junho 01, 2021

TUTMÉS III E O MISTÉRIO - Kristie E. Knutson, SRC




Contribuição do Ir. Redaelli de P. Alegre, RS.

Como sabemos, a Ordem Rosacruz é uma Ordem mística e iniciática. Não nos surpreende o fato de as raízes de sua rica herança remontarem a um acontecimento singular que se encontra entre as primeiras experiências místicas registradas na história.

Nos tempos do antigo Egito, os sistemas social, econômico e político estavam estreitamente ligados numa estrutura religiosa altamente desenvolvida. Entendia-se que o Faraó não era apenas o regente político do país, mas também um deus encarnado, a presença viva de Hórus na Terra.

Por isso, como se pode imaginar, o processo de seleção de cada Faraó era muito complicado, misturando um ritual religioso complexo com uma intensa intriga política. Tradições muito antigas entendiam que o Faraó era escolhido pelos deuses. Mas existem evidências sugerindo que, na verdade, o processo era muito mais mundano com facções políticas seculares influenciando a escolha final.

Foi neste rico clima político e reli­gioso, quase 3.500 anos atrás, que os rituais fúnebres solenes para o Faraó Tutmés II foram realizados, e o procedimento extremamente formal para a seleção de seu sucessor foi iniciado.

Naquele momento, no dia do equinócio da primavera, uma festa especial aconteceu no Templo de Amon – templo este que faz parte do Grande Templo de Karnak em Tebas. Como era de costume, entre aqueles que assistiam à cerimônia estava um grande número de sacerdotes e membros da família real. Um desses membros, um humilde sacerdote, assistia ao desenrolar do ritual com grande interesse e fascinação.

A escolha do faraó

Sentado na ala norte do Grande Templo, seu olhar acompanhava o Sumo Sacerdote em seu deslocamento lento ao redor da sala hipóstila, levando uma imagem simbólica do deus Amon. À medida que se deslocava, o Hm-Ntr – ou Sumo Sacerdote fixava ritualisticamente o olhar no rosto de cada um dos presentes procurando por aquele a quem os deuses tinham conferido o cargo de Faraó. Repetidamente, após fitar atentamente os olhos de pessoa por pessoa, ele balançava a cabeça sinalizando que não tinha encontrado o escolhido.

Então, de repente, algo inesperado e chocante aconteceu. O Sumo Sacerdote preteriu o membro da família real que era o herdeiro legítimo ao trono! Enquanto os que assistiam cochichavam confusos, o Sumo Sacerdote continuou sua busca até chegar ao sacerdote humilde, o irmão que todos achavam que deve­ria ser o próximo Faraó.

Fitando-o profunda­mente nos olhos, o Sumo Sacerdote soube que ali estava finalmente o homem que procurava!

Tendo encontrado, o Sumo Sacerdote colocou a imagem de Amon aos pés do perplexo sacerdote que passou a se chamar Tutmés III dando a entender que ele tinha sido escolhido pelos deuses dentre todos os outros para ser o Faraó. E quando Tutmés III lentamente se colocou de pé, reconhecendo a indicação, todos os que estavam ali reunidos lhe fizeram uma grande aclamação.

Esse acontecimento arrebatador marcou-o de forma tão vívida que, anos depois, Tutmés III mandou esculpir nas paredes do templo o que havia experienciado durante aquela cerimônia.

Segundo o que está escrito, ele foi totalmente arrebatado pela ação inesperada do Sumo Sacerdote. Quando a imagem de Amon foi colocada a seus pés, Tutmés III relatou que se sentiu “elevado”, como se seus pés não mais tocassem o chão e como se ele tivesse ascendido aos céus. Relatou que foi durante esta harmonização que Deus de fato lhe conferiu o cargo de Faraó e solenemente o encarregou de servir a seu povo. Tão divina foi sua ordenação que Tutmés III quebrou mais uma vez a tradição e decidiu não fazer a viagem simbólica a Heliópolis para a coroação formal no Templo do Sol, como era de costume.

Essa notável experiência iniciática marcou o início do extraordinário reinado de 54 anos do Faraó Tutmés III – e também influenciou profundamente o estilo e a direção de seus anos de serviço.

A Escola de Mistério

No início de seu reinado, os pensadores mais avançados da época – os verdadeiros filósofos, sábios e estudiosos – tinham o hábito de se reunir informalmente na residência do Faraó para discutir as doutrinas místicas ensinadas pelos antecessores de Tutmés. Nessas discussões, ficou claro para Tutmés III que o desenvolvimento do pensamento místico seria conseguido mais facilmente e permanentemente se fosse criado algum tipo de escola de filosofia formal, no qual estudantes sinceros pudessem desenvolver a disciplina interior necessária para explorar princípios místicos e para aprender a colocá-los em prática.

Sabendo que as condições políticas e econômicas de seu país exigiam que as formas externas de religião fossem mantidas, Tutmés III foi levado a desenvolver secretamente tradições que constituíram uma base firme para o crescimento místico posterior desencadeado pelo Faraó Akhenaton, e cultivado pelas gerações subsequentes.

Então, Tutmés III colocou em prática a ideia que tinha tido por inspiração. Segundo alguns registros, na quinta-feira, 1º de abril de 1489 a.C., foi realizada uma reunião para se criar formalmente uma “escola de mistério” secreta dedicada ao estudo e à aplicação dos misteriosos e maravilhosos princípios e das leis da natureza. Tutmés III decretou regras e modos de procedimento bem definidos para esta escola, e tudo isso foi repassado até os tempos modernos na forma das tradições da atual Ordem Rosacruz, AMORC.

Chamado de várias formas – “ele”, “a fraternidade”, ou “o conselho” – este grupo não era rosacruz no sentido que esta palavra tem em nossa Ordem atualmente. Mas a Ordem Rosacruz, AMORC tem suas raízes tradicionais nessa antiga fraternidade. E deriva seus princípios e objetivos da organização que foi instituída inicialmente pelo Faraó Tutmés III.

De fato, uma das mais importantes tradições rosacruzes que foi transmitida dos tempos antigos até hoje é a dependência do verdadeiro estudante da experiência iniciática. Os ensinamentos rosacruzes enfatizam que a compreensão e a iluminação não provêm de outras fontes que não da experiência iniciática interior.

A Iniciação é aquele momento em que a consciência do estudante muda quando um fluxo inundante de inspiração e compreensão muda para sempre a forma como o estudante entende e experiencia a vida. A experiência da Iniciação é um dom maravilhoso que, como Tutmés III descobriu, pode chegar nos momentos mais inesperados e das formas mais inesperadas. Certamente, o ritual ajuda a criar uma atmosfera que conduz a essa manifestação. Mas não é apenas o ritual que a desencadeia. Na verdade, é o Mestre Interior que, percebendo a prontidão do aspirante, permite uma ressurgência de sabedoria e um profundo sentimento de conexão.

É através desse processo iniciático que experienciamos uma comunhão cada vez mais profunda com o Mestre Interior. Às vezes, os momentos de comunhão são profundamente comoventes, como o que aconteceu com Tutmés III e, às vezes, são mais sutis um murmúrio suave do Eu Interior.

No entanto, todos esses contatos místicos trazem consigo um despertar espiritual maior, mais tolerância, e uma criatividade que resolve problemas e encara desafios. Trazem consigo o amor incondicional que envolve o mundo todo. É nessas experiências que descobrimos, como aconteceu com Tutmés III, as sementes da nossa grandeza, o sentido do propósito divino que dá significado e direção às nossas vidas.

O mistério da Iniciação abre portas internas para a Luz, para a Vida e para o Amor, que são as grandes dádivas da Ordem Rosacruz para a humanidade.

maio 31, 2021

O GRAU DE COMPANHEIRO - José Castellani



Excerto do livro *Liturgia e Ritualística do Grau de Companheiro Maçom (em todos os Ritos)* - Irm.’.José Castellani

História e doutrinariamente, o Grau de Companheiro é o mais importante da Maçonaria, sem qualquer sombra de dúvidas, pois ele sempre representou o fim da escalada iniciática e profissional, nas confrarias de artesãos, que floresceram, principalmente, na Idade Média e que ficaram sendo conhecidas como Maçonaria de Ofício, ou Operativa.

Na realidade, tanto na Maçonaria de Ofício, como nos primórdios da Maçonaria dos Aceitos (dita Especulativa), quando as Oficinas operativas passaram a aceitar elementos não ligados à arte de construir, só existiam os Aprendizes e os Companheiros, sendo que estes representavam o ápice da iniciação profissional. Entre os Companheiros, era escolhido, geralmente, o mais experiente, ou com maior capacidade de liderança, para ser o Mestre da construção e dirigir os trabalhos. O Grau de Mestre só seria introduzido em 1738, mais de vinte anos após a implantação do sistema obediencial (com a fundação da Grande Loja de Londres em 1717).

Historicamente, ele é, portanto, o mais legítimo grau maçônico, por mostrar o obreiro já totalmente formado, profissionalmente.. Não se justifica, assim, a pouca relevância que se dá a esse grau, na atualidade, com maçons considerando-o um simples grau intermediário, ou um trampolim para o mestrado, pois não pode ser considerado um maçom completo, aquele que não conhecer, profundamente, o grau de Companheiro.

Esse conhecimento, todavia, é praticamente inexistente, pois a maioria das Lojas (salvo raras e honrosas exceções, em algumas Obediências) não realiza, regularmente, sessões Econômicas e de Instrução do 2º grau, limitando-se às pouquíssimas sessões de elevação de Aprendizes ao grau de Companheiro, feitas, geralmente,  a “toque de caixa” e sem permitir que os maçons colados no grau 2 tomem conhecimento mais profundo da ritualística, da liturgia, da história e das implicações alquímicas e cabalísticas inerentes ao seu grau. Para sanar essas falhas, todas as Obediências deveriam exigir que as Lojas a elas jurisdicionadas promovessem, mensalmente, uma sessão do grau de Companheiro (e também uma do grau de Mestre, que, igualmente, não costuma ter sessões periódicas).

Mostrar a importância fundamental do grau de Companheiro Maçom, dedicado à exaltação do Trabalho, em todas as suas formas, e contribuir, um pouco, para que seja melhor conhecida a sua verdaeira ritualística e a influência das associações medievais no seu ritualismo especulativo, em todos os principais ritos, é a finalidade desta obra de pesquisa.


Interessados contatar o Irm.’. Almir no hatsApp (21) 99568-1350

maio 30, 2021

A RAZOÁVEL IDÉIA DE RAZÃO NA MAÇONARIA - Reinaldo de Freitas Lopes


Um infinito pensamento de como eu vejo a maçonaria nos dias atuais , indivisivelmente e incapaz de ser absorvida a sua essência major e preponderante .

Ainda no século XVIII, a Maçonaria chegava à América portuguesa, acompanhada de seus opositores, que acusavam seus membros de incitarem complôs, atos maldosos e sedições, mesmo tendo em vista que o segundo ordenamento das Constituições de Anderson proibisse os maçons de se envolverem em conspirações .

A seguir a admoestação escrita e catalogada em uma das mais importantes bases de uma instituição maçônica regular:

“Um Maçom é uma Pessoa pacífica perante os Poderes Civis, onde quer que resida ou trabalhe, e jamais deverá se envolver em conjuras ou conspirações contra a Paz e o bem-estar da nação, nem faltar a seus deveres perante os magistrados inferiores”

*(CONSTITUIÇÃO DE ANDERSON)*.

Apesar dessa exigência colocada por Anderson, em acordo com Jean Théophile Desaguliers, no século seguinte essas imagens ligadas a ideia de complô ganharam força, incitadas pela produção e circulação de textos antimaçônicos ainda nos seus primórdios como organizaçã oefetiva e centralizada, a Maçonaria já levara o papa clemente XII a emitir em 1738 a Constituição Apostólica *In Eminentia postolatus specula* , a primeira condenação católica formal à Maçonaria, motivado pelo incentivo que esta dava à reunião de homens de diferentes credos e pela manutenção de segredos entre maçons – mas isso não foi uma novidade, pois governos europeus já haviam feito o mesmo na Holanda,em Genebra, na França, na Suécia e em Hamburgo.

Tal proibição foi reiterada em 1751, pela bula papal *providas romanorum pontificum*, de Benedito XIV.

Em Portugal, suspeitos de heresia, os maçons eram acusados de serem maus católicos e maus vassalos e deveriam ser denunciados à Santa Inquisição .

*O que maçonaria significa para mim*.

Por Reverendo Dr. Norman Vincent Peale, - 33o.

A maçonaria não é uma religião, porém, na minha experiência, os maçons são predominantemente homens religiosos e, em sua maior parte, da fé cristã. Através da Maçonaria, no entanto, tive a oportunidade de compartilhar o pão com homens bons, além da minha fé cristã. A Maçonaria não promove nenhum credo religioso. Todos os maçons acreditam na Deidade, sem  reservas. No entanto, a Maçonaria não faz exigências sobre como um membro deve pensar no Grande Arquiteto do Universo.

A Maçonaria é, para todos os seus membros, um suplemento à vida boa, que elevou a vida de milhões de pessoas que entraram em suas portas. Embora não seja uma religião, como tal, ela complementa a fé em Deus, o Criador. É o apoio da moral e da virtude.

A maçonaria não tem dogma nem teologia. Não oferece sacramentos. Ensina que é importante para cada homem ter uma religião de sua própria escolha e ser fiel a ela em pensamento e ação. Como resultado homens de 4 diferentes religiões podem se encontrar em comunhão e fraternidade sob a paternidade de Deus. Eu acho que um bom Maçom se torna ainda mais fiel aos princípios de sua fé, por sua participação na Loja.

Conclusões:

O acirramento do conflito entre Igreja e Maçonaria pode ser reconstruído a partir do advento da chamada Maçonaria Especulativa de cunho iluminista, iniciado no século XVIII, rumo a criação de uma organização filosófico-racionalista, com base nos antigos mistérios e harmonizada com as religiões monoteístas de seus integrantes.

Por sua vez, poderíamos concluir também que a polissemia da simbologia maçônica é menos uma fuga fácil de disputas e discussões religiosas dentro das Lojas, do que uma forma eficaz, racional e libertária de incorporação dessas mais variadas crenças e filosofias, fornecida pela pluralidade de interpretações possíveis aos seus símbolos e narrativas simbólicas. A famosa inscrição do Templo de Delfos, na Grécia Antiga, Conhece-te a ti mesmo, muitas vezes atribuída a Sócrates, é um exemplo paradigmático do pensamento clássico antigo e está associada ao enaltecimento da razão e do movimento filosófico e intelectual de autodepuração do indivíduo. Ela é também o título da Introdução da Carta Encíclica sobre as relações entre fé e razão, do papa João Paulo II – lembrando que, aqui, a visada católica se justifica pela busca da verdade plena, que somente pode ser manifestada por Deus (PAULO II, 1999, p. 8).Nesse documento, o papa esclarece que a crença na verdade revelada pela fé está além da compreensão humana, o que a torna dogmática e inquestionável.

Podemos concluir, portanto, que a fé é construída de forma coletiva, mas, ao fim e ao cabo, cala fundo na alma de cada crente, de maneira individual.

Por sua vez, a verdade descoberta pela razão está sujeita a questionamentos, experimentações e repetições. Caberia, então, a cada maçom estabelecer um equilíbrio entre esses dois polos.

Assim sendo, a liberdade de consciência é fundamental para que os maçons, em consonância com a natureza filosófico inicática dos Ritos Maçônicos , possam desenvolver seu longo, e infindável, trabalho de desbastamento interior, uma vez que a liberdade é a falta de entraves, a ausência de bloqueios coercitivos, ainda que possa trazer em si

o germe da dúvida, a angústia da liberdade, em um aparente paradoxo. *O paradoxo é apenas aparente* , porque a angústia deriva da imobilização , da incapacidade de se conhecer e reconhecer suas potencialidades e limitações. Sendo a consciência a capacidade inerente ao ser humano de perceber sua realidade imediata (exterior) e a si próprio (interior), ela, associada à liberdade, é o que deveria mover os maçons em busca de suas conquistas espirituais, sejam elas quais forem. 

REINALDO DE FREITAS LOPES 

M.M 

Obreiro da maçonaria universal e especulativa
, zelador de meus direitos e senhor de minhas idéias e se reconhecido ou não por algum irmão , ainda assim não sou ele , sou eu e a ele estou sempre :

Em Pé e a Ordem 

A Mim meus irmãos , para a Glória de hoje e de sempre que será a do Grande regente Universal e assim propiciando aos irmãos que logrem êxitos em todos os vossos empreendimentos , a reservarem também lugar a pratica de Rituais de :

Luz 

Vida 

E Amor 

Recebam o meu Tríplice e Fraterno Abraço

APOCALIPSE - UM LIVRO PROFÉTICO- Almir Santa Cruz



O Irm.’. Almir Sant’Anna Cruz é um renomado estudioso e autor de vasta obra maçônica. 


Samuel Sandmel, Ph.D. Professor de Bíblia e Literatura Helenística no Hebrew Union College, Cincinnati, Ohio, nos “Comentários Ecumênicos” da Bíblia adotada pela Igreja Católica (Tradução de Figueiredo) teceu os seguintes comentários a respeito do Livro do Apocalipse, também conhecido como Livro das Revelações: “... a Revelação de João foi, originariamente, um livro judaico, escrito em hebraico ou em aramaico e depois adaptado e reescrito em grego (e grego pobre), em conformidade com o interesse cristão (...) É difícil de entender como Livros do gênero de Daniel e  da Revelação eram escritos em tanta abundância (...) Os escritos apocalípticos judaicos têm características comuns. Refletem períodos de feroz perseguição, ordinariamente por um conquistador. O medo do poder ocupante fez com que o autor desenvolvesse a sua mensagem de tal maneira que os companheiros judeus pudessem entendê-la, mas que os conquistadores estrangeiros não o pudessem. Por ocultarem sua intenção dos conquistadores estrangeiros, os autores têm confundido, muitas vezes, os leitores modernos ...”

Ah, dirão alguns, mas esse Samuel é um judeu e eles não acreditam nos textos do Novo Testamento! É verdade, embora ele tenha citado também Daniel, que está contido na Sagrada Escritura Judaica e que os Cristãos chamam de Antigo Testamento.

Pois bem, então Martinho Lutero (1484-1546), o grande reformador alemão e precursor do Protestantismo, quando traduziu a Bíblia para o alemão, no prefácio de Apocalipse, escreveu: “Sobre esse livro Apocalipse de João, eu deixo todos livres para terem suas próprias opiniões. Eu não quero ninguém preso à minha opinião ou julgamento. Eu digo o que sinto. Eu acho que faltam algumas coisas nesse livro, o que me faz considerá-lo nem apostólico e nem profético... Muitos dos pais também rejeitaram esse livro muito tempo atrás... Para mim isso é razão suficiente para não tê-lo em alta consideração: Cristo nem é ensinado nem conhecido nele.”

A grande maioria dos Cristãos considera o livro bíblico Apocalipse como sendo um livro profético e que o que nele é narrado está por vir. Ledo engano! 

O autor, um judeu convertido ao cristianismo (Jesus e os primeiros cristãos eram judeus) escreveu essa mensagem às Igrejas da Ásia Menor, para encorajá-las durante a cruel perseguição romana aos cristãos. 

Usou uma linguagem cheia de metáforas, alegorias e numerologia, para que fosse ininteligível aos romanos, mas perfeitamente compreensível aos seus contemporâneos, judeus cristianizados. Vejamos alguns exemplos:

- 7 cornos e 7 olhos = perfeição (7), poder (cornos) e conhecimento (olhos);

- 10 dias = curto período;

- 144.000 = multidão;

- Grande prostituta = Roma;

- Prostituição = idolatria;

- Sinagoga de Satanás = Judeus de Smirna, que se opunham ao cristianismo; 

- Armagedon = montanha de Megido, local de grandes e decisivas batalhas na Palestina.

- 666, o “famoso” nº da besta, nada mais é que uma referência ao Imperador Romano Cesar Nero que, em caracteres hebraicos, convertidos para os números correspondentes, resulta em 666;

Ler a Bíblia e não entendê-la, como ensina o adágio popular, é o mesmo que um “Burro olhando um palácio”.

DIA DA LINGUA PORTUGUESA - Eduardo Affonso

 


Volta e meia alguém olha atravessado quando escrevo “leiaute”, “becape” ou “apigreide” – possivelmente uma pessoa que não se avexa de escrever “futebol”, “nocaute” e “sanduíche”.

Deve se achar um craque no idioma, me esnobando sem saber que “craque” se escrevia “crack” no tempo em que “gol” era “goal”, “beque” era “back” e “pênalti” era “penalty”. E possivelmente ignorando que esnobar venha de “snob”.8

Quem é contra a invasão das palavras estrangeiras (ou do seu aportuguesamento) parece desconsiderar que todas as línguas do mundo se tocam, como se falar fosse um enorme beijo planetário. As palavras saltam de uma língua para outra, gotículas de saliva circulando em beijos mais ou menos ardentes, dependendo da afinidade entre os falantes. E o português é uma língua que beija bem.

Quando falamos “azul”, estamos falando árabe. E quando folheamos um almanaque, procuramos um alfaiate, subimos uma alvenaria, colocamos um fio de azeite, espetamos um alfinete na almofada, anotamos um algarismo.

Falamos francês quando vamos ao balé, usamos casaco marrom, fazemos uma maquete com vidro fumê, quando comemos um croquete ou pedimos uma omelete ao garçom; quando acendemos o abajur pra tomar um champanhe reclinados no divã ou quando um sutiã provoca um frisson.

Falamos tupi ao pedir um açaí, um suco de abacaxi ou de pitanga; quando vemos um urubu ou um sabiá, ficamos de tocaia, votamos no Tiririca, botamos o braço na tipoia, armamos um sururu, comemos mandioca (ou aipim), regamos uma samambaia, deixamos a peteca cair. Quando comemos moqueca capixaba, tocamos cuíca, cantamos a Garota de Ipanema.

Dá pra imaginar a Bahia sem a capoeira, o acarajé, o dendê, o vatapá, o axé, o afoxé, os orixás, o agogô, os atabaques, os abadás, os babalorixás, as mandingas, os balangandãs? Tudo isso veio no coração dos infames “navios negreiros”.

As palavras estrangeiras sempre entraram sem pedir licença, feito uma tsunami. E muitas vezes nos pegando de surpresa, como numa blitz.

Posso estar falando grego, e estou mesmo. Sou ateu, apoio a eutanásia, gosto de metáforas, adoro bibliotecas, detesto conversar ao telefone, já passei por várias cirurgias. 

E não consigo imaginar que palavras usaríamos para a pizza, a lasanha, o risoto, se a máfia da língua italiana não tivesse contrabandeado esse vocabulário junto com a sua culinária.

Há, claro, os exageros. Ninguém precisa de um “delivery” se pode fazer uma “entrega”, ou anunciar uma “sale” se se trata de uma “liquidação”. Pra quê sair pra night de bike, se dava tranquilamente pra sair pra noite de bicicleta?

Mas a língua portuguesa também se insinua dentro das bocas falantes de outros idiomas. Os japoneses chamam capitão de “kapitan”, copo de “koppu”, pão de “pan”, sabão de “shabon”. Tudo culpa nossa.

Como o café, que deixou de ser apenas o grão e a bebida, para ser também o lugar onde é bebido. E a banana, tão fácil de pronunciar quanto de descascar, e que por isso foi incorporada tal e qual a um sem-fim de idiomas. 

E o caju, que virou “cashew” em inglês (eles nunca iam acertar a pronúncia mesmo). “Fetish” vem do nosso fetiche, e não o contrário. “Mandarim”, seja o idioma, seja o funcionário que manda, vem do portuguesíssimo verbo “mandar”. O americano chama melaço de “molasses”, mosquito de “mosquito” e piranha, de “piranha” – não chega a ser a conquista da América, mas é um começo.

Tudo isso é a propósito do 5 de maio, Dia da Língua Portuguesa, cada vez mais inculta e nem por isso menos bela. Uma língua viva, vibrante, maleável, promíscua – vai de boca em boca, bebendo de todas as fontes, lambendo o que vê pela frente. Mais de oitocentos anos, e com um tesão de vinte e poucos.

PS:

O dia já passou, mas o texto é tão bom que resolvi publicar.

maio 29, 2021

QUALIDADE TOTAL, NA LOJA E NA VIDA

 


            O Controle de Qualidade Total é um sistema administrativo criado a partir das idéias de dois pensadores norte-americanos, Drs. W. E. Deming e Dr. J. M. Juran, que uniu características de disciplina e organização orientais com a objetividade e eficiência americanas.

     Implantado e aperfeiçoado inicialmente no Japão de pós-guerra foi parte importante do extraordinário desenvolvimento daquele país. Devido ao seu sucesso espalhou-se rapidamente por todo o mundo. Nos dias de hoje, com a competitividade gerada pela globalização, as empresas que não adotarem a Qualidade Total estarão fora do mercado.

      Em japonês, as cinco etapas do processo têm seu nome iniciado pela letra S: Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke. O Sebrae adaptou a sua tradução para uma expressão que é familiar aos brasileiros: D’OLHO, onde cada letra corresponde a um dos S em japonês.

       Neste meio século acrescentaram-se ao conceito de qualidade total novos procedimentos e objetivos, mas o núcleo permanece fundamentalmente o mesmo, a administração doméstica, a gestão administrativa da dona de casa, uma lição de respeito ao bom senso e aos princípios universais da ordem e do equilíbrio.

      Embora o conceito seja obviamente mais complexo, a adoção de alguns procedimentos básicos de Qualidade Total é tão simples que é aplicado diariamente pelas administradoras do lar, para melhorar a qualidade da vida diária.

     Desta forma, quer em casa, no trabalho e principalmente na Loja maçonica, adote as seguintes atitudes para a Qualidade Total da Mente ou qualidade total de vida.

            DESCARTE

        Assim como a dona de casa faz, reaproveitando as sobras e remanejando as roupas dos filhos mais velhos para os mais novos, na sua empresa separe o que se usa daquilo que não se usa mais, veja se pode aproveitar as sobras de outro modo, doe tudo o que não tiver mais utilidade para você, jogue fora, mesmo, tudo o que sobrou desta vez.

      Na vida pessoal descarte os fatores limitadores para o seu progresso, como os conceitos de “não posso” , “não consigo” , “difícil ou impossível” . Jogue fora as limitações que impedem o seu sucesso.

ORGANIZAÇAO

Em qualquer casa, cada peça de roupa, cada utensílio doméstico, cada objeto tem o seu lugar e a gestora doméstica não permite que nenhum membro da família desorganize sua arrumação. No seu negócio coloque em ordem os itens do seu local de trabalho; guarde cada coisa em um local que seja específico e se necessário,  identifique etiquetando esses locais.

Na vida pessoal quer dizer: avalie as suas atitudes e erros do passado e internalize essas experiências. Encha a sua mente de mensagens positivas e poderosas. Organize-se em metas, estabeleça cronogramas e corrija o percurso quando necessário. No início de cada ano maçônico é necessário fazer um planejamento completo do período de gestão.

LIMPEZA

Os lares costumam ser um exemplo de limpeza escrupulosa, espelho da dedicação e capricho da dona do lar e nem os filhos e nem os maridos tem licença para estar sujando. Da mesma forma no seu empreendimento faça uma limpeza completa e minuciosa do local de trabalho, cuide da aparência e limpeza de todas as coisas no trabalho e também para que cada um dos membros do grupo limpe o que acabou de usar.

           Na vida pessoal significa viver com limpeza moral e ética, cumprindo os compromissos, exercitando as boas maneiras, honrando as promessas feitas, comportando-se maneira digna e responsável. Isso é especialmente importante para os maçons.

HIGIENE

Assim como a gerente do lar cuida da saúde e do asseio de um dos membros da família, no seu local de trabalho propicie condições de ergonomia, iluminação, ventilação e tudo o mais que for necessário para cuidar da saúde e do asseio de seus colaboradores. Você deve ter os mesmos cuidados com o meio ambiente, cuidando da reciclagem dos resíduos e evitando a poluição ambiental.

Do ponto de vista pessoal significa cuidar de sua própria saúde, com alimentação saudável, exercícios físicos e tudo o mais que preserve a sua integridade física e mental.

ORDEM MANTIDA

            Dia após dia, ano após ano, a ordem do lar é mantida inalterada pela dona de casa. No seu negócio, na sua Loja maõnica, procure conservar os resultados obtidos até agora pelo programa, mantenha um alto padrão de arrumação e limpeza, treine os seus funcionários e os res´ponsavéis pelos cargos na Loja para tudo continue como está.

            Procure constante prática e aperfeiçoamento para elevar o seu nível de competência e pratique a autodisciplina para que aquilo que você conquistou não se perca com o tempo.

JOSÉ CASTELLANI - UMA ENCICLOPÉDIA DE MAÇONARIA


        


    Se estivesse entre nós José Castellani estaria comemorando 84 anos no dia de hoje. Faleceu precocemente aos 67 anos. Médico oftalmologista, historiador maçônico, jornalista, pesquisador incansável, autor de extensa obra maçônica, composta de mais de 70 livros. Como médico foi fundador da Sociedade Paulista de Oftalmologia Preventiva entre outras associações. Como jornalista colaborou nos jornais O Tempo, de São Paulo; jornal Diário do Grande ABC de Santo André,  O Estado de S. Paulo;,História e Fatos, da Academia Brasileira de História entre outros. Participou de várias instituições culturais, entre elas Academia Brasileira de História, Sociedade Brasileira de Médicos Escritores, Associação Brasileira de Escritores Maçons, Academia Paulistana de História.

      Nasceu em Araraquara, SP e sempre comento que se tivesse nascido em Londres seria considerado um dos maiores maçonólogos do mundo, pela extensão e qualidade de sua obra, fundamentada em pesquisas sérias, em fontes históricas e ele conhecia ingles arcaico, latim e hebraico, que lhe permitiram mergulhar em documentos ancestrais. 

     Tive a honra de conhece-lo e com ele iniciar nos rudimentos da pesquisa histórica maçônica. Deixa um preciso legado de conhecimento a todas as gerações de maçons que o sucederam. Resquiescat in pace.

DO GREGO CATEQUESE E DO LATIM CATECISMO - Newton Agrella

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Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante. É um dos mais respeitados intelectuais maçônicos do país e colabora frequentemente neste blog.

Há algumas terminologias que confesso, causam-me algum desconforto e estranheza especialmente quando empregadas num contexto filosófico e dialético, como na Maçonaria Especulativa.

Exemplo disso é o substantivo "catequese", cujo significado é o da "ação de explicar uma matéria de conteúdo religioso", ou o propósito, intenção de instruir acerca de uma religião ( ou doutrina).

Esse propósito doutrinador é o que na minha percepção, traz consigo um teor dogmático e coercitivo. 

E isso é algo que promulga uma espécie de cerceamento à capacidade intelectual do Obreiro.

A palavra catequese, à propósito, tem sua etimologia advinda do Grego *katechésis* que quer dizer "instruir em alto e bom som".

O vocábulo entretanto, nos  primeiros séculos da Igreja Católica, assumiu um significado mais específico.

Ele tornou-se um instrumento para descrever o tipo particular de instrução,  envolvido na preparação de novos crentes ou adeptos para o batismo.

Sua essência semântica encontra pleno abrigo especialmente no campo religioso cristão.

A catequese, não apenas se constitui numa instrução profunda para novos crentes, como ainda marca um tempo designado para construção da fé,  bem como para o aprendizado de o que é ser  cristão.  

A catequese tem um espírito missionário.

Essa metáfora  permite à igreja defender a integridade de sua liturgia e doutrina. 

O contraponto desse conceito, é o espírito da livre iniciativa do Pensamento, do Raciocinio e da Motivação Especulativa, que  a Maçonaria exorta e incentiva no sentido de explorar toda a sua intelectualidade através do espírito investigativo no processo de seu aprimoramento interior.

Portanto, ao nos debruçarmos no parapeito da linguagem,  cabe refletir que a Catequese em suma, representa uma explicação oral, metódica, dos mistérios da fé e das coisas religiosas em geral.  

Eis aí, um substantivo que merece um olhar mais cuidadoso e apurado, quando nos referirmos aos princípios e fundamentos da Sublime Ordem.  

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THEODORE ROOSEVELT - UM MAÇOM - Walter Celso de Lima




Walter Celso de Lima é professor universitário aposentado com pós doutorado e lecionou em universidades no exterior. É autor de vasta obra científica e maçônica e membro da ARLS Alvorada da Sabedoria, nº 4285 de Florianópolis de Academia Catarinense Maçônica de Letras. É colaborador deste blog.


  1. Introdução:

Theodore Roosevelt Junior, de apelido Teddy e conhecido pelas suas iniciais T.R., foi um estadista norte-americano, conservacionista, naturalista e escritor. Serviu como o 26º Presidente dos EUA, de 1901 a 1909. Anteriormente, serviu como o 33º Governador do Estado de New York, de 1899 a 1900 e como o 25º Vice-Presidente dos EUA, de março a setembro de 1901. Nasceu em New York City, em 1858 e faleceu em Oyster Bay, NY, em 1919. 

    Foi maçom, e este fato influenciou muito as suas decisões, especialmente, nos acordos e pactos nacionais e, principalmente, nas convenções internacionais. 


  1. Biografia:

Roosevelt foi uma criança muito doente, portador de asma. Foi 

educado em casa e começou uma vocação naturalista ao longo da vida, antes de estudar em Harvard. 

    Seu livro “The Naval War of 1812” (A Guerra Naval de 1812), publicado em 1882 (com 24 anos de idade) estabeleceu sua reputação como historiador erudito e escritor popular. Este seu primeiro livro foi um sucesso.

    A juventude de Roosevelt foi em grande parte moldada por sua saúde precária e sua asma debilitante. Viagens em família ao exterior, incluindo viagens à Europa em 1869 e 1870, e ao Egito em 1872, moldaram sua perspectiva cosmopolita.

    Em Harvard saiu-se bem nos cursos de ciências, filosofia e retórica. Aprendeu os idiomas latim e grego. 

Roosevelt herdou de seu pai US$ 65.000, uma fortuna na época. Decidiu cursar a Columbia Law School em NY. Abandonou a faculdade de direito. Em Harvard, iniciou um estudo sobre a Marinha dos EUA na guerra de 1812.

Em 1880, Roosevelt casou-se com a socialite Alice Hathaway Lee (1861-1884). A filha deles, Alice Lee Roosevelt, nasceu em 12 de fevereiro de 1884 e faleceu em 1980. Dois dias depois de seu nascimento, a nova mãe morreu de um caso não diagnosticado de insuficiência renal, mascarado pela gravidez. Sua mãe, Mittie – Martha Bulloch Roosevelt (1835-1884), morrera de febre tifóide onze horas antes, às 3 da manhã, na mesma casa   Perturbado, Roosevelt deixou a bebê Alice aos cuidados de sua irmã Bamie – Anna Roosevelt Cowles (1855-1931), em New York, enquanto estava de luto. Roosevelt assumiu a custódia de sua filha quando ela tinha três anos.

    Eleito deputado estadual, em 1882, tornou-se o líder da facção reformista dos republicanos na legislatura estadual de New York. Sua esposa e sua mãe morreram em rápida sucessão e ele, como viúvo, começou a frequentar sua fazenda de gado em Dakota do Norte. Pelos próximos anos, ele viajou entre sua casa em New York e seu rancho em Dakota do Norte. Uma viagem entre New York e Dakota do Norte, na época, demorava mais de 30 horas. São mais de 3.000 Km. 

    Realizou seu segundo casamento com Edith Kermit Carow (1861-1948), em Londres, em 1886. O casal teve cinco filhos: Theodore Roosevelt III – “Ted” (1887-1949), Kermit Roosevelt (1889- suicidou-se em 1943), Ethel Roosevelt Derby (1891-1977), Archibald Bulloch Roosevelt (1894-1979) e Quentin Roosevelt I (1897- morto em combate aéreo em 1918). O casal também criou a filha de Roosevelt de seu primeiro casamento, Alice, que sempre brigou com sua madrasta.

    Depois que o inverno americano excepcionalmente severo de 1886-87 eliminou seu rebanho de gado e o de seus concorrentes, e com isso mais da metade de seu investimento de US$ 80.000, Roosevelt voltou para New York.

    Em 1886, o Partido Republicano lançou Roosevelt como candidato a prefeito da cidade de New York. Roosevelt perdeu a eleição.

    Roosevelt voltou a escrever e lançou o livro “The Winning of the West“ (A Vitória do Oeste), uma obra histórica que conta a colonização norte-americana do Oeste dos EUA. O livro foi um grande sucesso.

    Serviu como Secretário Adjunto da Marinha dos EUA sob o presidente William McKinley (1843- assassinado em 1901), 25º Presidente dos EUA (de 1897 a 1901). Roosevelt renunciou para liderar os Rough Riders (alcunha dos s United States Volunteer Cavalry - 1ª Cavalaria Voluntária do Estados Unidos) durante a Guerra Hispano-Americana (entre abril e agosto de 1898), em Cuba, Porto Rico e Filipinas. 

    Retornando um herói de guerra, foi eleito governador do estado de New York, em 1898. 

    Theodore Roosevelt Junior foi iniciado na Maçonaria em 2 de janeiro de 1901, na Loja Martine-Cok, nº 806, Oriente de Oyster Bay, New York. Tornou-se Mestre Maçom em 24 de abril de 1901. Oyster Bay localiza-se na área metropolitana de New York, estendendo da costa norte até a costa sul de Long Island. Lá encontra-se a antiga residência e casa de verão da Casa Branca, agora um museu dedicado a Roosevelt. Roosevelt foi membro honorário de várias Lojas dos EUA. Participou de várias cerimônias maçônicas públicas e visitou várias Lojas, tanto nos EUA, quanto na Europa, África e América do Sul. Até sua morte ele manifestou um apego orgulhoso à Maçonaria.

    Em 1899, o candidato William McKinley (1843-1901), maçom, convenceu Roosevelt de aceitar a candidatura a vice-presidente, como seu companheiro de chapa na eleição de 1900. Este convencimento foi intermediado pela Maçonaria. O resultado foi a vitória da chapa McKinley-Roosevelt. Roosevelt assumiu o cargo de vice-presidente. Em 14 de setembro de 1901, o Presidente McKinley (25º Presidente dos EUA) foi assassinado e Roosevelt tornou-se o 26º Presidente dos EUA aos 43 anos de idade. Continua sendo, até hoje, a pessoa mais jovem a se tornar Presidente dos EUA.  Roosevelt foi um líder do movimento progressista. Priorizou a conservação e estabeleceu novos parques, florestas e monumentos nacionais destinados a preservar os recursos naturais do país. 

    Seu projeto favorito foi a construção do Canal de Panamá. A busca por um local concentrou-se em duas rotas possíveis: Nicarágua e Panamá. Panamá era então um distrito rebelde da Colômbia. Roosevelt convenceu o Congresso a aprovar a alternativa panamenha. Foi aprovado um tratado que foi rejeitado pelo governo colombiano. Houve, então, uma rebelião no Panamá, apoiada por Roosevelt. Da rebelião resultou a independência do Panamá em 3 de novembro de 1903. Um novo tratado dos EUA com o novo governo do Panamá, visando a construção do canal, foi feito em 1903.  

    O Canal do Panamá, inaugurado em 1914, permitiu que a Marinha dos EUA se movesse rapidamente do Pacífico ao Caribe e às águas europeias. 

Roosevelt expandiu e modernizou a Marinha dos EUA. Intermediou o fim da guerra Russo-Japonesa, em 1905, o que lhe valeu o Prêmio Nobel da Paz de 1906. Roosevelt foi a primeira pessoa de seu país a vencer um prêmio Nobel. Tanto a construção do Canal de Panamá quanto a intermediação Russo-Japonesa, contaram com a participação de diversos maçons, liderados pelo maçom Roosevelt. 

    Roosevelt foi eleito para um mandato completo, em 1904, continuando a promover políticas progressistas. Roosevelt via os grandes negócios como parte necessária da economia norte-americana. Fez um governo com muita autoridade. Roosevelt foi o primeiro presidente a ajudar a resolver uma disputa trabalhista. Foi muito criticado por isto. A participação de maçons no governo Roosevelt foi fundamental para o bom funcionamento do governo. 

    Em 1905, interviu militarmente na República Dominicana e, em 1906, na República de Cuba. 

    Roosevelt combateu a corrupção quando o senador John H. Mitchell (1835-1905), senador republicano pelo Estado de Oregon, foi preso após julgamento no que se chamou “The Oregon Land Fraud Scandal“ (O Escândalo da Fraude de Terras no Oregon). Em toda história dos EUA, cinco senadores, durante seus mandatos, foram condenados e presos por corrupção. Mais corrupção foi encontrado no Departamento de Correios e Roosevelt combateu, condenando 44 agentes públicos à prisão. 

    De todas as conquistas de Roosevelt, ele era o que mais se orgulhava de seu trabalho na conservação dos recursos naturais e na extensão da proteção federal à terra e à vida selvagem. Roosevelt estabeleceu o Serviço Florestal dos Estados Unidos, sancionou a criação de cinco Parques Nacionais e assinou a Lei de Antiguidades de 1906, segundo a qual proclamou 18 novos Monumentos Nacionais dos EUA. Ele também estabeleceu as primeiras 51 reservas de pássaros, quatro reservas de caça e 150 Florestas Nacionais. A participação de maçons em seu governo foi expressiva. 

Preparou seu companheiro maçom William Howard Taft (1857-1930), para sucedê-lo na eleição presidencial de 1908. Mas desentendeu-se com Taft, por este ser muito conservador. 

Entre 1909 e 1910, Roosevelt viajou pela África e Europa.

Em 1910, foi eleito senador pelo Estado de New York, seu primo distante, Franklin Delano Roosevelt (1882-1945), pelo Partido Democrata. (Franklin e Theodore, primos, ambos foram presidente dos EUA e ambos maçons ativos – Franklin foi Grão-Mestre,  

    Roosevelt concorreu à eleição de 1912, mas foi derrotado pelo candidato democrata Thomas Woodrow Wilson (1856-1924) – 28º Presidente dos EUA (de 1913 a 1921).  Após a derrota, Roosevelt liderou uma expedição de dois anos à bacia amazônica. O convite partiu do Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Lauro Severiano Müller (1863-1926), maçom, que fazia parte do governo Manuel Ferraz de Campos Salles (1841-1913), maçom. O Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon (1865-1958) convidou Roosevelt a participar de uma expedição no Rio das Dúvidas (hoje Rio Roosevelt), afluente do Rio Madeira. Roosevelt levou seu filho Kermit Roosevelt na expedição. Roosevelt e Rondon se comunicavam em francês. Roosevelt quase morreu de malária, contraída durante a expedição. A expedição foi descrita em detalhes no seu livro “Through the Brazilian Wilderness“ (Pelas Selvas Brasileiras) com várias edições brasileiras (Roosevelt, 1976).

    Em 14 de outubro de 1912, Roosevelt foi baleado por um taberneiro chamado John Flammang Schrank (1876-1943) que dizia que o fantasma do presidente assassinado William McKinley o havia mandado matar Roosevelt. A bala se alojou em seu peito depois de passar por uma caixa de óculos e por seu discurso de 50 páginas. Schrank foi desarmado e as pessoas presentes queriam lincha-lo, sendo impedido por Roosevelt. Como Roosevelt não tossia sangue, a bala não havia atingido o pulmão. Recusou-se ir a um hospital antes de fazer seu discurso de 50 páginas, com sangue escorrendo em sua camisa. As sondas e um raio-x mostraram que a bala se alojou no músculo do peito e não penetrou na pleura. Os médicos concluíram que seria menos perigoso deixa-la no lugar do que removê-la. Roosevelt carregou a bala consigo pelo resto da vida. Schrank foi considerado louco e internado no Hospital Estadual Central para Criminosos Insanos, em Waupun, Wisconsin, em 1914. Lá permaneceu por 29 anos, até sua morte.

    Durante a Primeira Guerra Mundial, Roosevelt criticou o Presidente Woodrow Wilson por manter os EUA fora da guerra. 

    Seu filho Quentin Roosevelt I quando pilotava um avião da Força Aérea Americana foi abatido nas linhas alemãs, em França, em 1918. Diz-se que Roosevelt nunca se recuperou dessa perda. 

    Roosevelt considerou concorrer à presidência dos EUA em 1920, mas sua saúde continuou a piorar. Roosevelt faleceu em 6 de janeiro de 1919, de embolia pulmonar. 


REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.;


- Do Klick Educação. “Theodore Roosevelt” Uol, 2015.

https://educacao.uol.com.br/biografias/theodore-roosevelt.htm 

Acessado em 23.mai.2021.

- Larson, K. “Theodore Roosevelt”. Scouts on Stamps Society International

     – SSSI, 2021.

https://www.sossi.org/scouters/roosevelt.htm

Acessado em 23.mai.2021. 

- Markham, L. “Grandes Líderes. Theodore Roosevelt“. São Paulo: Editora

     Nova Cultural, 1988.

- Roosevelt, T. “Theodore Roosevelt. An Autobiography”. Londres: The

     MacMillan Company, 1858, reprint 1913. 

- Roosevelt, T. “Nas Selvas do Brasil”. São Paulo: ed. USP, 1976.

- Senado Federal. “Nas selvas do Brasil (vol. 141)”. Conselho Editorial

     CEDIT Senado Federal,  s/d

https://livraria.senado.leg.br/nas-selvas-do-brasil-vol-141

Acessado em 23.mai.2021.

The Nobel Prize. “The Nobel Peace Prize 1906”. The Nobel Prize, 2021.

https://www.nobelprize.org/prizes/peace/1906/summary/

Acessado  em 23.mai.2021. 

 Theodore Roosevelt Association, 2021.

https://www.theodoreroosevelt.org/

Acessado em 23.mai.2021. 

maio 28, 2021

QUERO MATAR A VIZINHA!




A filha chegou para o pai e disse: Pai, não aguento mais a minha vizinha! Quero matá-la, mas tenho medo que descubram. O  senhor pode me ajudar?

O pai respondeu:  Posso sim meu amor, mas tem um porém...Você vai ter que fazer as pazes com ela para que ninguém desconfie que foi você, quando ela morrer. Vai ter que cuidar muito bem dela, ser gentil, agradecida, paciente, carinhosa, menos egoísta, retribuir sempre, escutar mais...Tá vendo este pozinho aqui? Todos os dias você vai colocar um pouco na comida dela. Assim, ela vai morrer aos poucos.

Passado os 30 dias, a filha voltou e disse ao pai: Eu não quero mais que ela morra! Eu passei a amá-la. E agora? Como eu faço para cortar o efeito do veneno?

O pai, então, respondeu: Não se preocupe! O que eu te dei foi pó de arroz.Ela não vai morrer, pois o veneno estava em você!

Quando alimentamos rancores, morremos aos poucos. Que possamos fazer as pazes conosco e com quem nos ofendeu. Que possamos tratar aos outros, como gostaríamos de ser tratados. 

Que possamos ter a iniciativa de amar, de dar, de doar, de servir, de presentear...e não só a de querer ganhar, ser servido, tirar vantagem e explorar o outro.

Que o amor de Deus nos alcance todos os dias, pois não sabemos se teremos tempo de nos purificarmos com este antídoto chamado perdão.