julho 05, 2021

O PORQUE DO SALMO 133 - Reinaldo de Freitas Lopes



Meus queridos e amados irmãos ;

Este salmo davídico se volta para importância da comunhão e do relacionamento adequado na comunidade. Este salmo também é muito cantado nos dias de hoje pelos judeus em Jerusalém. 

Há uma combinação estranha nesse salmo, pois sabemos que óleo e orvalho não se misturam! Que relação esses elementos têm a ver com a união fraternal? O verso dois descreve que esse “viver em união” deve ser como o óleo precioso derramado desde a cabeça, e que desce sobre a barba de Arão até a gola de suas veste. Isto se trata de uma referência à consagração do sacerdote.  O óleo deveria descer sobre toda a sua veste sacerdotal. Portanto, entendemos que a consagração deve ser plena e absoluta. A ideia que o texto pretende transmitir é a seguinte: a união entre os irmãos deve ter relacionamento, santidade e santificação. Não pode haver uma verdadeira união sem santidade perante Deus. E essa santificação deve produzir um ambiente de confraternização entre os irmãos.

O Salmo 133 diz também que a união fraternal é como o orvalho do monte Hermom quando desce sobre os montes de Sião. O monte Hermom está situado numa região muito marcada pela umidade por ser cheia de água. Isso faz um contraste com as regiões desérticas do Sul da Palestina. Portanto, a região do Hermom é marcada pela prosperidade e por frutificação. Logo, a união que Deus deseja é acompanhada pela benção da santificação, da prosperidade e da frutificação que Deus concede a partir dos montes de Sião . O importante é que o Senhor é quem sustenta isso. É uma benção completa para todos nós.

O Hermom está entre 2.800 a 3.000 metros acima do nível do mar, suas montanhas tem 32 Km de comprimentos e três picos , sendo que dois deles são os mais altos da Palestina ou em sua redondeza. Nele se encontram as nascentes do rio Jordão. A neve nunca desaparece do cume durante o ano todo, causando orvalhos abundantes em tremendo contraste com *a terra ressequida da região Sul*. O seu degelo é uma das principais fontes alimentadoras do Jordão. Outro fato interessante a respeito do Hermom é que sua proximidade de Cesárea de Filipe tem levado alguns estudiosos a sugerirem que o Hermom é o “alto monte” da Transfiguração (Mt 17.1,9; Mc 9.2,9; Lc 9.28). Cerca de uma semana antes da Transfiguração, o Senhor esteve na região de Cesareia de Filipe, ao sul do Hermom, e alguns estudiosos consideram que Ele se dirigiu para o Norte, para as colinas do Hermom, ao invés de ir para o Sudeste, para o monte Tabor, o local tradicionalmente aceito como o monte da Transfiguração.

Assim antevejo uma gloriosa união estre nós todos da Maçonaria especulativa e Universal .

A mim , meus irmãos somente pela Honra e a Gloria do Grande Regente Universal , O Senhor dos Mundos .

Triplice e Fraterno Abraço , para hoje :

Reinaldo de Freitas Lopes M.M. - De um oriente de São Paulo 

.

UM BANQUETE MAÇÔNICO NO INÍCIO DA MAÇONARIA ESPECULATIVA - Almir Sant’Anna Cruz



Almir Sant’Anna Cruz é um profícuo autor com importante obra histórica e maçônica.

Em 1742 ocorreu o segundo processo instaurado contra a Maçonaria pela Inquisição em Portugal, onde fomos buscar como se processavam  os banquetes ritualísticos, nos depoimentos do Venerável Mestre Irmão John Coustos, suíço naturalizado  inglês e do 2º Vigilante, Irmão Alexandre Jacques Mouton, de nacionalidade francesa:

Irmão John Coustos: “... por ordem do Mestre vão todos para a mesa que se acha separada de iguarias e bebidas, à custa do que entra de novo, e sentados todos por sua ordem entram a comer até que o Mestre dá três pancadas na mesa com um martelinho pequeno, que é o sinal estabelecido entre eles, para se haverem de levantar todos; o que com efeito fazem, e pegando cada um deles em seu copo, ao mesmo tempo que o Mestre, o levantam ao ar com a mesma igualdade, e dali a chegam à boca para beber, observando nessas ocasiões a mesma formalidade que os soldados costumam praticar no manejo de suas espingardas; bebendo todos à saúde d’El Rei e da congregação, tornam a ficar com os copos no ar, e dali chegam três vezes à cara, e ultimamente os tornam a assentar na mesa, e depois continuam a comer”.

Irmão Alexandre Jacques Mouton “... começaram a comer, e quando quiseram beber fez o Mestre sinal para isto, pegando com a mão direita no seu copo, dizendo: peguem nas armas, e levando ao ar, e dizendo: armas  à cara e chegando-o à boca  disse: fogo e bebeu, e em tudo o imitaram, e ao mesmo tempo todos os Companheiros e o primeiro brinde foi à saúde  de El Rei, o segundo à do Grão-Mestre e a terceira a dos novamente recebidos naquela companhia, e sem sinal do Mestre nenhum podia beber”. (Arquivo Nacional da Torre do Tombo – Inquisição de Lisboa – Processos 10.115 e 257).

Devemos registrar que na Inquisição de 1738 a Loja foi fechada e os Irmãos não sofreram nenhuma penalidade. Quanto ao processo instaurado em 1742, além da Loja ter sido fechada, diversos Irmãos foram brutalmente torturados pela Inquisição, inclusive os citados Alexandre Jacques Mouton e John Coustos, sobretudo este último. Mouton foi condenado a degredo simples, fora do Patriarcado de Lisboa, e Coustos ficou preso por quase dois anos, com trabalhos forçados, até que foi solto por pressão do rei da Inglaterra, o Maçom Jorge II. Coustos e Mouton embarcaram no navio “Damietta”, unidade de uma esquadra holandesa, para Portsmouth – Inglaterra, chegando em Londres em 05/12/1744. Coustos, em 1746, contou todas as suas desventuras em seu livro The Sufferings of Coustos for Free Masonry.


🔵APOIO CULTURAL  - www.comotal.com.br & www.editorareligare.com.br 



julho 04, 2021

A LOJA É PERFEITA, OS HOMENS NÃO


Parece-me que o sonho de qualquer Loja Maçônica é fazer valer o que diz o Salmo 133:

... “Oh quão bom e quão suave é, que os irmãos vivam em união!

É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes.

Como o orvalho de Hermom, e como o que desce sobre os montes de Sião, porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre.” ...

A elevação do grau de consciência da excelência do AMOR fraternal, descrito nas palavras acima, alcança a todos, não escapa ninguém dessa Lei Universal.

O que sair fora disso é desarmônico, prejudicial.

É a força cega que fere de morte a Loja, a filha de Sião.

A Loja unida é como um corpo: quando um padece, todos padecem; quando um chora, todos choram; quando um se alegra, todos se regozijam.

Porque nessa Loja o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre!

O óleo precioso do AMOR fraternal lubrifica as engrenagens, que deslizam sem desgaste em seu trabalho com Força e Vigor.

Como unir homens dotados de egos, vaidades, formações, conceitos, dogmas e valores tão diferentes?

É aí que começa a ficar interessante a arte de ser Maçom e viver em harmonia.

É um esforço comum a todos os membros, e que requer habilidade, comprometimento mútuo e vontade de formar um só corpo.

Antes de apreciarmos os preceitos maçônicos é importante nos conhecermos uns aos outros, trabalhar nossos pontos fortes, identificando os pontos fracos.

Como sempre digo, no mundo profano, o modelo de união se dá pela formação de grupos lapidados por terceiros, enquanto que, na Maçonaria, a lapidação é individual, contanto que cada Pedra lapidada se encaixe no corpo da Loja, antes de se encaixar no edifício social.

É preciso que cada um faça sua autoanálise e procure se conter diante daquele que lhe discorda a opinião.

Em um universo de vaidades por cargos e distinções, permita-se ser contradito com racionalidade para que o aperfeiçoamento intelectual e moral se realize.

... É na confiança de que seus irmãos lhe querem o mesmo bem que você deseja a eles que deve pairar a dúvida de se julgar sempre estar certo... 


DA ESTRELA DE DAVID À ESTRELA FLAMEJANTE - Reinaldo de Freitas Lopes




A Estrela de Davi ou "Selo de Salomão" mesma denotação, mas conotação distinta.

Poderíamos dizer que a expressão   “Estrela de David” é histórica, bíblica, enquanto a expressão “Selo de Salomão” tem uma conotação, um valor, uma atmosfera mais mágica, mais cabalística.

Estrela de David, em hebraico: Maguen David ou escudo de David é o símbolo do Judaísmo.

O significado do escudo de Davi é que quando Davi era procurado por Saul, ele se escondia em uma caverna ou, quando os soldados entravam, uma aranha teria tecido uma teia em forma de estrela de seis pontas, escondendo Davi. Davi o fez seu emblema e   é assim que o   encontramos no escudo de seus soldados em todas as batalhas vencidas por Israel.

O simbolismo é forte: Na verdade, Saul será um símbolo da perda de luz, pois para a aranha, é ela quem preparou a matéria dos primeiros homens, criou o sol, a lua e as estrelas.

Os mitos da Micronésia apresentam o Senhor da Aranha, como o primeiro de todos os seres, como um deus criador.

Na mitologia grega, Ela é um símbolo da queda do ser, da ambição demiúrgica punida e, portanto, um aviso: ninguém pode competir com os deuses.

A primeira aparição da Estrela de David na história judaica data do século 7 aC Para os doutores da Torá, a estrela de seis pontas simbolizava os seis dias da semana, o sétimo dia, o do descanso Divino, Shabat, era simbolizado pelo centro da estrela. É de certa forma uma representação da plenitude do número sete, um número sagrado.

Mas também simboliza os seis mil anos e o milênio. Do ponto de vista histórico, pode-se dizer que o milenismo se inspira nas profecias bíblicas judaicas do Apocalipse de São João. O milenismo se refere à crença expressa seis vezes neste texto, de que Cristo reinará por mil anos, com 144.000 santos, escolhidos entre as doze tribos de Israel. No final deste milênio, o Juízo Final acontecerá, uma nova terra e novos céus serão criados.  

Quanto aos dias da semana, os primeiros 6 estágios são cada um simbolizados por um ramo, a síntese é preservada em seu centro.

As seis etapas são as seguintes:

· O        da inocência, antes da expulsão de Adão e Eva do paraíso;

· O        da consciência   até o Dilúvio;

· Do        governo do homem pelo homem, até a dispersão dos construtores da Torre de Babel;

· O        da promessa, desde Abraão;

· O        da Lei, desde o Êxodo e os Dez Mandamentos;

· O        da graça: o tempo presente, o tempo da Igreja;

·        E, finalmente, a síntese do Reino Milenar que terminará com uma revolta e a chegada do Messias. O reinado de Yeshuva na terra.

O significado do símbolo do Messias viria da profecia de Balaão: "Uma estrela de Jacó torna-se cabeça, um cetro sobe, de ISRAEL" (24,1-25). Este texto anuncia a vinda de uma estrela messiânica, que deveria sair da casa de Davi, daí o seu nome. Ele profetiza: "De Jacó ascende uma estrela, de Israel um cetro".

A imagem do cetro é destinada a um rei, mas a versão grega não manteve a palavra "cetro" e a substituiu por "um homem".

Mas, precisamente, a história bíblica se recusa a deificar os reis de Israel, é tão verdade que a Bíblia fala sobre os pecados dos reis, começando pelos pecados de Davi (2 Sam 11).

As seis pontas nas extremidades da estrela e as seis pontas de intersecção dos triângulos também poderiam representar o arranjo feito por Josué das doze tribos de Israel, unificadas sob o reinado de Davi.

A estrela de seis pontas também serviu como um símbolo para os cristãos até o século 7 DC. Representa a reconciliação entre a trindade divina e a trindade humana: espírito, alma e corpo.

Foi no início da Idade Média que o selo de Salomão apareceu como um sinal mágico. Não sabemos precisamente em que momento o hexagrama foi inscrito no selo como um sinal de seu domínio sobre os demônios, no lugar do Nome de Deus que estava originalmente lá. Acreditava-se que o rei Salomão tinha o poder de comandar demônios e espíritos simultaneamente ou falar com animais. É provável que o poder mágico vinculado ao Selo de Salomão resulte da dualidade dos dois triângulos que o formam. Um é a matéria que sobe para o espírito, o outro é o espírito que desce para a matéria. são duas substâncias no universo que se complementam ou se chocam de acordo com as duas forças reunidas: ou o bem tem precedência sobre o mal ou o mal tem precedência sobre o bem.

No ocultismo, a estrela de seis pontas não é apenas inseparável da estrela de cinco pontas, é na verdade apenas o reverso, a parte oculta.

O selo de Salomão tem um aspecto "sacrificial". Muitos crimes rituais estão de fato associados a este símbolo. Os mágicos acreditam que obtêm mais poder de Satanás realizando sacrifícios humanos. Não nos esqueçamos de que Hitler estava profundamente envolvido com ocultismo e teosofia. O hexagrama permite representar o 666, número do anticristo na Bíblia, pois contém 3 figuras de seis: (6 pontas, 6 triângulos, 6 faces do hexágono)

Podemos notar a semelhança entre o hexagrama e o símbolo do maçom por excelência: o quadrado e o compasso.

O pentagrama também pode ser chamado de Pentalfa, na medida em que esta estrela é formada por cinco A's entrelaçados.

O A simboliza   antes de tudo o princípio de todas as coisas: "ele A", do verbo "TER" no presente indicativo. Ele marca um início designado por uma posse.

Mas a letra A basicamente designa o Adam Kadmon

Na tradição através de Adam Kadmon, designamos o Ser à imagem de Deus, nos referimos à lenda de Adão como o primeiro homem / mulher, Adão não significa mais um humano particular, mas se refere a toda a raça humana e nosso retorno ao ser . É um retorno às fontes, mas também ao Conhecimento e Sabedoria Integrados do mundo físico.

Ele é descrito no Gênesis como um ser humano primordial "com o corpo de Arcanjo e Andrógino".

Observe atentamente o desenho geométrico desta primeira letra A; reúne 2 princípios: feminino à esquerda e masculino à direita, lado a lado em uma única letra.

O primeiro ponto de junção está no topo de A. Simboliza a fertilização mental e espiritual.

O segundo ponto de junção é horizontal: é a barra; simboliza a fertilização sexual.

O símbolo sexual do pentagrama não é o da feminilidade, mas da androginia, o número cinco significando, entre os pitagóricos, a soma do par (feminino) e do ímpar (masculino).

O A também representa uma bússola que serve para desenhar círculos, mas também para fazer e relatar medições.

A bússola é a imagem do pensamento humano

O espaçamento de seus ramos poderia representar os vários modos de raciocínio, que podem ser amplos, precisos, mas sempre claros. Também pode simbolizar a abertura da mente, a compreensão e a amplitude do conhecimento.

A primeira figura que um compasso pode desenhar é o círculo com um ponto no centro, o emblema solar por excelência, que combina o infinito do círculo e o início de tudo representado pelo ponto.

Aleph, a primeira letra do alfabeto hebraico não se pronuncia, aleph, letra do Silêncio, mas é do próprio silêncio que surge a possibilidade de perceber as coisas: "cala-te e escuta, Israel" (dt 27, 9)

Quando no Zohar as letras vêm, cada uma por sua vez para se apresentar perante o Senhor, D'us diz a ele:

“Aleph, aleph, você será o primeiro de todas as letras do alfabeto. Não terei unidade exceto em você e você também será o início de todos os cálculos e todas as obras do mundo ”(zh1, 26).

A Unidade Aleph o expressa de forma absoluta, de fato, se olharmos para o valor numérico do nome, temos:

Aleph = aleph-lamed-phé = 1 + 30 + 80 = 111

Que nada mais é do que a expressão trinitária do Um.

Se nos concentrarmos em seus gráficos, vemos que ele é composto de um Yod superior à direita e um Yod inferior à esquerda conectado por um Vav.

A   presença invertida desses dois Yods nos diz que “tudo o que está acima está abaixo e tudo o que está abaixo e acima” ou “o mundo presente e o mundo vindouro”.

Esses yods estão ligados por um Vav que tem um valor numérico igual a 6, simbolizando assim os 6 dias da criação.

Como um lembrete, Yod é a mão de Deus.

O 1 de Aleph está, portanto, ligado ao 10 de Yod, o que equivale a dizer que a realização da unidade passa pelo Divino.

Além disso, o valor numérico dos dois Yods e do Vav é 26, que nada mais é do que o valor numérico do nome mais precioso e do impronunciável Tetragrammaton YHVH (nome próprio de D.).

Mas por que você tirou cinco As?

Certamente para nos trazer de volta aos cinco níveis da Alma

Estes cinco níveis da   alma são representados pelos 5 ramos da estrela flamejante, eles são nomeados: Nefesh, Rouach, Neshamah, Hayah e Yehidah.

A estrela flamejante também representa os cinco elementos (terra, água, fogo, madeira e metal).

Para os pitagóricos, havia apenas quatro elementos: terra, água, fogo e madeira. A esses quatro elementos, eles adicionaram um quinto corpo, dotado de um movimento circular e que eles pensam ser a matéria dos corpos celestes: Éter

Éter é um deus primordial da mitologia grega, personificando as partes superiores do céu, bem como seu brilho, ele é a representação do espírito, alma ou alguma forma de espiritualidade.

Encontramos essa mesma abordagem no primeiro pentagrama que apareceu na Mesopotâmia por volta de 3000 aC. Os quatro ramos representam   os quatro planetas então conhecidos: Júpiter, Mercúrio, Marte e Saturno, a rainha dos céus sendo representada pelo ponto superior.

Recusada, portanto invertida, a letra A torna-se um copo cheio. O conteúdo será derramado em um estado inferior, indicando inevitavelmente uma próxima "descida" evocada na famosa queda dos anjos. O pentagrama invertido representa o mal ou o diabo. Na verdade, pode representar um deus com chifres que lembra inequivocamente o deus BAPHOMET. Com um pouco de imaginação, pode representar a cabeça de uma cabra. Podemos ver também uma rejeição da espiritualidade e sua elevação para adotar um pensamento bastante materialista.

Do nascimento à morte, os 5 elementos representam as fases da vida modeladas na criação. A primeira fase aquela do nascimento simbolizado pela madeira, A segunda fase aquela da adolescência tempestuosa simbolizada pelafogo, ar e gás , A terceira fase, a da idade adulta, a maturidade simbolizada pela  terra, A quarta fase, a morte, o renascimento simbolizado pela água.

A quinta fase é a da espiritualidade realizada, simbolizada pela quintessência.

O termo Pentateuco designa os primeiros 5 livros da Bíblia, também chamados de "os 5 livros de Moisés.

Esses 5 livros contam a história mística do povo de Israel, desde a criação do mundo até a morte de Moisés.

Eles constituem na religião judaica a Torá: a   lei. Porque, além dos relatos mitológicos, se encontra ali todo um conjunto de prescrições: religiosas, rituais, jurídicas culturais, etc ... que constituem as bases do judaísmo.

L’étoile à 5 branches  dans le répertoire symbolique chrétien le pentagramme signifie les 5 plaies du christ.

Ces cinq plaies sont celles des deux mains et des deux pieds de Jésus crucifié avec des clous, sur la croix, plus la plaie sur le côté faite par le centurion avec son javelot, pour constater sa mort. Il nous faut nous interroger sur la symbolique des mains, des pieds et du cœur.

La main est composée de 27 os, or 27 = ANGE et 27x2 = 54 = HOMME.

La main est le complément de l'esprit, l'instrument qui projette la pensée par les actes. Le cerveau pense et la main exécute l'idée. Elle est un symbole de lecture de nos intentions bonnes ou mauvaises. Effectivement, le M représente l'amour et le N la haine, liberté à l'homme de déterminer son Amour et son Intelligence pour composer les 4 lettres de MAIN.

Além disso, você perceberá que a Palavra está presente em tudo e em todos os lugares para quem quiser vê-la. Se tomarmos o início e o fim dessas 4 letras "principais", descobrimos que: M = 13 e N = 14 ou 13 + 14 = 27 = A - Z, o alfabeto, o início e o fim de todas as coisas. Podemos ver também o M estilizado invertido: W, o verbo duplo que simboliza o cruzamento da palavra entre o homem e Deus. Além disso, temos duas mãos   para agir e por isso é importante que todos os homens se dêem as mãos, porque então ocorre a fusão da personalidade e o cruzamento da Palavra em uma fraternidade "Uni-Para-Ela".

Em contato direto com o solo, o pé nos lembra a dura realidade das leis objetivas da vida em oposição às ilusões ideológicas subjetivas de quem "não tem os pés no chão". Os pés simbolizam tudo o que mantém o homem ereto, estabilidade ao contrário da cabeça, que representa o espírito e a espiritualidade.

O pé simboliza tanto a nossa “marcha para”, a nossa dinâmica, que permite avançar, a base da humanidade, o nosso avanço mas também os “passos errados” das nossas vidas.

O coração é um símbolo comum usado desde os tempos pré-históricos para representar o centro da atividade emocional , espiritual , moral ou intelectual.

Os hebreus também formulam em sua linguagem religiosa esta realidade de “santuário” do corpo humano, pois é nele que se revela o “Santo dos Santos” do Ser Humano, onde se localiza a presença de Elohim., O inominável. Aquele que não pode ser nomeado porque todos os nomes que podem ser aplicados a ele o limitam e o diminuem. A Arca da Aliança é o testemunho desta presença "no coração" de cada membro do povo hebreu, a caminho da "terra prometida".

É por isso que a Arca é colocada "na cabeça" das pessoas enquanto elas avançam em direção a "sua" terra. Ao lado dessa "presença" reside a lei do ser humano: os 10 mandamentos.

Em 1492, Leonardo da Vinci representou o Homem como um pentagrama, em seu estudo das proporções do corpo humano de acordo com Vitrúvio. No topo, com cabeça, braços e pernas separados, obtemos cinco pontos que simbolizam o microcosmo.

Mas também podemos ver neste diagrama dois triângulos. O primeiro: cabeça e pernas separadas, o segundo: pés juntos, braços estendidos. Obtemos assim o Selo de Salomão, representando o macrocosmo.

O homem perfeito que possui os cinco sentidos: tato, paladar, olfato, audição e visão, mas também as cinco virtudes: sabedoria, amor, verdade, justiça e bondade.

O homem seria, portanto, microcosmo e macrocosmo.

A tradição hebraica, assim como as demais tradições o confirmam - qualquer viagem dentro do próprio corpo leva ao encontro do "eu eterno": o que não se pode nomear.

Todas as Tradições que respeitam o homem oferecem este caminho iniciático em cada um de nós, na sua profundidade secreta.

Nosso corpo continua sendo o único suporte que nos permite percorrer o caminho que nos conduz desde o nosso nascimento (passagem da União para a Separação) até a minha morte (passagem da separação para o retorno à União)

Torne-se o que você é! (Niezsche)

De Estrela de David a Estrela Flamejante, a jornada terá me levado a um templo de dimensão universal e agora sei que nunca contamos o número de ramos de uma estrela que brilha e irradia.

 E que "  o importante a ter em mente é que você nunca deve esperar um minuto para começar a mudar o mundo  ."Anne Franck

julho 03, 2021

TODO MAÇOM DEVE SER UM PRÓCER - Sérgio Quirino




Sérgio Quirino é um respeitado intelectual maçônico que foi eleito e empossado Grão-Mestre da GLMMG 2021/2024

Saudações, estimado Irmão!

A fim de contextualizar, lembro que Prócer era o título dado aos governadores de províncias durante o Império Otomano, que nos séculos 15 e 16, abrangia uma porção do Oriente Médio, norte da África chegando a conquistar parte do Leste Europeu.

O Império Otomano possuía imenso poderio militar e extensa riqueza cultural e religiosa. A religião oficial era o Islamismo, mas respeitavam a cultura cristã e recebiam em seus territórios os judeus perseguidos pelos cristãos.

A autoridade maior era o Sultão. Para administrar seu imenso império, ele delegava parte de sua representatividade aos Próceres.

Naturalmente, associamos o termo a “Governador”, “Chefe de Governo”. Mas, de fato, não se trata de chefiar. O único “Chefe” era o Sultão. O Prócer era escolhido entre os cidadãos cujo comportamento era inspirador, capaz de agregar outras pessoas em prol de uma ideia ou ação e que trouxessem benefícios para a sociedade.

A função do Prócer era influenciar positivamente comportamentos, servia de ponte entre a população e o Chefe Mor e exercia algumas funções administrativas.

Em suma, o Prócer era um líder natural.

É isto que a Nossa Sublime Ordem espera de nós Maçons. Mas, esta liderança não se deposita meramente na batida de malhete e na espada sobre nossa cabeça.

LIDERANÇA É O RESULTADO DA HARMÔNICA JUNÇÃO DE DISCIPLINA, TOLERÂNCIA, COMPROMISSO, ESTUDO E SIMPLICIDADE.

Os “Sãos Princípios da Maçonaria” são o nosso “Sultão”. Cabe a nós entendermos suas leis para cumpri-las e inspirar os que nos rodeiam ao mesmo comportamento moral e ético, não importando as diferenças culturais, econômicas e religiosas.

Mas como fazer?​ Usando a regra 3 – 5 – 7

DIRIJA sua vida à procura de SABEDORIA – FORÇA – BELEZA

COMPONHA-SE com Virtudes Intelectuais da INTEGRIDADE – INDEPENDÊNCIA – PERSEVERÂNCIA – EMPATIA – HUMILDADE

Torne JUSTA e PERFEITA sua existência deixando o legado de SOLIDARIEDADE – PROTEÇÃO – HONRA – RESPEITO – DIGNIDADE – MORALIDADE – AMOR

Provavelmente, a caminhada maçônica de Franklin Delano Roosevelt, 32º presidente dos Estados Unidos, o ajudou na elaboração desta frase:

“As pessoas perguntam qual é a diferença entre um líder e um chefe. O líder trabalha a descoberto, o chefe trabalha encapotado. O líder lidera, o chefe guia.”

Atingimos quinze anos de compartilhamento de instruções maçônicas. Nosso propósito fundamental é incentivar os Irmãos ao estudo, à reflexão e tornar-se um elemento de atuação, legítimo Construtor Social.

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!

Fraternalmente

Sérgio Quirino

Grão-Mestre - GLMMG 2021/2024

CRÔNICA DA LINGUAGEM NEUTRA - Newton Agrella


Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante. Um dos mais destacados intelectuais maçônicos do pais.

Num universo tão rico e profundo como o das Letras, algo que vem chamando a atenção, seja no âmbito gramatical, semântico ou comportamental, é a intitulada "Linguagem Neutra".

 Esse mecanismo, que alguns nichos sociais estão tentando adotar, como forma de reconhecimento, sem terem que se associar nem ao gênero masculino, nem ao feminino, propõe para Língua Portuguesa a utilização das chamadas vogais temáticas.

 Essa busca por uma "terceira via" por exemplo, destituiria o a para o gênero feminino e o o  para o gênero masculino, e a utilização da letra e seria talvez a maneira mais democrática para o reconhecimento entre as pessoas.

 Essa propositura, em principio, fere a norma culta do idioma, traduz-se mais como um elemento ideológico, do que propriamente gramatical.

 Politizar a gramática, sinaliza-se como duvidoso argumento para descaracterizar a dinâmica de uma língua, cujas origens encontram raízes históricas e culturais, tal qual bens imateriais que merecem respeito e acima de tudo que obedeçam as fronteiras do bom senso, para o povo que tem na sua Língua um sinônimo de sua Pátria.

 A Linguística, no estudo das línguas, constitui-se na área em que se reconhece o lado "vivo" de qualquer idioma.

 Contudo, ela subsiste em razão da Gramática, que é o elemento conservador da Língua, que sustenta sua base estrutural e via de regra, bem menos suscetível a mudanças.

 O Português é uma língua de raízes latinas e como característica própria e histórica, herdou a "flexão de vogais"  para distinguir palavras masculinas de palavras femininas.

 Diferentemente das Línguas Anglo Germânicas que possuem pronomes neutros, dadas as suas peculiaridades culturais e estruturais,  nenhuma ingerência parece justificável para que a nossa língua portuguesa sofra mutilações ou grotescas transformações em nome de gênero ou de sexualidade.

 É claro que Gênero e Sexualidade, são tão díspares quanto Língua e Matemática.

 Entretanto, essa necessidade que alguns grupos sociais entendam que seja prioritária, soa um tanto  estranha, para um povo cuja imensa maioria, mal consegue conjulgar um verbo ou mesmo compreender o que seja um substantivo, um adjetivo ou um reles pronome na sua própria língua.

 A Linguagem Neutra, é um pretexto para explicar o que não encontra respaldo intelectual.

 Soa como uma falácia a afirmação de que haja uma conotação machista em nossa Língua Portuguesa.

 A língua apenas expressa o comportamento e as atitudes manifestadas por pessoas que carregam o preconceito dentro de si.

 A mentalidade das pessoas não se modifica em função da língua que ela fala.

 O agente transformador é o investimento na Educação, no resgate da cultura, como fato gerador de comportamentos dignos do ser humano.

 Não é substituindo vogais, instituindo formas estranhas ao idioma, que o respeito entre as pessoas será observado.

 A Linguagem Neutra de gêneros gramaticais é uma segmentação das recentes exigências, apoiada por alguns setores da mídia, da comunicação e até mesmo de algumas entidades políticas, como uma suposta tentativa de prover maior igualdade entre homens e mulheres.

 Contudo é inocultável a crítica ao pensamento sexista contido nessa empreitada.

 Cabe lembrar que "Moral" é uma palavra de "gênero vacilante" ou seja; uma palavra que que apresentando oscilação de gênero gramatical,  é usada tanto no feminino quanto no masculino. 

 Nem por isso o personagem ou a personagem dessa breve crônica deixará de ser objeto de  futuras considerações.

 A liberdade de pensamento é o exercício legítimo para a elaboração de nossa consciência.

 


julho 02, 2021

CONVENTUS FRATERNAE - Reinaldo Castro

 


O informativo CONVENTUS FRATERNAE é um jornal do Ir. REINALDO CASTRO cuja periodicidade é variada

Serve para compartilhar a imensa coleção de pensamentos filosóficos e espiritualistas que o Ir. possui. 

Já são mais de 5 anos que esse informativo existe, sempre levando pensamentos e mensagens aos Irmãos de todo o Brasil.

Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo. Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Encerrando ciclos. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Afinal se coisas boas se vão é para que coisas melhores possam vir. Esqueça o passado, desapego é o segredo! (Gloria Hurtado) 

O segredo da mudança é focar toda nossa energia não em lutar com o antigo, mas em construir o novo. 

Toda vez que eu me aventuro entre os homens, eu volto menos humano (Arthur Schopenhauer) 

Ainda bem que sempre existe outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outras coisas. E outras pessoas. E outros amores. Um dia a gente aprende a construir todas as nossas estradas no hoje; porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, E o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Aprendi que deveríamos ser gratos a Deus por não nos dar tudo que lhe pedimos. Ria e o mundo rirá com você. Chore e você chorará sozinho (William Shakespeare) 

Fé, um bem precioso - Você se sente sozinho? Sente que não tem mais nada? Você tem o mais importante, o amor do Pai. Aparentemente podem ter tirado tudo de você, mas se permaneceu a fé, acredite, não te tiraram tudo. A fé fortalece a nossa esperança no futuro! Ter fé é saber que todos temos um Pai amoroso que tudo pode, e que olha por nós. Nosso Pai, que conhece tão bem a cada filho seu, nunca permite um fardo mais pesado do que se pode carregar. Se o fardo é pesado, maior ainda será a recompensa, pois o esforço de hoje constrói a paz do amanhã! Acalme seu coração, e confie. Você nunca está sozinho! 

Em nossas vidas, a mudança é inevitável. A perda é inevitável. A felicidade reside na nossa adaptabilidade em sobreviver a tudo de ruim (Buda) 

Nunca te orgulhes de haver vencido um adversário. Ao que venceste hoje poderá te derrotar amanhã. A única vitória que perdura é a que se conquista sobre a própria ignorância (Jigoro Cano)  

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta (Augusto Cury)  

Dom divino - Todos somos muito diferentes, graças à Deus. E também graças à Ele somos melhores juntos, porque nossas características se complementam. Se prestar atenção, verá que a habilidade de um se encaixa justamente na carência do outro. Por que não nos ajudarmos? Cada um tem um dom, que quando trabalhado se potencializa e terá seu papel único no todo. Existe uma coisa que só você pode oferecer, e que lhe trará enorme satisfação e felicidade quando utilizado para ajudar o próximo.  

MATURIDADE - Ao tempo que o corpo físico envelhece o espírito amadurece. Tanto o envelhecer quanto o amadurecer são bênçãos Divinas. Com a velhice da carne, o espírito mais maduro se aproxima da libertação carnal, tendo ele vivido para o bem ou para o mal alguma experiência se adquire. Aproxime-se da Divindade o quanto antes, deixe a humildade florescer, viva o tempo que resta para o corpo físico amando e praticando o bem, reconcilie com o inimigo enquanto está a caminho com ele, peça perdão, perdoe e perdoe-se. Cada passo no caminho de luz é um degrau na elevação espiritual.  

COLMÉIA - Izautonio da Silva Machado Jr.



O Irmão Izautonio é um renomado intelectual maçõnico e VM da ARLS Virtual "Lux in Tenebris" da Glomaron.

Um dos símbolos que mais admiro em maçonaria é um que caiu em desuso, salvo no grau de mestre do rito de York, é a “colmeia”, com o significado de templo universal,  considerada um símbolo da solidariedade resultante do trabalho coletivo entre todos os maçons, sendo igualmente um emblema do trabalho, da sua organização e da sua utilidade para a humanidade.

Ao lado de uma maçonaria ativa, que pugna mais pela ação, por fazer algo, em prol dos seus membros (pelos maçons, independentemente das obediências) e da humanidade, encontra-se uma maçonaria especulativa, filosófica, que se limita à reflexão, ao trabalho interior. Qualquer modelo é defensável, mas o melhor modelo – na minha opinião - é aquele que sabe conciliar a reflexão e a ação. 

A colmeia surge no século XVIII como símbolo da harmonia, concórdia, obediência, cooperação e disciplina social, solidariedade, ajuda mútua que veio a caraterizar as associações mutualistas, dos séculos XIX e XX, embora os seus membros (abelhas) coexistam segundo hierarquias internas, que contradizem o princípio da igualdade.  

O símbolo perdeu relevância desde que as abelhas e a colmeia foram adotadas como símbolo político pelo Império de Napoleão Bonaparte, desaparecendo na maioria da maçonarias europeia a  partir de 1870. 

Não admira que a colmeia apareça como elemento decorativo dos aventais maçónicos, principalmente no século XVIII, como se vê neste avental onde se lê em alfabeto maçónico “labor onmia vincit” (O trabalho vence tudo)” 

 2021.06.30. MPS 🇵🇹

julho 01, 2021

O CINZEL

 








O cinzel, força ativa e intelectual, que simboliza o método maçônico

As ferramentas de trabalho do aprendiz Maçom são o Régua, o Malho e o Cinzel. Estas ferramentas estão presentes na loja, o malho e o cinzel colocados junto à pedra bruta encontram-se no primeiro degrau localizado a Este, no lado Norte.

No sentido etimológico da palavra, o cinzel é um instrumento achatado, de ferro ou aço, formado por uma lâmina afiada em uma das pontas, para trabalhar corpos duros, essa lâmina costuma ser empurrada por um martelo ou um malho.

O cinzel e o malho são inseparáveis, para cortar a pedra bruta o cinzel e o malho não podem ser usados ​​sozinhos, o cinzel é o símbolo da energia ativa, pois trabalha a matéria passiva e ainda assim é uma ferramenta passiva desde que 'ele recebe os golpes transportada pelo malho, a ferramenta rígida cinzel deve aperfeiçoar a pedra bruta tornando-a totalmente em conformidade com o seu uso para que esta se aproxime o mais possível da pedra lapidada cúbica colocada no lado do sul.

O cinzel associado ao malho nos permite cortar nossa pedra, nos dá os meios para refinar nosso caráter e aumentar nosso conhecimento, cortar a pedra com o cinzel é separar a vida profana da vida espiritual.

O aprendiz deve se concentrar em tentar reproduzir a pedra cúbica, deve fazê-lo com discernimento e determinação, mas também com cuidado para não deteriorar a pedra bruta.

O símbolo do cinzel do método maçônico faz com que o aprendiz entenda que ele é a pedra bruta e que precisará, ao longo de sua vida, determinação e perseverança para corrigir suas imperfeições, seus defeitos. E seus vícios, a fim de melhorar intelectual e moralmente e se tornar como a pedra lapidada que lhe é proposta como modelo.

JULHO, O MÊS 7 - O MÊS TRANSCENDENTAL - Newton Agrella



Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante. Um dos mais destacados intelectuais maçônicos do pais.

O nome é uma referência ao Imperador romano Júlio Cesar.

É o sétimo mês do Ano no Calendário Gregoriano.

7  (Sete)  é o número da PERFEIÇÃO, da SABEDORIA.

Para uma significativa parcela da humanidade o "Supremo Arquiteto do Universo" reservou o 7º dia tornando-o  Sagrado, pois seria dedicado a Ele.

"Sagrado" nesse caso,  refere-se a "separado";  "dedicado"; "exclusivo".

Inegável que o número 7 possui um caráter emblemático, misterioso e metafísico no

inconsciente coletivo

É o símbolo do Discernimento  da Introspecção e da Intuição. 

O 7 une o número do ESPÍRITO (3  - o Triângulo) ao número da MATÉRIA (4 – o Quadrado). 

Assim, ele congrega os dois mundos e é tido como símbolo da totalidade do UNIVERSO EM TRANSFORMAÇÃO. 

O 7 representa o triunfo do ESPÍRITO sobre a MATÉRIA.

Na Sublime Ordem a composição de uma Loja Perfeita impõe que:

3 a dirijam, 

5 a iluminem 

*7* a tornem Justa e Perfeita 

Não é a toa que temos:

os  7 Pecados capitais

as  7 cores do arco-íris

os  7 principais chakras

as  7 maravilhas do mundo,

os  7 dias da semana

as  7 notas musicais,

E finalmente  "trancamos nossos segredos" a 7 chaves !

 O mês de JULHO ainda insta-nos a valorizar a partícula gramatical "RE" como uma reavaliação do que nós nos propusemos no início do Ano, rever, replanejar, recomeçar, relevar...

Enfim, cada um sabe dos seus verbos, e é senhor de suas retomadas...

Um JULHO restaurador e reconfortante para todos nós !!!



junho 30, 2021

A POBREZA INTELECTUAL NA MAÇONARIA - Dr Dario A. Baggieri



Amados irmãos , debatendo em uma loja de estudos maçônicos, pelo ZOOM, virtualmente, com mais 75 irmãos referências em suas Lojas e membros  das Três Potencias regularmente reconhecidas no Brasil sobre o TEMA : ” A POBREZA INTELECTUAL QUE GRASSA NO INTERIOR DA MAÇONARIA BRASILEIRA”.

Ficamos estarrecidos  com a constatação de vários irmãos preocupados com o sombrio futuro de nossa sublime instituição , caso não seja implementado um projeto de revitalização e de doutrinação em moldes planejados e de educação continuada, com quebra de paradigmas e filtragem mais criteriosa dos futuros membro da Ordem.

A Pobreza intelectual aqui ratificada, é a mente desprovida da verdade, do conhecimento de si e do alcance de seus pensamentos e ações.

A escolha deliberada em não conhecer as coisas mais importantes começa quando a mente rejeita todo e qualquer padrão que não seja ela mesma.

Ela vislumbra sua vida espiritual como algo que se edificou a si mesmo, que se construiu sozinho.

A rigor, a mente não pode “fazer” nada errado, pois é ela quem define o que é certo e errado.

Da mesma forma, ela não pode perdoar ou ser perdoada porque isso implicaria que existiria uma fonte e uma medida fora de si.

A pobreza intelectual é a verdadeira origem da pobreza material, filosófica, Teocrática e institucional.

Eis porque a sabedoria maçônica clássica sempre exorta que conheçamos a nós mesmos, que nos ordenemos por um padrão que não criamos.

Nossas mentes trabalham diuturnamente para distorcer a realidade e fazer com que ela se enquadre em nossas escolhas.

Platão dizia que a vida humana não é “séria”.

O homem é um “joguete” dos deuses.

Sua intenção não é nos denegrir, mas louvar nossas vidas por aquilo que são.

Não é “necessário” que existamos.

Mesmo assim, existimos.

Existimos por razões não fundadas no determinismo.

O fato de existirmos de maneira desnecessária expressa a mais profunda verdade sobre nós.

Existimos por escolha, por amor, pela liberdade fundada no que está para além da necessidade.

Significa que nossas vidas devem refletir essa desnecessidade, essa liberdade de sermos receptores de bens e graças das quais não somos a causa.

Após essa pequena dissertação supracitada, observamos que os céticos irmãos definem a Maçonaria como a “Instituição da perda de tempo, nos dias atuais”.

Os Paladinos da Ordem definem que A Pobreza intelectual da Maçonaria, não é sinônimo de marginalidade de ações construtivas individuais e coletivas, mas é o alimento de “intelectuais” canalhas, os profanos de aventais, os vaidosos arrogantes, os pombos arrulhantes que destilam e semeiam a discórdia em nossos Templos.

A pobreza maior do maçom  é a ausência de compromisso do que é fundamental para a vida humana, não somente para  a sua própria, mas também para a de seus irmãos maçons, além de para com a nossa existência, enquanto instituição eclética que somos.

Podemos  ser pobres materialmente falando e também culturalmente em termos acadêmicos.

Ela passa por todos os extratos sociais.

Muitas vezes apontamos como pobre só aquele que não tem o que comer ou que não tem condições de habitabilidade.

Essa é a pobreza mais visível.

Mas, no entanto, existe também outro tipo de pobreza e que passa também por aqueles que são economicamente mais favorecidos, os ricos, se assim quisermos falar, a POBREZA DE ESPÍRITO, essa é a pior que pode ocorrer dentro de um iniciado que recebeu a verdadeira luz. 

Um Irmão  participante  do debate definiu todo o processo  que estamos vivenciando hoje na Maçonaria com a seguinte frase:

A nossa maior pobreza intelectual não é a “pobreza econômica” e, sim, a “pobreza moral”.

Essa colocação deixou a todos estarrecidos, pois a primeira vista parece ser ofensiva, inapropriada  e que não teria sentido em uma reunião virtual daquele nível Constelar.

Em plena era cibernética, onde vemos o adiantado desenvolvimento das variadas faces da ciência, tais como telecomunicações, medicina, engenharia, etc... ainda persistem, em nossa sociedade discreta, A MAÇONARIA, práticas e comportamentos pouco dignos, controversos e antagônicos ao modelo moral proposto para nossa Sublime Instituição; sendo necessário a criação de novas leis para regular as relações sociais e defender direitos naturais.

O uso de “máscaras sociais” é a confissão íntima da nossa personalidade, ou seja, quando usamos as nossas várias “máscaras” para permearmos a sociedade, confessamos para nós mesmos que, nossa personalidade ainda está aquém daquela que nos foi colocada como modelo.

Confessamos para nós mesmos que não somos o que gostaríamos de ser, ou, pelo menos, não conseguimos ser o que nos foi ensinado, desta forma, “fabricamos”, aparências circunstanciais, efêmeras e transitórias, de comportamentos aceitos na vida maçônica, familiar e na comunidade onde vivemos. 

Nossos comportamentos, em verdade, ainda são marcados, de forma indelével, pelo egoísmo, muito embora, às vezes, não o notamos em nossa conduta social, por estarmos totalmente integrados – inconscientemente – em nosso próprio arquétipo evolutivo.

Ou seja o EGOCENTRISMO .

A Pobreza intelectual  é um Estado Moral.

Nunca me habituarei a ser pobre Moralmente Falando.

Chamo essa pobreza de  desamparo Interior.

Confundimos pobreza  moral com desamparo: pois têm o mesmo rosto.

Mas a pobreza é um estado moral, um sentido das coisas, uma forma de honestidade desnecessária.

Uma renúncia a participar no melhoramento global  do mundo, é isso a pobreza moral e intelectual para mim.

Talvez não por bondade , por ética ou por um qualquer ideal elevado, mas por incompetência  de partilhar o que de graça , nos brindou o Grande Arquiteto do Universo. 

Somos, nesse sentido, frades de uma ordem mendicante e talvez agonizante, clamando por um futuro diferente daquele que se anuncia e está se descortinando no horizonte, infelizmente para nossa amada e Sublime Instituição.

Para entrarmos no caminho do progresso moral é necessário que tenhamos em mente as modificações que teremos que fazer em nossas atitudes, em nossos sentimentos e em nossas obras para com o outro.

Se não houver renuncia dos nossos vícios materiais ou morais, não teremos condições de abrir a porta do progresso moral em nossa caminhada, porque só através da mudança verdadeira é que teremos a chave para realmente abrir a porta do progresso moral.

Quando buscamos nossa melhora, mudamos de atitude não pensamos mais de forma egoísta, traçamos o nosso desenvolvimento sempre pensando no desenvolvimento do outro.

Procure em você as modificações necessárias para começar o seu progresso moral, somente você poder corrigir as suas falhas.

Pensemos nisso hoje e sempre!!!!!




(Grupo de Estudos Maçônicos “Filhos de Hiram”)

junho 29, 2021

O LATIM NOSSO DE CADA DIA - Newton Agrella



Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante. Um dos mais respeitados intelectuais da maçonaria no país.

As expressões idiomáticas, e elas são inúmeras na Língua Portuguesa, via de regra, originam-se de usos e costumes  que ganharam vida ao longo da História e sobretudo no tocante ao comportamento humano.

Uma dessas expressões que denota literalmente sua origem é do "bajulador".  

Aliás, cabe aí, breve explicação etimológica. 

"Bajulare" do Latim "bajulus" significa, o que leva a carga para outro, mensageiro.

Essa palavra está intimamente ligada à expressão popular 

"puxa-saco", cujos relatos orais dão conta que  parece ter surgido da época do Brasil Colônia, quando os oficiais do Exército, ao serem transferidos para outra cidade, chegavam levando os seus pertences num saco de pano. 

Ao chegarem ao seu destino, procurando um lugar para pousar, sempre aparecia alguém querendo pegar o saco para ajudá-los, de olho na gorjeta ou em qualquer outra vantagem.

Esse viés do comportamento humano, estende-se frequentemente e ganha raias do chamado "people pleaser", expressão amplamente utilizada na língua inglesa, que nada mais é, senão o puxa-saco desmedido, por alguns aqui no Brasil,  também chamado de "bajulador psíquico".

Essa expressão faz referência a alguém que adota determinadas atitudes e comportamentos com o claro e inequívoco intento de agradar e bajular o outro. 

Dizer sempre "sim", externar elogios gratuitos, bater palminhas,

concordar com tudo, fazer favores a cada pouco, colocar-se sempre à disposição dos outros, fingir que concorda com a opinião alheia mesmo que isso fira seus valores mais recônditos, são exemplos tácitos desse tipo de pessoa.

Diferente do que possa parecer, o objetivo não é nada altruísta.

A bem da verdade, o “bajulador psíquico” quer sim  induzir o outro a satisfazer seus mais íntimos desejos psíquicos.

Esse tipo bem característico é facilmente encontrável nos mais diversos segmentos da sociedade humana, e independe de sexo, gênero, tamanho ou idade e até mesmo do nível sociocultural.

Cabe contudo lembrar, que ninguém consegue agradar a todos o tempo todo e uma hora ou outra a insatisfação e a frustração vão bater à porta do bajulador.

Talvez esse comportamento e essa predisposição estejam ligados à questão da autoestima e à busca de aceitação.

Seja qual for o grupo social a que se esteja atrelado, aprender a se valorizar e enxergar o mundo com mais personalidade, pode ser um caminho para a própria evolução.

É missão do Maçom, projetar, esculpir e buscar  aprimoramento de formas e conteúdo de seu templo interior, independentemente de agradar aos outros, mas sabendo conviver, e sendo natural, sincero e transparente em cada atitude que traduza o seu ritual de vida.

Respeitar-se a si mesmo é o primeiro passo.


“MAÇONS SÃO SERES HUMANOS!!!“ - Adaptado do Blog arte Real!


Maçons são seres humanos, e como tal devem se comportar.

Se seres humanos, Somos passíveis de falha.

Buscadores de Conhecimento como todos os seres humanos.

Sujeitos a acertos e erros como qualquer ser humano.

Porém, o que em um não iniciado é uma qualidade rara, no Maçom dever ser o cumprimento de um Dever, sendo útil sem jamais tirar proveito.

Os que usam de dissimulação para entrar na Ordem, renegando propósitos como: obter proveitos e vantagens, para serem admitidos, se decepcionarão quando perceberem que a Maçonaria consiste em estudar, ler, elaborar trabalhos, auxiliar os necessitados, mudar as condutas inadequadas, tornando-se mais virtuoso.

Um dos Bons Mestres com quem tive a satisfação de conviver (já partiu para o Oriente Eterno), disse, certa vez:- A Maçonaria é a única escola que concede um grau antes de ministrar as lições.

E isso, faz com que, grande parte dos iniciados, não entende a diferença entre receber o Grau e concluir o Grau.  Só podemos nos considerar aptos ao final de cada ciclo.

Além de checarmos quantas lições foram ministradas e respondidas, no tempo transcorrido, seria indispensável avaliar que transformações aconteceram no modo de proceder dos irmãos.

São elementos de concórdia?

Demonstram com suas ações que entendem que líderes jamais impõe sua vontade?

São tolerantes e tem clara noção dos seus próprios limites?

Dedicam-se ao estudo e a pesquisa com afinco?

Possuem disciplina e perseverança para aprender e sabedoria para ensinar?

As belas palavras são condizentes com atitudes de mesmo valor?

Entende que mais do que proferir belos discursos é preciso saber quando, se, o que e como falar; sendo moderado com os menores, prudente com os maiores, sincero com os iguais, manso com os que sofrem, sempre de acordo com os princípios da sã moral?

Conhece e aceita suas limitações e, dia após dia, trabalha no mármore para retirar as arestas, uma a uma, com cuidado para não estragar a obra?

Entende que liberdade ao extremo, se torna libertinagem; que ausência de liberdade, se transforma em escravidão e que, somente pode ser benéfica, a liberdade que se associa a responsabilidade?

E ainda, para que seja considerado apto a subir os degraus da escada:

Deve gozar a vida com moderação e sem ostentações.

Ter devoção à pátria e imenso amor à família, aos irmãos e à humanidade.

Precisa ter disposição indomável para combater sem tréguas o vício, a corrupção, o crime, a intolerância e, principalmente, as suas próprias ambições pessoais.

Ser misericordioso, filantropo, inclinado a compaixão e predisposto a empatia.

Respeitar o seu próximo, independente, de cor, posição social, credo ou idealismo político, bem como à natureza e aos animais.

Amparar e ouvir os seus Irmãos, guardando como segredo de confissão as suas fraquezas e enaltecendo, para todos, as suas virtudes.

Precisa gostar da filosofia maçônica, conhecer profundamente a sua liturgia e ritualística, combatendo o obscurantismo, a intolerância, o fanatismo, as superstições, os preconceitos, os erros, as más lendas e invencionices maçônicas.

Ter uma espiritualidade rica e pureza de sentimentos, que justifiquem a honra de revestir-se de aventais e receber títulos, cargos e graus, ciente de que os paramentos devem adornar as virtudes e não, o corpo físico.

Do passado: ser versado em História da Maçonaria, saber suas origens, leis, usos e costumes; no presente: estar disposto a escrever novos capítulos, atuando como construtor social, objetivo primordial da Ordem, para colaborar com o progresso da humanidade.

E percebo que meu Mestre descobriu o Segredo, alcançando a Sabedoria.

O grande Segredo da Maçonaria é o processo interior que permite a transformação das trevas da ignorância em luz do conhecimento.

O grande Segredo da Maçonaria é que ela oferece a oportunidade para que um ser humano falho e com defeitos, possa aperfeiçoar seu caráter.

O grande Segredo da Maçonaria é que ela oferece as ferramentas e ensina como utilizá-las.

Agora meus amados irmãos, “O maior segredo da Maçonaria é que para elaborar uma obra quase perfeita é preciso trabalhar com afinco, paciência, perseverança, disciplina, no bloco informe e bruto que cada ser humano representa.

Simples assim!!!

Mas tornamos tal missão de difícil labor, pois somos a própria matéria prima a ser lapidada, e de maneira diária e continuadamente, pois :” SOMOS SERES HUMANOS, apesar de filhos de uma DIVINDADE  SUPERIOR, Nosso DEUS!!, e não estamos aqui por acaso!!

O trabalho é árduo, diuturno, construtivo.

A perfeição somente é alcançada, degrau por degrau!