junho 24, 2021

RELAÇÕES HISTÓRICAS - MAÇONARIA, SOLSTÍCIOS E PADROEIROS - Newton Agrella



Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante. Um dos mais respeitados intelectuais da maçonaria no país.

A Simbologia que a Maçonaria traz consigo está intimamente relacionada aos próprios Usos e Costumes  do comportamento humano ao longo da História.

A relação e a adoção de um Santo Padroeiro na Maçonaria deve-se à questão da comemoração dos Solstícios, e ao período das Colheitas.  

Além disso, a uma analogia aos Romanos, que faziam suas adorações e agradecimentos ao deus Saturno pela safra exitosa.

Da mesma forma, indícios e relatos históricos dão conta de que esta prática era igualmente promovida pelas antigas guildas e corporações de ofício que já se constituíam nas primeiras levas da Maçonaria Operativa na Europa.

Cabe registrar que nesse período da história, chamado de Idade Média - também conhecido como Período Obscurantista - o Pensamento se constituía basicamente na Religião, sobretudo nos preceitos doutrinários e dogmáticos do cristianismo.

Há fortes indícios de que a Maçonaria Especulativa - que ganhou corpo a partir do chamado "Período Iluminista" que se  constituiu no movimento intelectual caracterizado pela racionalidade crítica do questionamento filosófico no século XVIII -  como forma de preservar as datas comemorativas dos Solstícios e de São João Batista (24/06) e de São João Evangelista (27/12) e ao mesmo tempo não viesse a se indispor contra a Igreja -  tenha adotado a figura do padroeiro, até como um meio de proteger a Sublime Ordem, num período em que a Inquisição, o Fanatismo e a Tirania ainda guardavam fortes influências na Europa.

Esse expediente interpretativo portanto, pode nos levar à compreensão de que se trata mais do que uma mera casualidade do porquê os Santos de nome João permaneceram no universo literário maçônico, e se instalaram inclusive no seu âmbito ritualístico na maior parte da Maçonaria.


Adaptar-se às circunstâncias é também um exercício de perspicácia e inteligência que sem dúvida alguma, a Maçonaria Especulativa nos deixou como legítimo legado.



HOJE É DIA DE S. JOÃO - PADROEIRO DA MAÇONARIA :



É de conhecimento público que o Padroeiro da Ordem Maçônica é São João.

A questão que surge naturalmente é qual S. João seria o padroeiro da uma vez que existem vários, como por exemplo: São João Batista; S. João da Escócia; São João de Patmos,  o autor do Apocalipse e tradicionalmente identificado como sendo São João Evangelista; São João Crisóstomo;  São João, o Jejuador;  São João Clímaco e pelo menos outros dez santos com o mesmo nome.

Existe um consenso de que a Ordem tem DOIS padroeiros que seriam  São João Batista e São João Evangelista, sobre os quais iremos discorrer. O nome João significa “Deus é propício”.

“Sou a Voz que clama no deserto: aplainai o caminho do Senhor”

Vestido simplesmente com uma pele de cordeiro atada com um cinto de couro batizava (batismo significa banho) multidões no Rio Jordão mergulhando suas cabeças nas águas do rio para limpa-los espiritualmente. Segundo nos relata o Sagrado Livro, S. João Batista era filho de Isabel, prima de Maria e, portanto primo segundo de Jesus Cristo. Ele dizia ser “a voz que clama no deserto: aplainai o caminho do Senhor”. Essa citação aparece em todos os Evangelhos: Isaías 40:3; Mateus 3:3; Marcos 1:3; Lucas 3:4 3 João 1:23.

 Foi o primeiro a identificar Jesus como o Salvador. Quando Jesus apareceu para ser batizado João disse que não era digno sequer de atar as suas sandálias, mas ante a insistência do Nazareno procedeu ao batismo e consta que ouviu-se uma poderosa voz que disse “esse é meu Filho amado sobre o qual ponho toda minha complacência”.

Comemora-se o seu dia em 24 de Junho, solstício de Câncer ou de inverno (no nosso hemisfério) data que coincide com a fundação da Grande Loja da Inglaterra em 1717.

Há dois solstícios no ano, em junho e dezembro e significam o início das estações, inverno ou verão. No hemisfério sul as datas variam entres 21 a 24 de Junho para o solstício de inverno e 21 a 24 de dezembro para o solstício de verão. No hemisfério norte é o contrário.

 Nas culturas antigas, o solstício de inverno, o dia mais curto do ano, a partir de quando a duração do dia começa a crescer, simbolizava o início da vitória da luz sobre a escuridão. Com o tempo essa data passou a simbolizar o Natal, como forma de incorporar essa festa pagã nas novas comunidades cristãs.

São João Evangelista, o Teólogo

Foi o discípulo mais jovem e consta ter sido o mais amado por Jesus. Foi o único que acompanhou Cristo até a sua morte. O Evangelho de João menciona que Jesus confiou sua mãe Maria aos seus cuidados, antes de seu sacrifício. 

Foi o autor do quarto Evangelho, de três Epístolas e do Apocalipse. O seu Evangelho difere dos outros três, pois enfoca mais o aspecto espiritual de Jesus, ou seja, a vida e a obra do Mestre em comunhão e meditação.

Apesar de muitas vezes perseguido e martirizado a tradição diz que viveu puro e casto até o fim de seus dias e a sua vida é um exemplo de inocência, lealdade, amizade e dedicação à obra de Jesus. Recebeu da Igreja o título de “Teólogo”.

Comemora-se a sua data em 27 de Dezembro, que coincide com o nosso solstício de verão, ou de inverno no hemisfério norte. Também chamado de Solstício de Capricórnio.

O Apóstolo escreve em João 3:5 “Em verdade, em verdade, vos digo, quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino do Céu. O nascimento na Terra, a purificação pela água e pelo fogo (espírito) e a ascensão (ar) ao Reino, transformando o homem comum em um maçom justo e perfeito, pronto para a construção do Templo Interior em Honra e Glória ao Grande Arquiteto do Universo. 

Michael Winetzki

junho 23, 2021

VAIDADE, TUDO É VAIDADE!



Conta uma lenda que, morreram dois maçons, irmãos de uma mesma loja.

Um deles tinha todos os graus existentes,  comendas, títulos honoríficos e recitava todos os rituais com uma precisão incrível. Não havia assunto que não dominasse, era um doutrinador mesmo. Leis, códigos, livros, regulamentos, postura, nomes e símbolos era com ele. Sua oratória durava horas e rebuscada.

O outro maçom era discreto, calado, chegou até o terceiro grau  e ficava sempre ouvindo atentamente.  Apesar de estar há muito tempo na ordem não ostentava nenhum título e falava só o necessário.

Terminada a reunião raramente alguém o via, estava sempre ocupado atendendo aos menos favorecidos, participava pouco se festas e ágapes, mas era muito respeitado e não falavam mal dele.

Um dia ambos passaram ao Oriente Eterno. No céu, diante do G∴A∴D∴U∴ o segundo maçom foi recebido com tantas honrarias que parecia ter chegado lá um Rei.

O primeiro maçom entrou e foi recebido naturalmente, como todos. Então, o GADU que tudo vê, sondou o coração do primeiro maçom e percebeu sua indignação, então perguntou: 

O que te aborrece?, - ele respondeu, - "Eu na terra fui o mais mais de todos, o top dos top, e ao chegar aqui, quase não perceberam minha presença. O outro que, nem do grau 3 passou, foi recebido e ovacionado por toda a hierarquia celestial. Eu sabia tudo da arte real, pregava, falava!" Esse outro, nem a boca abria". 

 O GADU em sua paciência infinita disse:- "Lembra quando ele sumia? Ninguém o via? Pois é, ele estava praticando tudo o que aprendeu na Loja".

O DÍZIMO CONECTA COM A LUZ


Muitas pessoas não consideram que o dinheiro pertença ao domínio da espiritualidade, mas ele pertence. O dinheiro é uma das formas mais puras de energia que existe, porque dinheiro é energia em potencial - pode ser uma semente, e se for utilizado de forma positiva e proativa, pode revelar imensa Luz.

A Cabalá oferece uma maneira bem específica e poderosa de proteger o dinheiro que você possui e de trazer mais sustento para sua vida. Chama-se dízimo. 

A expressão "dar o dízimo" relaciona-se com a palavra hebraica “eser”, que significa "dez". Dar o dízimo significa doar 10% do seu lucro líquido. Doar 10% do seu lucro líquido pode parecer uma forma estranha de aumentar sua riqueza, mas dar o dízimo é a tecnologia que assegura que o dinheiro que você tem esteja protegido. Este é um conceito complexo; entendam agora.

O fundamento para o dízimo é baseado no princípio cabalístico de que a realidade é dividida em dez níveis de consciência. O nível mais baixo é a realidade material, chamada malchut, que é uma expressão do desejo somente para si mesmo. 

Esses dez níveis existem dentro do seu sustento financeiro; assim, dar 10% dos seus ganhos lhe permite se desconectar do desejo de receber somente para si mesmo, o nível de malchut - e se conectar somente com os níveis elevados de energia espiritual em seu dinheiro. 

Dar o dízimo na verdade nem mesmo é dar no sentido que você possa inicialmente entender. É mais se livrar da presença negativa em seus ganhos, a porção malchut. 

Desta forma, os 90% restantes da sua renda são injetados com o poder da Luz e não podem ser tocados pela escuridão e pelo caos. 

É como entrar em uma parceria silenciosa com a Luz. E a verdade é que o lado escuro tem uma maneira de fazer você dar o dízimo, quer você esteja consciente disso ou não. 

Pense em todo o dinheiro que você perde por mês - em multas de trânsito, consertos na casa, pagando mais por uma coisa que você encontra em liquidação em outra loja, ou perdendo aquela promoção de viagem pela qual você acabou pagando mais depois. 

Você pode ou compartilhar pró-ativamente e disseminar Luz pelo mundo, ou o dízimo pode acontecer a você. É comum resistir à ideia do dízimo. À primeira vista não faz sentido, e certamente tira a pessoa da sua zona de conforto. 

Ainda assim, o dízimo tem sido uma prática aceita pelo menos nos últimos 2000 anos (conforme escrito nos textos sagrados da Cabala), e constitui uma prática comum em muitas tradições espirituais. 

Sugiro que você tente. 

E como ocorre com todo o resto na espiritualidade, você tem que experimentar por si mesmo para compreender verdadeiramente seu poder. Existem inúmeras organizações dignas que precisam de ajuda em todos os níveis. Mas antes de dar seu dízimo, é essencial que você pense na instituição ou pessoa para quem esteja doando. 

O Zohar ensina que seu dízimo se transforma em Luz, então você precisa saber que sua Luz será usada para disseminar mais Luz da forma mais eficiente possível. 


Fonte: Academia de Cabala

junho 22, 2021

MAÇONARIA BRASILEIRA: A HISTÓRIA OCULTADA



Conheça o livro “MAÇONARIA BRASILEIRA: A HISTÓRIA OCULTADA”

Nesta obra, o professor universitário e historiador Kennyo Ismail abre e revela o conteúdo da caixa-preta de oito décadas da Maçonaria brasileira.

Foram centenas de documentos analisados, que revelam uma verdadeira e longa guerra fria travada nacional e internacionalmente nos bastidores da Maçonaria brasileira, ocultada dos olhos da base.

São revelados detalhes dos bastidores dessa guerra, também envolvendo os Supremos Conselhos do REAA, os Ritos Adonhiramita, Brasileiro e Moderno, a CMI, a GLUI, e como tudo isso aconteceu por tantos anos, sem que os maçons brasileiros da base soubessem.

Você pode adquirir o livro impresso no link https://www.noesquadro.com.br/loja/

JOÃO BATISTA, O PROFETA ESSÊNIO - Fiore Trisi Jr.

 


Conforme alguns dados vinculados à história e à tradicional literatura semítico-cristãs, o profeta João Batista, primo de Jesus Cristo e filho do sacerdote Zacarias, nasceu no século I a.C., provavelmente na desértica região da Judeia e na época do rei edomita Herodes I, o Grande.

Para o historiador romano Titus Flavius Josephus, João foi, sem dúvida alguma, uma emblemática personagem bíblica ligada aos valores éticos, morais e espirituais do judaísmo, do essenismo, bem como do cristianismo primitivo, uma vez que esse pregador batizou Jesus de Nazaré nas águas do sagrado rio Jordão. Nesse sentido, o apóstolo Mateus realmente ensina-nos que: “Então veio Jesus da Galileia a João, junto do Jordão, para ser batizado por ele” (Mt 3:13).

Não obstante algumas polêmicas teóricas, esse profeta semita, que preparou espiritualmente a vinda do Cristo, é, de fato, considerado um grande seguidor e divulgador da cultura espiritual essênia, a qual possivelmente surgiu durante o século II a.C., como consequência de algumas divergências teológicas proporcionadas pela diversidade de cultos e de crenças judaicas que havia naquela época.

Assim, os essênios podem ser definidos, em síntese, como uma seita espiritualista asceta, isto é, uma filosofia iniciática e esotérica caracterizada, sobretudo, pela renúncia aos prazeres da carne e ao mundo material. Além disso, essa linha religiosa também se caracterizava pela incessante busca da evolução espiritual e moral por meio da prática de alguns rituais considerados iniciáticos, como, por exemplo, a mutilação genital, o batismo, o jejum, o celibato, a comunhão, o vegetarianismo, bem como a mortificação do corpo físico como forma de demonstrar santidade e amor incondicional a Deus. 

Segundo ainda o historiador Flavius Josephus, os essênios viviam realmente em áreas geográficas muito isoladas no antigo deserto da Palestina e seguiam, de forma rigorosa, várias regras religiosas pertinentes ao Antigo Testamento. Por conseguinte, os essênios e, sobretudo, João Batista, profetizavam a vinda do Messias, ou seja, do Filho de Deus, o que é, indubitavelmente, comprovado pelos Evangelhos canônicos, vejam: “E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3:17). 

Recentemente, o povo essênio voltou a ser objeto de sérias pesquisas antropológicas porque foi descoberto, em Qumran, os Pergaminhos do Mar Morto. Em virtude dessa importantíssima descoberta científica e literária, as cavernas habitáveis de Qumran, em Israel, são consideradas, na pós-modernidade, prova inequívoca e irrefutável da existência desse povo esotérico, bem como de seus escritos sagrados.

Lamentavelmente, e por causa de algumas divergências sociorreligiosas e políticas, João Batista, o precursor, foi preso no antigo povoado de Pereia e, posteriormente, sentenciado à morte por decapitação a pedido de Salomé e por ordem do rei Herodes Antipas. 

 

junho 21, 2021

ESTAMOS FICANDO MENOS INTELIGENTES ?- Christophe Clavé



*Um feliz Mundo 🌎 Novo a cada um de nós*

 “O QI médio da população mundial, que sempre aumentou desde o pós-guerra até o final dos anos 90, diminuiu nos últimos vinte anos ...

É a inversão do efeito Flynn.

Parece que o nível de inteligência medido pelos testes diminui nos países mais desenvolvidos.

Pode haver muitas causas para esse fenômeno.

Um deles pode ser o empobrecimento da linguagem.

Na verdade, vários estudos mostram a diminuição do conhecimento lexical e o empobrecimento da linguagem: não é apenas a redução do vocabulário utilizado, mas também as sutilezas linguísticas que permitem elaborar e formular pensamentos complexos.

O desaparecimento gradual dos tempos (subjuntivo, imperfeito, formas compostas do futuro, particípio passado) dá origem a um pensamento quase sempre no presente, limitado ao momento: incapaz de projeções no tempo.

A simplificação dos tutoriais, o desaparecimento das letras maiúsculas e da pontuação são exemplos de "golpes mortais" na precisão e variedade de expressão.

Apenas um exemplo: eliminar a palavra "senhorita" (agora obsoleta) não significa apenas abrir mão da estética de uma palavra, mas também promover involuntariamente a ideia de que entre uma menina e uma mulher não existem fases intermediárias.

Menos palavras e menos verbos conjugados significam menos capacidade de expressar emoções e menos capacidade de processar um pensamento.

Estudos têm mostrado que parte da violência nas esferas pública e privada decorre diretamente da incapacidade de descrever as emoções em palavras.

Sem palavras para construir um argumento, o pensamento complexo torna-se impossível.

Quanto mais pobre a linguagem, mais o pensamento desaparece.

A história está cheia de exemplos e muitos livros (Georges Orwell - "1984"; Ray Bradbury - "Fahrenheit 451") contam como todos os regimes totalitários sempre atrapalharam o pensamento, reduzindo o número e o significado das palavras.

Se não houver pensamentos, não há pensamentos críticos. E não há pensamento sem palavras. Como construir um pensamento hipotético-dedutivo sem o condicional?

Como pensar o futuro sem uma conjugação com o futuro?

Como é possível captar uma temporalidade, uma sucessão de elementos no tempo, passado ou futuro, e sua duração relativa, sem uma linguagem que distinga entre o que poderia ter sido, o que foi, o que é, o que poderia ser, e o que será depois do que pode ter acontecido, realmente aconteceu?

Caros pais e professores: *Façamos com que nossos filhos, nossos alunos falem, leiam e escrevam.( isso não está fora do contexto).

Ensinar e praticar o idioma em suas mais diversas formas. Mesmo que pareça complicado. Principalmente se for complicado. Porque nesse esforço existe liberdade.

Aqueles que afirmam a necessidade de simplificar a grafia, descartar a linguagem de seus "defeitos", abolir gêneros, tempos, nuances, tudo que cria complexidade, são os verdadeiros arquitetos do empobrecimento da mente humana. Não há liberdade sem necessidade.

Não há beleza sem o pensamento da beleza. 

https://libplus.it/non-ce-liberta-senza-necessita-non-ce-bellezza-senza-il-pensiero-della-bellezza/ 

https://it.m.wikipedia.org/wiki/Effetto_Flynn#:~:text=L'effetto%20Flynn%20consiste%20nell,indipendente%20dalla%20cultura%20di%20appartenenza.


O SOLSTÍCIO - Bruno Macedo




O solstício corresponde ao instante em que o Sol atinge a sua declinação máxima ou mínima, dependendo do hemisfério em questão.

No solstício de Verão o Polo Norte apresenta uma inclinação de 23,5º em direção ao Sol, enquanto no solstício de Inverno o Polo Norte fica afastado do Sol com uma inclinação de 23,5º. 

No hemisfério sul (onde se encontra o Brasil), o solstício de verão acontece nos dias 21 ou 23 de dezembro e o solstício de inverno nos dias 21 ou 23 de junho.

Inversamente, no hemisfério norte, o solstício de verão acontece nos dias 21 ou 23 de junho e o solstício de inverno nos dias 21 ou 23 de dezembro.

Por ser o dia de maior noite no ano, o solstício de Inverno (21 de Dezembro, no hemisfério Norte e 21 de Junho no hemisfério Sul) é associado à morte, ao desconhecido ou à escuridão, enquanto que o dia de maior claridade (21 de Junho, no hemisfério Norte e 21 de Dezembro no hemisfério Sul) é associado a Vida ou à Luz (solstício de Verão).

Na antiguidade, as iniciações eram feitas sempre no solstício de Inverno, porque sendo o ultimo dia de maior noite, significava a marca do inicio do ciclo de dias de luz cada vez maiores; significava ainda a saída do mundo dos mortos (a noite, a escuridão), ou a entrada no mundo dos vivos (o dia, a Luz).

As iniciações tinham assim o significado de renascer, ou nascer de novo para a Luz; o renascimento assume assim o significado simbólico da vida que se renova, após a grande noite (morte).

No Egito antigo, os Faraós eram reiniciados a cada novo solstício de inverno.

As Pirâmides foram construídas em alinhamento para receber o Sol de frente à porta de entrada, exatamente no dia do solstício de Inverno.

Em diversas outras civilizações, as grandes obras de arquitetura foram construídas com este alinhamento e com este objetivo.

Acredita-se que, assim como os Romanos observavam o Solstício de Inverno, em homenagem ao deus Saturno, posteriormente chamado de “Sol Invencível”, esse costume também era observado pelas Guildas Romanas, os antigos Colégios e Corporações de Artífices, que nada mais eram do que a Maçonaria Operativa.

Porém, há fortes indícios de que a Maçonaria Especulativa, formada por europeus de predominância cristã e preocupados com a imagem da Maçonaria perante a “Santa Inquisição”, aproveitou a feliz coincidência das datas comemorativas de São João Batista (24/06) e São João Evangelista (27/12) serem muito próximas dos Solstícios, para relacionarem a observância dos Solstícios com os Santos de nome João, e assim protegerem a instituição e sua observação dos Solstícios da ignorância, tirania e fanatismo.

João Batista é o profeta que anuncia e prepara, no sistema iniciático, a vinda da Luz.

Ele ensina a humildade, a renúncia ao ego, sem as quais a iniciação e o progresso espiritual são impossíveis: "É preciso que ele cresça e que eu diminua" (João 3:30). 

Haverá expressão mais profunda deste sentido do que esta?

Pobre do Mestre que não aspire a ser ultrapassado pelo seu discípulo! 

São João Batista simboliza, assim, o grande iniciador, o Mestre sábio que prepara, humildemente, o caminho ao Aprendiz.

São João Evangelista, em contrapartida, representa o Irmão que recebeu a Luz e que a dimana na sua sabedoria, identificando-a com o Verbo e com o Amor. 

Tradicionalmente, tanto para o mundo oriental, quanto para o ocidental, o solstício de Câncer, ou da Esperança, alusivo a São João Batista (verão no hemisfério Norte e inverno no hemisfério Sul), é a porta cruzada pelas almas mortais e, por isso, chamada de Porta dos Homens, enquanto que o solstício de Capricórnio, ou do Reconhecimento, alusivo a São João Evangelista (inverno no hemisfério Norte e verão no hemisfério Sul), é a porta cruzada pelas almas imortais e, por isso, denominada Porta dos Deuses.

Nesse sentido, na Inglaterra, onde a primeira Obediência Maçônica do mundo, como se sabe, foi fundada em 1717, no dia de São João Batista, o antigo símbolo maçônico de um círculo ladeado por duas linhas paralelas, talvez um dos símbolos mais antigos da humanidade ainda em uso, teve a simbologia das linhas paralelas dos Trópicos de Câncer e Capricórnio, que possuem ligação direta com a observância dos Solstícios, transformados em São João Batista e São João Evangelista.

Ou seja, não são Lojas Solsticiais, mas sim e antes de tudo, Lojas de São João.

Bom dia de solstício meus irmãos. 

Bruno Macedo M.'.M.'.

junho 20, 2021

OPERAÇÃO ZEGOTA (RESGATE) - Newton Agrella


Contribuição do escritor e intelectual maçônico Newton Agrella

Durante a 2ª Guerra Mundial, Irena Sendler conseguiu uma autorização para trabalhar no Gueto de Varsóvia, como especialista de canalizações. Mas os seus planos iam mais além... Sabia quais eram os planos dos nazis relativamente aos judeus (sendo alemã!).

Irena trazia crianças escondidas no fundo da sua caixa de ferramentas e levava um saco de aniagem na parte de trás da sua caminhonete (para crianças de maior tamanho).

Também levava na parte de trás da camioneta um cão, a quem ensinara a ladrar aos soldados nazis quando entrava e saia do Gueto. Claro que os soldados não queriam nada com o cão e o ladrar deste encobriria qualquer ruído que os meninos pudessem fazer.

Enquanto pôde manter este trabalho, conseguiu retirar e salvar cerca de 2500 crianças.

Por fim os nazis apanharam-na. Souberam dessas atividades e em 20 de Outubro de 1943 Irena Sendler foi presa pela Gestapo e levada para a infame prisão de Pawiak, onde foi brutalmente torturada. Num colchão de palha, encontrou uma pequena estampa de Jesus com a inscrição: “Jesus, em Vós confio”, e conservou-a consigo até 1979, quando a ofereceu ao Papa João Paulo II.

Ela, a única que sabia os nomes e moradas das famílias que albergavam crianças judias, suportou a tortura e negou trair seus colaboradores ou as crianças ocultas. Quebraram-lhe os ossos dos pés e das pernas, mas não conseguiram quebrar a sua determinação. Já recuperada foi, no entanto, condenada à morte.

Enquanto esperava pela execução, um soldado alemão levou-a para um "interrogatório adicional". Ao sair, ele gritou-lhe em polaco: "Corra!".

Esperando ser baleada pelas costas, Irena, contudo, correu por uma porta lateral e fugiu, escondendo-se nos becos cobertos de neve até ter certeza de que não fora seguida. No dia seguinte, já abrigada entre amigos, Irena encontrou o seu nome na lista de polacos executados que os alemães publicavam nos jornais.

Os membros da organização Żegota ("Resgate") tinham conseguido deter a execução de Irena, subornando os alemães e Irena continuou a trabalhar com uma identidade falsa.

Irena mantinha um registo com o nome de todas as crianças que conseguiu retirar do Gueto, guardadas num frasco de vidro enterrado debaixo de uma árvore no seu jardim.

Depois de terminada a guerra, tentou localizar os pais que tivessem sobrevivido e reunir a família. A maioria tinha sido levada para as câmaras de gás. Para aqueles que tinham perdido os pais, ajudou a encontrar casas de acolhimento ou pais adotivos.

Em 2006 foi proposta para receber o Prêmio Nobel da Paz... mas não foi selecionada. Quem o recebeu foi Al Gore por sua campanha sobre o Aquecimento Global.

Não permitamos que alguma vez esta Senhora seja esquecida!!

Estou transportando o meu grão de areia, postando e divulgando esta história. Espero que faças o mesmo.

Passaram já mais de 60 anos, desde que terminou a 2ª Guerra Mundial na Europa. Esta história será reenviada como uma cadeia comemorativa, em memória dos 6 milhões de judeus, 20 milhões de russos, 10 milhões de cristãos (inclusive 1.900 sacerdotes católicos ), 500 mil ciganos, centenas de milhares de socialistas, comunistas e democratas e milhares de deficientes físicos e mentais e que foram assassinados, massacrados, violados, mortos à fome e humilhados, com os povos do  mundo muitas vezes olhando para o outro lado...

Agora, mais do que nunca, com o recrudescimento do racismo, da discriminação e os massacres de milhões de civis em conflitos e guerras sem fim em todos os continentes, é imperativo assegurar que o Mundo nunca esqueça gente como Irena Sendler, que salvou milhares de vidas praticamente sozinha.

A intenção deste relato é chegar a 40 milhões de pessoas em todo o mundo. 

Una-se a nós e seja mais um elo desta cadeia comemorativa e ajude a distribuí-la por todo o mundo... Por favor, envie este relato às pessoas que conhece e peça que não interrompam esta cadeia. 

"A razão pela qual resgatei as crianças tem origem no meu lar, na minha infância.

Fui educada na crença de que uma pessoa necessitada deve ser ajudada com o coração, sem importar a sua religião ou nacionalidade." - Irena Sendler

 Divulgue, compartilhe. Você, com certeza, não vai ganhar nada com isso, mas estará lembrando uma ação de humanidade feita por esta mulher e com isso, mostrando ao mundo que ainda existe tempo de mudanças...

O SÃO JOÃO - Adilson Zotovici



Adilson Zotovici da ARLS Chequer Nassif - 169 de S. Caetano do Sul é um notável intelectual e poeta maçônico.

Muitas  são as referências!

Herdadas por tantas culturas

Que as opções mais seguras

São as pessoais preferências  


Todas tem semeaduras 

Um bom motivo ou razão 

Fazem brotar do coração

Das intenções, as mais puras 


Cada qual com sua missão

De amor e caridade porém,

Voltadas  às  sendas do bem

Que reverenciam  um “ São João ” 


Não um, nem dois, muito além

O Profeta,  o  Bizantino,

O Evangelista genuíno,

O Esmóler ou de Jerusalém.....


Quiçá, aquele que o destino

Por seus princípios, zeloso, 

Levou-o a um final doloroso... 

O Batista de Jesus Divino ?!


Relevante e  imperioso,

Talvez seja crer que a maneira,

À uma resposta sobranceira,

É buscar um consenso ditoso 


Abrasando o coração na  fogueira

Qual “Isabel” acendeu no terreiro

À Mãe do Inefável Obreiro

A levar noticia  alvissareira


Comemore livre pedreiro

Honrando-o  seja  em qual decisão 

Hoje e n`outros dias que virão

A SÃO JOÃO...NOSSO PADROEIRO !!!


Adilson Zotovici

ARLS Chequer Nassif - 169

junho 19, 2021

TALES DE MILETO RESPONDE



Um sofista se aproximou de Tales de Mileto e tentou confundi-lo com perguntas difíceis. 

Mas o Sábio de Mileto estava 'a altura da prova, porque respondeu a todas as perguntas sem a menor vacilação e com a maior exatidão.

 1 - O que é mais antigo? - Deus, porque sempre existiu.

 2 - O que é mais belo? -  O Universo, porque é obra de Deus.

 3 - Qual é a maior de todas as coisas? - O Espaço, porque contém tudo do Criador.

 4 - O que é mais constante? - A Esperança, porque permanece no homem, mesmo depois de ter perdido tudo.

 5 - Qual é a melhor de todas as coisas? - A Virtude, porque sem ela não existiria nada de bom.

 6 - Qual é a coisa mais rápida de todas? - O Pensamento, porque em menos de um minuto nos permite voar até o final do Universo.

 *7 - Qual é a mais forte de todas as coisas?  - A Necessidade, porque é com ela que o homem enfrenta todos os perigos da vida.

 *8 - O que é mais fácil dentre todas as coisas? - Dar conselhos.

Mas quando chega a nona pergunta, nosso sábio fala através de um paradoxo. Dá uma resposta, quiçá não entendida por seu interlocutor. 

       A pergunta foi esta: 9 - O que é mais difícil? - 

O Sábio de Mileto replicou: - Conhecer-se a si mesmo"

A FILOSOFIA CONTIDA NO SIMBOLISMO DOS VIGILANTES... - Newton Agrella

 


Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante. Um dos mais notáveis intelectuais da maçonaria no Brasil.

Inobstante o rito que seja praticado por uma Loja maçônica, há por trás disso uma filosofia contida no simbolismo que guarnece as funções de 1o.e 2o. Vigilantes.

O 1o.Vigilante protagoniza o significado da Força.  

Seja ela a força de caráter, moral, ética, mental e espiritual, bem como a força consistente das ações e empreendimentos humanos, para que possam existir por si só.  

Ela simboliza ainda a determinação e voluntariedade do homem para erigir seu templo interior com firmeza   e base arquitetônica dos princípios de uma construção sólida.  

Diante disso o Nível é a joia que   representa esse exercício filosófico, posto que este simboliza a Igualdade social e a Retidão de juízo. 

O Nível maçônico se constitui de um Esquadro de cujo ângulo desce uma uma Perpendicular.

Por outro lado, o 2o. Vigilante protagoniza o significado da Beleza das virtudes morais, bem como a beleza como  atributo estético de padrões comumente aceitos pelo homem, no processo de elaboração em tudo que se constrói, valendo-se do sentido oculto das Alegorias e dos Símbolos.

Dentro desta perspectiva, a joia do 2o.Vigilante é o Prumo, posto que esta joia, na linguagem semântica e na simbologia maçônica sugere a ideia de se agir com prudência, perspicácia e juízo. 

O Prumo sob a égide filosófica maçônica, traz consigo o símbolo da Pesquisa e da Investigação da Verdade.

Do ponto de vista Dialético, o Prumo aliado ao Esquadro sugere o caminho ao aprimoramento humano e permite desta forma a perfeita construção do Templo.

Registre-se que essa equação tem um sentido manifestadamente especulativo, de caráter intelectual e antropocêntrico. 

O homem buscando o autoconhecimento em si e por si.


junho 18, 2021

A CADEIRA DE SALOMÃO - Rui Bandeira




Denomina-se de Cadeira de Salomão a cadeira onde toma assento o Venerável Mestre da Loja quando a dirige em sessão ritual.

Em si, não tem nada de especial. É uma peça de mobiliário como outra qualquer. É como qualquer outra cadeira. Porventura (mas não necessariamente) um pouco mais elaborada, com apoio de braços, com maior riqueza na decoração, com mais cuidado nos acabamentos. Ou não...

Como quase tudo em maçonaria, a Cadeira de Salomão tem um valor essencialmente simbólico. Integra, conjuntamente, com o malhete de Venerável e a Espada Flamejante (esta apenas nos ritos que a usam), o conjunto de artefatos que simbolizam o Poder numa Loja maçônica. Ninguém, senão o Venerável Mestre usa o malhete respectivo. Ninguém, senão ele utiliza a Espada Flamejante. Só ele se senta na Cadeira de Salomão.

A Cadeira de Salomão destina-se, pois, tal como os outros dois artefatos referidos, a ser exclusivamente utilizada pelo detentor do Poder na Loja. Assim sendo, importante e significativo é o nome que lhe é atribuído. Não se lhe chama a Cadeira de César ou o Trono de Alexandre. Sendo um atributo do Poder, não se distingue pelo Poder.

Antes se lhe atribui o nome do personagem que personifica a Sabedoria, a Prudência, a Justiça aplicada. Ao fazê-lo, está-se a indiciar que, em Maçonaria, o Poder, sempre transitório, afinal ilusório, sobretudo mais responsabilidade que imperiosidade, só faz sentido, só é aceite, e, portanto só é efetivo e eficaz se exercido com a Sabedoria e a Prudência que se atribui ao rei bíblico.

Quem se senta naquela cadeira dispõe, no momento, do poder de dirigir, de decidir, de escolher o que e como se fará na Loja. Mas, em Maçonaria, se é regra de ouro que não se contraria a decisão do Venerável Mestre, porque tal compromisso se assumiu repetidamente, também é regra de platina que, sendo-se livre, não se é nunca obrigado a fazer aquilo com que se não concorda.

O Poder do Venerável Mestre é indisputado. Mas, para ser seguido, tem de merecer a concordância daqueles a quem é dirigido. E esta só se obtém se as decisões tomadas forem justas, forem ponderadas, forem prudentes. O Poder em Maçonaria vale o valor intrínseco de cada decisão. Nem mais, nem menos.

A Cadeira de Salomão é, pois o lugar destinado ao exercício do Poder em Loja, com Sabedoria e Prudência. Sempre com a noção de que não é dono de qualquer poder, que só se detém (e transitoriamente) o Poder que os nossos Irmãos em nós delegaram, confiando em que bem o exerceríamos.

Não está escrito em nenhum lado, não há nenhuma razão aparente para que assim tenha de ser. Mas quase todos os que se sentaram na Cadeira de Salomão sentem que esta os transformou. Para melhor. Não porque esta Cadeira tenha algo de especial ou qualquer mágico poder. Porque a responsabilidade do ofício, o receber-se a confiança dos nossos Irmãos para os dirigirmos, para tomar as decisões que considerarmos melhores, pela melhor forma possível, por vezes após pronúncia dos Mestres da Loja em reunião formal, outras após ter ouvido conselho de uns quantos, outras ainda em solitária assunção do ônus, transforma quem assumiu essa responsabilidade.

A confiança que no Venerável Mestre é depositada pelos demais é por este paga com o máximo de responsabilidade. Muito depressa se aprende que o Poder nada vale comparado com o Dever que o acompanha. Que aquele só tem sentido e só é útil e é meritório se for tributário deste.

A primeira vez que um Venerável Mestre se senta na Cadeira de Salomão não lhe permite distinguir se é confortável ou não. Não é apta a que sinta que se encontra num plano superior ou central ou especial em relação aos demais. A primeira vez que um Venerável Mestre se senta na Cadeira de Salomão vê todos os rostos virados para ele. Aguardando a sua palavra. Correspondendo a ela, se ela for adequada.

Calmamente aguardando por correção, se e quando a palavra escolhida não for adequada. A primeira vez que um Venerável Mestre se senta na Cadeira de Salomão o faz instantaneamente compreender que está ali sentado... sem rede!

E depois faz o seu trabalho. E normalmente faz o seu trabalho como deve ser feito, como viu outros antes dele fazê-lo e como muitos outros depois dele o farão. E então compreende que não precisa de rede para nada. Que o interesse é precisamente não ter rede...

Quem se senta na Cadeira de Salomão aprende a fazer a tarefa mais complicada que existe: dirigir iguais!

Matéria Retirada do Boletim Informativo " O Pelicano", da Aug.·. Resp.·. Benf.·. Loj.·. Simb.·.ESTRELA DA GUANABARA n° 1685 - GOB-RJ