
que a depressão, a ansiedade, o pessimismo e o estresse são desencadeadores de
um sem número de doenças e fatores de agravamento de outras tantas.
Em pesquisa realizada no
Departamente de Psicologia da Universidade de Princenton (EUA), estudantes
foram submetidos a testes de concentração de anticorpo pra combate a infecções (imunoglobina A secretora {S-lgA}), 15
dias antes, no dia e 15 dias depois dos exames finais.
O teor da imunoglobina foi
consideravelmente inferior no dia do exame, considerado excessivamente
estressante pelos estudantes.[3]
Três amplos estudos de longo prazo
realizdos na Europa e que envolveram milhares de voluntários durante 12 anos,
chegaram a conclusão de que pessoas que tinham a tendência a reprimir as
emoções son estresse tinham bem maior probabilidade de contrair câncer e que
pessoas que exibiam frustração emocional e comportamento agressivo exibiram
maior índice de óbitos ligados ao coração.[4]
Na verdade as variáveis de
personalidade foram bem mais preditivas do que o fumo na ocorrência de câncer
do pulmão por exemplo. O índice de moratlidade das pessoas estressadas foi 40%
superior ao das não estressadas.
O mesmo estudo de Eysenk e
Grossarth-Maticek acompanhou um grupo de 100 pessoas, entre 40 e 65 anos de
idade, durante um década. Metade submeteu-se voluntáriamente a terapia
comportamental e a outra metade não. Todos apresentavam as características de
personalidade que prognosticavam tanto câncer quanto coronariopatias.
Depois de 10 anos, 31 pessoas do
grupo sem terapia psicológica havia morrido, contra apenas 9 do grupo tratado.
No primeiro grupo 16 pessoas morreram de câncer e no segundo grupo, nenhum.
Esses números provam sem a menor
sombra de dúvida a relação entre as emoções e as doenças fisiológicas.
O combate ao estresse envolve muitas
atitudes comportamentais que não cabem num simples artigo, mas as ações
apresentadas a seguir representam um bom começo. São regras eficazes e fáceis
de seguir, e que, se praticadas, podem representar uma significativa melhoria
na expectativa e qualidade de vida.
Os especialistas em terapia por comportamento (behaviorista) consideram como fundamentais os três passos abaixo apresentados:
1) NÃO
RECLAME DO PASSADO!
Não adianta nada dizer que foi assim ou assado. O passado não volta. O que você pode aproveitar, você aproveitou. O que você perdeu está perdido para sempre. Reclamar só faz nos deprimir, cria mau humor, esgota a nossa energia, baixa a nossa auto estima. Pergunta a si mesmo quanto do seu dia você gasta vivendo no passado: - “Ah, no meu tempo era melhor! Antes, as coisas eram mais fáceis! Quando comecei havia melhores oportunidades, etc.”
2) NÃO
TENTE ANTECIPAR O FUTURO!
Sabemos que a única coisa certa com relação ao futuro é a morte. Tudo o mais é pura especulação teórica. O futuro nada tem a ver com o passado, jamais irá reproduzir as mesmas condições ou oportunidades. Viver no futuro também esgota a nossa energia, dispersa a nossa atenção e desperdiça o nosso esforço. – “Ah, amanhã vai ser melhor! Depois das eleições as coisas serão diferentes! Quando a nova lei entrar em vigor, você vai ver...etc”
3) VIVA
O MOMENTO PRESENTE! (Carpe Diem)
Somente agindo no momento presente, agora, você pode moldar o seu futuro.
Este é o tempo no qual você estabelece as condições do seu sucesso, da sua
felicidade, da qualidade de vida, utilizando tanto as boas quanto as más
experiências do passado, para evitar cometer novamente os mesmos erros e para
balizar o caminho rumo ao um futuro bem sucedido em todas as áreas. O brocardo
romano “carpe diem” ensina há mais de
20 séculos “aproveite o dia!”.
Atendidas as premissas temporais é
necessário proceder a uma avaliação madura e detalhada da “qualidade de vida”.
A definição de qualidade, neste caso,
tem o sentido de se obter o máximo de benefícios equilibrando harmonicamente as
diversas esferas que a vida proporciona: familiar, profissional, amorosa,
financeira, estética, sexual, educativa, meritória, etc.
Para facilitar esta auto-avaliação, destacamos do monumental trabalho do Prof. Dr. Antonio Rubbo Müller, do Instituto de Ciências Humanas da USP, intitulado Teoria Geral da Organização Humana, as “quatro dimensões da qualidade de vida”:
1) EXISTIR
COM QUALIDADE
Capacidade de perceber a própria missão na vida (quando se consegue responder a pergunta “quem sou eu?”. Ser capaz de integrar as diversas esferas da vida, afetiva, criativa, familiar, etc.
2) QUALIDADE
DE VIVER
Capacidade de identificar seus pontos fortes e fracos. Desenvolver o seu projeto de vida: onde quero chegar, com quem quero chegar, com quanto dinheiro no bolso, por quê e para que?
3)
CONVIVER COM QUALIDADE
A competição exacerbada reduz o homem a sua capacidade de sobrevivência. É preciso resgatar a capacidade de amar, colaborar, transcender. A capacidade de amar não é apenas um sentimento, mas um verbo que indica ação, aquela que nos faz encontrar o outro. Abrir os caminhos da intuição.
4) SERVIR
COM QUALIDADE
Servir com amor, dando valor as necessidades do outro. Permitir o desenvolvimento do potencial das pessoas. Você é cliente de si próprio: faça aos outros, e a você mesmo, somente aquilo de que gosta e jamais o contrário.
Este artigo não é apenas um ensaio
teórico. O próprio autor foi vítima de câncer renal, há 20 anos, no auge de sua
carreira profissional como executivo-chefe da filial brasileira de poderosa
empresa multinacional, devido ao estresse do trabalho cumulado com o da dissolução de seu casamento. Felizmente foi diagnosticado a tempo e
completamente curado. Mas a doença trouxe uma reflexão a respeito da vida que
então levava e mudou completamente o rumo de sua existência. Hoje, aos 70 anos
com indicadores médicos de adolescente, deseja que pessoas de bom senso possam
seguir seus conselhos e evitar o sofrimento pelo qual passou. É fácil quando se
vê de fora, é muito mais difícil quando se vive o problema, mas a verdade é que
a coisa mais importante da vida é fazer um esforço para se SER FELIZ! Michael Winetzki
[1] In “O
livro da pragmágica”, Ferguson, Coleman & Perrin, pg. 140, Ed. Record. 1990
[2] Dr. N.
Reuman, diretor do Commonwealth Câncer Help Program, mesma obra, pg. 142
[3] Drs. J. Jemmott e K. Magloire, in
“Brain Mind Bulletin”, citado na mesma obra, pg. 149
[4] Drs.
Eysenk e Grossarth-Maticek, citado na mesma obra, pgs. 151/152
abril 02, 2021
O CAMINHO DA FELICIDADE (A CABALÁ DA FELICIDADE)
PUBLICADO NA REVISTA COM SHALOM EM FEVEREIRO DE 2005
Érica Alvim Pode parecer pretensão, mas a intenção de Michael Winetzki é realmente nos fazer entender que podemos ser felizes. No entanto, se estranhamos essa proposta, não é porque estamos duvidando da capacidade do autor, mas porque já não acreditamos na nossa capacidade de sermos felizes. Mesmo assim, ler O caminho da felicidade não faria mal nem a mais cética das criaturas porque não encontraremos nele uma defesa formal e declarada de seus objetivos ou de suas idéias. Não é um texto corrido, repleto de argumentos insistentes e repetitivos. É um texto, que defende uma idéia, sim, mas de forma muito peculiar. Histórias que se encontram Herança judaica
Difícil de definir
|