abril 25, 2021

EM HOMENAGEM AOS IRMÃOS PORTUGUESES

 


OS CRAVOS DE ABRIL


Versos em singela homenagem

A um  povo irmão e ordeiro

Lusitanos com amor, coragem,

Dissiparam velho nevoeiro


Disse o canto alvissareiro

Da “Grândula, vila morena”

O refrão tão verdadeiro

“O Povo é quem mais ordena” 

Numa linguagem serena

Com fraternidade, brandura,

Soberania, igualdade plena

Por expressão sem clausura


Acima dos travos de amargura

Bravos com afã, em união,

Com Cravos Vermelhos e ternura

Nas ruas com elã, em aclamação


Vinte e cinco de abril a elisão

Da ditadura em verdade

Marco duma revolução

Social, cultural, à sociedade


E o Trovador da Liberdade

Autor da senha sobranceira

Comemora na eternidade

Sob a sombra da azinheira !


Publicado com a autorizção do poeta-autor Adilson Zotovici

ARLS Chequer Nassif-169







abril 24, 2021

*O DIREITO ASSOCIATIVO NA MAÇONARIA BRASILEIRA* - Wagner Veneziani Costa



        O falecido irmão Wagner Veneziani Costa, diretor da Editora Madras, foi um irmão que apesar de polêmico, sempre se dedicou a divulgar e valorizar a Ordem. A princípio o texto parece um desabafo de alguém descontente com o GOB. Contudo o teor é uma esclarecedora abordagem sobre o direito associativo e as normas internas da Maçonaria Brasileira como instituição social, com CNPJ e subordinada às leis em vigor do Código Civil.


Muitos acusam-me de “alienado de fora da “Ordem””; que, o que sustento, é uma espécie de “profanação” dos nossos augustos mistérios; é uma afronta à organização secular; é ato de terrorismo!

Primeiro, nunca expus nenhum mistério da maçonaria.

Ainda que ache que certos dogmas precisem evoluir para a sociedade pós-industrial – isso para situar em um passado já remoto, posto que no presente vivemos à véspera da era quântica -, do mesmo modo que a Igreja teve vários dogmas revogados, como o de que a terra seria o centro do Universo.

Há incrível confusão entre a Maçonaria e suas Instituições maçônicas (Lojas, Orientes) e isso é fruto do fracasso da nossa escola, cujo tempo de estudo recomendado não deve ultrapassar os 15 minutos.  

Não submetendo as crenças à razão, mormente na escala de conhecimento em que se encontra a humanidade e com os fartos meios de acesso ao conhecimento, grande é a possibilidade de as lendas manterem-se vivas.

Ao traduzir os Evangelhos, Lutero trouxe grande prejuízo às verdades sacras, transmitidas em latim para um povo “analfabeto” (em latim).

A Maçonaria é “filosófica, progressistas e evolucionista”, apregoa!

Ora, como tanta gente evoluída e progressista não consegue submeter certas crenças e valores à crítica da razão prática e entrega-se às crenças seculares?

As tradições seriam mais sedutoras que as verdades “não sabidas”?

A Maçonaria é uma sociedade (humana, para afastar o mal-uso do “profano”; sem nada de sagrado), humanista, progressista e evolucionista.

Importa-se com o homem em sociedade, não levando ninguém para o céu ou condenando ao inferno.

A Instituição maçônica é outra coisa!

É preciso bem distinguir.

A história da maçonaria precisa ser descontaminada das lendas, mormente quanto às suas origens, que as alimenta e servem para ao culto às personalidades nem tão nobres assim, especialmente aqueles que estando no poder cometeram grandes “pecados políticos” – vide as brigas de Bonifácio e Lêdo, por exemplo; pesquisem a vida pública destes baluartes! -.

Os livros de história da Maçonaria, dentro da Maçonaria, carecem de rigor científico.

É nos historiadores “profanos”, homens de ciência, que vamos encontrar a história como ela foi.

A “Maçonaria” não é um Estado, porquanto metafísica, tanto quanto a Religião Católica não o é;

O Vaticano é Estado; a GLUI, não o é! Reconhecimento não é associação.

Como Instituição civil, as Lojas e Grandes Lojas (Oriente é modelo raro, mas não altera a natureza), sujeitam-se às leis do território onde se instalam; sujeitam-se à soberania do 

Estado não possuindo liberdade absoluta para se auto organizarem.

Nenhum Estado convive com a liberdade absoluta principalmente quanto às organizações – que são entes coletivos – sendo que, os fins das associações podem receber vedações à instalação, como ocorre no direito brasileiro – vedada as associações para fins criminosos-.

Ora, se não é absoluta a auto-organização, logo, as “regras” precisam se conformar ao direito posto.

Toda vez que agirem tais Associações contra a ordem, cabe ao Estado, por meio de seu poder Judiciário, conformar as regras internas às suas. 

Ocorre que o Judiciário não se move sem provocação.

Havendo ilegalidade, resta ao lesado ou ameaçado de lesão, o direito subjetivo de ingressar em juízo.

Ora, se é lícita a “inafastabilidade da jurisdição”, logo, não pode tal provocação constituir-se em ilícito ético-disciplinar, como era tido (e crido até hoje pela maioria que não leu o Código Disciplinar atual do GOB) até recentemente. 

Se no interior da Loja, do Oriente ou do Grande Oriente, houver lesão ou ameaça de lesão à direitos, sejam eles estatuários ou “profanos”, a quem recorrer-se senão ao Estado?

Impedido fosse que tal se desse, esta organização estaria fora da ordem jurídica, principalmente por afronta direta à Constituição do Estado ou, seria tal direito de inafastabilidade à jurisdição um direito renunciável?

Onde reside o escândalo das recentes ações judiciais em desfavor do GOB?

Sendo legal, poderia chocar a “moral maçônica”?

Seria um atentado à “soberania” do GOB?

Pode um Estado soberano atentar, i.e., contra os direitos universais do homem sem que a comunidade internacional possa intervir a pretexto de respeitar sua soberania? 

A indignação, daqueles que possuem interesses questionados na Justiça, funda-se na contrariedade dos interesses (deles)! Daqueles que não possuem interesses diretos, que vêm em tais ações uma “profanação” dos segredos – embora os abusos e arbitrariedades sejam fartamente publicados e circulados na rede mundial de computadores (www) e grupos de comunicação (e isso não escandaliza) – pode-se atribuir ao desconhecimento (já apontado). 

A publicidade dos atos judiciais funda-se na proteção dos jurisdicionado contra o abuso do Estado.

A publicidade nas comunidades (particulares) serve mais à condenação pública (no grupo) que ao controle do Ato, mesmo porque, há o Judiciário para controlar toda forma de abuso e as ilegalidades.

Na OAB, por exemplo, preserva-se o nome dos representados.

Fato é que as Instituições maçônicas devem se amoldar às leis brasileiras.

Ora, se o Código Civil dispõe sobre a forma de organização e atribui poderes à Assembleia Geral, não pode o Estatuto dispor de modo diverso. 

O direito associativo ainda é pouco estudado entre nós (brasileiros), não obstante o crescimento das associações civis, daí a carência de doutrina e jurisprudência, mas, estamos construindo as fontes do direito.

Ex positis, devem os membros da comunidade gobiana levantarem-se da caverna dogmática, da crença sem razão e estudar o ordenamento interno sob a ótica do direito. 

Há várias desconformidades que poderão resultar em várias ações declaratórias de nulidade se a Assembleia Geral não deliberar pelas reformas.

De outro, a estrutura político-administrativa deve ser repensada buscando maior democracia, com consequente descentralização de poder; diminuição da burocracia; em tornar o GOB quanto os Orientes estaduais mais úteis às Lojas – onde se pratica a maçonaria – responsáveis pelo pagamento das elevadas contas cobradas das Entidades superiores.

21 de abril é uma boa data para refletirmos sobre a liberdade


abril 23, 2021

O OLHO QUE TUDO VÈ.



        Conhecida também como Franco-maçonaria, está presente na maior parte do mundo. ,. A Maçonaria não é uma religião e exige de seus membros que professem uma fé reliogiosa. Para não criar conflitos o Ser Supremo é denominado como o "Grande Arquiteto do Universo", ou simplesmente G.A.D.U..

      Teve origem nas associações profissionais dos pedreiros-livres da Europa, especialmente nas Ilhas Britâncas durante a Idade Média. Os pedreiros-livres (Free-Masons) eram arquitetos e construtores de igrejas,  palácios e até cidades, que se uniram para preservar seu especializado ofício e defender sua classe profissional. A princípio, somente os artífices desse ofício eram aceitos como membros da Franco-maçonaria. Mais tarde, cerca dos séculos XVI e XVII, foram aceitos antiquários e nobres como membros da organização, que enveredou pelos caminhos do simbolismo. Os trabalhos maçônicos são denominados de "arte real", e realizam o simbólico  "trabalho de pedreiro" no próprio Eu e na edificação do "templo da humanidade", regido pela razão, liberdade, igualdade e fraternidade.

        A Maçonaria se envolve em atividades caritativas e sociais, e teve participação ativa nos movimentos libertários dos últimos séculos, como a independência dos Estados Unidos da América; a Revolução Francesa, cujo lema "Liberdade, Igualdade e Fraternidade" foi adotado pela Ordem e na Inconfidência Mineira, que ostenta o triângulo maçônico como símbolo na bandeira do Estado de Minas Gerais.

        Grandes vultos da história e da política mundial foram maçons notáveis como Voltaire, Mozart, Göethe, Mark Twain, Benjamim Franklin, e George Washington dentre outros. No Brasil, grandes nomes da nossa história pertenceram à Maçonaria como Frei Caneca, , Aleijadinho, Castro Alves, Dom Pedro I, José Bonifácio, Padre Diogo Feijó, José Garibaldi, Duque de Caxias, Bento Gonçalves, Marechal Deodoro da Fonseca, Marechal Floriano, Rui Barbosa, Campos Sales, o Senador Vergueiro e atualmente temos o vice presidente da República General Hamilton Mourão.

        Na história contemporânea recente, grandes personalidades do mundo, políticos de expressão internacional e presidentes dos EUA foram e são membros da Maçonaria. Franklin Roosevelt, Harry Truman, Lyndon Johnson, Gerald Ford, Ronald Reagan e George Bush são apenas alguns exemplos de maçons que chagaram ao topo da pirâmide.

        Dentro dos rituais maçônicos predominam os símbolos e alegorias somente entendidos pelos iniciados. Em alguns ritos são estudados a Cabalá, a numerologia e a geometria que, por força da profissão dos antigos pedreiros-livres era utilizada nas construções. Os números 3 e 5, carregados de simbolismo,  são os pontos de partida para a construção de figuras geométricas como o triângulo e o pentágono.

        O triângulo é a figura geométrica que dá origem à pirâmide e ambos são parte da simbologia maçônica. O triângulo é símbolo da luz. Como o vértice para cima representa o fogo e a virilidade. Com o vértice para baixo representa a água e o sexo feminino. O triângulo eqüilátero é usado como símbolo de ensinamentos maçônicos e representa os três atributos divinos: força, beleza e sabedoria, e também os três reinos: mineral, vegetal e animal.

        O triângulo com um olho no centro representa a onipotência, a onisciência e a onipresença divina; também conhecido como o olho que tudo vê. 

FOGO MAÇONICO - texto de Walter Celso de Lima

 




        O irmão Walter Celso de Lima da ARLS Alvorada da Sabedoria, nº 4285 de Florianópolis e da Academia Catarinense Maçônica de Letras é engenheiro eletrônico, estudou medicina e é professor universitário aposentado, com doutorado e pós doutorado. Lecionou em universidades no Chile, EUA, Japão e Inglaterra. Publicou dezenas de obras, entre livros técnicos e maçônicos e é tido como um dos mais notáveis intelectuais da Ordem no país. Ele autorizou a publicação de seus textos.


        1. Introdução:

        Ao exercer a função de instrutor para as Preleções em nossa Loja (Trabalho de Emulação) deparei-me nas págs. 86 e 87 com o ritual do Fogo Maçônico (Foster, 2016). O mesmo ocorre na edição anterior (Martinez Alonso, 2002). Em outra tradução (Mello, 2010), encontramos o mesmo. No original em inglês (Lewis, 2008), encontramos o mesmo (pag. 58).

        Este fato me ocasionou uma grande questão. O Fogo Maçônico não existe nos rituais do Trabalho de Emulação. Em nenhum grau. Existe Fogo Maçônico nos rituais de banquete dos ritos de origem francesa (REAA, RM, RAd e RB). No ritual de banquete da Maçonaria inglesa (não é do Trabalho de Emulação – The Royal Festive Board – Ceia Festiva Real) não existe o Fogo Maçônico. Mas existe Fogo Maçônico na Maçonaria inglesa, por tradição, independente de rituais. Usa-se para saudar autoridades, num brinde de gala.

        Como compreende-lo? Como será a instrução do Fogo Maçônico?


        2. Origens. História:

        O Dr. Richard Kuerden, também conhecido como Richard Jackson (1623-1690), morador em Preston, Lancashire, descreveu uma celebração do Comerciante de Ouro de Preston: “ ... o prefeito faz um cortejo até a Igreja de Preston, onde são servidas cervejas. Com um copo, o prefeito deseja boa saúde ao Rei, depois à Rainha, à nobreza, e a cada saúde é atendida por uma salva de tiros dos mosqueteiros



                        Fig. 2 – Polícia Militar preparando-se para uma salva de gala de Fogo.

        Outro exemplo do século XVII: em fevereiro de 1694, o capitão de um navio, referiu-se à pratica semelhante. Estando no Castelo de Cape Cost, na costa oeste da África, no jantar, antes de sua partida, tendo seis novos canhões do convés, trazidos para terra, a cada saúde brindada, foi disparada onze tiros,


                                                        Fig. 3 – Fogo de gala na Inglaterra.

        Onze tiros não é o padrão. O padrão depois de 1808, é vinte e um tiros ou três tiros, dados por mosqueteiros ou por canhões. Por que 21 ? Por que 3? Os 21 surgiram ainda no período medieval, quando foram unificadas as celebrações de gala e as celebrações de funeral. O número 21 teria se dado porque, na época, sete tiros era a salva máxima de tiros à bordo, que devia ser respondida 3 vezes pelas fortificações de terra, ou seja, com 21 tiros



                                       Fig. 4 – Salva de gala feita por canhões.

        A razão de 3 tiros, é a mesma porque a Maçonaria usa o número 3. Trata-se de um número perfeito. Há quem diga que se refere às 3 pessoas da Santíssima Trindade, mas isso não é uma razão original. No início do século XVIII, o governo britânico reconheceu o gesto e autorizou a Marinha Real a usar 21 tiros para homenagear membros da Família Real. Depois, essa virou a maneira oficial de se honrar a realeza.



                                                        Fig. 5 – Fogo de gala em Brasília.

        Não se sabe, exatamente, como o Fogo Maçônico começou na Maçonaria. James Anderson (1679-1739) registrou em seu novo livro das Constituições de 1738, que John Theophilus Desaguliers (1683-1744), recém empossado Grão-Mestre, em 24 de junho de 1719, foi saudado com brindes e Fogo Maçônico de mosquetes.


                                                    Fig. 6 – Fogo de gala na Inglaterra.

        Dada a dificuldade de dar tiros de mosquetes em templos maçônicos, os tiros foram substituídos por palmas e o brinde é feito, por 3 vezes, levando a taça (ou copo) à frente, à direita (ombro direito) e à esquerda (ombro esquerdo), seguido da bebida de um gole. O cálice ou copo só se enche antes das três bebidas. Ao final de cada bebida, o cálice ou copo é batido com força na mesa, em uníssono com todos os Irmãos. Este ato é chamado de disparo. Para não quebrar taças ou copos nesta batida, usa-se comumente copos de metal. Segue-se uma salva de três vezes palmas, por 3 vezes.

        3. Considerações Finais:

        Embora o Fogo Maçônico não faça parte dos rituais simbólicos, o Fogo Maçônico é um ato litúrgico chancelado pela tradição britânica. O Fogo Maçônico encontra-se nos rituais de banquetes dos ritos de origem francesa: REAA, RM, RAd e RB




                                                            Fig. 7 – Fogo de gala nos EUA.

        O Fogo Maçônico é usado para saudar autoridades, por brindes e acompanhamento litúrgico.


Fig. 8 – Fogo de gala pelo falecimento do Irmão Principe Philip, Duque de Edimburgo, em 9 de abril de 2021.




BIBLIOGRAFIA:

- ELoI. “The Lectures of the Three Degrees in Craft Masonry”.
Emulation Lodge of Improvement (ELoI) Reprinted Edition. London; Lewis Masonic, 2008.
- Foster, C. V. (trad.), “As Preleções dos Três Graus na Maçonaria Simbólica”. São Paulo: Loja Campos Sales, 2016.
- Marasciulo, M.“Por Que as Salvas Fúnebres e de Gala têm 21 Tiros?” Galileu, 2020.
https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2020/02/por-que-salvas-funebres-e-de-gala-tem-21-tiros.html Acessado em 15.fev.2021.
- Martinez Alonso, S. (trad.).“As Preleções dos Três Graus na Maçonaria Simbólica”. São Paulo: Loja Campos Sales, 2002.
- Melo, L.C. “Preleções dos Três Graus na Arte Maçônica”. São Paulo: ed. LCM, 2010.
- Portilho, G. “Por Que a Salva de Funerais tem 21 tiros?”.Super Interessante,201
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/por-que-a-salva-de-funerais-tem-21-tiros/
Acessado em 15.fev.2021.








abril 22, 2021

BRASÍLIA, O SONHO, A ESPERANÇA, A FÉ.

 

 

        “Só o impossível é digno de ser sonhado” – Abgar Renault

        Muito antes da sua materialização, Brasília foi um sonho de um santo, que, a semelhança de Abraão,  havia vislumbrado um grande lago, aonde uma cidade maravilhosa viria a ser o berço de uma nova civilização, “..quando vierem escavar as minas ocultas no meio destas montanhas, surgirá aqui a terra prometida, vertendo leite e mel. Será uma riqueza inconcebível”...

        JK, transportou ao sonho fé e esperança, e as eternizou nas palavras com que saudava o início da empreitada : “Deste Planalto Central, desta solidão que em breve se tornará o cérebro das decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã de meu país e antevejo esta alvorada com uma fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino”.

        Mais ainda, Juscelino, o sonhador do impossível, cercou-se de um séqüito de artistas-sonhadores que não temiam o absurdo desafio de transformar uma utopia em cidade: Oscar Niemeyer que materializou flores do cerrado em concreto armado, criando formas inéditas na arquitetura; Lúcio Costa, o brasileiro cidadão do mundo que deu asas ao sonho; o calculista poeta, Joaquim Cardozo, que planejou os moldes de ferro, areia e cimento com a mesma delicadeza que esculpia os seus versos, fazendo brotar poesia em forma de edifícios; Athos Bulcão que bordou renda em pedras, e outros tantos que perpetuaram aqui a sua glória em forma de obras

        Muitos outros aderiram ao sonho, e sonhando, com a agudeza de sua inteligência, com força de vontade, com o poder de seus músculos, com trabalho duríssimo, fizeram nascer o grande lago e dele brotar a mais espetacular capital do mundo, cujo símbolo mais marcante, a Catedral, oferenda ao Criador, lembra ou a forma das mãos justapostas em oração, abençoando o espírito visionário de D. Bosco, ou a coroa de espinhos, em memória a miraculosa epopéia, regada de suor e eivada de dor e sacrifícios, que foi a construção de Brasília.

        No dia da inauguração, o cruzeiro da primeira missa do Brasil, rezada por Frei Henrique de Coimbra, trazido de Ouro Preto, é solenemente instalado na empoeirada e gigantesca esplanada, para testemunhar a primeira missa de Brasília, e é saudada com os versos do artista poeta Guilherme de Almeida: Agora, aqui é a encruzilhada tempo-espaço. Caminho que vem do passado e vai ao futuro. Caminho do Norte, do Sul, do Leste e do Oeste. Caminho ao longo dos séculos, caminho ao longo do mundo: aqui e agora todos se cruzam pelo sinal da Santa Cruz”

        O sonho, a fé e a esperança de JK, simbolizados nesta cidade, berço de uma nova civilização, sonhada por um santo e materializada por anjos disfarçados de homens, estão se perdendo porque ela foi tomada de assalto pela pior espécie de ladrões, mentirosos, vigaristas, corruptos e corruptores, vagabundos, preguiçosos, desavergonhados, abusados, imorais e todo tipo de malandros, que zombam do povo brasileiro, enlameiam seu presente, desperdiçam seu futuro e traem os sonhos daqueles que sonharam esta Capital.

        Que o espírito de JK se faça presente  em cada brasileiro honrado e decente, e que os votos desses milhões de brasileiros devolvam Brasília a representantes do povo que, a semelhança de Juscelino e seu séqüito de sonhadores, possam materializar os sonhos do nosso povo, construindo uma grande nação e devolvendo-lhe a fé e a esperança em seu grande, e merecido, destino.

        Cabe a cada brasileiro sonhar o sonho de JK, e construir o país que todos desejamos.

 

PALESTRA NA ARLS GM ANTONIO CALADO 20 - SALVADOR, BA

 


                A convite do caro Irmão Eliton Sampaio, no dia 20 de abril visitei virtualmente a linda cidade de Salvador para realizar a palestra "O caminho da felicidade" na ARLS Grão Mestre Antonio Calado n. 20, da GLEB. Estiveram presentes irmãos de outros estados e, como sempre solicito, a Loja se comprometeu a fazer uma doação de alimentos a instituições de beneficência. Foi uma noite muito agradável e a sessão de perguntas se prolongou mais de uma hora. Agradeço aos irmãos do quadro pela gentil recepção.

            

abril 21, 2021

CHUVA, MAÇONARIA & GOTEIRA - texto de NEWTON AGRELLA





NEWTON AGRELLA é um dos mais renomados intelectuais e autores maçonicos do país. Ele autorizou a publicação de seus excelentes textos.


Numa época de tantas chuvas e tempestades que assolam o País é inevitável fazermos uma ilação com as indefectíveis "goteiras".

E no rastro da "goteira" acabamos nos deparando com uma expressão que no vocabulário maçônico  trata-se de uma  referência  para identificar um profano, que quer se passar por um "franco-maçom".

Estas chuvas tão constantes de alguma forma acabam atraindo  algumas dessas "goteiras" para as diversas Lojas espalhadas pelo país.

Recentemente fomos vítimas de "goteira" em nossa Loja, o qual após devido exame, foi constatado desconhecer procedimentos basilares da Sublime Ordem e com isso foi convidado a se retirar do edifício.

Esse procedimento contudo, deve ser feito com extremo cuidado, zelo e discrição para evitarem-se situações constrangedoras.

Aquele que quer se introduzir numa Loja Maçônica, tentando se passar por um Iniciado em nossos mistérios,  tenta valer-se de alguns toscos artifícios gestuais  ou vocabulares, porém, não raro,  ao serem submetidos ao "Telhamento" seus propósitos caem por terra.

Remetendo-nos à época das guildas e corporações de ofício, na Idade Média -  que serviram como base para o surgimento das Lojas de Ofício e  da Maçonaria Operativa, portadoras dos segredos das artes da construção - seus obreiros protegiam-se dos intrusos valendo-se de expressões como palavras, sinais e toques dentre outras habilidades, que serviam para preservar seus segredos na edificação de seus trabalhos.

Observe que ainda hoje, em nossos rituais, e em especial no R.'.E.'.A.'.A.'. antes da Abertura dos Trabalhos, a primeira providência tomada  é a de se certificar quanto a segurança do Templo, cabendo ao Ir∴ Cobr∴ Ext∴  ,sob determinação do Veneravel Mestre,  verificar se o Templo está coberto, ou seja, se está protegido contra eventuais indiscrições ou bisbilhotices  profanas.

Voltando às chuvas e em especial à figura do "goteira"  compete ao Ir.'. Cobridor Externo submeter o suposto goteira ao 

"Telhamento" - que consiste no ato de cobrir uma construção com telhas, a fim de protegê-la da chuva, das goteiras. 

Ou seja, uma metáfora que enseja um exame para se certificar se o indivíduo é um verdadeiro Maçom ou não.

Desse modo, somente, após a certificação  quanto à segurança do Templo, ou seja, ser declarado que  “o Templo está coberto”,  é que os Trabalhos maçônicos podem ser abertos. 

Apenas a título de curiosidade o termo "goteira" em Português foi uma expressão adaptada do Inglês "eavesdrop" (bisbilhotar / ouvir por de trás da porta).

Como referência bibliográfica e histórica na obra 

“Masonry Dissected” (Maçonaria Dissecada) do inglês Samuel Prichard  o autor revela  em detalhes, a ritualística maçônica.

Observa-se, na referida publicação um trecho com as seguintes perguntas e respostas: “P- Aonde tem assento os Aprendizes mais novos? R- No Norte. P- Qual é a sua função? R- Manter afastados todos os “Eavesdroppers” (bisbilhoteiros). P- Como deve ser castigado um  “Eavesdropper”, se apanhado? R- Deve ser colocado debaixo do beiral, em dias de chuva, até que as goteiras o encharquem.

Assim, no sentido figurado “eavesdrop” é a água que cai em forma de gotas, que goteja, do beiral ou da calha de um telhado, ou seja, uma goteira.

Eis uma contribuição da Chuva, aliada a um episódio maçônico, tão frequentemente flagrado, que denota um aspecto circunstancial da Maçonaria.

,

BRASÍLIA - 61 ANOS

 


Brasília era uma cidade adolescente, de apenas 16 aninhos, quando estive aqui pela primeira vez. Eu fiquei deslumbrado pela audácia da arquitetura e aterrorizado pela amplitude dos espaços, acostumado que estava aos altos e baixos de Petrópolis, onde eu havia estudado e de Santa Tereza no Rio onde residia, cujos horizontes terminavam sempre na próxima fralda de morro.
Mudei-me depois para Campo Grande e no Mato Grosso do Sul o horizonte também se estendia ao infinito e acabei me acostumando com esses amplos espaços.
Voltei a Brasília algumas vezes a trabalho, muito rapidamente, e a cada retorno ela, sorrateiramente, se infiltrava em meu coração. Os espaços verdes e organizados, a extraordinária beleza de seus edifícios, a placidez do Lago Paranoá, o indescritível azul do céu, o multicolorido pôr-do-sol, o alto astral da cidade iam me cativando pouco a pouco.
Quando fui nomeado diretor do SIPRI de MS (orgão do MRE de promoção de comércio internacional) acabei por ficar duas vezes por algumas semanas no Instituto Israel Pinheiro, uma das mais lindas propriedades de Brasília (e do Brasil também) e acabei por me apaixonar completamente pela cidade. Prometi a mim mesmo, sentado a beira do lago: - um dia eu virei morar aqui.
Poucos anos depois tive a chance de instalar em Brasília o escritório brasileiro da Card Guard Scientific Survival e o meu recôndito desejo se realizou. Em cerca de vinte e quatro anos em Brasília e no seu entorno, em Valparaíso, desfrutei de tudo que esta maravilhosa cidade tem a oferecer. A cidade parece fria e distante a primeira vista, mas como os amores de romance tem que ser conquistada aos poucos, e a medida que se revelam os seus segredos nosso amor por ela aumenta.
Ela também me presenteou com a minha amada mais amada, a Alice Ribeiro, esposa, companheira, parceira de momentos bons e difíceis, luz de minha vida.
Envelhecemos juntos a cidade e eu. Tenho 10 anos a mais do que Brasilia, e tanto em mim quanto nela aparecem coisas indesejadas. Eu adquiri diabetes e hipertensão e ela um triste desgoverno, violência urbana, buracos nas ruas, saúde pública em crise. Mas apesar das marcas do tempo continua linda, poderosa, cheia de promessas, aguardando apenas um governo que a ame mais do que a seu próprio bolso para coloca-la outra vez em ordem. Tenho confiança que a cidade irá receber o respeito e o cuidado que ela merece.
Esse é o presente que eu lhe desejo nos seus 61 anos. Parabéns Brasília. Eu a amo.

abril 20, 2021

PALESTRA NA ARLS GRÃO MESTRE ANTONIO CALADO


 

CONHEÇA OS RITOS MAÇONICOS - MEMPHIS-MISRAIM E BRASILEIRO

   


RITOS MAÇÔNICOS

Denomina-se de rito maçônico um conjunto sistemático de cerimônias e ensinamentos maçônicos. Esses variam de acordo com o período histórico, conotação, objetivo e temática dada pelo seu criador; muitos ritos existiram por breves períodos de tempo e foram extintos, muitos mantém suas tradições inalteradas até hoje, estima-se que ao longo da historia tenha existido mais de 140 ritos diferentes, os ritos hoje mais difundidos no mundo são: O rito de York, O rito Escocês Antigo e Aceito, O rito Francês ou Moderno, O rito Schröeder, O Rito de Memphis-Misraim. No Brasil se exercem todos esses, mas se destacam também o Rito Brasileiro e o Rito Adonhiramita.

RITO DE MEMPHIS-MISRAIM

Esta Obediência Maçônica, que celebrou seu bicentenário em 1988, surgiu quando os dois Ritos, de Memphis e de Misraim, foram reunidos em 1881, por Giuseppe Garibaldi, que se tornou seu primeiro Grão-Mestre. O Rito de Misraim foi fundado em Veneza em 1788. Sua filiação veio através de Cagliostro, que o erigiu com os Graus Menores da Grande Loja da Inglaterra e os Altos Graus da Maçonaria Templária Alemã. O Rito de Memphis foi constituído em Montauban em 1815, por Franco-maçons que tomaram parte na Missão do Egito, com Napoleão Bonaparte, em 1799. A estes dois Ritos foram adicionados os Graus Iniciáticos que vieram de Obediências Esotéricas do século XVIII: o Rito Primitivo, o Rito dos Philadelphos, entre outros.

O Rito de Misraim

A primeira menção ao Rito foi feita em Veneza em 1788. Ele se difundiu rapidamente em Milão, Gênova e Nápoles e apareceu na França com Michel Bedarride, que recebeu o Grão-mestrado em 1810, em Nápoles, do Irmão De Lasalle. De 1810 a 1813 os três Irmãos Bedarride desenvolveram o Rito em França, de certa forma sob a proteção do Rito Escocês. Ilustres Maçons pertenceram a ele, como o Conde Muraire, Soberano Grande Comendador do Rito Escocês Antigo e Aceito, entre outros.

O Rito de Memphis

A maioria dos membros que acompanharam Bonaparte na Missão do Egito eram Maçons pertencentes a antigos Ritos iniciáticos: Philalètes, Irmãos Africanos, Rito Primitivo e Grande Oriente de França. Tendo descoberto no Cairo uma sobrevivência gnóstico-hermética e no Líbano a Maçonaria drusa, que Gérard de Nerval também encontrou, remontando à Maçonaria "operativa" que acompanhava os seus protetores, os Templários, os Irmãos da Missão do Egito decidiram renunciar à filiação maçônica vinda da Grande Loja da Inglaterra. E assim nasceu o Rito de Memphis em 1815, em Montauban, sob a direção de Samuel Honis e Marconis de Negre, com numerosas Lojas no exterior e personalidades ilustres em suas fileiras, como Louis Blanc e Giuseppe Garibaldi, que em breve se tornaria o unificador de Memphis e de Misraim.

O Rito de Memphis-Misraim

Os Ritos de Memphis e Misraim, até 1881, seguiam rotas paralelas e concertadas no mesmo clima particular. Os Ritos começaram então a agrupar Maçons interessados no estudo do simbolismo esotérico da Maçonaria, gnose, cabala e até mesmo o hermetismo e o ocultismo. O Rito de Memphis-Misraim perpetua sua Tradição na fidelidade aos princípios de liberdade democrática e das ciências iniciáticas. Alguns outros ritos derivaram da formulação original do rito de Menphis e Miram. Mênphis ou Oriental: Foi introduzido em Marselha(França) pelos Maçons Marconis de Négre e Mouret, no ano de 1838; esse rito dirige seus ensinamentos como o de Mizraim para a tradição Egípcia, compões-se de 92 graus, dividido em 3 séries. Mênphis-Mizraim: Rito criado com a reunião dos ritos de Mênphis e Mizraim em 1899 no Grande Oriente da França. Soberano Santuário: Termo específico do Rito de Memphis-Misraim. É a Direção do Rito como um todo, seguindo antigas Tradições. Mizraim-Mênphis: Rito criado com a reunião dos dois ritos, com conotação mais voltada ao Mizraim.

O RITO BRASILEIRO

Alguns estudiosos falam de sua instalação em 1864 no Estado de Pernambuco, com o nome de Maçonaria Especial do Rito Brasileiro. Oficialmente tem-se a data de 23 de dezembro de 1944 como de sua criação, através do Decreto nº 500 do Soberano Grão-Mestre Lauro Sodré. Dos diversos ritos praticados pela Maçonaria Regular, em todos os recantos da Terra, o Rito Brasileiro é um deles. O Rito Brasileiro há muito tempo é Regular, Legal e Legítimo. Acata os Landmarks e os demais princípios tradicionais da Maçonaria, podendo ser praticado em qualquer país.

Teria sido o embrião do Rito Brasileiro o apelo feito por um irmão Lusitano, um Cavaleiro Rosa Cruz, no ano de 1864, dirigido aos Orientes Lusitano e Brasil, no sentido de que fosse criado um Rito novo e independente, mantendo os três graus simbólicos, de acordo com a tradição maçônica, comum a todos os ritos e, os demais, altos graus, fossem diferenciados com características nacionais. Em 1878, em Recife surgiu a Constituição da Maçonaria do Especial Rito Brasileiro com aval de 838 obreiros, presidido pelo comerciante José Firmo Xavier, para as Casas do Circulo do Grande Oriente de Pernambuco; Esta Constituição era Maçonicamente totalmente irregular, pois a mesma além de se assentar sob os auspícios de sua Majestade Imperial Dom Pedro II, Imperador do Brasil, da Família Imperial e sua Santidade Sumo Pontífice o Papa, nela estava incluído vários preceitos negativos, como por exemplo: A admissão somente de Brasileiros natos, e em seu artigo quarto afirmava que uma das finalidades do Rito era defender a Religião Católica e sustentar a Monarquia Brasileira. Evidentemente o Rito não prosperou, pois era Irregular.

Atualmente o Rito Brasileiro é uma realidade vitoriosa. Possui organização e doutrina bem estruturada, que muito se diferencia da organização e doutrina incipientemente propostas ao longo de sua história. Solidamente constituído é praticado por mais de 150 Oficinas Simbólicas distribuídas por quase todas as unidades da Federação.



abril 19, 2021

CONHEÇA OS RITOS MAÇONICOS - FRANCÊS OU MODERNO E SCHRÖEDER:

 



RITOS MAÇÔNICOS

Denomina-se de rito maçônico um conjunto sistemático de cerimônias e ensinamentos maçônicos. Esses variam de acordo com o período histórico, conotação, objetivo e temática dada pelo seu criador; muitos ritos existiram por breves períodos de tempo e foram extintos, muitos mantém suas tradições inalteradas até hoje, estima-se que ao longo da historia tenha existido mais de 140 ritos diferentes, os ritos hoje mais difundidos no mundo são: O rito de York, O rito Escocês Antigo e Aceito, O rito Francês ou Moderno, O rito Schröeder, O Rito de Memphis-Misraim. No Brasil se exercem todos esses, mas se destacam também o Rito Brasileiro e o Rito Adonhiramita.

RITO FRANCÊS OU MODERNO

A história deste rito se inicia em 1774, com a nomeação de uma comissão para se reduzir os graus, deixando apenas os simbólicos. No princípio houve uma forte oposição, então a comissão decidiu deixar quatro dos principais graus filosóficos. Com o decorrer do tempo, lojas adotaram o rito e hoje em dia é muito praticado na França e nos países, que estiveram sob sua influência.

O rito, embora criado sob moldes racionais, seguia a orientação dos demais, em matéria doutrinária e filosófica, baseada, entretanto, na primitiva Constituição de Anderson, com tinturas deístas, mas largamente tolerante, no que concerne à religião. Em 1815, ocorreria a regressão dogmática, que tanto influiria nos destinos da Maçonaria francesa: a Grande Loja Unida da Inglaterra, que surgira em 1813, da fusão da Grande Loja dos "Modernos" (de 1717) e a dos autodenominados "Antigos", de 1751, alterava a primitiva Constituição de Anderson, tornando-a absolutamente dogmática e impositiva. Ou seja: ao liberalismo e à tolerância da original compilação de Anderson, foram sobrepostos os teísmo pessoal, o dogmatismo e a imposição, incompatíveis com a liberdade de pensamento e de consciência.

Apesar disso, quando o Grande Oriente promulgou, em 1839, seus primeiros "Estatutos e Regulamentos Gerais da Ordem", estes conservavam o melhor da tradição da Maçonaria dos Aceitos, dentro do espírito da original Constituição de Anderson, de 1723. Em 1872, depois de estudos iniciados em 1867, o Grande Oriente da Bélgica suprimia, de seus rituais, a invocação do G.'.A.'.D.'.U.'.. Essa resolução aboliu a invocação, mas não a fórmula do G.'.A.'.D.'.U.'., como freqüentemente se afirma. Era a tolerância, elevada ao máximo, que motivava o Grande Oriente a rejeitar qualquer afirmação dogmática, na concretização do respeito à liberdade de consciência e ao livre arbítrio de todos os maçons.

O Grande Oriente e a Grande Loja da França, porém, doutrinariamente, continuam a manter a fidelidade àqueles antigos usos, relativos ao respeito à liberdade absoluta de consciência. A Maçonaria francesa, tendo muitos aristocratas em seus quadros, embora seu maior contingente fosse da burguesia, que faria a revolta, ao implantar o uso de espadas em Loja, pretendia mostrar que ali todos eram iguais, não havendo nobres ou plebeus, ricos ou pobres, ficando, as ainda inevitáveis diferenças sociais e econômicas para lá do limite dos templos. O Rito Moderno, hoje, o único fiel ao texto original das Constituições de Anderson (1723), que traduziam os antigos usos e costumes da Maçonaria e que se tornaram o instrumento jurídico básico da moderna Maçonaria.

RITO SCHRÖEDER:

Criado por Frederick Louis Schoröeder, em 1766 na Alemanha, com a idéia de a Maçonaria conter apenas as suas características fundamentais iniciais, sem nenhum acréscimo. Estudou muito as origens maçônicas para compor este rito. Os Rituais de Schröder foram aprovados em 1801 pela Assembléia dos Veneráveis Mestres da Grande Loja de Hamburgo, Alemanha, sendo praticados por alemães e seus descendentes em diversos países. No Brasil, com a colonização germânica no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, o Rito estabeleceu-se inicialmente no idioma Alemão. Mais tarde foi traduzido para o Português e hoje é reconhecido pelas Grandes Lojas Estaduais- CMSB, pelo G. O. B. e pelos Grandes Orientes Estaduais Independentes - COMAB.

O Ir.'. Schröder entendia a Maçonaria como uma união de virtudes e não, uma sociedade esotérica. Por isso, enfatizou no seu Ritual o ensinamento dos valores morais e a difusão do puro espírito humanístico, dentro do verdadeiro amor fraternal. Preservando a importância dos símbolos e resgatando o princípio que afirma ser "a verdadeira Maçonaria a dos Três Graus de São João". Pelo seu trabalho e exemplo, o Ir.'. Schröder é venerado e respeitado hoje, como no passado, sendo homenageado pelas antigas Lojas alemãs e por Lojas e Irmãos de todo o mundo. O Rito Schröder apresentou expressivo crescimento a partir de 1995, quando havia cerca de 14 Lojas no Brasil. Por utilizar um Templo simples, com poucos paramentos e cargos, torna-se muito mais fácil "trabalhar" em uma Oficina Schröder. Tudo isso contribui para aumentar o número de Oficinas que adotam o Rito. Atento a este movimento, o G. O. B. criou em 1999 o cargo de Grande Secretário Geral de Orientação Ritualística-Adjunto para o Rito Schröder, não por acaso, ocupado por um dos integrantes do Colégio de Estudos.

Alguns aspectos principais chamam a atenção de todos os Irmãos que entram em contato com o Rito: a simplicidade da Liturgia, que em nada diminui sua beleza e profundidade; as palavras amáveis do V.M. ao iniciando e aos Irmãos; a valorização das qualidades morais do homem; o estímulo ao autoconhecimento.



abril 18, 2021

CONHEÇA OS RITOS MAÇONICOS - YORK E REAA


 RITOS MAÇÔNICOS

Denomina-se de rito maçônico um conjunto sistemático de cerimônias e ensinamentos maçônicos. Esses variam de acordo com o período histórico, conotação, objetivo e temática dada pelo seu criador; muitos ritos existiram por breves períodos de tempo e foram extintos, muitos mantém suas tradições inalteradas até hoje, estima-se que ao longo da historia tenham existido mais de 140 ritos diferentes, os ritos mais difundidos no mundo atualmente são: O rito de York, O rito Escocês Antigo e Aceito, O rito Francês ou Moderno, O rito Schröeder, O Rito de Memphis-Misraim. No Brasil se exercem todos esses, mas se destacam também o Rito Brasileiro e o Rito Adonhiramita.

RITO DE YORK

Acredita-se ter sido criado por volta de 1743. Foi levado à Inglaterra por volta de 1777. Inicialmente foi composto de quatro graus, hoje possui 13 e atualmente é o rito mais difundido no mundo. Até 1744 possuía apenas os três graus simbólicos, quando foram introduzidos vários graus filosóficos. Em 1813 reestruturou-se o Rito com 03 graus simbólicos mais um grau filosófico o ROYAL ARCH. A data dessa unificação foi 27 de dezembro de 1813, dia de São João Evangelista.

No Brasil dizemos Rito de York ao sistema maçônico que segue estritamente as práticas inglesas, de um modo particular observando-se as cerimônias tradicionais que recebem o nome geral de Emulation working ("trabalhos de Emulação"). Emulação é o sentimento que nos estimula a superar algo, a sermos perfeitos. Em 1813, ao se unirem Antigos e Modernos, na solene afirmativa do Act of Union foi dito, e até hoje é mantido como declaração preliminar no livro das Constituições da Grande Loja Unida da Inglaterra, que "a pura e Antiga Maçonaria consiste de três graus e não mais, a saber, os de Aprendiz Registrado, Companheiro do Ofício e Mestre Maçom, incluindo a Suprema Ordem do Santo Real Arco.

Fica desse modo bastante claro que, conforme os princípios ingleses (ou pelo menos da Grande Loja Unida), embora a complexa existência de círculos ou ordens além do grau três, tais manifestações não são consideradas como puras, nem o Arco Real é tido como um grau extra, mas sim uma Ordem incluída nos três graus a que se reduz a dita pura Antiga Maçonaria. Paradigma estranho aos brasileiros, à medida que estamos acostumados às diversas escalas da carreira maçônica ou graus, assim, por exemplo, os prestigiosos 33 graus do Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA).

RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO

Derivou-se do Rito de Heredon. Em 1º de maio de 1786 foram fixadas as regras e seus fundamentos, composto até hoje de 33 graus. Atualmente é o rito mais difundido nos países latinos. A origem do rito escocês antigo e aceito está diretamente ligada as Cruzadas. Devia fazer-se sentir, não só entre os artífices, mas ainda entre os nobres que também conheceram na Palestina, formas de associações novas e, uma vez de volta a Europa constituíram Ordens, semelhantes às do Oriente, nas quais admitiram logo outros iniciados. É assim que em 1196, fundou-se na Escócia a "Ordem dos Cavaleiros do Oriente", cujos membros tinham como ornamento uma cruz entrelaçada por quatro rosas. Dizem que essa Ordem trazida da Terra Senta, pelo ano de 1188 da Era Cristã, da qual o rei Eduardo I da Inglaterra.

O Rito Escocês Antigo e Aceito resolveu definitivamente o problema que tinha por objetivo conservar na Maçonaria os ensinamentos filosóficos que, há séculos, se agruparam em torno do pensamento primitivo e simples, em que a Maçonaria está estabelecida. Cada iniciação evoca a lembrança de uma religião, de uma escola, ou de alguma instituição da Antigüidade. Estão em primeiro lugar as doutrinas judaicas. Vêem em seguida os ensinamentos baseados no cristianismo e representados, sobretudo pelos Rosacruzes, esses audazes naturalistas que foram os pais do método de observação e procura da verdade, de onde saiu a ciência moderna. Portanto, as iniciações do Escocismo reportam-se aos Templários, esses cavaleiros hospitalares e filósofos nos quais os maçons dos Altos Graus glorificam a liberdade do pensamento corajosamente praticada numa época de terrorismo sacerdotal.



abril 17, 2021

MAÇONS ILUSTRES COM AS LETRA A e B

 Ademar de Barros - médico e político ( Governador de Estado  de SP)

Altino Arantes - político ( Presidente de Estado )

Afonso Celso ( Visconde de Ouro Preto ) - estadista

Albuquerque Lins - político (presidente de Estado)

Alcindo Guanabara - político e jornalista

Alvarenga - cantor popular (em dupla com Ranchinho)

Amadeu Amaral - escritor

Américo Brasiliense - republicano histórico (Presidente de Estado)

Américo de Campos - diplomata e jornalista

Antonio Bento - abolicionista

Antonio Carlos Ribeiro de Andrada - diplomata e jornalista

Antonio Carlos Ribeiro de Andrada III - político (Presidente de Estado)

Aristides Lobo - republicano histórico

Arrelia - artista circense

Arruda Câmara - naturalista e frade carmelita

Azeredo Coutinho - bispo, precursor da independência

Barão do Rio Branco - historiador e diplomata

Barão de Itamaracá - médico, poeta e diplomata

Barão de Jaceguai - almirante, escritor e diplomata

Barão de Ramalho - abolicionista e republicano

Barão do Triunfo - militar

Basílio da Gama - político

Benedito Tolosa - médico e professor

Benjamin Constant - militar, professor e político ( "o pai da República" )

Benjamin Sodré - almirante e político

Bento Gonçalves - líder da revolução farroupilha

Bernardino de Campos - republicano histórico ( Presidente de Estado )

Bob Nelson - cantor popular

a