julho 01, 2021

O CINZEL

 








O cinzel, força ativa e intelectual, que simboliza o método maçônico

As ferramentas de trabalho do aprendiz Maçom são o Régua, o Malho e o Cinzel. Estas ferramentas estão presentes na loja, o malho e o cinzel colocados junto à pedra bruta encontram-se no primeiro degrau localizado a Este, no lado Norte.

No sentido etimológico da palavra, o cinzel é um instrumento achatado, de ferro ou aço, formado por uma lâmina afiada em uma das pontas, para trabalhar corpos duros, essa lâmina costuma ser empurrada por um martelo ou um malho.

O cinzel e o malho são inseparáveis, para cortar a pedra bruta o cinzel e o malho não podem ser usados ​​sozinhos, o cinzel é o símbolo da energia ativa, pois trabalha a matéria passiva e ainda assim é uma ferramenta passiva desde que 'ele recebe os golpes transportada pelo malho, a ferramenta rígida cinzel deve aperfeiçoar a pedra bruta tornando-a totalmente em conformidade com o seu uso para que esta se aproxime o mais possível da pedra lapidada cúbica colocada no lado do sul.

O cinzel associado ao malho nos permite cortar nossa pedra, nos dá os meios para refinar nosso caráter e aumentar nosso conhecimento, cortar a pedra com o cinzel é separar a vida profana da vida espiritual.

O aprendiz deve se concentrar em tentar reproduzir a pedra cúbica, deve fazê-lo com discernimento e determinação, mas também com cuidado para não deteriorar a pedra bruta.

O símbolo do cinzel do método maçônico faz com que o aprendiz entenda que ele é a pedra bruta e que precisará, ao longo de sua vida, determinação e perseverança para corrigir suas imperfeições, seus defeitos. E seus vícios, a fim de melhorar intelectual e moralmente e se tornar como a pedra lapidada que lhe é proposta como modelo.

JULHO, O MÊS 7 - O MÊS TRANSCENDENTAL - Newton Agrella



Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante. Um dos mais destacados intelectuais maçônicos do pais.

O nome é uma referência ao Imperador romano Júlio Cesar.

É o sétimo mês do Ano no Calendário Gregoriano.

7  (Sete)  é o número da PERFEIÇÃO, da SABEDORIA.

Para uma significativa parcela da humanidade o "Supremo Arquiteto do Universo" reservou o 7º dia tornando-o  Sagrado, pois seria dedicado a Ele.

"Sagrado" nesse caso,  refere-se a "separado";  "dedicado"; "exclusivo".

Inegável que o número 7 possui um caráter emblemático, misterioso e metafísico no

inconsciente coletivo

É o símbolo do Discernimento  da Introspecção e da Intuição. 

O 7 une o número do ESPÍRITO (3  - o Triângulo) ao número da MATÉRIA (4 – o Quadrado). 

Assim, ele congrega os dois mundos e é tido como símbolo da totalidade do UNIVERSO EM TRANSFORMAÇÃO. 

O 7 representa o triunfo do ESPÍRITO sobre a MATÉRIA.

Na Sublime Ordem a composição de uma Loja Perfeita impõe que:

3 a dirijam, 

5 a iluminem 

*7* a tornem Justa e Perfeita 

Não é a toa que temos:

os  7 Pecados capitais

as  7 cores do arco-íris

os  7 principais chakras

as  7 maravilhas do mundo,

os  7 dias da semana

as  7 notas musicais,

E finalmente  "trancamos nossos segredos" a 7 chaves !

 O mês de JULHO ainda insta-nos a valorizar a partícula gramatical "RE" como uma reavaliação do que nós nos propusemos no início do Ano, rever, replanejar, recomeçar, relevar...

Enfim, cada um sabe dos seus verbos, e é senhor de suas retomadas...

Um JULHO restaurador e reconfortante para todos nós !!!



junho 30, 2021

A POBREZA INTELECTUAL NA MAÇONARIA - Dr Dario A. Baggieri



Amados irmãos , debatendo em uma loja de estudos maçônicos, pelo ZOOM, virtualmente, com mais 75 irmãos referências em suas Lojas e membros  das Três Potencias regularmente reconhecidas no Brasil sobre o TEMA : ” A POBREZA INTELECTUAL QUE GRASSA NO INTERIOR DA MAÇONARIA BRASILEIRA”.

Ficamos estarrecidos  com a constatação de vários irmãos preocupados com o sombrio futuro de nossa sublime instituição , caso não seja implementado um projeto de revitalização e de doutrinação em moldes planejados e de educação continuada, com quebra de paradigmas e filtragem mais criteriosa dos futuros membro da Ordem.

A Pobreza intelectual aqui ratificada, é a mente desprovida da verdade, do conhecimento de si e do alcance de seus pensamentos e ações.

A escolha deliberada em não conhecer as coisas mais importantes começa quando a mente rejeita todo e qualquer padrão que não seja ela mesma.

Ela vislumbra sua vida espiritual como algo que se edificou a si mesmo, que se construiu sozinho.

A rigor, a mente não pode “fazer” nada errado, pois é ela quem define o que é certo e errado.

Da mesma forma, ela não pode perdoar ou ser perdoada porque isso implicaria que existiria uma fonte e uma medida fora de si.

A pobreza intelectual é a verdadeira origem da pobreza material, filosófica, Teocrática e institucional.

Eis porque a sabedoria maçônica clássica sempre exorta que conheçamos a nós mesmos, que nos ordenemos por um padrão que não criamos.

Nossas mentes trabalham diuturnamente para distorcer a realidade e fazer com que ela se enquadre em nossas escolhas.

Platão dizia que a vida humana não é “séria”.

O homem é um “joguete” dos deuses.

Sua intenção não é nos denegrir, mas louvar nossas vidas por aquilo que são.

Não é “necessário” que existamos.

Mesmo assim, existimos.

Existimos por razões não fundadas no determinismo.

O fato de existirmos de maneira desnecessária expressa a mais profunda verdade sobre nós.

Existimos por escolha, por amor, pela liberdade fundada no que está para além da necessidade.

Significa que nossas vidas devem refletir essa desnecessidade, essa liberdade de sermos receptores de bens e graças das quais não somos a causa.

Após essa pequena dissertação supracitada, observamos que os céticos irmãos definem a Maçonaria como a “Instituição da perda de tempo, nos dias atuais”.

Os Paladinos da Ordem definem que A Pobreza intelectual da Maçonaria, não é sinônimo de marginalidade de ações construtivas individuais e coletivas, mas é o alimento de “intelectuais” canalhas, os profanos de aventais, os vaidosos arrogantes, os pombos arrulhantes que destilam e semeiam a discórdia em nossos Templos.

A pobreza maior do maçom  é a ausência de compromisso do que é fundamental para a vida humana, não somente para  a sua própria, mas também para a de seus irmãos maçons, além de para com a nossa existência, enquanto instituição eclética que somos.

Podemos  ser pobres materialmente falando e também culturalmente em termos acadêmicos.

Ela passa por todos os extratos sociais.

Muitas vezes apontamos como pobre só aquele que não tem o que comer ou que não tem condições de habitabilidade.

Essa é a pobreza mais visível.

Mas, no entanto, existe também outro tipo de pobreza e que passa também por aqueles que são economicamente mais favorecidos, os ricos, se assim quisermos falar, a POBREZA DE ESPÍRITO, essa é a pior que pode ocorrer dentro de um iniciado que recebeu a verdadeira luz. 

Um Irmão  participante  do debate definiu todo o processo  que estamos vivenciando hoje na Maçonaria com a seguinte frase:

A nossa maior pobreza intelectual não é a “pobreza econômica” e, sim, a “pobreza moral”.

Essa colocação deixou a todos estarrecidos, pois a primeira vista parece ser ofensiva, inapropriada  e que não teria sentido em uma reunião virtual daquele nível Constelar.

Em plena era cibernética, onde vemos o adiantado desenvolvimento das variadas faces da ciência, tais como telecomunicações, medicina, engenharia, etc... ainda persistem, em nossa sociedade discreta, A MAÇONARIA, práticas e comportamentos pouco dignos, controversos e antagônicos ao modelo moral proposto para nossa Sublime Instituição; sendo necessário a criação de novas leis para regular as relações sociais e defender direitos naturais.

O uso de “máscaras sociais” é a confissão íntima da nossa personalidade, ou seja, quando usamos as nossas várias “máscaras” para permearmos a sociedade, confessamos para nós mesmos que, nossa personalidade ainda está aquém daquela que nos foi colocada como modelo.

Confessamos para nós mesmos que não somos o que gostaríamos de ser, ou, pelo menos, não conseguimos ser o que nos foi ensinado, desta forma, “fabricamos”, aparências circunstanciais, efêmeras e transitórias, de comportamentos aceitos na vida maçônica, familiar e na comunidade onde vivemos. 

Nossos comportamentos, em verdade, ainda são marcados, de forma indelével, pelo egoísmo, muito embora, às vezes, não o notamos em nossa conduta social, por estarmos totalmente integrados – inconscientemente – em nosso próprio arquétipo evolutivo.

Ou seja o EGOCENTRISMO .

A Pobreza intelectual  é um Estado Moral.

Nunca me habituarei a ser pobre Moralmente Falando.

Chamo essa pobreza de  desamparo Interior.

Confundimos pobreza  moral com desamparo: pois têm o mesmo rosto.

Mas a pobreza é um estado moral, um sentido das coisas, uma forma de honestidade desnecessária.

Uma renúncia a participar no melhoramento global  do mundo, é isso a pobreza moral e intelectual para mim.

Talvez não por bondade , por ética ou por um qualquer ideal elevado, mas por incompetência  de partilhar o que de graça , nos brindou o Grande Arquiteto do Universo. 

Somos, nesse sentido, frades de uma ordem mendicante e talvez agonizante, clamando por um futuro diferente daquele que se anuncia e está se descortinando no horizonte, infelizmente para nossa amada e Sublime Instituição.

Para entrarmos no caminho do progresso moral é necessário que tenhamos em mente as modificações que teremos que fazer em nossas atitudes, em nossos sentimentos e em nossas obras para com o outro.

Se não houver renuncia dos nossos vícios materiais ou morais, não teremos condições de abrir a porta do progresso moral em nossa caminhada, porque só através da mudança verdadeira é que teremos a chave para realmente abrir a porta do progresso moral.

Quando buscamos nossa melhora, mudamos de atitude não pensamos mais de forma egoísta, traçamos o nosso desenvolvimento sempre pensando no desenvolvimento do outro.

Procure em você as modificações necessárias para começar o seu progresso moral, somente você poder corrigir as suas falhas.

Pensemos nisso hoje e sempre!!!!!




(Grupo de Estudos Maçônicos “Filhos de Hiram”)

junho 29, 2021

O LATIM NOSSO DE CADA DIA - Newton Agrella



Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante. Um dos mais respeitados intelectuais da maçonaria no país.

As expressões idiomáticas, e elas são inúmeras na Língua Portuguesa, via de regra, originam-se de usos e costumes  que ganharam vida ao longo da História e sobretudo no tocante ao comportamento humano.

Uma dessas expressões que denota literalmente sua origem é do "bajulador".  

Aliás, cabe aí, breve explicação etimológica. 

"Bajulare" do Latim "bajulus" significa, o que leva a carga para outro, mensageiro.

Essa palavra está intimamente ligada à expressão popular 

"puxa-saco", cujos relatos orais dão conta que  parece ter surgido da época do Brasil Colônia, quando os oficiais do Exército, ao serem transferidos para outra cidade, chegavam levando os seus pertences num saco de pano. 

Ao chegarem ao seu destino, procurando um lugar para pousar, sempre aparecia alguém querendo pegar o saco para ajudá-los, de olho na gorjeta ou em qualquer outra vantagem.

Esse viés do comportamento humano, estende-se frequentemente e ganha raias do chamado "people pleaser", expressão amplamente utilizada na língua inglesa, que nada mais é, senão o puxa-saco desmedido, por alguns aqui no Brasil,  também chamado de "bajulador psíquico".

Essa expressão faz referência a alguém que adota determinadas atitudes e comportamentos com o claro e inequívoco intento de agradar e bajular o outro. 

Dizer sempre "sim", externar elogios gratuitos, bater palminhas,

concordar com tudo, fazer favores a cada pouco, colocar-se sempre à disposição dos outros, fingir que concorda com a opinião alheia mesmo que isso fira seus valores mais recônditos, são exemplos tácitos desse tipo de pessoa.

Diferente do que possa parecer, o objetivo não é nada altruísta.

A bem da verdade, o “bajulador psíquico” quer sim  induzir o outro a satisfazer seus mais íntimos desejos psíquicos.

Esse tipo bem característico é facilmente encontrável nos mais diversos segmentos da sociedade humana, e independe de sexo, gênero, tamanho ou idade e até mesmo do nível sociocultural.

Cabe contudo lembrar, que ninguém consegue agradar a todos o tempo todo e uma hora ou outra a insatisfação e a frustração vão bater à porta do bajulador.

Talvez esse comportamento e essa predisposição estejam ligados à questão da autoestima e à busca de aceitação.

Seja qual for o grupo social a que se esteja atrelado, aprender a se valorizar e enxergar o mundo com mais personalidade, pode ser um caminho para a própria evolução.

É missão do Maçom, projetar, esculpir e buscar  aprimoramento de formas e conteúdo de seu templo interior, independentemente de agradar aos outros, mas sabendo conviver, e sendo natural, sincero e transparente em cada atitude que traduza o seu ritual de vida.

Respeitar-se a si mesmo é o primeiro passo.


“MAÇONS SÃO SERES HUMANOS!!!“ - Adaptado do Blog arte Real!


Maçons são seres humanos, e como tal devem se comportar.

Se seres humanos, Somos passíveis de falha.

Buscadores de Conhecimento como todos os seres humanos.

Sujeitos a acertos e erros como qualquer ser humano.

Porém, o que em um não iniciado é uma qualidade rara, no Maçom dever ser o cumprimento de um Dever, sendo útil sem jamais tirar proveito.

Os que usam de dissimulação para entrar na Ordem, renegando propósitos como: obter proveitos e vantagens, para serem admitidos, se decepcionarão quando perceberem que a Maçonaria consiste em estudar, ler, elaborar trabalhos, auxiliar os necessitados, mudar as condutas inadequadas, tornando-se mais virtuoso.

Um dos Bons Mestres com quem tive a satisfação de conviver (já partiu para o Oriente Eterno), disse, certa vez:- A Maçonaria é a única escola que concede um grau antes de ministrar as lições.

E isso, faz com que, grande parte dos iniciados, não entende a diferença entre receber o Grau e concluir o Grau.  Só podemos nos considerar aptos ao final de cada ciclo.

Além de checarmos quantas lições foram ministradas e respondidas, no tempo transcorrido, seria indispensável avaliar que transformações aconteceram no modo de proceder dos irmãos.

São elementos de concórdia?

Demonstram com suas ações que entendem que líderes jamais impõe sua vontade?

São tolerantes e tem clara noção dos seus próprios limites?

Dedicam-se ao estudo e a pesquisa com afinco?

Possuem disciplina e perseverança para aprender e sabedoria para ensinar?

As belas palavras são condizentes com atitudes de mesmo valor?

Entende que mais do que proferir belos discursos é preciso saber quando, se, o que e como falar; sendo moderado com os menores, prudente com os maiores, sincero com os iguais, manso com os que sofrem, sempre de acordo com os princípios da sã moral?

Conhece e aceita suas limitações e, dia após dia, trabalha no mármore para retirar as arestas, uma a uma, com cuidado para não estragar a obra?

Entende que liberdade ao extremo, se torna libertinagem; que ausência de liberdade, se transforma em escravidão e que, somente pode ser benéfica, a liberdade que se associa a responsabilidade?

E ainda, para que seja considerado apto a subir os degraus da escada:

Deve gozar a vida com moderação e sem ostentações.

Ter devoção à pátria e imenso amor à família, aos irmãos e à humanidade.

Precisa ter disposição indomável para combater sem tréguas o vício, a corrupção, o crime, a intolerância e, principalmente, as suas próprias ambições pessoais.

Ser misericordioso, filantropo, inclinado a compaixão e predisposto a empatia.

Respeitar o seu próximo, independente, de cor, posição social, credo ou idealismo político, bem como à natureza e aos animais.

Amparar e ouvir os seus Irmãos, guardando como segredo de confissão as suas fraquezas e enaltecendo, para todos, as suas virtudes.

Precisa gostar da filosofia maçônica, conhecer profundamente a sua liturgia e ritualística, combatendo o obscurantismo, a intolerância, o fanatismo, as superstições, os preconceitos, os erros, as más lendas e invencionices maçônicas.

Ter uma espiritualidade rica e pureza de sentimentos, que justifiquem a honra de revestir-se de aventais e receber títulos, cargos e graus, ciente de que os paramentos devem adornar as virtudes e não, o corpo físico.

Do passado: ser versado em História da Maçonaria, saber suas origens, leis, usos e costumes; no presente: estar disposto a escrever novos capítulos, atuando como construtor social, objetivo primordial da Ordem, para colaborar com o progresso da humanidade.

E percebo que meu Mestre descobriu o Segredo, alcançando a Sabedoria.

O grande Segredo da Maçonaria é o processo interior que permite a transformação das trevas da ignorância em luz do conhecimento.

O grande Segredo da Maçonaria é que ela oferece a oportunidade para que um ser humano falho e com defeitos, possa aperfeiçoar seu caráter.

O grande Segredo da Maçonaria é que ela oferece as ferramentas e ensina como utilizá-las.

Agora meus amados irmãos, “O maior segredo da Maçonaria é que para elaborar uma obra quase perfeita é preciso trabalhar com afinco, paciência, perseverança, disciplina, no bloco informe e bruto que cada ser humano representa.

Simples assim!!!

Mas tornamos tal missão de difícil labor, pois somos a própria matéria prima a ser lapidada, e de maneira diária e continuadamente, pois :” SOMOS SERES HUMANOS, apesar de filhos de uma DIVINDADE  SUPERIOR, Nosso DEUS!!, e não estamos aqui por acaso!!

O trabalho é árduo, diuturno, construtivo.

A perfeição somente é alcançada, degrau por degrau!




junho 28, 2021

GRÃO MESTRE - Sérgio Quirino



Sérgio Quirino é um respeitado intelectual maçônico que foi eleito e empossado Grão-Mestre da GLMMG 2021/2024

Saudações, estimado Irmão!

Eleito, Proclamado, Diplomado e Empossado como 25º Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais. E agora?

Chegou o momento de honrar os mais de oito mil votos a mim confiados e continuar no caminho que tenho trilhado ininterruptamente, há quase vinte anos: Trabalhar em prol dos Irmãos.

Sou membro justamente da 25ª Loja de nossa Potência, a ARLS Presidente Roosevelt. Nela, ainda como Aprendiz, percebi e vislumbrei como deveria atuar um Grão-Mestre.

O Irmão Quirino nunca teve em mira a ambição ao título de Grão-Mestre. Minha ascensão à atual condição é o resultado de um projeto institucional desenvolvido em Loja. Iniciado o dedicado trabalho dos Irmãos, incorporei a missão, estudei e trabalhei muito para honrar as graves responsabilidades, que ora cingem sobre meus ombros no cargo de Sereníssimo.

Em uma longínqua segunda-feira, meu padrinho, o Irmão Antônio Milton de Araújo Melo, ajustando meu avental branco, profetizou:

- “Um dia você vai usar um avental dourado! Bem brilhoso. O brilho pode iluminar ou lhe cegar.”

No que eu lhe indaguei: - E o que faço para não ficar cego? De pronto, ele respondeu:

- “Tudo passa, tudo é transitório, e assim deve ser. Apenas três coisas você não pode deixar no passado: A vontade, o Amor e a Inteligência”

Aprendi assim a pautar a minha vida na interação inseparável destes três pontinhos e de que meu nome pudesse representar a fidelíssima cópia dos seus valores.

Tenho plena consciência de que a vontade não é o suficiente para cumprir a missão de Grão-Mestre. Assim como os Irmãos que me antecederam, a energia da Vontade estará ancorada na Inteligência, na procura de fazer o melhor pelas Lojas e na prática do Amor para com os Irmãos.

Permanecerei atento para que a Inteligência não se aparta da emoção, sem me abster da consciência do dever, evitando a passividade e os devaneios diante das adversidades.

Creio no Amor que transcende o sentimento, no carinho e no afeto, que nos mantém fraternalmente unidos na Serena Sabedoria, a subjugar minhas paixões, submeter meu desejo com Vontade e Inteligência para o fortalecimento da nossa amada Grande Loja.

Não será uma tarefa fácil diante da realidade da pandemia. Mas, todos nós já passamos por circunstâncias difíceis e sobrevivemos. As Potências Maçônicas são reflexos do trabalho das Lojas. As Lojas são as formadoras do Maçom como Obreiro. A Sociedade é o nosso canteiro de obra. Seguiremos na senda do construtor social e, a partir dos novos desafios, construiremos uma grande Irmandade.

O Irmão Quirino já ocupou diversos cargos e acumulou vários títulos. Mas, sempre visualizou na brancura do avental de Aprendiz a honra de ser Maçom e a obrigação de servir. Por essas razões, o símbolo da nossa gestão será a Flor de Lis, que representa Soberania, Honra e Lealdade. E o nosso lema será inspirado na conhecida sentença de Mahatma Gandhi:

“QUEM NÃO VIVE PARA SERVIR, NÃO SERVE PARA VIVER"

Atingimos quinze anos de compartilhamento de instruções maçônicas. Nosso propósito fundamental é incentivar os Irmãos ao estudo, à reflexão e tornar-se um elemento de atuação, legítimo Construtor Social.

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente! Fraternalmente




Grão-Mestre Empossado​ - GLMMG 2021/2024

PRECEITOS DIALÉTICOS NA MAÇONARIA - Newton Agrella



Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante. Um dos mais respeitados intelectuais da maçonaria no país.

A Dialética em sentido genérico consiste no conceito de  oposição, conflito proveniente da contradição entre princípios teóricos ou fenômenos empíricos.

A palavra advém do grego "dialektiké" que significa a arte do diálogo, a arte de debater, persuadir ou raciocinar.

Na Maçonaria é muito frequente o exercício desta disposição intelectual, uma vez que ela sugere um debate onde há ideias diferentes, em que  um posicionamento ou ponto de vista possa ser defendido e contradito.

No seu conceito original a Dialética consistia em separar fatos, dividir as ideias para poder debate-las com mais clareza.

A dialética também consiste  numa legitima maneira de filosofar.

Grandes pensadores da Humanidade como Sócrates, Platão, Aristóteles, Hegel, Marx, e outros, valem-se da Dialética como exercício constante do poder de argumentação.

Há porém, um aspecto menos nobre deste princípio, isto é;  quando a Dialética assume um caráter "pejorativo", como um uso exagerado de sutilezas.

Na Maçonaria é frequente que correntes doutrinárias defendam linhas interpretativas e conceitos  variados na busca da verdade, através do que a alma se eleva, gradativamente, das aparências sensíveis às realidades inteligíveis ou ideias.

A própria Lógica aristotélica que se fundamenta no chamado "raciocínio lógico" embora coerente em seu encadeamento interno, está calcada em ideias do "apenas prováveis", e por esta razão traz em sua essência a possibilidade de ser repelido ou negado.

A Dialética também denota um conjunto de premissas e de admissibilidade de postulados  que facultam ao Livre Pensador arquitetar idéias, compor um arsenal de conjecturas intelectuais e  permitir que estes conceitos possam ser revistos ou revisitados sem prejuízo às suas manifestações.

Não é nenhuma falácia afirmar que a Dialética se traduz como a Arte das Palavras aliada ao Caminho entre as Ideias.


junho 27, 2021

A GENTE VAI EMBORA...- Heitor Rodrigues Freire





Heitor Rodrigues Freire é ensaísta, advogado, corretor de imóveis, past GM da GLEMS e atual presidente da Santa Casa de Campo Grande. Colabora frequentemente com este blog.

Nestes momentos, todos estamos sendo confrontados com a realidade da morte, da transição, da mudança de estado da materialidade para a espiritualidade. O que nos causa, naturalmente, grande desconforto e sofrimento pelo desconhecimento de sua aceitação. Mas a morte é um fato. Inexorável! 

Quantos amigos e parentes que não víamos há muito tempo estão partindo. E isso nos provoca a saudade da ausência e também, de certa forma, nos cobra a consciência da distância em que vivíamos. Quantas vezes dissemos “Puxa, faz tanto tempo que não vejo o Fulano e agora ele se foi. Nunca mais vou vê-lo”. Mas no fundo, sabemos que não é assim. 

Pois é. Ele se foi. E nós também iremos. A separação entre os que se amam nunca acontece. A vida no plano físico é apenas um dos muitos estágios que o espírito vive em sua caminhada para Deus.

“Não somos humanos passando por uma experiência espiritual. Somos espíritos passando por uma experiência humana.”

Na realidade, todos continuamos a existir. Em outra dimensão. Ou como dizia Santo Agostinho, em seu poema A morte não é nada:

“A morte não é nada. 

Eu somente passei 

para o outro lado do Caminho.

...

Eu não estou longe,

apenas estou

do outro lado do Caminho.

Você que aí ficou, siga em frente, 

a vida continua, linda e bela

como sempre foi”. 

Circula pela internet um vídeo apresentado por Celso Portiolli, com sua bela voz de barítono, com o título deste artigo, demonstrando de forma muito clara o que vai acontecer com cada um de nós. 

Toda importância que nos damos vai embora. A vida continua sem a nossa presença, e se vai num estalo, pois seremos substituídos rapidamente. Todos estamos na fila. Mais cedo ou mais tarde, “A gente vai embora...”

Então a questão que se apresenta é a oportunidade representada pelo momento presente, no aqui e agora. Não dá mais para deixar para depois. O perdão que devemos pedir, o perdão que devemos dar, o abraço e o sorriso que ficaram pelo caminho.

O  livro Vigiai e Orai, do Irmão José, psicografado por Carlos A. Bacelli, também trata desse assunto:

“Ecoará para sempre

Terás uma vida brilhante, mas passarás – passarás como aqueles que viveram na obscuridade.

Como tantos outros, serás esquecido pelo que foste e o teu nome será apenas um a mais na galeria dos que nada fizeram que os imortalizasse no mundo.

Sim, porquanto após a morte do corpo, os homens continuam a viver na Terra somente através daquilo que concretizaram no bem dos semelhantes.

O que fizeres de bom ecoará para sempre.

Mesmo que te desconheçam, as futuras gerações te abençoarão o esforço.

E, onde estiveres, experimentarás indefinível sensação de paz, oriunda do dever cumprido no anonimato.

As tuas boas obras hão de sobreviver contigo, nas vibrações de simpatia e de fraternidade que espalharão, eternidade afora, o sinal de tua passagem pela Terra”.

Assim, da aceitação e do entendimento dessa condição verdadeira da morte, que não é definitiva, alcançaremos a paz que decorre disso e teremos uma visão verdadeira da realidade e da dimensão da eternidade. Depende de cada um buscar essa condição que concorrerá para a nossa libertação. 

Aprendi que a encarnação é uma oportunidade. Quem puder, que aproveite. Muitos dizem, depois de alguns anos, que estão realizados, que fizeram tudo, etc. etc. No meu entendimento essa é uma visão equivocada. Temos, na realidade, muito a aprender sempre. E a disposição e vontade, aliada à consciência, fazem a diferença.

“Se compreendes, as coisas são como são; se não compreendes, as coisas são como são”.


JOÂO GUIMARÃES ROSA - A VOZ UNIVERSALIZANTE DO SERTÃO - Adriana de Paula










 João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo, Minas Gerais, em 27 de junho de 1908. 

Quando menino, ouvia os muitos “causos” contados por vaqueiros que passavam pelo armazém de seu pai e que, certamente, lhe serviram de inspiração para a composição de sua obra. Aos 10 anos, mudou-se para Belo Horizonte para estudar, formando-se médico, em 1930, na Universidade de Minas Gerais. Poliglota, falava alemão, francês, inglês, espanhol, italiano e russo, além de ler em sueco, holandês, latim e grego.

 Após um concurso para o Itamaraty, tornou-se cônsul e viajou pelo mundo exercendo essa profissão. Durante a Segunda Guerra Mundial, juntamente com sua segunda esposa, D. Aracy, protegeu e facilitou a fuga de diversos judeus perseguidos pelo nazismo.

 Publicou seus primeiros contos em 1929, para um concurso literário da revista “O Cruzeiro”, mas foi em 1946, com a publicação de “Sagarana”, que alcançou o sucesso literário. Publicando, em seguida, obras como: “Corpo de baile”, “Grande sertão: veredas”, “Primeiras estórias” e “Tutameia”, as quais o consagraram como um dos grandes nomes da literatura brasileira. Em sua obra, Guimarães Rosa deu uma perspectiva universal ao sertão, refletindo sobre questões que vão além de uma fronteira regional e recriando a língua portuguesa, através de muitos neologismos e de uma linguagem fortemente poética. Para ele, “o sertão é o mundo”, desse modo, sua obra pode ser um caminho fecundo para compreender esse mundo, através das histórias dos homens simples que compõem os caminhos por que passam seus personagens.

 Ele morreu aos 59 anos de idade, em 19 de novembro de 1967, vítima de um infarto fulminante. Sua morte aconteceu três dias depois de ter tomado posse da Cadeira 2 da Academia Brasileira de Letras, quatro anos após ter sido nomeado. Segundo ele, a demora para assumir a vaga, devia-se justamente ao medo de morrer diante de uma emoção tão forte. Mas, como o próprio autor afirma em seu discurso de posse, “As pessoas não morrem, ficam encantadas… a gente morre é para provar que viveu.”, sendo assim, embora tenha partido fisicamente, Guimarães Rosa continua vivo através da grandiosidade da obra que deixou e da vida plena que teve ao longo de seus 59 anos.

 É difícil definir quem foi Guimarães Rosa e qual o legado de sua obra, tamanha a complexidade de tudo que viveu e dos textos que construiu. Em um poema em sua homenagem, Carlos Drummond de Andrade questiona: “João era tudo?/ tudo escondido, florindo/ como flor é flor, mesmo não semeada?”. Como médico, segundo sua filha Vilma, ele era extremamente emotivo e humano, escolhendo trabalhar no interior de Minas Gerais justamente em uma cidade que não tinha médicos. Como diplomata, era meticuloso e dedicado, além de muito solidário. 

 Mas, foi com a literatura que o escritor mineiro deixou seu nome registrado na história. Através de sua obra, ele produziu uma interpretação original do Brasil, inventando uma linguagem que fazia a ponte entre a tradição letrada e a tradição popular do sertão brasileiro, que, segundo ele, “era o mundo”.

 Retratando um país marcado por “mil-e-tantas-misérias”, conforme suas palavras, Guimarães Rosa mostrou a beleza do sertão, seu misticismo, seus muitos homens e mulheres com histórias de miséria, mas também de muita luta. Mesclando prosa e poesia, ele leva seus leitores a atravessarem com ele esse sertão que rompe com fronteiras geográficas e caminha pelo mundo, alcançando a “terceira margem do rio”, embarcando com Riobaldo em sua busca pela decifração “das coisas que são importantes”, descobrindo com Miguilim o que é enxergar de verdade depois de passar a vida vivendo com miopia, acompanhando com Augusto Matraga o processo de transformação de um homem e seu caminho em busca da redenção, enfim, com cada personagem de Guimarães Rosa percebemos que a vida é marcada por desafios, decifrações, desejos, acasos, razão, encantamentos e que, como ele dizia, “o correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”.



junho 26, 2021

TRABALHOS DE BANQUETE - PRELIMINARES HISTÓRICAS




                          Os povos da antiguidade celebravam seus banquetes místicos e religiosos; os egípcios e os gregos celebravam os banquetes sagrados; os romanos celebravam os “Lectisterniun” ou festim realizado defronte dos deuses que adoravam; os judeus reuniam-se em refeições religiosas prescritas por Moisés; os primeiros cristãos celebravam suas refeições de amor e caridade, com o nome de ágapes, durante os quais, por último, houve tantos excessos e desordens que foi necessário suprimi-los; no entanto, entre os maçons tem sido conservado em toda a sua pureza.

                         Os banquetes maçônicos são essencialmente místicos por suas formas, e filosóficos por seus princípios. A tradição não nos legaria uma cerimônia que tivesse um fim frívolo. Nossos ágapes completam a grande alegoria que se desenrola nos diferentes graus.

                         A forma de nossa mesa lembra o círculo do Zodíaco, cujos pontos equinociais são ocupados pelos Vigilantes e o solsticial pelo Venerável Mestre, no verão correspondente ao superior e no inverno ao inferior. As tangentes paralelas ao diâmetro solsticial são ocupados pelos demais Obreiros. O Orador e o Secretário a 50 graus, respectivamente, do Venerável Mestre.

                        Os materiais, que ocupam a mesa, lembram os três reinos da natureza e os utensílios têm nomes guerreiros, para lembrar as lutas que nossos antepassados tiveram que enfrentar para que a Liberdade, Igualdade e Fraternidade viessem a ser um fato.

                       Os equinócios e solstícios receberam o nome de portas do céu ou das estações do ano. Os dois solstícios de inverno e verão ou das duas portas (janua) ou festas solstíciais maçônicas, deram origem aos dois santos: João Batista e João Evangelista.

                      Solstício é a época em que o Sol passa pela sua maior declinação Boreal (Norte) ou Austral (Sul), ou seja, período durante o qual o Sol cessa de afastar-se do Equador.

                      Situa-se nos dia 22/23 de junho para a maior declinação Boreal e 22/23 de dezembro para a maior declinação Austral.

                      No Hemisfério Sul, a primeira data se denomina solstício de inverno e a segunda solstício de verão, e como as estações são opostas nos dois Hemisfério essas denominações invertem-se no Hemisfério Norte.

                     Em nossos banquetes há sete brindes cujo número é igual ao dos sete planetas conhecidos na antiguidade e, como representam deuses, os antigos lhes ofereciam sete libações, hoje substituídos por sete brindes maçônicos a diferentes poderes. Hoje, os planetas conhecidos são nove, porém a Maçonaria conserva sua antiga tradição. 

                      A primeira libação era ao Sol. Hoje é substituída pelo brinde ao Chefe da Nação e sua família.

                     A segunda libação era a Lua. Hoje substituída pelo brinde à Grande Loja Maçônica do Estado de Mato Grosso do Sul, a seu Grão Mestre e sua família.

                    A terceira Libação a Marte, divindade que entre os antigos presidia os conselhos e os combates. Hoje é substituída pelo brinde ao Venerável Mestre da Loja e sua família.

                   A quarta libação era a Mercúrio, o Deus que vigia. Hoje é substituída pelo brinde aos Vigilantes.

                   A quinta libação era à Júpiter, dito também o Deus da hospitalidade. Hoje substituída pelo brinde aos visitantes e Lojas irmãs/co-irmãs.

                   A sexta libação era à Vênus, o símbolo da Natureza. Hoje substituída pelo brinde aos Oficiais e todos os membros da Loja e, em especial aos novos iniciados, cuja principal ocupação é o estudo da Natureza.

                  A sétima libação era à saturno, cuja imensa órbita parece abarcar a totalidade do universo. Hoje é substituída pelo brinde a todos os Maçons espalhados pelo Universo.

                 O ágape fraternal é uma festa que pertence à categoria das mais antigas solenidades e a Maçonaria conserva até hoje, o que de mais belo há nelas.

                    Simbolicamente os Trabalhos são abertos ao meio dia e termina à meia noite, para indicar que o homem chega à maturidade antes de poder ser útil aos seus semelhantes, mas desde esse momento até seus últimos instantes, deve trabalhar, sem descanso, para a felicidade comum. Há, no entanto, outras razões, uma das quais é que Zoroastro, um dos fundadores dos mistérios da antiguidade, recebia os seus discípulos ao meio dia e se despedia deles à meia-noite, após o ágape fraternal com que terminavam os trabalhos.

DESCUBRA TUDO O QUE VOCÊ QUERIA SABER SOBRE O UISQUE. - Walter Celso de Lima




Walter Celso de Lima é professor universitário aposentado com doutorado no exterior, autor de inúmeros livros sobre maçonaria e ciência, um dos mais respeitados intelectuais da maçonaria no país e um entusiasmado apreciador do uísque, que ele, morador muitos anos na Inglaterra, grafa em inglês.

O WHISKY EM GERAL E O SCOTH EM PARTICULAR, É UM DOS MELHORES AMIGOS DO HOMEM. DESCUBRA TUDO O QUE VOCÊ QUERIA SABER SOBRE ELE. MAS NINGUÉM QUERIA RESPONDER POR QUE ESTAVA BEBENDO COM OS AMIGOS.

Em 1494, o rei Jaime IV da Escócia encomendou “oito recipientes de malte” ao frade John Cor, da abadia de Lindores, com os quais mandaria fazer água vitae, produzida por destilação em um tipo primitivo de alambique.

O pedido, que equivaleria a 400 garrafas, esta arquivado no Registrodo Tesouro Público Escocês e é a primeira menção ao whisky na história. Mas a intenção do monarca jamais foi de organizar uma festa open bar com os chegados da corte. Isso porque pelo menos ate 1500 o whisky era restrito ao uso medicinal e produzido somente por médicos e monges.

 Conhecida por seu nome em latim, aqua vitae (água da vida), a bebida ganhou tradução em gaélico, uisge beatha, que virou uiskie e depois, whisky por volta de 1708. Hoje o whisky não é considerado uma bebida medicinal, o que é uma lastima, mas, pela tradição e qualidade, continua sendo a “água da vida” para os homens de bem.

 ESCÓCIA, A TERRA DA DESTILARIA.

Regiões produtoras de scotch e suas peculiaridades.

HIGHLANDS

As terras altas do norte produzem as bebidas mais cultuadas no país. Seus whiskies tendem

a ser robustos e aromáticos.

SPEYSIDE

Com cerca de 50 destilarias, é a maior produtora de scotch do país. É cortada pelo rio Spey, e os whiskies aqui produzidos tem toques florais e frutados.

 Glenffidich Distillery

ISLAY

Lagavulin Whisky Distillery

Lê-se aila. A costa oeste da Escócia produz um whisky seco e defumado por causa do solo vulcânico e da turfa abundante.

CAMPBELTOWN

Springbank distillery

As únicas duas destilarias das ilhas do sul garantem um whisky com sabor encorpado e defumado.

LOWLANDS

Strathisla distillery

Com apenas quatro destilarias os whiskies do sul caracterizam-se pelo sabor mais doce e suave.

 SÓ SCOTCH É SCOTCH

Para ser considerada um scotch, a bebida deve seguir as regras da Scotch Whisky Order de 1990, a saber: deve ser destilada na Escócia e maturada naquele país por pelo menos três anos em barril de carvalho. Ou seja, nenhum scotch que chega a um copo tem menos de 3 anos de vida. Além disso, o whisky escocês não pode ter nada além de água e caramelo em sua coloração e deve ser engarrafado com no mínimo 40% de teor alcoólico.

SINGLE MALT

É feito com cevada maltada em uma única destilaria

BLENDED MALT

É a mistura de dois ou mais maltes de diferentes destilarias.

SINGLE GRAIN

É feito com base em cereais maltados ou não, como cevada, milho e trigo.

BLENDED GRAIN

Mistura de dois ou mais whiskies de grão.

BLENDED

Combinação de whiskies de grão e de malte. Um blended pode reunir mais de 60 tipos de whisky.

 TODOS OS WHISKIES PRODUZIDOS FORA DA ESCÓCIA SÃO GRAFADOS COMO “WHISKEY”, COM UM “E” NO FINAL, APENAS O SCOTCH PODE SER CHAMADO DE ”WHISKY”.

É PRECISO SABER BEBER

Para apreciar a bebida, preste atenção a estes quatro fatores

COR

A cor dá algumas pistas sobre o whisky. Cores escuras indicam notas de nozes e damasco

AROMA

Oito termos descrevem os aromas: de cereal, vinoso, turfado (leia-se esfumaçado), amadeirado, picante, floral, frutado e sulturoso. Mas nada o impede de evocar amoras selvagens.

SABOR

Procure notar o equilíbrio entre os quatro sabores principais: doce, amargo, ácido e salgado. Adjetivos como refrescante, viscoso, caloroso, picante ou enjoativo também podem ser usados para descrever o scotch.

RETROGOSTO

Depois de beber, avalie se o retrogosto é persistente na boca. Um final duradouro é apreciável, mas whiskies mais leves podem ter um agradável final curto.

 COMO SE FAZ UM WHISKY.

1 – MALTAGEM

A cevada é mergulhada em tanques, depois é exposta no chão, onde germina e se transforma em malte.

2 - MOAGEM

O malte então é moído e produz uma farinha áspera que será misturada com água quente, gerando o mosto.

3 – FERMENTAÇÃO

O mosto e misturado com a levedura, que se alimenta dos açúcares, liberando gás carbônico e gerando álcool, em um processo que leva de dois a três dias.

4 – DESTILAÇÃO

O líquido é fervido e, como o álcool entra em ebulição mais rápido que a água, ele se separa na forma de vapor. Esse processo é repetido geralmente duas vezes.

5 – MATURAÇÃO

Envelhecendo em barris de carvalho, esta é a etapa responsável por dar aroma e sabor ao líquido incolor que sai da destilação.

QUANDO O SCOTCH SAI DO BARRIL, SUA MATURAÇÃO É INTERROMPIDA. OU SEJA, NÃO ADIANTA GUARDAR A GARRAFA POR MAIS 15 ANOS, POIS O LIQUIDO NÃO VAI ENVELHECER.

junho 25, 2021

... SÃO JOÃO ...- Adilson Zotovici





Adilson Zotovici da ARLS Chequer Nassif 169 de S. Caetano do Sul é um festejado poeta e intelectual maçônico

A prumo está o braseiro

Flameja a madeira, o carvão,

Peculiar doce cheiro

Rumo à alegria, emoção!


Um sentimento fagueiro

Inefável  inspiração

Qual Isabel no terreiro

Noticiou com o clarão


Glória ao homem festeiro

E a toda  população

Como ao livre pedreiro


Cada qual com sua razão

Tal d’obreiro, Padroeiro,

Nesse “dia de São João”  !


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ESFINGE OU CIÊNCIA - Francesco Bacone


Eles afirmam que a Esfinge era um monstro com muitos aspectos: do rosto e da voz de uma virgem, das penas de um pássaro com as garras de um grifo e então ocupou uma canga de montanha no campo de Tebas e impediu suas vias de acesso, porque costumava representar armadilhas para os viajantes pegá-los e, tendo-os em seu poder, propor enigmas obscuros e insolúveis que se dizia serem oferecidos e ditados pelas musas. Se os pobres capturados não puderam desamarrá-los e interpretá-los e ficaram hesitantes e confusos, ele os separou com grande ferocidade. Durando por muito tempo esta calamidade, os tebanos ofereceram como recompensa o mesmo domínio de Tebas ao homem que pudesse desvendar os enigmas da Esfinge, já que não havia outra maneira de superá-la.

Édipo, homem astuto e prudente, movido por tamanha recompensa, mas com os pés feridos e furados, aceitou o pacto e decidiu tentar sua sorte. Depois que ele se colocou diante da Esfinge com uma alma corajosa e confiante, ela perguntou a ele qual animal era aquele que quadrúpede no momento do nascimento torna-se bípede, depois tropeça e novamente finalmente quadrúpede. Édipo, com presença de espírito, respondeu que era o homem que, assim que nasceu e durante a infância, se arrasta como um quadrúpede, mal tenta engatinhar, e não muito depois anda ereto e sobre os dois pés; na velhice apoia-se e apoia-se em uma vara que se dá para parecer um tripé; depois, na velhice extrema, um velho decrépito sem os nervos mais o sustentando, ele cai de quatro e deita-se na cama.

Assim, tendo obtido a vitória com a resposta, ele matou a Esfinge cujo corpo colocado sobre um burro foi conduzido em triunfo: e de acordo com as alianças foi criado rei de Tebas.

A fábula é elegante e não menos sábia; e parece escrito para a ciência, especialmente aquela aplicada à prática. A ciência pode, de fato, ser chamada de monstro sem sentido, sendo causa de admiração para os ignorantes e inexperientes. Em termos de figura e aparência, é multiforme devido à imensa variedade de temas em que se move. Ela é representada com rosto e voz femininos por sua graça e loquacidade; asas são adicionadas porque as ciências e suas descobertas escapam e voam em um instante, a comunicação da ciência sendo como a luz que é comunicada de uma luz a outra.

Unhas afiadas e em forma de gancho são atribuídas a uma elegância extraordinária; visto que os axiomas e argumentos da ciência penetram na mente e a retêm e a roubam de forma que ela não pode se mover nem escapar, o que o santo filósofo observou: "As palavras do sábio - disse ele - são como ferroadas e pregos cravados no alto" ( Eclesiastes , 12, 11-12).

Além disso, toda ciência parece estar situada nas alturas e cumes das montanhas, pois é justamente considerada uma coisa sublime e sublime, que menospreza a ignorância, que também varre e observa em toda parte como é costume fazer desde o topos das montanhas. Além disso, a ciência parece impedir qualquer fuga, pois nessa jornada ou peregrinação da vida humana, onde quer que haja ou seja mostrada matéria ou oportunidade de estudo. A Esfinge apresenta várias e difíceis questões e enigmas aos mortais que recebeu das Musas. Esses enigmas, enquanto permanecerem com as Musas, talvez carecem de crueldade. Na verdade, enquanto nenhum outro fim nos for proposto a partir da meditação e da especulação que não seja o mesmo conhecimento, o intelecto não é atormentado ou colocado em gargalos, mas ele vagueia e varre e na mesma variedade e dúvida ele sente uma certa alegria e deleite. Mas quando esses enigmas são transmitidos das Musas para a Esfinge, ou seja, para a prática, porque ação, escolha e decreto são prementes e urgentes, então os quebra-cabeças começam a se tornar problemáticos e cruéis e, se não forem resolvidos e explicados, eles atormentar e sobrecarregar as almas humanas de mil maneiras e distraí-las em várias direções, e quase torturá-las.

Portanto, nos enigmas da Esfinge sempre se propõe uma dupla possibilidade: a laceração do intelecto por quem não os resolve; poder para quem os resolve. De fato, quem é prático em sua atividade apodera-se de seu objetivo, assim como todo artesão é o mestre de sua obra. Existem dois tipos de enigmas da Esfinge: aqueles sobre a natureza das coisas e aqueles sobre a natureza humana. Da mesma forma, dois poderes diferentes seguem como recompensa pela solução: aquele sobre a natureza e aquele sobre os homens. O objetivo final e apropriado da verdadeira filosofia natural é de fato o domínio sobre as coisas naturais: corpos, medicamentos, coisas mecânicas e outras coisas infinitas; embora a filosofia da Escola esteja contente com o que tem e cheia de sermões, despreza e quase rejeita as coisas e as obras. Na verdade o

Algo que foi bem dito sobre as artes romanas: “Lembre-se, ó Romano, de que governará os povos com o império, estas serão as suas artes” (Virgílio, En. , VI, 851-852).

E aqui vale lembrar que César Augusto, tanto por acaso quanto por arte, usou uma esfinge como foca. Na verdade, ele (se é que alguma vez o foi) se destacou na política e, durante o curso de sua vida, felizmente resolveu muitos novos quebra-cabeças sobre a natureza humana. Se ele não os tivesse resolvido como um homem certo e pronto, várias vezes ele não estaria longe de perigos iminentes e mortais.

Na fábula, é adicionado que o corpo da Esfinge assassinada foi colocado em um burro. Certamente de uma forma muito elegante, porque não há nada tão sutil e confuso que tão logo seja claramente compreendido pelo intelecto, não seja então divulgado, e não possa ser explicado mesmo em data posterior. Também não devemos descurar aquele detalhe de que a esfinge foi conquistada por um homem com os pés furados: na verdade, os homens costumam abordar os enigmas da esfinge com um passo rápido e rápido, de modo que (a esfinge prevalece) em vez de dominar as obras e o na verdade, eles acabam rasgando suas almas e seu juízo em disputas.

 

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